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CARBOIDRATOS

Carboidratos
Os carboidratos ou açúcares são as biomoléculas mais
abundantes na Terra; possuem grande diversidade estrutural, o
que lhes permite muitas funções, como: ser fonte e reserva de
energia, componentes de matriz extracelular e de secreções da
mucosa, formar parede celular de plantas e bactérias,
reconhecer e sinalizar as células, interagir com células e com
elementos da matriz extracelular etc.

• Ação poupadora de energia: se houver


carboidratos suficientes, não são quebradas
proteínas. É importante ressaltar que existem muitas doenças associadas
• Efeito anticetogênico: evita a quebra excessiva aos carboidratos, como:
de lipídeos, que causa a produção de cetonas;
• No coração o glicogênio é a fonte principal para Diabetes mellitus.
produção de energia; Mucopolissacaridoses.
• No sistema nervoso não há reserva, sendo Intolerâncias à lactose e à sacarose.
necessário fornecer glicose todo o tempo. Doenças de armazenamento de glicogênio.
Classificação dos carboidratos
Monossacarídeos

Os monossacarídeos são os açúcares mais simples


constituídos por um esqueleto carbônico de 3 a 7
átomos de carbono, com dois ou mais grupos hidroxila
e com o grupo aldoxila ou carbonila.

Dissacarídeos
Os dissacarídeos são carboidratos formados por dois
monossacarídeos unidos pela ligação glicosídica. Exemplos de
dissacarídeos: sacarose (formada pela glicose e frutose),
lactose (formada pela galactose e glicose) e maltose (formada
por duas unidades de glicose).
Classificação dos carboidratos
Oligossarídeos

Os oligossacarídeos são polímeros formados por poucos


monossacarídeos unidos pelas ligações glicosídicas.

Polissacarídeos
Os polissacarídeos são longas cadeias formadas por muitas
unidades de monossacarídeos unidas pelas ligações
glicosídicas. São classificados em homopolissacarídeos, quando
contêm apenas um único tipo de monossacarídeo, ou
heteropolissacarídeos, quando contêm dois ou mais tipos de
monossacarídeos.
Glicogênio
O glicogênio é a forma de armazenamento de glicose das O difosfato de uridina glicose é
células animais, especialmente fibras musculares e hepatócitos. um açúcar nucleotídeo. Está
• Forma de armazenamento de glicose; envolvido nas reações da
• Acumulado no fígado e músculo; glicosiltransferase no
• Composto de 60.000 glicose ligadas por metabolismo.
ligações α 1-4 na cadeia principal e α 1-6 nas
ramificações. Metabolismo do glicogênio
O glicogênio é a reserva de glicose das células animais, sendo
que os hepatócitos e as fibras musculares possuem os maiores
Açúcares Conjugados estoques desse polissacarídeo. Cabe ressaltar que:

Açúcares associados a outras moléculas que não A glicogênese é a via metabólica de síntese do glicogênio. A
são açúcares: enzima glicogênio sintase sintetiza o glicogênio a partir das
• Glicosaminoglicanas: açúcares formados por unidades de glicose fornecidas pela UDP-glicose.
glicose associada a grupamentos amina, compõe A glicogenólise é a via metabólica de degradação do glicogênio;
a matriz extracelular. a enzima glicogênio fosforilase catalisa a clivagem das unidades
• Proteoglicanas: açúcares associados a de glicose do glicogênio.
glicosaminoglicanas (açúcar > proteína) A insulina estimula a glicogênese, enquanto o glucagon
• Glicolipídio: lipídios de membrana, ligados a estimula a glicogenólise.
oligossacarídeos - função de reconhecimento
Classificação dos carboidratos
Outro uso que temos para a lactulose é o
tratamento da encefalopatia hepática. Os
pacientes com doenças hepáticas graves têm
capacidade reduzida em converter a amônia
(produto do metabolismo de aminoácidos e da
microbiota intestinal) em ureia no fígado; a
amônia atravessa a barreira hematoencefálica
e pode provocar danos neurológicos graves
(encefalopatia).
Digestão e absorção de carboidratos
O metabolismo é o conjunto de todas as reações químicas do
organismo; são reações químicas interdependentes e
coordenadas. Ele pode ser dividido em anabolismo — reações
de síntese de compostos complexos a partir de compostos mais
simples —, e catabolismo — reações de degradação de
compostos complexos em compostos mais simples.

A digestão dos carboidratos depende da ação de


enzimas específicas: as glicosidases, que
catalisam a hidrólise das ligações glicosídicas
entre os monossacarídeos.
Boca Duodeno
• A saliva contem uma enzima chamada amilase Intestino Delgado
salivar (ptialina), secretada pelas glândulas • A amilase pancreática é capaz de realizar à
parótidas. digestão completa do amido, transformando-o
Hidrolisa apenas 3 a 5 % do total, em maltose e dextrina.
pois age em um curto período • Temos a ação das dissacaridases (enzimas
de tempo. que hidrolisam os dissacarídeos), que estão na
borda das células intestinais.
Estômago
• Amilase salivar é rapidamente inativada em pH 4,0
ou mais baixo, de modo que a digestão do amido Enzimas liberadas pelo Intestino Delgado
iniciada na boca, cessa rapidamente no meio Lactase: Hidrolisa Lactose gerando Galactose + Glicose
ácido o estômago. Maltase: Hidrolisa Maltose gerando Glicose + Glicose
Isomaltase: Hidrolisa Isomaltose gerando Dextrinas + Glicose
CCK Sacarase: Hidrolisa Sacarose gerando Frutose + Glicose
• Hormônio que sinaliza o pâncreas para a produção
de amilase pancreática.
Hormônio que manda a informação para a liberação A glicose e a galactose são absorvidas pela
de bicarbonato no intestino pelo ducto pancreático. mucosa duodenal com íons sódio pelo
Secretina cotransportador de glicose dependente de
Amilase Pancreática sódio tipo 1 (SGLT-1). A frutose é captada pelas
• Hidrolisa amido e glicogênio liberando maltose e células da mucosa duodenal por meio de
maltrioses. GLUT-5.
Transporte de glicose para as células
Para entrar na célula, a glicose necessita do auxílio de uma família de proteínas transmembranas, chamadas de
transportadores de glicose ou GLUT (do inglês glucose transporter). Muitas isoformas de GLUT já foram identificadas, mas
cinco delas têm importância fisiológica melhor descrita. Veremos mias sobre as isoformas de GLUT a seguir.

GLUT-2
GLUT-1 E GLUT-3
GLUT-2 está presente nas células beta pancreáticas e nos
GLUT-1 e GLUT-3 são as isoformas presentes em quase hepatócitos. Essa isoforma tem baixa afinidade pela glicose,
todas as células e responsáveis pela captação basal de sendo ativa apenas em situações em que há hiperglicemia,
glicose, independentemente da ação da insulina. como ocorre logo após as refeições.

GLUT-2 hepático permite a entrada de glicose após as refeições,


GLUT-4 a fim de que seja armazenada na forma de glicogênio. Quando
GLUT-4 está presente nas fibras musculares e a glicemia diminui, os hepatócitos liberam o seu estoque de
adipócitos. Sob a ação da insulina, a quantidade de glicose, sob a ação do glucagon, para a corrente sanguínea. O
GLUT-4 aumenta nessas células, o que leva ao aumento fígado é o órgão central na homeostase da glicemia.
da captação de glicose por essas células. Esse é um dos GLUT-2 pancreático serve como sensor de glicemia para a
mecanismos hipoglicemiantes da insulina. liberação de insulina. Sempre que houver hiperglicemia, GLUT-2
das células beta pancreáticas são ativadas, permitindo a
entrada de glicose e, consequentemente, a liberação de
insulina.
Controle da glicemia
O controle da glicemia depende do equilíbrio
das ações de dois hormônios pancreáticos, o
glucagon e a insulina.

O glucagon estimula a glicogenólise e a


gliconeogênese no fígado, aumentando a
oferta de glicose para o sangue (efeito
hiperglicemiante).
A insulina inibe a gliconeogênese hepática,
estimula a glicogênese e aumenta a
quantidade de GLUT-4 nas fibras musculares
e adipócitos, o que acaba resultando em
menor disponibilidade de glicose para o
sangue (efeito hipoglicemiante).
o piruvato possui importante função na conversão do
alimento a energia. Importante regulador dos
Glicólise processos metabólicos, a união de duas moléculas de
piruvato pode formar uma nova molécula de glicose
A glicose, após a entrada na célula, sofre fosforilação, com no fígado por um processo metabólico conhecido por
gasto de energia, resultando em glicose-6-fosfato. A adição do neoglicogênese.
grupo fosfato é importante para reter a glicose na célula e para
desestabilizar a estrutura da glicose para as reações químicas.
O ATP é uma molécula com a função de armazenar e
liberar energia de forma temporária para que as
A glicose-6-fosfato é substrato de uma via metabólica oxidativa:
células de um organismo desempenhem suas
a glicólise. Nessa via metabólica, que ocorre no citosol e em
atividades. É mais conhecida na biologia pela sigla ATP
condições anaeróbicas, a glicose-6-fosfato sofre uma série de
que significa adenosina trifosfato ou trifosfato de
reações químicas que levam à sua quebra, resultando em duas
adenosina.
moléculas de piruvato, a formação de 4 ATPs e 2 NADH.

Para que ocorra a glicólise, a célula precisa investir 2 ATPs, por O NADH estimula a produção de noradrenalina
isso, o balanço final de produção responsável pela atenção, concentração e atividade
mental e de serotonina que é necessária para o
equilíbrio emocional e o sono. O NADH é a substância
que possui o maior potencial redutor dentre todos os
compostos biologicamente ativos.
Gliconeogênese
A glicogênese é a via metabólica em que ocorre a síntese
de novas moléculas de glicose a partir de aminoácidos,
glicerol e lactato, principalmente no fígado. Ela é
estimulada pelo glucagon, enquanto a insulina inibe a
gliconeogênese. Durante as atividades físicas intensas, a
oxigenação dos músculos esqueléticos não é adequada,
o que leva à ativação da fermentação e produção de
lactato. Em seguida, o lactato, circulante no sangue, é
removido para o fígado, onde é convertido em glicose
pela gliconeogênese. Essas novas moléculas de glicose,
por sua vez, são utilizadas pelas fibras musculares para a
reposição do estoque de glicogênio. Esse é o ciclo de
Cori.
Para que ocorra a glicólise, a célula precisa investir 2 ATPs, por
isso, o balanço final de produção de energia é de 2 ATPs. Os
elétrons gerados na oxidação da glicose durante a glicólise são
transferidos para NAD+, tornando-se NADH. Em seguida, NADH
leva os elétrons para a cadeia respiratória para a fosforilação
oxidativa.
Quando há uma demanda maior de energia,
Fermentação geralmente quando você intensifica o seu exercício, o
corpo ativa o metabolismo anaeróbico como uma
Em situações de hipóxia ou anóxia, NADH não é regenerada nas fonte adicional de energia para suprir a necessidade
mitocôndrias, o que acaba levando a uma diminuição da daquele momento; Essa fonte de energia é produzida
quantidade de NAD+. A consequência é a interrupção da quando o corpo converte a glicose (moléculas de
glicólise, a única via produtora de energia de forma anaeróbica. açúcar) em ácido lático.
Para evitar isso, as células utilizam uma via metabólica de O ácido láctico se dispersa 30 minutos ou uma hora
regeneração de NADH a NAD+: a fermentação. Nessa via após os exercícios, e o alongamento também ajuda a
metabólica, o piruvato é convertido em lactato (ou ácido liberá-lo. Descanse após os exercícios, mas mantenha
láctico). uma vida ativa! Quanto mais você estiver em forma,
menos glicose seu corpo precisará queimar e menos o
ácido láctico se acumulará.
Quando o lactato se acumula em níveis elevados no
sangue e nos músculos, ele cria uma acidez chamada
acidose láctica, que causa fadiga muscular e, em níveis
elevados, pode interferir na recuperação muscular. O
seu acúmulo resulta em uma sensação dolorosa de
queimação nos músculos.
Oxidação do piruvato
Após a glicólise, o piruvato é transportado para a matriz
mitocondrial, onde é substrato de uma reação química
oxidativa, catalisada pelo complexo da piruvato
desidrogenase. Nessa reação, o piruvato perde um carbono
na forma de e é convertido em acetil-CoA. Como é uma
reação oxidativa, os elétrons são transferidos para NAD+, Oxidação biológica
formando NADH.
A oxidação é a perda de elétrons e a redução é ganho de
elétrons. Nas reações de oxirredução ou redox, a oxidação e a
O Acetil-CoA é uma importante molécula bioquímica redução estão acopladas, sendo que um reagente transfere
na respiração celular. É produzido na segunda etapa elétrons para outro reagente da reação química. Nas reações
da respiração aeróbica após a glicólise e oxidativas da glicose, ácido graxo e aminoácido, os elétrons são
desempenha um papel fundamental no organismo. transferidos para os carreadores NAD e FAD, que levam os
Esse composto orgânico atua diretamente no elétrons para a cadeia respiratória na mitocôndria.
metabolismo celular e tem como função a produção O FADH2 é uma molécula transportadora de energia
de energia para o nosso corpo metabólica, sendo utilizada como substrato na
fosforilação oxidativa mitocondrial. O FADH2 é reoxidado
a FAD, resultando subsequentemente na síntese de duas
moléculas de ATP por cada FADH2.
Bioenergética: função do ATP
A bioenergética é o estudo da transferência e utilização de
energia pelas células. A energia é a capacidade de se
realizar trabalhos, como na manutenção da composição dos
meios intracelular e extracelular, movimento da célula ou
do organismo, vias de biossíntese e movimento de solutos
por meio da membrana plasmática

ATP
Reações exergônicas (catabolismo) → que liberam energia
A ATP é a molécula que armazena energia; a energia liberada
para o trabalho celular a partir do potencial de degradação
pelo ATP ativa as reações endergônicas; a produção de ATP
dos nutrientes orgânicos;
depende da energia liberada pelas reações exergônicas:
Reações endergônicas (anabolismo) → que absorvem
glicólise, oxidação do piruvato, ciclo do ácido cítrico, oxidação
energia aplicada ao funcionamento da célula, produzindo
do ácido graxo e fosforilação oxidativa.
novos componentes
Ciclo de Krebs
Após a glicólise, inicia-se uma etapa aeróbia, a qual inclui o ciclo de
Krebs, também chamado de ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido
tricarboxílico.
Essa etapa ocorre no interior da organela celular conhecida como
mitocôndria e inicia-se com o transporte do ácido pirúvico para a
matriz mitocondrial.
Na matriz, o ácido pirúvico reage com a coenzima A (CoA) ali
existente, produzindo uma molécula de acetilcoenzima A (acetil-
CoA) e uma molécula de gás carbônico.
Durante esse processo, uma molécula de NAD+ é transformada em
uma de NADH em razão da captura de 2 e ( -) e 1 dos 2 H+ que
foram liberados na reação.
A molécula de acetil-CoA sofre com o processo de oxidação e dá
origem a duas moléculas de gás carbônico e a uma molécula intacta
de coenzima A.
Esse processo, que envolve várias reações químicas, é o chamado
ciclo de Krebs.

https://www.youtube.com/watch?v=fBsCQ_3neko
Fosforilação oxidativa
Contece precisamente nas cristas mitocondriais. Essa etapa é chamada de fosforilação oxidativa, uma vez que se refere à
produção de ATP a partir da adição de fosfato ao ADP (fosforilação). A maior parte da produção de ATP ocorre nessa etapa,
na qual acontece a reoxidação das moléculas de NADH e FADH2.
Nas cristas mitocondriais são encontradas proteínas que estão dispostas em sequência, as chamadas cadeias
transportadoras de elétrons ou cadeias respiratórias. Nessas cadeias ocorre a condução dos elétrons presentes no NADH e
no FADH2 até o oxigênio.

As proteínas responsáveis por transferir os elétrons são


chamadas de citocromos.
Os elétrons, ao passarem pela cadeia respiratória, perdem
energia e, no final, combinam-se com o gás oxigênio, formando
água na reação final. Apesar de participar apenas no final da
cadeia, a falta de oxigênio gera o interrompimento do processo.
A energia liberada através da cadeia respiratória faz com que os
íons H+ concentrem-se no espaço entre as cristas
mitocondriais, voltando à matriz. Para voltar ao interior da
mitocôndria, é necessário passar por um complexo proteico
chamado de sintase do ATP, onde ocorre a produção de ATP.
Nesse processo são formadas cerca de 26 ou 28 moléculas de
ATP.
Radicais livres
Os radicais livres são átomos e moléculas com elétrons não
pareados extremamente reativos, como os radicais superóxido
e hidroxila. Também temos moléculas que são precursoras de
radicais livres, como o peróxido de hidrogênio. Como a maioria
dos radicais livres e precursores é derivada do metabolismo do
O2 utilizamos o termo espécies reativas de oxigênio. Os radicais livres estão envolvidos em danos
Nos organismos aeróbicos, é necessário que haja equilíbrio oxidativos de lipídeos, proteínas e DNA. No caso
entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a sua dos lipídeos, os radicais livres provocam
neutralização, por isso é tão importante o sistema antioxidante lipoperoxidação, que altera a estrutura e a
para esses organismos. O sistema antioxidante é formado por permeabilidade da membrana plasmática, e a
substâncias que neutralizam diretamente os radicais livres, consequência pode ser a lise celular. Os radicais
como a vitamina C (ácido ascórbico), vitamina E (tocoferol), livres podem alterar a sequência de DNA,
beta-caroteno e glutationa, e enzimas que catalisam reações resultando em mutações, bem como alterar a
químicas que neutralizam as espécies reativas de oxigênio. estrutura das proteínas, prejudicando as suas
Entre essas enzimas, podemos citar a superóxido dismutase, funções; portanto, os danos oxidativos gerados
que catalisa a conversão do radical livre superóxido em pelos radicais livres estão associados à
peróxido de hidrogênio, bem como a catalase, que catalisa a mutagênese, à carcinogênese e ao
conversão do peróxido de hidrogênio em água e O2. envelhecimento.

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