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A glicose e a galactose saem das células intestinais e

vão para os capilares das mucosas. Ocorre então o


Problema 1 transporte facilitado, pois contam com a ajuda do
GLUT2.
A frutose só é captada pelas células da escova, pelo
Fechamento 2 GLUT5, que só aparece em cílios intestinais maduros.
Entretanto, eflui para os capilares através do GLUT2,
4 - Descrever a digestão, absorção e assim como glicose e galactose.
transporte de macronutrientes *GLUT: família de facilitadores do transporte de
monossacarídeos.
5 - Explicar a intolerância a lactose Os monossacarídeos e dissacarídeos são
(fisiopatologia e diagnóstico) completamente absorvidos pelo intestino delgado.
O amido não é absorvido. Funciona como fonte de
6 - Explicar a ação e localização das carbono para proteínas do cólon. Elas o metabolizam,
secreções digestivas produzindo ácidos graxos de cadeia curta (acetatos,
propinatos, buritatos). Alimentos com amido possuem
- Descrever a digestão, absorção e alto índice glicêmico.
transporte de macronutrientes - Proteína
Carboidrato •É quase toda absorvida no momento em que o
alimento atravessa o jejuno
•Amilopectina – principal fonte de carboidratos na dieta. •Em humanos normais, essencialmente todas as
Molécula de alto peso molecular. proteínas ingeridas são digeridas e absorvidas
•Pode haver proteína nas fezes, mas não é advindo da
•Amidose – peso molecular menor. Possui ligações alfa-
ingestão, e sim de células associadas, bactérias do
1,4
cólon e secreções mucosas do cólon
•Celulose – não é digerida. Ligações beta-1,4. Digestão
No estômago- o baixo ph do estômago desnatura as
A cadeia de amido é muito ramificada e tem pontos com
proteínas, o que facilita a digestão pelas pepsinas.
ligação alfa-1,6.
As células principais das glândulas oxínticas, secreta
Na saliva, há ação da alfa-amilase, que cataliza a
pepsinogênio, que é convertido por íons de hidrogênio,
hidrólise das ligações alfa-1,4 (exceto os que estão
no meio ácido, em pepsinas.
subjacentes às ligações alfa-1,6.
A pepsina transforma +- 15% das proteínas em
A alfa-amilase acompanha o alimento até ser inativada
aminoácidos ou peptídeos pequenos, mas a ação da
pelo ácido clorídrico.
digestão principal ocorre no intestino delgado e
A alfa-amilase pancreática está mais concentrada no duodeno.
duodeno e possui maior atividade enzimática que a
No lúmen do duodeno e intestino delgado - o pâncreas
amilase salivar.
secreta:
10 min no duodeno o amido é convertido em:
→Tripsinogênio
→Maltose
→Quimiotripsinogênio
→Matotriose
→Prolastase
→Maltooligossacarídeo: cadeia com 4 a 9 moléculas de
→Procarboxipeptidase A
glicose, com ligações alfa-1,4
→Procarboxipeptidase B
→Dextrinas com limite alfa
Ao entrar no lúmen, as células da borda em escova
Para digerir esses oligossacarídeos há enzimas
convertem o tripsinogênio em tripsina através da
chamdas oligossacaridoses, com sítio ativo para o
enteropeptidase, presente na membrana plasmática.
lúmen (ectoenzimas). As mais famosas são:
lactase(lactose → glicose+galactose), sacarose A trispsina funciona como autocatalítica e ajuda na
(frutose+glicose), alfa-dextrinose ou isomaltose (cliva as conversão de tripsinogênio em mais tripsina. Também
ligações alfa-1,6 das ramificações das dextrinas) e ajuda na conversão de:
glicoamilase que remove uma glicose por vez da →Quimiotripsinogênio: quimiotripsina
extremidade dos malto-oligossacarídeos. →Proelastase: elastase
A sacarose e a alfa-dextrinose são advindas de uma →Procarboxipeptidase A: carboxipeptidase A
mesma proteína que se cliva na borda em escova, →Procarboxipeptidase B: carboxipeptidase B
originando 2 polipetídeos. Na superfície luminal da borda em escova – os
A absorção dos açúcares ocorre mais no duodeno e peptídeos menores precisam ser reduzidos à estruturas
jejuno. O corpo só absorve bem frutose, glicose e ainda menores para serem absorvidas.
galactose. A borda em escova do intestino grosso e duodeno,
A SGLT1 (proteína 1 de transporte de sódio-glicose) faz possui peptidase, que reduzem os peptídeos produzidos
as células intestinais captarem glicose ou galactose pelo suco pancreático, em aminoácidos e
(elas competem pelo receptor). O SGLT1 utiliza a oligopeptídeos.
energia do gradiente de sódio, que vem da bomba de Os aminoácidos já podem ser absorvidos pelas células,
sódio e potássio na membrana basolateral. Na mas os oligopeptídeos ainda precisam de mais redução.
passagem o SGLT1 transporta dois íons Na+ e uma As peptidases podem variar de acordo com a função:
glicose(galac.).
→Aminopeptidases: cliva aminoácidos da terminação N •Bº+ → cisteínas, AA neutro/básico
dos peptídeos •y+ → AA básicos
→Dipeptidases: cliva dipeptídeos em aminoácidos
Na membrana basolateral, os transportadores presentes
→Dipetidil aminopeptidase: cliva um dipeptídeo na
extremidade N do peptídeo não são específicos das células epiteliais.
→Dipetidil carboxipeptidase: cliva um dipeptídeo na Não se conhece transportadores basolaterais para
extremidade C do peptídeo aminoácidos ácidos.
O produto final é a produção de aminoácidos e Os transportadores dependentes de (cálcio) sódio
pequenos peptídeos. medeiam a capitação de AA através da n-basolateral,
No citoplasma das células do duodeno e intestino
que servirão para a síntese proteíca nas células
delgado – o citoplasma das células epiteliais também
possuem peptidases que poderão converter/ reduzir os epiteliais no período interdigestivo.
pequenos peptídeos em aminoácidos. Os transportadores independentes de Na+, medeiam o
Estas peptidases, em específico, estão mais presentes efluxo de AA para o sangue.
no citoplasma do que na borda. Agem sobre dipeptídeos → Dependente de Na+:
e tripeptídeos, que entram na célula pelas proteínas de
transporte de peptídeos. •A→ aminoácidos neutros, iminoácidos;
Absorção •ASC→ pequenos aminoácidos neutros, como serina,
De proteínas intactas e grandes peptídeos: uma alanina, cisteína.
baixíssima quantidade é captada por células M dos → Independente de Na+:
sistemas imunes da mucosa. •asc→ os mesmos para ASC: pequenos aminoácidos
De pequenos peptídeos: o jejuno é mais ativo que o íleo.
neutros
A membrana tem afinidade com dipeptídeos e
•y+ → aminoácidos básicos
tripeptideos, e pouca afinidade para peptídeos com mais
•L → aminoácidos maiores neutros e hidrófilos
de quatro aminoácidos.
O glutamato, glutamina e aspartato não são
O sistema de transporte é estereoespecífico.
transportados, e sim desviados para vias do
A afinidade do sistema é maior para aminoácidos com
metabolismo energético (são o combustível preferido
cadeias laterais volumosas.
das células epiteliais intestinais)
A ação de trocados de Na+ e H+ na membrana, cria um
*Em neonatos não há presença de muitos sais biliares.
microclima ácido que facilita a absorção de pequenas
Entretanto possuem triglicerideos médios e curtos. Por
proteínas.
isso, o corpo adaptou a lipase para ajudar na digestão
A entrada dos pequenos peptídeos na célula é
de gorduras do leite.
energizado pela diferença de potencial eletroquímico
*Xenical: fámaco usado no tratamento da obesidade e
para H+.(tri e di só entram com próton)
impede a ação da lipase, então o lipídio não é
Os aminoácidos clivados são absorvidos para o sangue,
absorvido.
mas há indícios de que alguns pequenos peptídeos
Lipídios
podem ser transportados pelo sangue.
A digestão e absorção é mais complicada, uma vez que
Dos aminoácidos: o íleo é mais ativo na captação de
se trata de moléculas hidrofóbicas. O lipídio mais
aminoácidos que o jejuno.
ingerido é o triglicerídeo, seguido por fosfolipídeo,
Na borda em escova, há proteínas específicas para
ésteres de esteróis e etc. Basicamente, são
transporte de aminoácidos. Este transporte pode
transformados em óleo no estômago, e as gotículas são
depender do gradiente de Na+. Estes transportadores
ainda mais quebradas no intestino delgado.
são muito específicos, pois só agem nas células
Digestão
epiteliais. Os aminoácidos, tanto na membrana
No estômago: a gordura fica um tempo maior no
basolateral, quanto na borda, pode realizar difusão, e
estômago (daí a saciedade), pois a presença de gordura
esta depende do grau hidrofóbico do aminoácido
no duodeno impede que a comida saia do estômago
(difusões importantes dependem do gradiente de
sem terminar a fase da digestão. A acidez do estômago,
concentração e se o aminoácido é hidrofóbico).
também inibe a ação de fosfolipídeos e outros
Exemplo de transportadores de aminoácidos na
emulsificantes naturais.
membrana da borda:
O estômago possui a lipase pré-duodenal, que realiza
→ Dependente de Na+
hidrólise dos triglicerídeos. A lipase pré- duodenal possui
•B → aminoácidos neutros
dois componentes: a lipase lingual, em menor parte; e a
•Xãg → aminoácidos ácidos lipase gástrica, produzidos em glândulas profundas do
•IMINO → iminoácidos(prolina e hidroxiprolina) estômago.
→ Independente de Na+: realizam transporte facilitado e No duodeno e jejuno: Nessa fase, a ação do suco
não transportam aminoácidos ácidos. pancreático é fundamental.
As enzimas do suco pancreático, são hidrossolúveis, A micela chega, então na membrana apical das células
portanto só agem em partes muito pequenas dos intestinais começando o processo de absorção.
lipídios: as gotículas de gordura. Camada Estacionária: A camada estacionária tem Ph1
unidade mais baixa que o intestino para ajudar na
*A secreção biliar não é boa emulsificante (sua função é absorção dos produtos. Encontra-se sobre as células
basicamente a formação de micelas). Entretanto, a intestinais e é nela que os produtos da digestão
lecitina pode atuar como emulsificante. conseguem ser liberadas da micela, entrando assim, na
As enzimas digestivas provenientes do suco pancreático membrana plasmática. As micelas seguem,
principalmente, com colesterol, uma vez que este é o
são:
mais lento para ser absorvido. A micela se finda no íleo,
→Lipase pancreática (hidrólise do éster de glicerol) quando todos os produtos já foram absorvidos e os sais
→Colipase: ajuda a lipase biliares são absorvidos para a circulação entero-
hepática.
→Hidrolase do éster de colesterol
Absorção:
→Fosfolipase A
Ácidos graxos, colesterol, 2-monoglicerídeos e
*Tem também a lipase não específica lisolecitinas, atravessam a membrana apical por difusão.
A lipase pancreática age sobre os triglicerídeos, Ácidos graxos de cadeia longa são facilitados por
clivando-os para produzir ácidos graxos livres e 2- proteinas, a MVM-FABP (proteína ligante dos ácidos
graxos na membrana dos microvilos). Também ajuda
monoglicerideo (1glicerol + 1 ácidos graxo). lisofosfolipideos.
Os sais biliares podem desativar as lipases em O colesterol possui colesterol esterose próximo às
concentrações fisiológicas. Aparece então a colipase, membranas. A hidrólise dos ésteres de colesterol
que se une ás moléculas de lipase e deslocam os sais próximo às membranas, facilita sua absorção. O
biliares presentes na gotícula (os sais biliares se ligam colesterol, cruza por difusão simples.
Há uma restrição na absorção do colesterol. A proteína
as gotículas, impedindo a ação da lipase).
de transporte ABC faz com que somente 50% do
A hidrolase do éster de colesterol, cliva a ligação éster colesterol seja absorvido, pois usa a energia do ATP,
de um éster de colesterol, e produz colesterol livre e para remover o colesterol e bombeá-lo de volta para o
ácido graxo. A hidrolase é idêntica à lipase não- lúmen.
específica, que cliva ligações éster de ácidos graxos Dentro do citoplasma, há proteínas ligantes, que servem
por exemplo, pra evitar a formação de gotículas e levar
quaisquer. A lipase não-específica, é uma enzima
os produtos para o retículo endoplasmático.
dimérica, pois forma dímeros para não ser digerida por
Estas proteínas são I-FABP e L-FABP. A I-FABP se liga a
sais biliares. uma variedade maior de produtos (ácidos graxo,
*dímeros: dois monômeros colesterol, monoglicerídeo, lisofosfatideos).
A fosfolipase A cliva as ligações éster do As SCP1 e SCP2 são proteínas carregadoras de
glicerofosfatídeo (fosfatidilcolina), em um ácido graxo e colesterol e outros esteróis.
uma lisofosfatidilcolina. Eles são secretados na forma No retículo endoplasmático liso, ocorre re-esterificação
inativa, mas sofrem ativação pela clivagem tríptica(ação dos produtos, então, é formado novos triglicerídeos,
da tripsina). Além disso, dependem do cálcio para agir. fosfolipideos…
*Agem sobre o éster na posição 2. Só o colesterol que pode deixar alguns colesteróis livres.
Quando entra em contato com os ácidos biliares, o O intestino também pode sintetizar novos lipídeos. O
produto da digestão dos lipídeos após a ação do suco produto final é chamado pré-quilomicron, com
pancreático, forma as micelas. fosfolipídeos externos para ajudar na solubilização com
As micelas possuem de 20 a 30 moléculas de lipídeos o meio aquoso.
(en). Possuem também um lado hidrofílico(externo) e Também há presença dos apolipoproteina que é
hidrofóbico(interno). sintetizada pelas células epiteliais e está na borda do (p)
O ácido biliar possui característica anfipática, por isso a quilompicron para ajudar no transporte.
micela também é. Portanto, ácidos graxos de cadeia No retículo endoplasmático liso, vão para o complexo de
longa, colesterol, vitaminas lipossolúveis (cadeias acil Golgi, onde sofrem um adicionamento e saem por
hidrofóbicas do 2- monoglicerídeo) tendem a ficar na exocitose e são chamados quilomícrons.
face interna. Os quilomícrons são grandes para passarem pelos
A concentração micelar crítica, é a quantidade mínima capilares. Então entram na linfa, pelos lactíferos.
de ácido biliar necessária para formação das micelas. Os quilomícrons vão para a cisterna do quilo. Lá são
As micelas e a solução aquosa que as rodeiam realizam liberados aos poucos para que não haja entupimento de
uma troca de produtos da digestão de lipídios. vasos. A linfa conduz os quilomícrons até o ducto
Os produtos da digestão dos lipídios são venoso, onde passam para a circulação venosa.
lisofosfatidileolinas, glicerol (álcool), portanto *Se não há gordura no intestino, é sintetizado VLDL, que
hidrossolúvel), ácidos graxos com cadeias de diferentes possui menor tamanho, maior densidade que o
tamanhos, diglicerídeos, monoglicerídeos, etc. São quilomícron, além de possuir mais proteínas.
hidrofóbico, portanto quando se juntam a micela, se Absorção de ácidos biliares:
localizam na parte interior. A parte exterior é Os ácidos biliares são absorvidos no ileo de duas
hidrossolúvel para haver interação com a solução formas: transporte ativo e difusão simples.
aquosa presente no lúmen do intestino.
*Também há ação das bactérias para desidroxilação dos A intolerância pode aparecer em diferentes idades,
ácidos biliares para ajudar na absorção. podendo variar para cada etnia. De modo qual ocorre no
•Transporte ativo: ácido biliar conjugado → usa o fim da adolescência.
gradiente de sódio. Crianças com intolerância devem se atentar para a
•Difusão simples: ácido biliar não conjugado → suplementação de cálcio e vitamina D, além da ingestão
possuem menos hidroxilas, são mais hidrofóbicos, de proteínas advindas de outras fontes para ajudar no
portanto mais fáceis, pois não possuem afinidade pelo crescimento.
transportador ativo. •Deficiência secundária de lactose: ocorre em
Uma vez absorvido, são carregados pelas albuminas. decorrência de outros problemas intestinais, devido à
Os hepatócitos os colhem, reidroxilando-os e ação sobre a mucosa, que pode parar de produzir
reconjugando-os para serem resecretados na bile. São lactase temporariamente ou não.
sintetizados a partir do colesterol. Entre as condições fisiopatológicas subjacentes,
destacam-se: infecções agudas, doença celíaca;
parasitoses, etc.
- Explicar a intolerância a lactose
•Deficiência neonatal de lactose: rara. Não existe
(fisiopatologia e diagnóstico) - produção de lactose. Pode ser de dois tipos:
Juntamente como a alergia à proteína do leite, a → Alactasia congênita(primeiros dias de vida, diarreia
intolerância se caracteriza por uma série de reações ácida, desidratação, acidose metabólica)
adversas, tais como:
→ Intolerância congênita à lactosa (quadro semelhante
•Dor abdominal, cólicas, diarréia, flatulência, náusea, à alactasia, acrescida de aminoxidúria, lactosúria,
após a ingestão da lactose. acidose renal).
A lactose é um dissacarídeo proveniente do leite, e para Os distúrbios eletroquímicos e desidratação causado por
ser absorvido, precisa estar sob a forma dos ambos, pode causar morte.
monossacarídeos glicose e galactose. A hidrólise da
Diagnóstico:
lactose ocorre nas enzimas lactases presentes nas
células do intestino. Acidez nas fezes + quadro sintomatológico + casos
familiares. O teste de H+ expirado, mostra se houve
A deficiência de lactose pode ter diferentes causas,
aumento de H após ingestão da lactose.
sendo muito comum na idade adulta.
*A alergia possui sintomas parecidos, entretanto envolve - Explicar a ação e localização das
o sistema imunológico, além de apresentar problemas secreções digestivas -
como rinites e asma. Está ligada à 8-lactoglobulina e Secreção
cisteína 2(caseína). No TGI, o próprio alimento estimula a produção de
Já a alergia é mais comum nos primeiros anos tendendo sucos. É a estimulação mecânica, provocada pela
à cura até os 3 anos de idade. distensão da parede intestinal, irritação química,
O aparecimento dos sintomas, assim como a estimulação tátil.
velocidade, estão envolvidos na quantidade de lactose SNP → A secreção do TGI é regulada pelo SNP. O
do alimento, assim como o grau de lactase no nervo vago e o pélvico, são os responsáveis.
organismo do indivíduo. SNS → realiza a vasoconstrição, reduzindo o grau de
secreção. Pode ser ativado em situações de estresse,
A lactose não digerida vai para o cólon, onde entra em
por exemplo, o que impede a secreção intestinal,
contato com as bactérias da flora. A concentração de
deixando o alimento ácido no intestino.
lactase, induzirá a entrada de água por mecanismos de
Mecanismo básico de ação das glândulas de modo
osmose. A água dará consistência mole às fezes, assim
geral:
como aumentará o trânsito intestinal.
1- O nutriente que a célula secretará está difuso no
Também ocorrerá a fermentação, que produzirá gases,
sangue, e chega até sua base por meio dos capilares.
causando flatulência (meteorismos) e distensão
2- As mitocôndrias da base formam ATP.
abdominal.
3- As substâncias orgânicas são sintetizadas no retículo
Classificação: endoplasmático, e depois vão para o complexo de Golgi,
Deficiência ontogenética de lactose ou hipolactosia onde poderiam ser acrescentados ou modificados e
primária do adulto: É comum que haja uma diminuição posteriormente, descarregados no citoplasma sob a
progressiva da lactose. Esta diminuição também inclui forma de vesículas secretoras.
variantes étnicos, 4- As vesículas ficam aguardando sinal hormonal ou
•Descendentes caucasianos tendem a ter uma maior nervoso. Esse sinal, é provavelmente, quando entra íons
tolerância na fase adulta. Acredita-se, que houve uma cálcio nas células e deixa as vesículas difusas na
seleção natural entre os povos criadores de gado membrana, realizando a exocitose.
leiteiro, de modo a perpetuar a resistência à produção MUCO: É diferente nas partes do TGI, mas de modo
de lactase. geral, tem características de aderência que fazem um
•Negros, indianos, orientais, esquimós, tem certo grau filme sore o alimento, pois possui um material resistente,
de tolerância até os cinco anos, entretanto, estes povos impedindo que o alimento entre em contato com a
não fazem uso constante do leite. Os sintomas mucosa, mesmo o muco sendo resistente às enzimas.
aparecem para os resultados de imigrações. Secreção de saliva
O gene regulador da produção da lactase está no É produzida pelas glândulas parótidas, sblinguais,
cromossomo 2, que pode impedir a supressão da submandibulares e minúsculas glândulas orais.
lactase no tempo programado. As parótidas só secretam material seroso que é quando
há ptialina (alfa-amilase), por digerir amido. As
sublinguais e submandibulares secretam secreção
serosa e mucosa, que é quando há mucina, para •O fator intrínseco é fundamental para a absorção de
lubrificar e proteger as superfícies. vitamina b12. Em gastrite crônica, a destruição das
→ Íons na saliva: dentro da glândula os ácidos secretam células parietais pode causar anemia perniciosa, já que
a secreção primária contendo mucina ou ptialina. Esta não é possível a maturação de hemácias sem a
secreção 1 flui pelos ductos salivares, sofrendo vitamina B12.
modificação iônica. → Glândulas pilóricas: secretam o muco de células
Primeiro, há reabsorção de sódio e íons potássio são semelhantes à oxínticas. Secretam pouco pepsinogênio,
liberados com uma troca. A maior absorção de sódio em e gastrina, que regula a secreção de HCl.
relação ao potássio cria uma carga de 70 milivolts, que O HCl também pode ser regulado pelas células
será responsável pela reabsorção dos íons cloreto. semelhantes a enterocromafins, que secretam
Segundo, íons bicarbonato são secretados pelo epitélio histamina.
por conta do processo secretório ativo e trocas por íons As CSE são estimuladas pelo SNE e gastrina.
cloreto. →Com gastrina: glândulas pilóricas → células G →
A saliva portanto, possui íons potássio e bicarbonato. gastrina. A ingestão de alimentos proteicos ativa a
→ Função: evita deterioração como as cáries. E pode gastrina, que ativa a CSE, que libera histamina. Esta
destruir bactérias por meio da ação de íons tiocianato e age nas glândulas oxínticas de forma rápida.
enzimas proteolíticas. Sem a saliva, haveria ulcerações. → Inibição da secreção gástrica: quando o alimento está
→ Regulação nervosa: os núcleos que regulam a saliva no duodeno, I delgado, há inibição de secreção gástrica
se encontram próximas ao bulbo e a ponte, e pode ser pela ação do sistema nervoso mioentérico que faz
estimulado por estímulos táteis, da língua ou gustativos, reflexo enterogástrico reverso.
a boca saliva (fase cefálica). •Secretina
Os sinais parassimpáticos induzem a salivação •Peptídeo inibidor gástrico, somatostatina, polipetídeo
dilatando o vaso sanguíneo. Ao secretar, a glândula intestinal
libera calicreína, que cliva as proteínas do sangue alfa-Z Secreção pancreática
globulina formando bradicinina, um vasodilatador. Suco exócrino: componente aquoso/enzimático,
Secreção esofágica contendo HCO3 para proteção e enzimas digestivas
São totalmente mucosas e fornecem lubrificação para a respectivamente. A CCK(colecistocinina) estimula o
deglutição. Próximo ao estômago, as glândulas são componente aquoso. A secretina estimula o componente
compostas, para evitar escoriação, quando o ácido enzimático.
gástrico reflui. → Estrutura: possui células acinares em lóbulos, que
Secreção gástrica secretam componente enzimático. São drenados por
No estômago há dois tipos de glândulas tubulares: as ductos intercalados que drenam para os ductos
glândulas oxínticas (secretam fator intrínseco, HCl, e intralobulares, que vão para o ducto extralobular, que
pepsinogênio) e as glândulas pilóricas (que secretam vão para o ducto maior, que vai para o duodeno no
gastrina e muco). ducto biliar comum.
→ Glândulas oxínticas: compostas por 3 tipos de céluas: A parte endócrina, são as ilhotes de Langerhans, que
•Células mucosas do colo: muco secretam insulina, glucagon e polipetídeos pancreáticos.
•Células parietais: fator intrínseco e HCl. •Componente aquoso: produzido nas células epiteliais
•Células pépticas: pepsinogênio dos dutos. Possui quantidades maiores de HCO3.
- Ácido clorídrico: o ácido é secretado por conta da Quando há estimulação dasecretina, os dutos
bomba hidrogênio-potássio (H+ K+ ATPase). extralobulares secretam solução com mais HCO3-.
1º- O H2O se dissocia em H+ e OH-. O potássio •Componente enzimático: é produzido nos ácinos e
transportado na membrana cai para o lúmen, mas a possui enzimas digestivas para os 3 macronutrientes.
bomba faze eles serem reciclados novamente para a - Proteases: são secretados em forma de zimogênio –
célula. A bomba de sódio e potássio reduz o sódio no tripsinogênio, quimiotripsinogênio, procarboxipeptidase,
meio intracelular. O sódio dos canalículos se dirigem que entram em contato com as enteropetidases do
para lá. Então o K+ e o Na+ vão para o meio intracelular intestino, ativando assim a conversão da tripsina, que é
e deixam os canalículos livres, fazendo com que os íons autocatalítica e converte também as outras proteases
H migrem para lá. em quimiotripsina e carboxipeptidase. O inibidor da
2º- O H+ é bombeado para fora da célula. O OH- tripsina impede a conversão prematura.
acumula e forma HCO3- com o CO2 do metabolismo da - Alfa- amilase: cliva o amido em oligossacarídeo
célula. O HCO3- é transportado para o fluído - Lipase: lipase pancreática, hidrolase do éster de
extracelular em troca de íons cloreto. Esses íons vão colesterol e fosfolipase A2.
para os canalículos onde formarão ácido hidroclorídrico. - Ribonuclease/desoxirribonuclease
3º- Há ions extra nos canalículos. A água entra por Todas as enzimas ficam armazenada nos grânulos de
osmose. O produto final do canalículo é água, o HCl, zimogênio das células acinares. O conteúdo é liberado
cloreto de K+, e pouco NaCl. por exocitose.
*A barreira gástrica é alcalina e impede que o HCl volte. → Regulação: ocorre principalmente pela CCK e
Uso de aspirina e álcool lesa a mucosa. secretina produzidos no duodeno.
→ Fatores que estimulam: estímulos parassimpáticos •Fase cefálica: impulsos vagais induzem à secreção de
estimulam acetilcolina, que estimula as células pépticas 25% do conteúdo pancreático que é rico em proteínas
a secretarem pepsinogênio; células parietais ácido nessa fase.
clorídrico e muco pelas mucosas. •Fase gástrica: 10% da secreção. O alimento no
•Ao entrar em contato com o ácido clorídrico, o estômago causa distensão que estimula reflexos
pepsinogênio forma a pepsina ativa. vasovagais que induzem a secreção pelas células
acinares de enzimas.
•Fase intestinal: a chegada do alimento ácido no *Os ácidos biliares são anfipáticos porque as hidroxilas,
intestino, induz a produção de secretina, que age nas a caboxila e as as ligações peptidicas se arranjam de
células dos ductos pancreáticos afim de aumentar a um lado da molécula.
secreção de HCO3- que neutraliza os ácidos. A O caráter anfipático dos ácidos biliares, ajuda na
chegada de aminoácidos e peptídeos,ativa o CCK, que formação das micelas.
age sobre as células acinares para produzir/secretar Os hepatócitos também secretam fosfolipídios na bile,
mais enzimas. Ao todos, corresponde à 65% do suco principalmente a lecitina (famosa emulsificante). Os
pancreático excretado. fosfolipídeos formarão micelas mistas, que são
→ Mecanismos Intracelulares fundamentais, uma vez que, quanto mais fosfolipídio,
•Os receptores para acetilcolina, bombesina, Cck, mas a micela suporta colesterol.
estimula a hidrólise de fosfolipídeos que elevam a Já a bilirrubina, é uma hemácia velha, em que a
concentração de Ca2- → enzimas hemoglobina foi convertida. Os hepatócitos as conjugam
•O GMP – c intensifica a secreção indiretamente, pois com ácido glicurônico e secretam glicuronídeos de
aumenta o tamanho das células acinares. bilirrubina, que pode ser absorvida pelo sangue, ser
•Os receptores para secretina, aumenta as excretada pela urina, ou ser ressecretada pela bile.
concentrações de AMP-c → dutos → Transportadores que ajudam os ácidos biliares a
•A somatostatina reduz a concentração de AMP. O entrarem na célula – hepatócito:
glucagon também. Níveis elevados de aminoácidos e •O transportador de taurocolato depende de Na+
glicose, inibem a atividade pancreática. Já a insulina (NTPc), faz os ácidos biliares entrarem no hepatócito
ajuda o CCK e a secretina. com dois íons Na+.
Secreções do fígado •A OATP(proteína de transporte de ânion orgânico)
O fígado está envolvido em várias funções, como a transporta ácidos biliares conjugados ou não.
regulação dos níveis de glicose no sangue (através de •O OCT1, capta cátions orgânicos do sangue sinusoidal
mecanismos como a glicólise, glicogenólise e Já as proteínas que efluem da célula para os
glicogênese). Também está envolvido no metabolismo canalículos, são os:
de lipídios, através da absorção pelos hepatócitos, dos •BSEP: proteína exportadora de sais biliares.
quilomícrons. Além de reutilizarem o colesterol dos •MDR1: proteína de resistência a múltiplas drogas
quilomícrons remanescentes para a síntese do VLDL. transportadoras de cátions
No metabolismo proteico, desamina os aminoácidos •MRP2: proteína relacionada com transportador
para formar amônia(síntese ureia). Sintetiza multidrogas – transporta ânions
aminoácidos essenciais e as proteínas plasmáticas. •MDR3: cataliza o efluxo da fosfatidilcolina
Também sintetiza hormônios, é reserva de substâncias → Concentração da bile
importantes, e age contra substâncias tóxicas, uma vez A vesícula extrai Na+, Cl-, HCO3- e água para
que seu retículo endoplasmático liso, possui enzimas e concentrar os ácidos biliares. A saída de água gera um
cofatores que agem na transformação de substâncias gradiente osmótico mantido. A bomba de sódio/potássio
tóxicas. manda Na+ (HCO3-) para o meio intercelular, assim
→ Bile como HCO3- e Cl-. Os produtos deste efluxo são
É produzida nos hepatócitos e contém colesterol, levados pelo sangue.
fosfolipídeos, pigmentos biliares, ácidos biliares, que são → Esvaziamento da vesícula
transportados, através dos canalículos, para os dutos Na fase cefálica/gástrica, a estimulação do nervo vago,
biliares. As células destes dutos secretam HCO3- para faz com que o esfíncter de Oddi libere pouca quantidade
incorporar a bile. de bile. Na fase intestinal, a CCK causa contração e
Na bile também há ação da secretina e CCK, relaxamento do esfíncter.
estimulando dutos e ácidos biliares respectivamente. → Circulação entero-hepática
Entre refeições, os sais biliares vão para a vesícula biliar → Controle da síntese de novos ácidos biliares
onde sua concentração de sais é aumentada. A CCK Os ácidos biliares podem circular até duas vezes em
ajuda no efluxo da bile para o duodeno. refeições típicas. Quando entra no sangue portal, inibe a
No duodeno, os ácidos biliares emulsificam os lipídios síntese de novos ácidos biliares. Com a alta ingestão de
para ajudar na ação das enzimas lipolíticas. Também alimentos ricos em colesterol, o colesterol vai “sobrar”
forma as micelas, que ajuda na entrada de lipídeos pela nos hepatócitos, formando os cálculos biliares.
célula. Após “acabarem” o trabalho, vão para o íleo, - Qual problema de um alimento
onde são reabsorvidos e caem na circulação ultraprocessado ser rico em frutose? -
enterohepática. É um monossacarídeo, altamente solúvel em água. No
- No hepatócito: os núcleos esteróides são retirados do organismo, a frutose é metabolizada no fígado e quando
colesterol nos hepatócitos e formam ácidos biliares está presente em grandes quantidades aumenta a
primários – ácido cólico e quenodesoxicólico-, que são produção do fígado de ácidos graxos, aumentando,
mais hidrossolúveis decido à presença dos grupos portanto, a produção e de triglicerídeos, posteriormente
hidroxil e carboxil. liberados na corrente sanguínea e levando ao aumento
*A ação das bactérias no íleo, desidroxila os ácidos de gordura no fígado (esteatose hepática).
biliares, transformando-os em secundários – ácidos
desoxicólico e ácido litocólico-. O excesso de frutose no fígado gera também aumento a
A glicina e taurina podem se ligar à ácidos biliares por produção de proteínas inflamatórias. Devido a essa
ligações peptídicas, unindo o g-carboxil com a amina da facilidade em aumentar triglicerídeos e de gerar
proteína. É formado então, os ácidos biliares inflamação no organismo.
conjugados, que são mais hidrossolúveis que os não Síndrome Metabólica - uma síndrome na qual o
conjugados. indivíduo pode apresentar aumento da pressão arterial,
aumento da gordura abdominal, aumento de
triglicerídeos, diminuição do HDL (colesterol bom) e
intolerância à glicose (que pode levar a Diabetes
Mellitus).
A frutose é conhecida como o açúcar das frutas. As
frutas in natura são ricas fontes de fibras que ajudam a
regular a liberação de açúcares na corrente sanguínea,
bem como, são importantes fontes de vitaminas e
minerais e compostos antiinflamatórios e antioxidantes.
Porém, a frutose, por ser altamente solúvel em água, de
baixo custo para indústria e com alta capacidade
adoçante é adicionada com facilidade em grandes
quantidades em determinados alimentos com o objetivo
de deixá-los mais saborosos, principalmente sucos,
água de coco, bebidas industrializadas no geral e alguns
alimentos sólidos também.
- O que é açúcar invertido? -

Descreve uma mistura de açúcares em solução,


principalmente glicose, frutose e sacarose, obtidos
através da reação de hidrólise da sacarose, também
denominada inversão.
Para a produção do açúcar invertido, dois métodos de
inversão da sacarose podem ser usados: a hidrólise
enzimática, catalisada pela enzima invertase e a
hidrólise ácida, catalisada por um ácido.

Referências
Fisiologia gastrointestinal – Guyton
Frutose e doenças cardiometabólicas. Dra. Renata
Frauches Medeiros – Laboratório de Ciências do
Exercício (UFF).
Produção de xarope de açúcar invertido obtido por
hidrólise heterogênea, através de planejamento
experimental

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