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Carboidratos

O que são carboidratos?


Carboidratos são moléculas formadas fundamentalmente por carbono, hidrogênio e oxigênio. São
a principal fonte de energia das células e podem ser encontradas nas formas de
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. A fórmula geral dos carboidratos está
representada a seguir, onde “n” significa que esse grupamento pode estar repetido inúmeras
vezes, formando carboidratos de cadeia longa.

(CH2O)n

Essas moléculas são também denominadas sacarídeos, uma palavra derivada da semelhante
grega sakcharon, que significa açúcar.
Qual a função dos carboidratos?
A função dos glicídios resume-se a:

 Energética: gerando ou armazenando energia para os processos metabólicos;


 Estrutural: compondo a estrutura de componentes celulares, como os ácidos nucleicos
(material genético), ou então a celulose e a quitina, que são componentes importantes que
fornecem sustentação para a parede celular de plantas e fungos.

Qual é a importância dos carboidratos?


Os carboidratos são moléculas de grande importância para os seres vivos, uma vez que estão
estruturando o material genético ou a parede celular de alguns seres. Além disso, os carboidratos
são, geralmente, a principal fonte energética dos seres vivos.
Como ocorre a digestão de carboidratos?
A digestão dos carboidratos se inicia na boca, quando os sacarídeos começam a sofrer quebra
pela enzima amilase, ou ptialina. Como o alimento permanece na boca por um curto tempo, essa
enzima quebra de 3 a 5% das moléculas ali. Após esse primeiro processo digestivo, o segundo
passo ocorre no estômago, onde as moléculas permanecem por aproximadamente uma hora
sofrendo, ainda, ação da ptialina. Nesse momento, uma molécula inicial de amido na boca já se
tornou moléculas menores como por exemplo a maltose.
O terceiro passo da digestão de carboidratos vai acontecer no intestino delgado, com ação da
enzima alfa amilase, que é secretada pelo pâncreas em altas concentrações e em sua forma
ativa. Essa enzima é muito potente e apresenta uma alta taxa catalítica. Aproximadamente dez
minutos após chegar ao duodeno, o amido está completamente hidrolisado.
Por fim, a enzima oligossacaridase secretada pela borda em escova do intestino finaliza a
digestão, quebrando os dissacarídeos restantes. Dessa forma, as células conseguem absorver
pequenas moléculas de carboidratos e utilizar da melhor forma, energética ou estrutural.
Classificação dos carboidratos
De acordo com o tamanho, os carboidratos podem ser classificados em três classes:
Monossacarídeos, Oligossacarídeos e Polissacarídeos.
Monossacarídeos
São os compostos mais simples e menores dentro dos carboidratos, servindo como monômeros
para a síntese das moléculas mais complexas.
A quantidade de átomos presentes em sua estrutura obedece a equação CnH2nOn, com
raríssimas exceções (a desoxirribose possui um átomo de oxigênio a menos do que deveria, de
acordo com a fórmula).
Os monossacarídeos são classificados quanto à quantidade de carbonos presentes na estrutura,
mais o sufixo ose. Trioses são carboidratos com três átomos de carbono; tetroses, com quatro
carbonos; e os mais comuns são pentoses, como a ribose e a desoxirribose, com cinco carbonos.
Existem, ainda, as hexoses, com seis carbonos em sua estrutura, como a glicose, frutose e
galactose.

As funções dos monossacarídeos podem ser energéticas ou estruturais.

Monossacarídeo Função Nome Atuação Localidade


Ácidos
Pentoses (5 C) Estrutural Ribose Compõe a estrutura do RNA
nucleicos
Compõe a estrutura
Desoxirribose
do DNA
Fornecem energia para as atividades
Hexoses (6 C) Energética Glicose Mel e uva
metabólicas
Frutose Frutas
Galactose Açúcar do leite
(Exemplos dos dois monossacarídeos mais abundantes nos organismos.)

A glicose, frutose e galactose possuem a mesma fórmula química, sendo, portanto, isômeros.
Apresentam-se em estrutura cíclica (sua estrutura linear é utilizada mais para fins didáticos em
bioquímica).
Oligossacarídeos
Dois ou mais monossacarídeos podem se unir, formando uma cadeia mais complexa de
carboidratos. Quando, em uma estrutura, tem-se até dez monossacarídeos ligados, forma-se um
oligossacarídeo.
A ligação entre os monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica. Nela, dois
monossacarídeos se ligam por meio da combinação de duas hidroxilas presentes em suas
estruturas distintas. Dessa combinação, uma molécula de água é formada e um átomo de
oxigênio é compartilhado entre os dois monossacarídeos, formando, então, um dissacarídeo.

Dissacarídeos
Os dissacarídeos são as moléculas de carboidratos mais estáveis encontrados na natureza. Eles
possuem função energética e sua diferença está tanto na composição de monossacarídeos que
os constituem quanto no local onde são encontrados na natureza.
Assim como os monossacarídeos, os dissacarídeos são solúveis em água e podem ser digeridos
por hidrólise (reação envolvendo quebra da molécula de água), com ação enzimática para
formarem dois monossacarídeos isolados.

Dissacarídeo Composição Localidade


Sacarose Glicose + frutose Cana-de-açúcar e beterraba. É o açúcar de cozinha.
Maltose Glicose + glicose Gerada após a digestão do amido presente nos vegetais.
Lactose Glicose + galactose Açúcar encontrado no leite.
(Exemplos dos dissacarídeos mais importantes para a dieta humana. Todos possuem função
energética.)

Polissacarídeos
São moléculas complexas, tendo em sua composição grande número de monossacarídeos (mais
de dez). Diferente dos monossacarídeos e dissacarídeos, os polissacarídeos são insolúveis em
água e possuem a função de armazenamento e função estrutural, sendo alguns digeridos pelo
organismo humano, enquanto outros não.
Alguns exemplos de polissacarídeos incluem a celulose, o glicogênio e o amido.
Polissacarídeos com função de armazenamento
Alguns polissacarídeos são importantes no armazenamento de energia. Dependendo do grupo de
ser vivo, uma determinada molécula é a responsável por esse armazenamento. Os animais
armazenam energia na forma de glicogênio. As plantas, por sua vez, armazenam a energia na
forma de amido. Os fungos, assim como os animais, também armazenam a energia na forma de
glicogênio. Esse fato fez com que os fungos fossem recolocados na linhagem evolutiva como
seres mais próximos dos animais do que das plantas.
Amido
Polissacarídeo constituído de glicose com função de armazenar esses monossacarídeos,
servindo como reserva de carboidratos em células vegetais. Quando necessário, as moléculas de
glicose são desprendidas desse complexo, são quebradas e digeridas para gerar energia para os
processos de respiração celular e fermentação.
O amido consegue ser digerido pelos seres humanos através das enzimas amilases presentes na
saliva e no suco pancreático. Da digestão do amido, são geradas moléculas de maltose, que
podem ser digeridas também para gerar moléculas livres de glicose.
Glicogênio
Assim como o amido, o glicogênio é a reserva de carboidratos na forma de uma cadeia de
glicose. O glicogênio está presente nos fungos e nos animais. É encontrado em células humanas
musculares e hepáticas (do fígado), onde liberam as moléculas de glicose para gerar energia
para os processos metabólicos e de contração muscular.

Polissacarídeos com função estrutural


Celulose
Polissacarídeo que compõe a parede celular de células vegetais e da maioria das algas,
contribuindo para a sustentação mecânica e robustez das células.
A celulose também é composta por glicose, porém, é ordenada de tal forma, que não é digerida
pelo ser humano e alguns outros mamíferos. A enzima que permite a digestão da celulose é a
celulase e está presente em algumas bactérias e protozoários.
Esses microrganismos se alojam no estômago e no intestino (delgado e grosso) de mamíferos
ruminantes, como vacas e cavalos, ou em artrópodes, como cupins, e digerem a celulose,
fazendo com que ela seja parte da dieta desses organismos.
Apesar de os seres humanos não digerirem a celulose, ela é um importante componente na dieta,
por ser a base de fibras necessárias para a retenção de água, diminuição da absorção
de gordura no intestino e redução dos níveis de lipídios no sangue.
Animais ruminantes apresentam um sistema digestivo totalmente diferente dos humanos e
adaptado para a digestão da celulose. Além de uma série de enzimas e quebra mecânica, esses
animais contam com uma colônia de bactérias vivendo simbioticamente em seu sistema digestivo.
Essas bactérias são responsáveis pelo auxílio na quebra da celulose.
Quitina
A quitina é formada por uma cadeia de um monossacarídeo chamado N-acetilglucosamina, que
tem nitrogênio em sua cadeia. Ela é encontrada constituindo a parede celular de fungos e o
exoesqueleto de artrópodes. A quitina oferece suporte e proteção aos seres, uma vez que se
trata de uma molécula bastante resistente.
A estrutura da quitina foi descoberta por Albert Hoffman em 1929. Sua fórmula geral é
(C8H13O5N)n. Considera-se a quitina o segundo polissacarídeo mais abundante na natureza. O
primeiro, no entanto, é a celulose, encontrada na parede celular das plantas.
Atualmente existe interesse biotecnológico acerca da quitina, já que a mesma pode ser
transformada em fibras que podem ser utilizadas na fabricação de tecidos e suturas cirúrgicas.
Além disso, a quitina é uma potencial substituta de embalagens plásticas e ainda pode ser
utilizada como aditivo em alimentos, podendo reduzir a ingestão de calorias e também de
colesterol.

Tipos de carboidratos
Os carboidratos ainda podem ser divididos em simples ou complexos.
Simples
Os carboidratos simples também são conhecidos como monossacarídeos, e se tratam de
moléculas mais facilmente absorvidas pelo corpo. Esses carboidratos apresentam um maior
índice glicêmico, assim sua digestão e absorção são mais rápidas, o que resulta em um pico de
glicemia. Por conta da maior velocidade de absorção, a sensação de fome é maior.
Consequentemente, para atingir a saciedade é necessário consumir uma maior quantidade desse
tipo de carboidrato. O excesso de carboidratos simples é armazenado na forma de gordura, o que
contribui para o ganho de peso.
Pode-se encontrar carboidratos simples em alimentos como: mel, açúcar branco, açúcar
demerara, etc.
Complexos
Carboidratos complexos, como o proprio nome já diz, são carboidratos com cadeias mais longas
e complexas. Eles contem mais de dez unidades de monossacarídeos e formam grandes
estruturas moleculares que podem se ramificar ou permanecer lineares. Esses carboidratos tem
uma velocidade de quebra e absorção menor no organismo.
Dentre os carboidratos complexos podemos citar o amido e o glicogênio, além das fibras. As
fibras não sofrem quebra pelas enzimas gastrointestinais, o que torna o processo de absorção e
digestão muito mais lento e promove a sensação de saciedade.
Encontramos carboidratos complexos no arroz, no pão, na farinha e alimentos integrais em geral.
Alimentos ricos em Carboidratos
Os carboidratos estão presentes na dieta humana de diversas formas. Alimentos ricos em
açúcares são conhecidos por possuírem alto teor energético. O arroz, mandioca, batata e cereais
integrais são digeridos mais lentamente, e outros, como o mel e a farinha, são digeridos
rapidamente.
A digestão dos carboidratos gera moléculas de glicose e demais monossacarídeos, que são
convertidos em glicose para serem armazenados na forma de glicogênio.
Alguns monossacarídeos são convertidos em glicerídeos, para também serem armazenados nas
células adipócitas que compõem o tecido adiposo.
Carboidratos são prejudiciais à saúde?
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, os carboidratos não são os vilões das dietas.
Essas moléculas são extremamente importantes para fornecer energia e garantir o funcionamento
adequado das funções vitais de um organismo. O que acontece e tem potencial de ser prejudicial
é uma ingestão muito grande de carboidratos simples, como o açúcar refinado. Existem outras
fontes de carboidratos que além de fornecer energia, aumentam a saciedade e ainda são
importantes para a saúde gastrointestinal. É importante escolher os carboidratos que serão
consumidos na dieta e, em caso de qualquer doença específica, procurar um médico e um
nutricionista para melhores orientações.
Conclusão
Em resumo, os carboidratos são moléculas importantes que podem ser simples, como os
monossacarídeos ou complexas, como os polissacarídeos. Essas moléculas são importantes no
fornecimento energético celular e também na estrutura de componentes celulares, compondo os
ácidos nucleicos e a parede celular, por exemplo.

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