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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Educação e Saúde – CES


Unidade Acadêmica de Saúde – UAS
Componente Curricular: Bioquímica
Docente: Fillipe de Oliveira
Monitora: Aline Fernandes

Fichamento sobre Carboidratos

❖ Conceitos Básicos:
Carboidratos: é um macronutriente formado por moléculas de carbono, hidrogênio
e oxigênio, e quando esse macronutriente é ingerido, digerido e absorvido é responsável
por liberar glicose, que quando é oxidada gera energia para que o nosso corpo
desempenhe suas funções fisiológicas, por isso, o carboidrato é considerado a maior fonte
de energia. Porém, sua função não é apenas o fornecimento de energia, pois ela também
confere função estrutural como exemplo da celulose e quitina.

Esses carboidratos são classificados como simples e complexos, onde os simples


são os de fácil absorção, como glicose, frutose e galactose, que são monossacarídeos, e
os complexos possuem uma estrutura química maior tendo uma absorção mais demorada,
um exemplo são os polissacarídeos, o principal deles é o amido (de fonte vegetal) e o
glicogênio (de fonte animal).

PS.: O cérebro é um dos órgãos que não funcionam sem glicose disponível na
corrente sanguínea, quando há uma diminuição no consumo deste nutriente há uma
produção exagerada de corpos cetônicos, uma vez que o organismo utiliza proteínas como
fonte de energia.

• Glicólise: é o processo de oxidação da molécula de glicose em piruvato


para a produção de energia.
• Glicogênese: é a formação de glicogênio para o armazenamento.
• Glicogenólise: é a quebra da molécula de glicogênio com o intuito de
liberar glicose livre no sangue para a produção de energia.
• Gliconeogênese: é a formação de glicose 6-fosfato a partir de componentes
não-glicídicos (lactato, aminoácidos e glicerol).
❖ Digestão dos carboidratos:
A digestão dos carboidratos começa através da digestão
mecânica que se inicia na boca através da mastigação e também
digestão química através da mistura com a saliva que é liberada
através das glândulas salivares, a mesma contém a amilase salivar
(ptialina), que vai atuar quebrando as ligações α1-4 do amido.

Após a deglutição o esôfago leva esse alimento até o


estômago através dos movimentos peristálticos, e ao chegar no
estômago a amilase salivar é inativada, pois o pH é muito ácido. O
alimento se mistura ao suco gástrico. Ao chegar no intestino delgado, mais
especificamente no duodeno, é liberado a amilase pancreática, que vai atuar nas
ligações α1-6, e juntamente com as demais enzimas que estão presentes na borda em
escova do lúmen intestinal, vão quebrar os dissacarídeos em monossacarídeos.

Já na porção final do intestino delgado vai ocorrer a absorção desses


monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e água.

❖ Absorção dos nutrientes:


Os transportadores entram nessa etapa, onde o SGLT-1 vai atuar levando a
glicose e a galactose para dentro dos enterócitos através de transporte ativo
secundário, e o GLUT 5 vai carrear a frutose para dentro desse enterócito. Quando os
três estão dentro do enterócitos, ambos vão ser carreados pelo GLUT 2 para a corrente
sanguínea. Ao chegar na corrente sanguínea o GLUT 4 vai pegar mais
especificamente a glicose e levar para os tecidos necessários.

Essa absorção é mediada pelo hormônio Insulina, que estimula o GLUT a


“pegar” essas moléculas de glicose para levar aos tecidos.

❖ Metabolismo:
Essa glicose que é absorvida pode ter vários destinos, mas todos eles têm as
mesmas funções: ser oxidada para formação de energia, ou armazenada para um uso
futuro. A geração de energia ocorre através da respiração celular, que é dívida em três
partes: Via glicolítica/glicólise, ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória. Pode também ser
armazenada em forma de glicogênio através da glicogênese, e esse glicogênio pode ser
degradado para a liberação de glicose livre através da glicogenólise. A glicose também
pode ser formada a partir de componentes não-glicídicos (gliconeogênese).

➢ Via Glicolítica/Glicólise:

É a primeira via metabólica e a melhor de ser entendida, essa via é a única que vai
ocorrer fora da mitocôndria, ocorre mais precisamente no citosol da célula, e o objetivo é
unicamente oxidar uma molécula de glicose em duas moléculas de piruvato, não pode ser
considerado uma fonte de geração de energia por ter uma baixa formação de ATP. Essa
via é constituída de 10 reações e essas reações são divididas em duas fases, onde as cinco
primeiras reações consistem na fase de empréstimo onde é investido 2 ATPs para poder
clivar uma molécula em duas, e a segunda etapa consiste nas cinco últimas reações
denominada de fase de pagamento. Todas essas reações são mediadas por enzimas, que
vão atuar colocando ou retirando determinados componentes nas moléculas.
Ao chegar na quarta reação a molécula de frutose 1,6-bifofsfato é clivada em
Gliceraldeído 3-fosfato (GAP) e Di-hidroxiacetona (DAHP) fosfato, e como é necessário
duas moléculas e GAP para que todas as reações ocorram em dobro, então esse DAHP é
convertido na quinta reação, levando em consideração que tudo agora ocorrerá duas
vezes.

Nas reações 1 e 3 há a quebra de ATP promovida pelas enzimas quinase, que


quebram o ATP que vira ADP, afim de pegar esse fosfato que é retirado e adicionar a
molécula de glicose. Na sexta reação há entrada de fosfato e formação de 2 NADH que
serão utilizados na cadeia respiratória. Já nas reações 7 e 10 tem formação de 4 ATPs.

O balanço final dessa via é um total de 2 moléculas de Piruvato, 2 NADH e 4


moléculas de ATP, porém com o saldo positivo de apenas 2, pois é devolvido os 2 que
foram usados na primeira fase, por isso é conhecida como fase de pagamento.

✓ Regulação da via:

A regulação dessa via vai ocorrer mediada por três enzimas; Hexoquinase,
fosfofrutoquinase e piruvatoquinase.

Hexoquinase: é a primeira enzima que atua na via, fosforilando a molécula de


glicose em glicose 6-fosfato, e é uma reação irreversível. A regulação dela ocorre
justamente através dessa glicose 6-fosfato, a enzima para de funcionar quando há uma
quantidade significativa desse produto, e vai permanecer inativa até que os níveis dessa
molécula sejam reduzidos.

Fosfofrutoquinase: é uma importante enzima, pois ela quem irá regular a


velocidade da via. O mecanismo de regulação ocorre da seguinte forma: Sua atividade é
estimulada pelo ADP, AMP e frutose-6-fosfato, fazendo papel de efetores positivos. Por
outro lado, quando há excesso de ATP ela é inibida. Quando a relação ATP/ADP for alta
a atividade da enzima fosfofrutoquinase é severamente inibida, no entanto quando esta
mesma relação é baixa a fosfofrutoquinase tem sua atividade acelerada. Como em
condições aeróbicas a relação ATP/ADP é alta, a velocidade da reação da
fosfofrutoquinase é reduzida e consequentemente a glicólise também é reduzida.

Piruvatoquinase: Sempre que a célula já dispõe de uma concentração de ATP


alta, a glicólise é inibida pela ação da fosfofrutoquinase ou da piruvatoquinase. Por
outro lado, em baixas concentrações de ATP, a afinidade aparente da piruvatoquinase
pelo fosfoenolpiruvato aumenta, este comportamento capacita a enzima a transferir o
grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP.

➢ Destino do Piruvato:

Ao final essas moléculas de piruvato podem


seguir três vias: em condições de boa disponibilidade
de O2 transforma-se em Acetil-CoA para seguir para
o ciclo do ácido cítrico (Ciclo de Krebs) ou em
condições de anaerobiose (falta de O2) sofre
fermentação láctica ou alcoólica.

✓ Aeróbico:

Com uma boa disponibilidade de O2 o


piruvato entra na mitocôndria para ser descarboxilado e desidrogenado a Acetil-CoA, que
será utilizado no Ciclo de Krebs para a geração de NADH e FADH2, moléculas
precursoras da cadeia respiratória.

E SE ESSE PIRUVATO NÃO ENTRAR NA MITOCÔDRIA, O QUE


ACONTECE?

✓ Anaeróbico:

Em condições de anaerobiose o piruvato é convertido a lactato através da


fermentação, ocorre no músculo esquelético em condições devido a exercício intenso,
quando o metabolismo aeróbio não pode suplementar a energia necessária. Ao ser
convertido tem a degradação de um NADH, então consequentemente a fermentação
também regenera os níveis de NAD+ para a via glicolítica.
PS.: O lactato é um composto ácido, então pode deixar o músculo ácido causando
assim a fadiga muscular, desse modo o musculo libera esse lactato na corrente sanguínea,
porém, se tiver altos níveis de lactato no sangue pode ocasionar uma acidose metabólica,
então o fígado captura esse lactato para converte-lo novamente e piruvato e depois em
glicose através da gliconeogênese, essa glicose é jogada novamente na corrente sanguínea
e o musculo captura para gerar a energia necessária, esse processo é denominado ciclo de
Cori.

o Outras hexoses na via glicolítica:

Outros monossacarídeos como frutose e galactose podem ser usados como fonte
de energia, basta transformá-los em intermediários da via glicolítica, isso ocorre quando
há a adição de fosfato no carbono 6.

▪ Frutose:

As enzimas irão catalisar a conversão da frutose em frutose 1-fosfato, e logo


após realizam também a clivagem em Di-hidroxiacetona fosfato e gliceraldeído,
promovem também a fosforilação do gliceraldeído em gliceraldeído 3-fosfato. Desse
modo a frutose já entra na quinta reação da via glicolítica, isso a torna uma forma mais
rápida do que a glicose.

Frutose 1-fosfato

Gliceraldeído Di-hidroxiacetona

Gliceraldeído 3-fosfato Gliceraldeído 3-fosfato


▪ Galactose:

Do mesmo modo que a frutose, a galactose também tem que ser fosforilada, Essa
fosforilação ocorre através de uma galactoquinase, e um ATP será o doador do fosfato
para essa fosforilação, é formada uma molécula de galactose 1-fosfato, que reage com
uma UDP-Glicose formando UDP-galactose e glicose 1-fosfato, pois a galactose 1-
fosfato não pode entrar na via. Então a glicose 1-fosfato entra na via e é rapidamente
transformada em glicose.

Essa UDP-galactose que foi formada é novamente metabolizada em UDP-glicose


para reagir com outras moléculas de galactose 1-fosfato. Desse modo, o UDP só é
utilizado para ativar a galactose

Glicose 1-fosfato

Galactose 1-fosfato

UDP-Glicose

UDP-Galactose

Glicose 1-fosfato

Glicose 6-fosfato

➢ Ciclo do Ácido Tricarboxílico/Ciclo de Krebs (C.K)

Como já citado, uma boa disponibilidade de oxigênio resulta na descarboxilação


do piruvato a acetil-CoA. Esta etapa da respiração celular já ocorre dentro da mitocôndria,
mais especificamente na matriz mitocondrial. É uma série com total de 8 reações, todas
mediadas por enzimas, e o principal objetivo é a formação de moléculas precursoras
(NADH e FADH2) e consequentemente é a etapa onde ocorre a finalização da oxidação
da molécula de glicose que se inicio na via glicolítica. Esse acetil-CoA se junta a uma
molécula de Oxaloacetato e assim se inicia o ciclo. Ocorre a saída da
coenzima para a junção
das duas moléculas.
O Malato perde H+, que se
junta ao NAD+ formando Ocorre uma desidratação
mais um NADH (saída de H2O)

A reação resulta na perda


de um carbono em forma
A molécula passa por uma
de CO2, e a perda de um H+
hidratação, ao seja, há a
que se junta ao NAD+
entrada de uma molécula formando NADH.
de H2O.

A enzima promove a
liberação de H+, que irá se Ocorre novamente perda
juntar a um FAD, de um carbono em forma
formando FADH2, que de CO2, ocorre outra
será usado na cadeia A enzima promove a saída da coenzima A, formação de NADH, e por
respiratória, assim como o ocorre então a junção de um fosfato fim a entrada de uma CoA
NADH inorgânico (Pi) a uma molécula de GDP
formando então GTP, esse GTP doa esse
fosfato para um ADP ocorrendo então a
formação de um ATP, e o GTP volta a ser
GDP

Ao final das reações, o oxaloacetato é restaurado e devolvido à matriz


mitocondrial, onde estará pronto para se unir a outra molécula de acetil-CoA e recomeçar
o ciclo. O saldo final do ciclo é de 3 NADH, 1 FADH2 e 1 ATP, onde esses NADH e
FADH2 serão usados na última etapa da respiração celular: a cadeira respiratória, que irá
utilizá-los para a formação de ATP.

✓ Regulação do ciclo

O ciclo é regulado por três enzimas: Citrato sintase, Isocitrato desidrogenase e α-


cetoglutarato desidrogenase.
Citrato sintase: é inibida pelo acúmulo de Succinil-CoA, de ATP, de NADH e de
Citrato. É estimulada pela alta concentração de ADP, que sinaliza que o corpo precisa
da geração de energia.

Isocitrato desidrogenase: é inibida também pelo acúmulo de Succinil-CoA, ATP


e NADH, e é estimulada pela alta concentração de ATP e pela presença de Ca2+ (cálcio).

α-cetoglutarato desidrogenase: assim como as duas anteriores ela é inibida


também pelo acúmulo de Succinil-CoA, ATP e NADH, porém é estimulada pela
presença de Ca2+ (cálcio).
➢ Cadeia Respiratória/Fosforilação Oxidativa

A cadeia respiratória é o estágio final da respiração celular, e é onde de fato ocorre


a formação de energia em forma de ATP, esse estágio ocorre nas cristas mitocondriais.
As moléculas de NADH e FADH2 que são produzidos desde o início da respiração são
utilizadas pela cadeia respiratória, esses carreadores doam os H+ para os complexos que
estão na matriz interna da crista, e junto desses H+ são doados elétrons que serão atraídos
pelo oxigênio e funcionarão como uma carga para que esses complexos joguem os
hidrogênios no espaço da intermembrana. A região intermembranar ficará extremamente
carregada positivamente com o acúmulo de H+,
Ao chegar nesse complexo os elétrons já estão com baixa e dentro da matriz ficará carregado
energia e conseguem bombear apenas 2 H+ do NADH e 2
negativamente, os H+ forçarão sua volta
H+ do FADH2, totalizando apenas 4 H+. É também nesse
complexo que há uma afinidade maior desses elétrons pelo tentando acabar com essa diferença de
oxigênio que ficará instável e reagirá com íons H+, potencial, e só poderão voltar através do
formando moléculas de água Complexo V.

O complexo III é
O NADH doa os seus abastecido com os
hidrogênios ao Complexo I, que hidrogênios dos outros
bombeia esses H+ no espaço 2 complexos
intermembranar. O NADH volta totalizando 8 H+
a ser NAD+ e volta para a via bombeados (4 Esse fosfato entra
glicolítica e C.K. O complexo derivados do NADH e através de um Há um custo de 4 H+
bombeia um total de 4 H+. 4 do FADH2), esse carreador com o para formar 1 ATP.
complexo repassa os custo de 1 H+
elétrons para o entrando com ele.
O Complexo II não tem complexo IV através de
capacidade suficiente para uma estrutura
O complexo V é responsável por juntar o ADP presente na
bombear os hidrogênios que o denominada Citocromo
membrana com o fosfato (Pi) que entrou, e esse processo
FADH2 doa, então o complexo C (Cit C).
só é possível quando o mesmo gira (semelhante a uma
repassa esses hidrogênios junto turbina) e junta o ADP ao Pi, porém isso só é possível com
com os elétrons para a CoQ. O o custo de 3 H+ nesse complexo, desse modo o complexo
FADH2 volta a ser FAD e volta gira e junta os dois formando ATP.
para o C.K
4 do complexo II
4 do complexo I
2 do complexo III

Considerando que foram formados 2 NADH na glicólise, 2


ao converter piruvato em acetil-CoA e 6 no ciclo de Krebs,
totalizando 10 NADH, então a partir do NADH são formados
aproximadamente 25 ATPs.
4 do complexo II
Já o FADH2 só é possível formar 1,5 ATP, de modo que com
duas moléculas só é formado aproximadamente 3 ATPs

2 do complexo III

Ao final da cadeia respiratória é possível produzir aproximadamente 28 ATPs, e


ao somar com os 2 que são produzidos na glicólise e 2 que são produzidos no ciclo de
Krebs, o saldo é de aproximadamente 32 ATPs.

PS.: Esse saldo pode variar.

❖ Degradação e síntese do glicogênio:


O corpo humano necessita de energia constantemente para realizar suas atividades
metabólicas, como já citado essa energia é proveniente do ATP, que é gerado através da
oxidação da glicose. Em estado bem alimentado o organismo humano tem capacidade de
utilizar essa glicose para a geração da energia, mas também armazena essa glicose para
um gasto futuro, esse armazenamento é feito através da síntese de glicogênio denominada
de glicogênese.

✓ Glicogênio: é um polímero, constituído de várias unidades de glicose, que


são ligadas através de ligações α1-4 (nas ligações lineares) e α1-6 (nas
ramificações). Esse polissacarídeo pode ser armazenado tanto no fígado
quanto no músculo, a única diferença dos dois é que o músculo quando
quebra esse glicogênio distribui para os tecidos do corpo, já o musculo
utiliza para si mesmo.

Quando necessário (em casos de jejum ou de exercício físico pesado) o corpo


precisa quebrar esse glicogênio, liberando glicose livre no sangue para aumentar os níveis
de glicemia e para a geração de energia, essa quebra é denominada de glicogenólise. Há
ainda os casos onde o corpo não possui mais glicose livre e nem glicogênio para ser
quebrado (jejum prolongado acima de cinco horas sem se alimentar) então o organismo
procura outras formas de gerar essa glicose, e isso ocorre através da gliconeogênese, que
forma glicose a partir de componentes não-glicídicos.

➢ Glicogênese

A glicogênese ocorre em estado bem alimentado devido à alta circulação de


glicose livre no sangue, consiste na síntese de glicogênio, ou seja, juntar uma molécula
de glicose a outra a partir de um glicogênio pré-formado. Esse processo é mediado pelo
hormônio insulina, ou seja, a insulina é o estimulador da glicogênese, onde a mesma
estimula o fígado a capturar essa glicose e estimula a liberação e ativação das proteínas
fosfatases, e ativa a glicogênio sintase, que será responsável pela formação desse
glicogênio.

Um glicogênio só pode ser formado a partir de um “primer”, onde uma


proteína chamada glicogenina que adiciona moléculas de glicose a si mesma através
da UDP-Glicose a partir da Glicose 6-fosfato (proveniente da glicólise).

Após esse processo a glicogênio sintase se liga e começa a adicionar glicoses


a esse primer, através de ligações α1-4, e a cada 7 glicoses uma enzima ramificadora
(glicosil-tranferase) atua transferindo a glicogênio sintase para o inicio da cadeia
promovendo uma ramificação com ligações α1-6 e a glicogênio sintase volta a atuar
ligando mais moléculas de glicose a esse polímero, e isso vai ocorrendo até a insulina
parar de estimular.

Proveniente da via
glicolítica ou
oxidação da
galactose
➢ Glicogenólise

É o processo de degradação do glicogênio, ou seja, é a quebra do polímero para


liberação de glicose, porém não necessariamente é glicose livre, uma vez que no musculo
tem a falta de uma enzima necessária para que seja liberada glicose livre. Esse processo
ocorre em estado de jejum, ou seja, quando o corpo precisa de energia, e o glicogênio
hepático é usado para manter a normoglicemia, enquanto que o glicogênio muscular é
utilizado para suprir suas próprias necessidades energética.

No fígado, as ligações α1-4 são quebradas através do glicogênio fosforilase, que


vai desramificar o glicogênio liberando glicose 1-fosfato, mas como ela não atua em
ligações α1-6 é necessário a ação de uma glucan transferase, que é constituída pela
glicosidase e a glicotransferase. Uma vez quebradas as ligações a glicose 1-fosfato sofrem
ação de uma mutase mudando o fosfato de carbono, e a glicose 6-fosfato é convertida em
glicose, através da glicose 6-fosfatase, depois do processo essa glicose que é liberada é
liberada no sangue, consequentemente aumentando a glicemia e evitando uma
hipoglicemia.

No musculo ocorre o mesmo processo, porém ao chegar em glicose 6-fosfato não


é convertida em glicose livre, por não possuir a enzima necessária, desse modo a molécula
já entra direto na via glicolítica, sendo assim a via não terá 10 reações e sim 9, uma vez
que já se inicia a partir da glicose 6-fosfato.

O hormônio que atua nessa via é o Glucagon, por ser um hormônio catabólico,
estimula a quebra do glicogênio, evitando assim que ocorra uma hipoglicemia.
➢ Interação entre os hormônios:

➢ Gliconeogênese

Se um indivíduo ficar sem se alimentar por mais de cinco horas o seu corpo já vai
ter utilizado toda a glicose livre e possivelmente todo o glicogênio do seu corpo, então o
glucagon começará a estimular a quebra de proteínas e triglicerídeos, para assim liberar
aminoácidos (principalmente a alanina) e glicerol, para a formação de glicose. O lactato
também é usado, por isso é classificada como sendo uma via que utiliza componentes não
glicídicos.

O glicerol pode ser convertido a Di-hidroxiacetona fosfato, e já ser inserido na via


glicolítica.
Já o lactato e a alanina (aminoácido mais utilizado para a formação de glicose),
são convertidos a piruvato para assim poder ser convertido em glicose. Para que o
piruvato seja convertido em glicose ele tem que passar por alguns desvios, resultados das
reações irreversíveis da via glicolítica, e a maneira de burlar essas reações e voltar a ser
glicose é fazendo esses desvios.

O primeiro desvio se resume em converter piruvato em oxaloacetato, porém, como


o oxaloacetato é uma molécula grande é convertido a malato, consumindo assim um
NADH, após essa conversão ele sai da mitocôndria indo para o citosol. Já no citosol o
malato volta a ser oxaloacetato, liberando assim o NADH. Então esse oxaloacetato é
convertido em fosfoenolpiruvato, finalizado assim o primeiro desvio.

Depois desse primeiro desvio, o fosfoenolpiruvato reverte as reações até chegar


em frutose 1,6 – bifosfato, onde ocorre o segundo desvio através de uma hidrólise, é
adicionada uma molécula de água promovendo a saída de um fosfato, agora a molécula
passa a ser frutose 6-fosfato.

Essa frutose 6-fosfato reverte até glicose 6-fosfato, essa molécula também sofre
hidrólise promovendo a saída do fosfato e a molécula passa a ser glicose livre, concluindo
assim o terceiro desvio.
➢ Ciclo de Cori
Durante um curto período de intenso esforço físico, a distribuição de oxigênio aos
tecidos musculares pode não ser suficiente para oxidar totalmente o piruvato. Nestes
casos, a glicose é convertida a piruvato e depois a lactato, através da via da fermentação
láctica. Este lactato pode por consequência se acumular no tecido muscular e difunde-se
posteriormente para a corrente sanguínea. O ciclo evita que o lactato se acumule na
corrente sanguínea, o que poderia provocar acidose láctica. Sendo assim, o ciclo é
importante para manter a glicemia constate durante um período elevado de atividade
física.

O ciclo consiste em: o musculo realizar a fermentação lática, jogar este lactato na
corrente sanguínea, o fígado captura esse lactato e através da gliconeogênese transforma
esse lactato em glicose, o fígado joga essa glicose na corrente sanguínea e o musculo pega
novamente para formar glicogênio.

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