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Polissacarídeos, ou glicanos, são carboidratos formados a partir da

polimerização de vários outros açúcares menores. Ou seja, são cadeias


orgânicas de monossacarídeos, em formato linear ou ramificado, podendo ter
diversos tamanhos. São polímeros de médio ou alto peso molecular, diferente
dos oligossacarídeos, que são menores. A maior parte dos carboidratos
apresenta-se dentro desta classe.

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Molécula de glicose.

Um polissacarídeo se difere pelo tamanho da sua cadeia, pelos tipos de


unidades que o compõem e pelo tipo de ligações entre elas. Ele não tem um
peso molecular específico, como as proteínas, uma vez que sua síntese não se
inicia a partir de um gene e não tem várias fases, determinando seu tamanho
específico. É sintetizado a partir da ação de alguma enzima e pode ter números
diferentes de resíduos para um mesmo polissacarídeo, com diferença de
dezenas a centenas de resíduos para um mesmo carboidrato, com uma mesma
função.

Existem dois tipos:

Homopolissacarídeos: Uma molécula composta por monômeros da mesma


espécie. Exemplo: celulose, composta por unidades de glicose.

Heteropolissacarídeos: Uma molécula de carboidrato composta por diferentes


tipos de monossacarídeos. Exemplo: peptidoglicano.

Monossacarídeos e oligossacarídeos normalmente possuem função no


metabolismo energético. Já alguns polissacarídeos possuem a função de ser a
forma de armazenamento energético para um organismo. Há dois importantes
homopolissacarídeos envolvidos nesta função. É o caso do amido, quando
degradado tem como produto monossacarídeos que servirão nas reações
metabólicas para obtenção de energia para as células vegetais. Outro
homopolissacarídeo que possui esta função é o glicogênio, que é o carboidrato
de reserva dos animais. Armazenado no fígado e músculos, quando hidrolisado
libera monômeros de glicose para as células animais utilizarem em suas
atividades. Possuem muitas ramificações, o que garante que sua estrutura não
fique em formato de hélice.

Há homopolissacarídeos que têm função estrutural, como a quitina que é um


carboidrato que possui grupamentos de nitrogênio entre suas unidades.
Formam fibras longas e é elemento estrutural no exoesqueleto de artrópodes
e na parede celular de fungos. Temos ainda, a celulose que é o carboidrato
mais abundante no planeta. É um polímero fibroso, insolúvel em água,
resistente e humanos não conseguem digeri-lo. Apresentam-se nas paredes
celulares de plantas e é um homopolissacarídeo de cadeia linear, não tem
ramificações. Os ruminantes são capazes de digerir a celulose porque em seu
sistema digestório existem bactérias simbióticas que fazem a degradação das
moléculas de celulose.

Os heteropolissacarídeos em todos os reinos servem como suporte


extracelular. Por exemplo, nos tecidos animais a matriz extracelular é
preenchida por fibras de proteínas e heteropolissacarídeos, que resultam em
suporte e proteção para os tecidos, são os glicosaminoglicanos. Eles formam
um composto de repetições de dissacarídeos, que só encontramos em animais
e bactérias, não há em plantas. Alguns glicosaminoglicanos possuem grupos
sulfatos, que no meio extracelular se ligam a proteínas na formação de
proteoglicanos.

Nas bactérias, existem em suas paredes celulares ligamentos cruzados de


cadeias de heteropolissacarídeos com curtos peptídeos, resultando em
compostos chamados de peptidoglicanos. E a estrutura muda de espécie para
espécie. Estes compostos dão à parede celular bacteriana resistência e
proteção.

Quando consumimos um polissacarídeo, ocorre a digestão dele, ou seja, há


hidrólise da cadeia, resultando em unidades de carboidrato. A enzima lisozima
hidrolisa ligações glicosídicas da parede celular bacteriana, sendo um
bactericida encontrado nas lágrimas, por exemplo. Antibióticos agem nas
ligações cruzadas, enfraquecendo a parede celular das bactérias, deixando-as
suscetíveis à lise (rompimento) celular.

Referência:

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