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SUMÁRIO
SOBRE A PROFESSORA ............................................................................................... 4
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ............................................................................. 5
Radiofrequência ................................................................................................................ 6
Fundamentos da técnica de radiofrequência ..................................................................... 6
Efeitos fisiológicos da radiofrequência ............................................................................ 9
Contraindicações e riscos da radiofrequência facial e corporal ..................................... 11
Prática da radiofrequência corporal e facial ................................................................... 14
Indicações terapêuticas da técnica de radiofrequência ................................................... 14
Parâmetros de ajustes do equipamento de radiofrequência ............................................ 17
Parâmetros de ajustes do equipamento de radiofrequência ............................................ 19
Termoterapia................................................................................................................... 21
Sistema termorregulador................................................................................................. 22
Efeitos fisiológicos e terapêuticos do calor .................................................................... 24
Aplicar a termoterapia superficial na prática clínica ...................................................... 26
Criolipólise ..................................................................................................................... 29
Fundamentos da técnica de criolipólise .......................................................................... 29
Efeitos fisiológicos da criolipólise ................................................................................. 31
Apoptose ......................................................................................................................... 32
Reperfusão ...................................................................................................................... 33
Contraindicações e riscos da criolipólise........................................................................ 34
Prática da criolipólise ..................................................................................................... 36
Local e posicionamento corporal para a realização da criolipólise ................................ 39
Parâmetros de ajustes do equipamento de criolipólise ................................................... 43
Ultracavitação ................................................................................................................. 46
Fundamentos da técnica de ultracavitação plana e focada ............................................. 46
Biofísica .......................................................................................................................... 48
Efeitos fisiológicos da ultracavitação plana e focada ..................................................... 50
Contraindicações e riscos da ultracavitação ................................................................... 51
Prática da ultracavitação em casos diversos ................................................................... 53
Indicações terapêuticas das técnicas de ultracavitação para cada indivíduo .................. 53
Componentes de um gerador de ultracavitação plano e focado ..................................... 55
Parâmetros de ajustes do equipamento de ultracavitação ............................................... 59
Laserterapia .................................................................................................................... 61
Técnica de laserterapia de baixa intensidade .................................................................. 61

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Efeitos fisiológicos desencadeados pelo laser de baixa intensidade .............................. 65
Efeitos fisiológicos do laser no tratamento do fibroedema geloide e da gordura
localizada ........................................................................................................................ 67
Efeitos fisiológicos do laser para revitalização .............................................................. 68
Parâmetros de ajustes do equipamento de laser de baixa intensidade ............................ 70
LED ................................................................................................................................ 74
Técnica empregada no uso de LED ................................................................................ 75
Efeitos fisiológicos desencadeados pelo LED ................................................................ 79
Luz violeta ...................................................................................................................... 80
Luz azul .......................................................................................................................... 81
Luz verde ........................................................................................................................ 82
Luz âmbar ....................................................................................................................... 82
Luz vermelho .................................................................................................................. 83
Luz infravermelho .......................................................................................................... 84
Parâmetros de ajustes do equipamento de LED ............................................................. 84
Indicações e contraindicações ........................................................................................ 87
Acne ................................................................................................................................ 88
Clareamento .................................................................................................................... 88
Revitalização .................................................................................................................. 89
Fibroedema geloide e gordura localizada ....................................................................... 89
Plataforma vibratória ...................................................................................................... 90
Técnica de plataforma vibratória .................................................................................... 90
Efeitos fisiológicos da plataforma vibratória.................................................................. 94
Parâmetros de ajustes do equipamento de plataforma vibratória ................................... 98
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 103

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SOBRE A PROFESSORA

Daniani Boscaini Lira, proprietária de um Estúdio de Maquiagem e


uma pequena Clínica de Estética na Cidade de Tucuruí. Ministra
cursos na área da Maquiagem em seu Estúdio. Atualmente também
trabalha na Faculdade de Teologia Filosofia e Ciências Humanas -
Gamaliel, como coordenadora e professora no curso de Tecnologia em
Estética e Cosmética. Concluiu em 2011 a Especialização em Estética
e Cosmetologia pelo Instituto Brasileiro de Estética e Cosmetologia – IBECO, São
Paulo. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade de Rio Preto - UNIRP, São
Paulo no ano de 2007. Formada pelo Senac e Catharine Hill em Maquiagem
Profissional e Especialista em Maquiagem Air Brush também pela escola Catharine
Hill, São Paulo. Possui muitos cursos de Extensão em Estética e já atua na área a 8
anos. Nos anos de 2012 a 2016 foi professora de Cursos Técnicos em Estética, tanto em
Tucuruí como em Parauapebas.

EMENTA

M
M M
U 3MH P
. Eletrolifting. Peeling ultrasônico. Desincrustação. Eletrolipoforese.
Endermoterapia. Vapor de ozônio. Bronzeamento artificial. Tipos de aparelhos e suas
aplicações. Indicações e contra-indicações. Tecnologias avançadas, modernas e
eficazes, que utilizam os recursos eletroestéticos, tanto na linha facial como na corporal.
Fundamentos fisiológicos, bioquímicos e biofísicos da eletroterapia, fototerapia e
termoterapia, suas indicações, contraindicações e formas de aplicação em estética e nas
diferentes patologias em estéticas.

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Bem vindos à tecnologia! Nesse módulo vamos estudar como a tecnologia


agrega na Estética, na beleza e bem estar dos clientes. Facilitando os bons resultados e
trazendo mais conforto a quem recebe o procedimento.

Essa disciplina está dividida em 4 unidades temáticas:

1 – História e fundamentos da eletroterapia

2 – Eletroterapia Básica

3 – Eletroterapia Intermediária

4 – Eletroterapia Avançada

Vamos nos aprofundar e dominar esse mundo fascinante e tecnológico da


eletroterapia.

Estão prontos? Então vamos nos aventurar!

Daniani Boscaini Lira

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Radiofrequência

Neste capítulo, você vai estudar a radiofrequência, seus fundamentos físicos, sua
interação com o tecido, o que leva a gerar os efeitos fisiológicos que tratam diversas
disfunções estéticas. Serão vistas, também, as contraindicações da técnica de
radiofrequência e os cuidados que devem ser tomados durante a aplicação tanto facial
como corporal, os quais vão contribuir para uma técnica segura com resultados eficazes.

Fundamentos da técnica de radiofrequência

A história da radiofrequência começa quando o médico e fisiologista francês,


J D’ v , 1891, h
correntes com frequências superiores a 10.000 Hz (10 KHz) sem que causasse grandes
efeitos colaterais. Então, em 1983, realizou um experimento com uma corrente de
radiofrequência de 500 KHz e intensidade de 3 ampères, o qual transitava por um
circuito com dois voluntários humanos e uma lâmpada elétrica de 100 watts de
potência. Nessa experiência, a lâmpada acendeu intensamente e os voluntários relataram
ter sentido apenas uma sensação de aquecimento no corpo (AGNE, 2013).

A radiofrequência é amplamente utilizada na medicina em cirurgias para ablação


do tecido, por meio do eletrobisturi, e agora vem sendo utilizada, também, nas
disfunções estéticas como tratamento contra a flacidez. A primeira indicação da
radiofrequência aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), em 2002, foi para
rugas localizadas em regiões perioculares; a partir de então, o uso foi sendo aprovado
para o restante do corpo. Atualmente, a indicação da radiofrequência vem crescendo e
sabe-se que seus efeitos se estendem para outras disfunções como: fibroedema geloide
(FEG), fibroses, aderências, acne em fase cicatricial, gordura localizada, entre outras
(PAGANIN, 2014).

A radiofrequência é um recurso terapêutico não invasivo que utiliza ondas


eletromagnéticas de alta frequência e média intensidade, cuja potência liberada visa
elevar a temperatura tecidual a níveis que favoreçam respostas fisiológicas controladas;
o calor é compreendido entre 30 KHz e 300 MHz, sendo a frequência mais utilizada
entre 0,5 e 1,5 MHz (BORGES; SCORZA, 2016).

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Todas as radiações eletromagnéticas têm a mesma origem, e a movimentação de
cargas elétricas varia de acordo com a frequência, o comprimento de onda e o nível
energético. A unidade de medida da Frequência é Hertz (Hz) e significa o número de
ciclos emitidos em 1 segundo; o comprimento de onda é outra forma de caracterizar a
variação do sentido da corrente, e o nível energético significa a energia que se move na
forma de ondas eletromagnéticas à velocidade da luz. É importante salientar que a
frequência é inversamente proporcional à sua profundidade, ou seja, quanto maior a
frequência, menor a penetração da onda eletromagnética.

Por ser uma onda senoidal de alta frequência, a radiofrequência perde seus
efeitos químicos e biológicos de excitação neuromuscular, conservando, porém, o efeito
de conversão em calor ao ser absorvida pelos tecidos. Em razão desse processo de
conversão de radiação em calor, é considerada genericamente como uma diatermia, ou
seja, aquecimento por meio do calor profundo, promovendo uma elevação de
temperatura que pode variar de 40 a 43ºC (TASSINARY; SINIGAGLIA;
SINIGAGLIA, 2018).

O equipamento de radiofrequência, apresentado na Figura 1, emite calor por


meio de eletrodos específicos, em uma ponteira de aplicação que pode ser bipolar; com
os dois eletrodos ativos na mesma ponteira, a profundidade de alcance é a metade da
distância entre os dois eletrodos, ou seja, com efeito mais superficial. Já no eletrodo
monopolar, há somente um eletrodo ativo no aplicador, sendo o outro eletrodo
(dispersivo) colocado em uma região plana distante da área de aplicação, assim, a
energia elétrica se concentra próxima ao eletrodo ativo e diminui rapidamente com a
distância, tendo uma profundidade de alcance entre 15 a 20 mm. Alguns equipamentos
ainda dispõem de eletrodos tripolares, tetrapolares ou multipolares, caso em que a
energia bipolar se alterna entre os diferentes polos dos eletrodos, com mesma
profundidade de ação que o eletrodo bipolar (BORGES; SCORZA, 2016).

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Quanto ao seu processo de aquecimento, encontramos no mercado o capacitivo,
cujos eletrodos são metálicos, mas estão isolados, não ocorrendo contato direto com o
tecido, e os resistivos, que possuem eletrodos metálicos que ficam em contato direto
com o tecido durante a aplicação. O acoplamento dos eletrodos requer uma base
intermediária com a pele, podendo ser gel, óleo vegetal ou glicerina.

A radiofrequência é considerada termoterapêutica, e a passagem das ondas


eletromagnéticas pelas interfaces dos tecidos pode gerar três fenômenos decorrentes do
aumento da temperatura.

•Vb ô : , , b à
radiofrequência, há o aumento da temperatura gerado pela fricção dos íons presentes
nos tecidos.

•R : oléculas de água
vibrem, colidindo entre elas e, assim, gerando calor. Desse modo, tecidos ricos em água
e eletrólitos terão a temperatura elevada com mais rapidez.

•D : á , b à
radiofrequência, não apresentam movimentação, gerando uma conversão mínima de
energia elétrica em calor.

A energia da radiofrequência penetra em nível celular na epiderme, na derme e no


tecido subcutâneo, e a corrente, ao passar pelos tecidos, gera uma ligeira fricção ou

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resistência da passagem da radiofrequência, causando aumento da temperatura no local
(BORGES; SCORZA, 2016).

Efeitos fisiológicos da radiofrequência

A radiofrequência trata diversas alterações estéticas, baseado nos efeitos


fisiológicos gerados pela passagem dela nas interfaces dos tecidos. Quando bem
aplicada e com uma temperatura controlada, é capaz de produzir efeitos importantes.
Por causa de seu aumento de temperatura maior que o fisiológico, ocorre vasodilatação,
melhorando o trofismo tissular, a reabsorção dos líquidos intercelulares e o aumento da
circulação, ocorrendo, assim, ganho de oxigênio, nutrientes e oligoelementos, em razão
da melhora da circulação linfática; sendo assim, a radiofrequência é indicada em todos
os processos degenerativos que impliquem a diminuição do metabolismo, de nutrição e
oxigenação do tecido (BORGES; SCORZA, 2016).

O aumento circulatório causado pela vasodilatação, chamado de hiperemia


cutânea, provoca maior número de células de defesa, maior nutrição e oxigenação do
tecido. O aumento da temperatura local se dissipará por meio do sangue para todo o
corpo. Em razão da alta condutividade do tecido sanguíneo em absorver energia, haverá
um incremento de temperatura e, a cada elevação de 1ºC, as taxas metabólica e
enzimática aumentam de 10 a 13%, o que consequentemente causará um aumento do
ATP (trifosfato de adenosina) (PAGANIN, 2014).

A temperatura elevada também promove a remodelação de fibras de colágeno e


a neocolagenase, o que resulta no aumento da espessura e da densidade do tecido de
sustentação, contribuindo para a melhora da flacidez tissular.

Equipamentos de radiofrequência permitem realizar retração nas fibras de


colágeno, por meio da passagem da corrente alternada da ponta do eletrodo (ponteira)
para o tecido, desse modo, os íons dos tecidos seguem a direção da corrente alternada,
gerando elevação da temperatura do tecido por fricção. A inicial desnaturação do
colágeno que ocorre nos tecidos profundos modificados termicamente é o que
desencadeia a imediata contração do tecido, ocorrendo, então, a formação de novo
colágeno adicional, contraindo o tecido térmico (AGNE, 2013).

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O colágeno se liquefaz à temperatura acima de 50ºC, e, com temperaturas entre
40 a 45ºC, provoca uma desnaturação do colágeno, ou seja, a proteína é transformada de
uma estrutura de alta organização em um gel desorganizado (desnaturação),
promovendo imediata e efetiva contração de suas fibras. Isso ocorre pelo
desdobramento da tríplice hélice quando as uniões intermoleculares cruzadas, sensíveis
ao calor, são destruídas e a tensão de cruzamento das uniões intermoleculares residuais
estabiliza-se com o calor (PAGANIN, 2014), ativando os fibroblastos. Desse modo,
ocorre a neocolagenização alterada em diâmetro, espessura e periodicidade, levando à
reorganização das fibras de colágeno e subsequente remodelamento do tecido
(BORGES; SCORZA, 2016). Portanto, é possível verificar o efeito lifting imediato
causado pela contração das fibras de colágeno, logo após a aplicação da
radiofrequência, por causa da ativação do metabolismo celular, do sistema circulatório e
da retração das fibras de colágeno; já o efeito tardio se dá por meio do estímulo do
fibroblasto com maior produção de colágeno (observado nas próximas semanas e
meses) (PAGANIN, 2014).

Ao acelerar a fricção molecular, há um aumento da temperatura que estimula


TGF-beta, que por sua vez estimula a produção das proteínas de choque (HSP-47 e
HSP-70). Essas proteínas se localizam no retículo endoplasmático e têm como função
proteger o pró-colágeno tipo I durante sua síntese e secreção acompanhada de uma
diminuição da expressão de metaloproteinase (MMP-1 e MMP-2). Somente com a
presença dessas proteínas de estresse é que as moléculas de colágeno tipo I podem ser
organizadas em forma tridimensional correta de tríplice hélice (AGNE, 2013).

Na gordura localizada, a radiofrequência faz com que o aumento da circulação


libere ácidos livres de gordura até o tecido adiposo, aumentando a lipólise por meio de
estímulos das catecolaminas presentes. Em razão do aumento da temperatura nas células
de gordura, há liberação de gorduras e gliceróis pela enzima lipoproteica lipase. Essa
resposta ocorre pelo aumento do metabolismo local (BORGES; SCORZA, 2016).

Além disso, estudos realizados e publicados na revista Lasers in Surgery and


Medicine mostraram que a radiofrequência é seletiva no aquecimento da gordura, ou
seja, tem a capacidade de induzir danos térmicos letais ao tecido adiposo subcutâneo,
sem que prejudique os tecidos subjacentes e adjacentes. As células adiposas in vitro são
sensíveis à exposição térmica de 50 e 45o C na ordem dos minutos, sendo 1 e 3
respectivamente. In vivo, a exposição térmica de 15 minutos a 43–45o C resulta em
10
uma apoptose celular adipocitária em pelo menos nove dias (TASSINARY;
SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018).

Alguns estudos sugerem que a radiofrequência pode ser utilizada em


temperaturas mais baixas, gerando assim um aquecimento controlado, sem promover
um processo inflamatório, podendo ser utilizada para tratamentos de fibroses iniciais e
tardias, de cirurgias plásticas, com o objetivo de gerar um calor profundo a fim de
aumentar a elasticidade do tecido fibroso e consequente realinhamento das fibras de
colágeno, pois, com temperaturas acima de 5o C, aumenta a extensibilidade e diminui a
densidade do colágeno (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018).

Segundo Agne (2013), não é estabelecido um tempo fixo depois que a


temperatura for atingida. Embora alguns manuais indiquem a permanência de até 3
minutos sobre a região depois de atingir a temperatura estimada e alguns autores
indiquem a permanência por até 5 minutos, é importante salientar que pode depender
das respostas teciduais, o que talvez requeira tempos superiores.

A transmissão da radiofrequência por tecidos biológicos pode produzir uma série


de respostas fisiológicas, advindas basicamente do aumento da temperatura. Portanto,
seus efeitos fisiológicos são:

• desnaturação do colágeno com consequente ação de contração das fibras de colágeno;

• liberação de proteína de choque térmico (HSP47 e HSP72);

• vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo e linfático;

• lipólise;

• aumento do metabolismo local;

• aumento da liberação de catecolaminas;

• aumento da elasticidade dos tecidos ricos em colágeno.

Contraindicações e riscos da radiofrequência facial e corporal

Assim como todas as técnicas aplicadas em estética facial e corporal, a


radiofrequência também possui as contraindicações absolutas e contraindicações

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relativas; além disso, a técnica aplicada de maneira incorreta pode causar riscos ou
danos ao tecido, comprometendo os resultados esperados.

Entre as contraindicações absolutas temos: não aplicar quando houver marca-


passo cardíaco e/ou cerebelar, pois as ondas eletromagnéticas podem alterar o
funcionamento deles; gravidez, principalmente antes do primeiro trimestre, pois há
riscos de má formação fetal; câncer ou metástase e também infecções sistêmicas, para
não haver agravamento do quadro.

Já como contraindicações relativas podemos citar: varizes, flebites e


tromboflebites, pois pode ocorrer agravamento da dor; osteossínteses, pois pode haver
aquecimento do metal caso a aplicação ocorra em ossos superficiais e/ ou com a
ponteira monopolar; sobre região de glândulas, já que, caso sejam atingidas, pode
interferir no seu funcionamento; alteração de sensibilidade, porque a cliente pode não
saber informar o nível de calor sentido, o que pode causar queimadura; infecções no
local de aplicação, pois pode haver disseminação do agente infeccioso; período
menstrual, pois, por causa do calor, pode aumentar o fluxo.

É importante também cautela na aplicação da radiofrequência em locais com


implantes ou substâncias de preenchimento cutâneo, biológico ou sintético. Não há
interação físico-química entre a radiofrequência e os tipos de implantes cutâneos
comumente utilizados em relação à alteração das características originais destes, no
entanto é importante ressaltar alguns cuidados como aplicar a radiofrequência após 30
dias de aplicação do preenchimento e ainda informar o cliente que, por causa da
vasodilatação causada pela radiofrequência, poderá haver uma diminuição da
durabilidade do preenchimento. Em algumas regiões, como orbicular e perilabial, a
temperatura tende a se elevar com maior rapidez e manter-se por mais tempo, então,
deve-se atentar para diferentes constituições do tecido; nas aplicações faciais, é
necessário evitar aplicação próximo ao globo ocular sob o risco de ressecamento e
irritação, além de retirar os metais e adornos do cliente nas regiões próximas à aplicação
e, quando o cliente possuir aparelho ortodôntico e/ou implante dentário e referir
incômodo durante a aplicação, é recomendada a utilização de protetor bucal de silicone
(PAGANIN, 2014).

O objetivo da técnica é gerar um aumento da temperatura interna e, como


consequência, causar os efeitos fisiológicos da diatermia, tanto nos tratamentos faciais

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como tratamentos corporais; sendo assim, é importante verificar a temperatura durante
toda aplicação. O controle da temperatura deve ser acompanhado por um termômetro de
infravermelho, como visto na Figura 2, que deverá ser empregado em uma distância
inferior a 20 cm da pele, caso contrário poderá ter interferência da temperatura do
ambiente. Além disso, é também avaliada a sensação referida pelo cliente durante a
aplicação, pois as duas formas vão garantir uma segurança durante o tratamento,
podendo evitar qualquer tipo de complicação (BORGES; SCORZA, 2016).

Quanto à sensação de calor informada pelo cliente, são adotados quatro níveis:

• v 1 — calor fraco;

• v 2 — quente;

• v 3 — muito quente;

• v 4 — calor insuportável.

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É comum um eritema temporário logo após a aplicação da técnica, porém a falta
de monitoramento térmico ou do tempo de permanência térmica no local pode acarretar
em aumento da flacidez, aumento da fibrose, queimaduras internas e externas, formando
bolhas que evoluem para cicatriz, lesões nervosas que causam parestesias (BORGES;
SCORZA, 2016). O resultado ineficaz e prejudicial está totalmente relacionado à falta
de conhecimento do profissional.

Para conseguir atingir seus efeitos fisiológicos, o equipamento de


radiofrequência não necessita alcançar níveis extremos; com aproximadamente 5ºC
acima da temperatura normal, já é possível estimular a produção de novo colágeno e
retração das fibras flácidas. A temperatura tecidual entre 39 e 45ºC não causa nenhum
dano significativo, porém, com temperaturas a partir de 50ºC, os danos começam a ser
irreversíveis (AGNE, 2013).

O conhecimento de todos os aspectos relacionados à radiofrequência é fator


obrigatório para que possíveis riscos como lesões teciduais sejam evitados; ainda assim,
não é suficiente que se conheçam apenas os efeitos térmicos do equipamento, sendo
necessário determinar as condições do tecido biológico, certificando-se de que este pode
ser exposto ao procedimento considerando a dosagem da energia.

Prática da radiofrequência corporal e facial

Neste capítulo, você vai estudar a prática aplicada à radiofrequência, a utilização


da técnica para cada uma das alterações estéticas e a técnica de aplicação, além dos
parâmetros que são determinados de acordo com a indicação estética. Verá também
como realizar os ajustes de parâmetros em relação à frequência do equipamento, à
potência e à intensidade.

Indicações terapêuticas da técnica de radiofrequência

A radiofrequência é um recurso caracterizado como uma modalidade terapêutica


que utiliza radiação do espectro eletromagnético, e trabalha por conversão de energia
eletromagnética em calor controlado, o que promove reações nos diferentes tipos de

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tecidos. Seus efeitos se resumem a aumento da circulação sanguínea, aumento da
oxigenação e nutrição do tecido, contração do colágeno, lipólise, reorganização das
fibras de colágeno.

A radiofrequência é aplicada com manoplas que podem ser monopolar, bipolar,


tripolar ou multipolar. A manopla monopolar possui um eletrodo ativo e um eletrodo
passivo (dispersivo ou de retorno) separado, ou seja, enquanto o eletrodo ativo é
aplicado em uma região, o eletrodo passivo (dispersivo) fica em outra região distante, o
que permite uma penetração maior da onda eletromagnética. Esse tipo de manopla é
indicado para tecidos mais profundos, como tecido subcutâneo, sendo assim seus efeitos
fisiológicos podem contribuir para a redução das células de gordura.

Estudos recentes publicados na revista Lasers in Surgery and Medicine


mostraram em modelo animal uma redução acentuada do tecido cutâneo, quando
submetido à radiofrequência com uma temperatura na pele de 40-41ºC, reduzindo os
números de adipócitos. Os autores associaram esses resultados ao fenômeno de
apoptose, em razão do processo inflamatório instalado após uma lesão causada por meio
do aumento da temperatura.

O aumento da temperatura consequentemente aumenta a microcirculação, as


atividades enzimática, metabólica e térmica, ativando a lipólise da célula de gordura, e
aumentando o consumo de energia em âmbito celular (ATP). Ao passar pelos tecidos, a
corrente gera uma ligeira fricção e resistência dos tecidos, produzindo o calor; ao
identificar o aumento da temperatura, o organismo aumenta a vasodilatação, o que
melhora o trofismo tissular e a reabsorção dos líquidos intercelulares. Com isso, há
melhora do estado nutricional para os tecidos, melhorando também a drenagem das
toxinas e radicais livres. Esses efeitos fortalecem a qualidade dos adipócitos,
provocando uma lipólise homeostática e também produção de fibras elásticas de melhor
qualidade, atuando não só nos fibroblastos, mas também em outras células.

O FEG está relacionado a uma infiltração edematosa do tecido subcutâneo,


seguida de polimerização da substância fundamental amorfa da derme. Esse edema se
infiltra no tecido subcutâneo produzindo uma reação fibrótica consecutiva (de
evolução), levando, assim, a classificação fisiopatológica da FEG desde diminuição da
circulação, edema, presença ou não de fibrose, de modo que o tratamento com
radiofrequência para FEG elucida a melhora do quadro em geral, o aumento da

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circulação sanguínea, o aumento do metabolismo, a reorganização das fibras elásticas.
Isso reflete na melhora do aspecto celulítico, uma vez que é uma alteração tanto dos
componentes da derme como do tecido adiposo.

Em um estudo publicado no Journal of European Academy of Dermatology and


Venereology, Manuskiatti et al. (2009) afirmam que os mecanismos do efeito da
radiofrequência para celulite não foram claramente definidos. A hipótese é que, após o
aquecimento seletivo da derme e do tecido subcutâneo, há não apenas um aumento do
metabolismo da gordura, mas também incremento da circulação local e da drenagem
linfática do tecido com consequente contração volumétrica do tecido conjuntivo da
camada subcutânea, além de efeito de contração da pele causado pela neocolagênese.

Outros estudos sugerem que a radiofrequência, quando utilizada em


temperaturas mais baixas, gera um aquecimento controlado, sem promover o processo
inflamatório, sendo, assim, indicada para fibroses iniciais e tardias, incluindo pós-
operatório de cirurgias plástica. O objetivo é gerar um calor profundo e, por
consequência, um aumento da extensibilidade do colágeno (tecido fibroso) com
posterior realinhamento das fibras de colágeno, o que também favorece a melhora da
FEG em um grau avançado que já apresenta fibrose.

Na flacidez tissular, é recomendado o uso das manoplas bipolar, tripolar e


multipolar, sendo a radiofrequência a melhor indicação para tratamento dessa condição,
caracterizada como a diminuição de estruturas do sistema tegumentar fundamentais para
a manutenção da hidratação e da tonicidade dos tecidos, responsáveis pela sustentação
das partes moles do corpo. A flacidez tissular está associada à perda gradativa de
elementos importantes que constituem o tecido conjuntivo, como a elastina e o
colágeno, diminuindo a firmeza entre as células.

A radiofrequência, quando utilizada para tratamento de flacidez tanto corporal


como facial, tem como fundamento a lesão térmica provocada pela técnica, pois, com o
aumento da temperatura interior dos tecidos em torno de 40-45ºC, induz uma resposta
inflamatória controlada com aumento imediato do interleucina 1-beta (IL-1b), fator de
necrose tumoral alfa (TNF-a) e metaloproteínase de matriz 13 (MMP-13), proteína de
choque térmico 47 e 72 ( HSP47 e HSP72), o que favorece a migração dos fibroblastos
e síntese de colágeno, reforçando a estrutura do tecido de sustentação, resultando em
uma melhora da textura da pele.

16
Ao acelerar a fricção molecular, a resposta é um aumento da temperatura o qual
estimula TGF-beta que, por sua vez, estimula a produção das proteínas de choque (HSP-
47 e HSP-72), as quais se localizam no retículo endoplasmático e têm como função
proteger o pró-colágeno tipo I durante sua síntese e secreção acompanhada de uma
diminuição da expressão de metaloproteínase (MMP-1 e MMP-2). As moléculas de
colágeno tipo I podem ser organizadas em forma tridimensional correta de tríplice
hélice apenas havendo proteínas de estresse. Os níveis de metaloproteínase de matriz 1
(MMP-1), proteína de choques (HSP47 e HSP72) e fator beta de crescimento
transformador (TGF-b) se mantêm ativados por até dois dias. Consequentemente, por
até 28 dias após o tratamento, tem-se o estímulo de tropoelastina, fibrilina e
procolágeno I e III.

Parâmetros de ajustes do equipamento de radiofrequência

No mercado, há diversos tipos de radiofrequência, e eles podem diferenciar em


relação aos parâmetros colocados no equipamento, todos atendem ao mesmo objetivo,
porém alguns já podem vir com protocolos predeterminados, facilitando o manuseio da
técnica.

É importante que, antes de estabelecer os parâmetros dos equipamentos de


radiofrequência, se defina com exatidão o objetivo do tratamento identificando a
indicação para aplicação da técnica. A partir daí, se estabelece a melhor dosagem,
considerando a intensidade e o tempo de emissão da radiofrequência.

Cada equipamento funciona de maneira distinta e depende do modo de emissão,


do formato e da constituição da manopla, a elevação da temperatura pode ser mais
rápida ou mais lenta. Caso a potência do equipamento for baixa, e for necessário atingir
uma temperatura de 45ºC, na derme ou no tecido subcutâneo, a manopla deve ser
movimentada de maneira mais lenta, até alcançar a temperatura da superfície da pele em
torno de 40 a 41ºC, para atingir temperaturas mais baixas nessas camadas, como 40ºC, a
medida externa da pele deve estar entre 35 e 38ºC, quanto maior a intensidade, mais
rápido vai ocorrer a elevação da temperatura.

17
O monitoramento da temperatura é fundamental para o sucesso do tratamento, e
a temperatura alvo está relacionada com o tipo de disfunção estética que será tratada
(Quadro 1).

• bj v :

■ G1: v ;

■ G2: v , v ;

■ G3: , áv 36º 38º ;

■ G4: , ximo ao limiar de dor, 39ºC a 40ºC;

■ G5: áv , x , 41º

A temperatura deve ser verificada com a ajuda de um termômetro de


infravermelho. Ao atingir a temperatura pretendida, é importante manter por um tempo
homogeneamente para alcançar os objetivos esperados. Os equipamentos de
radiofrequência disponibilizam manoplas de diferentes tamanhos, como podemos ver na
Figura 1, sendo geralmente uma pequena para região facial e pescoço e maiores para
região corporal. Ao escolher a manopla, é necessário delimitar a área a ser tratada
dividindo por quadrantes.

18
Ao escolher a manopla de acordo com a área que será tratada e delimitar a
região, é importante que a pele esteja higienizada. O acoplamento da manopla requer
uma base intermediária com a pele, podendo ser usado gel de contato ou glicerina ou
óleos vegetais. É importante observar que a temperatura muito baixa no ambiente é
absorvida pelo gel e consequentemente vai interferir na temperatura captada pelo
termômetro.

É importante que a manopla esteja em constante contato com o tecido para que a
energia seja dissipada igualmente, evitando a absorção da RF em uma pequena área, o
que causaria desconforto ao cliente. Os movimentos da manopla podem ser realizados
seguindo as linhas de Langer, utilizando sempre maior pressão ascendente.

O ideal é iniciar a radiofrequência em pequenas áreas e, conforme a temperatura


se eleva, aumentar a área; em média, serão necessários de 30 a 40 minutos para tratar
uma face completa e pescoço. O tempo estará sempre relacionado com a temperatura
pretendida além do tamanho da área, a constituição do tecido biológico e a intensidade
empregada.

Parâmetros de ajustes do equipamento de radiofrequência

A radiofrequência é uma onda eletromagnética que gera calor por conversão,


assim, diante de grande diversidade de equipamentos no mercado, é importante que
sejam seguidas as orientações do fabricante em relação ao meio de acoplamento, à

19
frequência empregada e ao tempo de aplicação. A frequência dos equipamentos também
pode variar de acordo com a empresa e de 0,5 a 1,5 MHz ou ainda ser medida em KHz.
Nos equipamentos que possibilitam determinar a frequência, deve-se levar em
consideração que, quanto mais profundo for o tecido atingido, menor será a frequência
escolhida.

A potência também pode variar de acordo com o equipamento utilizado; no


mercado há equipamento com dosagem de potência que pode variar entre 10 a 600
watts, e alguns equipamentos podem também ter a dosimetria da potência em forma de
porcentagem (0 a 100%). É importante que a potência seja determinada de acordo com a
disfunção estética tratada levando em consideração a temperatura alcançada, que pode
variar entre 38 a 43ºC de acordo com a indicação. A potência tem relação com a
temperatura que será atingida, ou seja, está diretamente relacionada com a velocidade
que a temperatura se eleva, portanto é importante que, durante toda a aplicação da
radiofrequência, seja aferida a temperatura da pele com o termômetro infravermelho, e,
além disso, que se verifique o desconforto do cliente, começando sempre com uma
potência baixa e aumento de acordo com a temperatura e a sensibilidade do cliente. Para
trabalhar região facial com o objetivo de atingir tecidos mais superficiais, é ideal
começar com uma potência de 2 watts ou 10% (de acordo com o equipamento
utilizado).

A técnica de radiofrequência é de temperatura dependente e não de tempo total


de aplicação; assim, para alcançar o objetivo, é necessário considerar o tempo de
permanência térmica para cada tipo de tratamento observando as indicações do
fabricante. O tempo de aplicação total pode variar entre 30 a 60 minutos que serão
determinados por área.

Alguns autores citam um tempo determinado de aplicação após atingir a


temperatura para cada disfunção, destinado a tratamento de fibroedema geloide (FEG)
podendo-se alcançar a temperatura de 37 a 38ºC tanto para compacta como edematosa,
mantendo na temperatura por 5 minutos; já no fibroedema geloide flácido, o objetivo é
tratar a flacidez com consequente resultado no FEG, e a temperatura deve alcançar entre
41 a 43ºC, mantendo-a por 5 minutos. Para tratar a gordura localizada, a temperatura é
de 40ºC e deve-se manter por 10 minutos na região. Confira o Quadro 2.

20
Para utilização da manopla monopolar, deve-se levar em consideração que a
onda terá uma ação mais profunda, sendo assim indicada para tratamentos no tecido
subcutâneo; a placa de retorno deve ser aplicada próxima a área de tratamento, evitando
a passagem da corrente pelo eixo cardíaco. O acoplamento do eletrodo dispersivo é feito
diretamente na pele higienizada de maneira que permaneça em total contato com a pele
da cliente. Programe os parâmetros tempo de aplicação, frequência e a intensidade
(dosimetria) e durante a aplicação verifique se a placa dispersiva não está aquecendo,
caso a cliente referir aquecimento na placa, trocar a região.

Termoterapia

A termoterapia está relacionada com a aplicação terapêutica de estratégias que


resultem no aumento ou na diminuição da temperatura dos tecidos corporais,
estimulando a termorregulação corporal. A manutenção da temperatura normal dentro
de certos limites ocorre a partir da ação do sistema nervoso, gerando reações
fisiológicas de adaptação do corpo a essas mudanças.

Neste capítulo, você conhecerá o funcionamento do sistema termorregulador, os


efeitos fisiológicos provocados pelas alterações de temperatura e a aplicação de recursos
relacionados à termoterapia superficial na estética.

21
Sistema termorregulador

A termorregulação é a capacidade de um organismo manter sua temperatura


normal, constante, próxima de 37ºC, o que influencia na integridade de suas funções
metabólicas. Esse processo é conduzido por um sistema de controle fisiológico,
composto de termorreceptores centrais e periféricos, um sistema de condução aferente,
um controle central de integração dos impulsos térmicos e um sistema de respostas
eferentes que ocasiona respostas compensatórias (BRAZ, 2005).

A termorregulação faz parte da homeostase corporal, e todos os seres vivos


homeotérmicos apresentam um mecanismo intrínseco de manutenção de uma
temperatura evitando a perda da funcionalidade. Em temperaturas muito elevadas, pode
haver desnaturação proteica, e temperaturas muito baixas podem gerar hipotermia. Os
sistemas enzimáticos do corpo necessitam da manutenção da temperatura corporal em
uma faixa adequada para seu funcionamento normal (GUYTON; HALL, 2017).

A temperatura se mantém estável por causa do equilíbrio entre a produção e a


perda de calor pelo corpo. A produção de calor está associada à ingestão de alimentos e
à contração dos músculos esqueléticos. A pele determina, em grande parte, a quantidade
de calor ganhada ou perdida, pois, a partir do fluxo de sangue para a pele, mais ou
menos calor é perdido das partes internas do corpo.

A regulação da temperatura do corpo está relacionada com o hipotálamo,


estrutura localizada no diencéfalo, exercendo atividade de regulação em um conjunto de
funções: sono, do metabolismo de açúcares e gorduras, o balanço hídrico e a regulação
da temperatura corporal (BRAZ, 2005).

No hipotálamo, cuja imagem está representada na Figura 1, localiza-se o sistema


de controle central, que integra os impulsos térmicos provenientes dos tecidos corporais.
Quando um impulso excede ou fica abaixo da faixa limiar de temperatura, ocorrem
respostas termorreguladoras autonômicas, que mantêm a temperatura do corpo em
valores adequados.

22
Na pele e nas mucosas, existem células especializadas que captam as
informações sobre as mudanças de temperatura corporal, gerando estímulos aferentes
para o SNC. Existem dois tipos de receptores: os que detectam calor (receptores para
calor) e outros que detectam frio (receptores para frio) (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Os
receptores para frio têm descargas de impulsos a temperaturas entre 25º-30ºC, enquanto
os receptores para calor têm descargas de impulsos a temperaturas entre 45º-50ºC
(BRAZ, 2005).

Quando a temperatura permanece entre 36,7 a 37,1ºC, não ocorre nenhuma


resposta efetora, contudo, temperaturas abaixo ou acima desses limiares desencadeiam
respostas adaptativas. No hipotálamo, existem neurônios sensíveis ao calor e neurônios
sensíveis ao frio, sendo que em sua porção anterior é realizada a integração das
informações térmicas aferentes, enquanto em sua porção posterior desencadeiam-se
respostas efetoras.

As respostas termorregulatórias estão relacionadas a um conjunto de


mecanismos importantes como a resposta vasomotora, que se caracteriza pela
vasodilatação em resposta ao calor e pela vasoconstrição e piloereção em resposta ao
frio; o tremor, que aumenta o consumo de oxigênio e a taxa metabólica em resposta ao
frio; e a sudorese em resposta ao calor (GUYTON; HALL, 2017).

23
A perda de calor pela pele se faz continuamente por meio da sudorese, em
atividades extenuantes, apresentando esse mecanismo um aumento de volume e, assim,
dissipando calor. Ocorrendo uma informação de temperatura corporal fria, o hipotálamo
gera impulsos para o córtex cerebral indicando a sensação de frio. Ocorre então uma
mudança de atitude corporal que resulta em aumento de atividade motora para produzir
aquecimento. A vasoconstrição é a principal reação gerada por estímulos da diminuição
da temperatura corporal (hipotermia). Quando as informações periféricas indicarem
calor, a primeira resposta corporal será a vasodilatação cutânea, seguida de sudorese
(BRAZ, 2005).

Esses mecanismos de controle da termorregulação estão associados ao


desencadeamento de respostas fisiológicas utilizadas em procedimentos terapêuticos
utilizados na estética.

Efeitos fisiológicos e terapêuticos do calor

O corpo humano apresenta várias alterações fisiológicas em decorrência do


aquecimento, as quais podem gerar alguns efeitos terapêuticos. Os efeitos fisiológicos
da aplicação de calor em uma determinada região do corpo e a forma como o calor vai
se distribuir dependerá de alguns fatores como: as dimensões da área aquecida, a
profundidade de absorção da forma de calor utilizada, da duração do aquecimento, da
intensidade de radiação e do método de aplicação (AGNE, 2017).

O aquecimento localizado de uma região corporal é irradiado para os tecidos


vizinhos proporcionando efeitos que envolvem diferentes processos fisiológicos.
Quando o aquecimento é localizado, observamos uma elevação na temperatura dos
tecidos e uma vasodilatação reflexa em áreas remotas do corpo, porém, quando o calor é
extenso e prolongado, ocorre uma elevação da temperatura central (GUYTON; HALL,
2017).

O sangue, então aquecido pelos tecidos próximos ao calor, transporta esse calor
até os centros hipotalâmicos, iniciando uma resposta sistêmica imediata, a vasodilatação
cutânea. Esse efeito fisiológico importante associado ao calor, que ocorre sobre a
vascularização, afeta o fluxo sanguíneo, com a geração de um processo de vasodilatação

24
periférica. Essa vasodilatação ocorre em razão de estímulos do bulbo raquidiano,
estimulado pelo hipotálamo, cuja função é produzir a dilatação dos vasos (BORGES,
2010).

Inicialmente, o aumento da temperatura provoca um efeito direto nas arteríolas e


vênulas, gerando vasodilatação por uma atuação da musculatura lisa dos vasos.
Também estímulos de nervos periféricos sensitivos, localizados próximos dos vasos
sanguíneos cutâneos, podem provocar estímulos que colaboram na produção de
vasodilatação na pele.

Esse mecanismo de constrição de pequenos vasos e de suas comunicações, na


superfície corporal, tem efeito de transmitir o calor corporal do sangue para o exterior,
principalmente por meio de irradiação (GUYTON; HALL, 2017). As trocas
circulatórias relacionadas com o mecanismo de circulação arteriovenoso colaboram para
a dissipação desse calor e o aumento do fluxo sanguíneo nos órgãos e tecidos mais
profundos.

Outro efeito fisiológico importante do calor está relacionado com o metabolismo


celular. As reações químicas envolvidas na atividade metabólica são aceleradas por uma
elevação na temperatura, ou seja, ocorrerá um aumento do metabolismo com a elevação
da temperatura; para elevação de 1º C na temperatura, a taxa metabólica poderá subir
13%. Como resposta, será necessária uma maior oferta de oxigênio e nutrientes e um
aumento da eliminação de produtos do catabolismo (AGNE, 2017).

Existe um aumento do metabolismo e da circulação local por aumento da


circulação. O aumento da temperatura central vai influenciar na aceleração das reações
associadas à produção de energia e no aumento da taxa de reações metabólicas
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

As propriedades de tecidos específicos podem ser alteradas pelo aquecimento.


Nos tecidos conjuntivos (tendões e tecidos conectivos) ocorre um aumento da
extensibilidade e diminuição da viscosidade do líquido sinovial nas articulações. O
calor produzirá um efeito sobre os receptores musculares e tendíneos (fuso muscular e
órgão tendinoso de Golgi), modificando a velocidade de condução nervosa desses
estímulos. Isso causará uma alteração na percepção do tônus muscular.

25
Esse conjunto de reações fisiológicas está associado a um conjunto de efeitos
terapêuticos.

Um desses efeitos terapêuticos é o aumento da amplitude de movimento nas


articulações, associado ao aumento da extensibilidade dos tecidos conjuntivos, à
diminuição da viscosidade do líquido sinovial e ao relaxamento muscular pela
diminuição do tônus. Esse relaxamento muscular e capsuloligamentar produz maior
flexibilidade, favorecendo assim a mobilização das articulações (AGNE, 2017).

Haverá um efeito analgésico associado a uma alteração na condução do estímulo


doloroso das fibras nervosas periféricas que conduzem essa sensação. Segundo a teoria
do portão no controle da reação à dor, quando fibras nervosas grandes e rápidas
conduzem estímulos, há uma depressão na transmissão das sensações dolorosas. Além
disso, colaboram com esse efeito a diminuição do tônus muscular, o aumento do
metabolismo local e a remoção de catabolitos (KITCHEN, 2003).

As reações de cicatrização também são positivamente influenciadas pelo calor.


Eventos associados ao aumento do fluxo sanguíneo provocam maior circulação de
anticorpos e de células fagocitárias na região aquecida. Ocorrerá ainda um aumento da
oferta de oxigênio e nutrientes e do metabolismo local buscando utilizar essa demanda
de nutrientes ampliada. Com a vasodilatação, haverá também a remoção de substâncias
nocivas ou não utilizadas pelas células (BORGES, 2010).

A pele também é beneficiada com o calor, pois o aumento da temperatura local e


do fluxo sanguíneo gera maior atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas e
dilatação dos poros na epiderme. Esses eventos influenciam na textura da pele gerando
― ‖ T â
como um recurso terapêutico na área da estética e cosmetologia.

Aplicar a termoterapia superficial na prática clínica

A termoterapia é a aplicação de modalidades terapêuticas que produzem


aumento de calor nos tecidos corporais, por meio de métodos de aquecimento
classificados como superficiais ou profundos. O uso do calor é tido como um dos

26
métodos mais antigos utilizados com finalidade terapêutica física e, atualmente, também
com fins estéticos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A aplicação dos tratamentos de termoterapia está entre os recursos mais


comumente utilizados pelos profissionais de estética. Esses elementos exercem o papel
de fonte externa de calor, do tipo superficial, ou seja, uma forma de aumentar a
temperatura diretamente na superfície aplicada. Já o uso de aparelhos como ultrassom e
radiofrequência faz o organismo produzir o calor, sendo denominado de calor profundo
(BORGES, 2010).

Entre os recursos classificados como calor superficial, podemos citar as


lâmpadas infravermelhas, compressas e bolsas quentes, banhos de parafina, turbilhões
ou imersão aquecidas, as mantas térmicas, entre outros (AGNE, 2017). Para que a
termoterapia superficial seja capaz de provocar efeitos terapêuticos, o aumento de
temperatura da pele deve ficar ao redor de 40°C a 45°C em uma área de 2 cm de
profundidade na pele (KITCHEN, 2003).

Os efeitos da aplicação do calor ocorrem no local da aplicação gerando uma


ativação do metabolismo celular, associado a um aumento do consumo de oxigênio
pelos tecidos, com melhora da nutrição tecidual. A permeabilidade da membrana celular
aumenta, facilitando a atividade enzimática e a síntese proteica. Ocorre ainda uma
melhora do transporte de elementos de defesa como anticorpos e leucócitos. A analgesia
se produz pela alteração do limiar da dor, repercutindo em relaxamento muscular. Por
fim, a sudorese colabora na remoção de catabólitos (BORGES, 2010).

•h ( b ), á ;

• , cado qualquer tipo de estímulo que acelere o


metabolismo, causando um risco de disseminação de metástases;

• õ , á
região;

• , já á o fluxo menstrual.

Uma modalidade bastante utilizada na prática clínica de calor superficial são as


argilas, compondo os tratamentos estéticos da pele. Seus efeitos estão associados ao
aquecimento que podem produzir, além de permitir uma troca de minerais (magnésio,
ferro, sódio, potássio) por meio do contato destes com a pele.
27
As argilas podem ser classificadas em diferentes tipos, de acordo com sua cor e
funções. A argila branca é utilizada por suas propriedades cicatrizantes, em razão de sua
elevada quantidade de alumínio, em situações como no controle do processo acneico. Já
a argila verde, por possuir elevada quantidade de óxido de ferro, silício e zinco, é usada
em tratamentos para regular a oleosidade da pele. A argila vermelha é outra modalidade
utilizada em tratamentos estéticos para melhorar a microcirculação e a flacidez
(LEONARDI, 2008).

Uma das formas de aplicação da argila é por meio da geoterapia, que consiste na
aplicação da argila misturada com a água diretamente sobre a pele, principalmente em
alterações dermatológicas como as acnes, melhorando as trocas metabólicas e
favorecendo a excreção de catabólitos (LEONARDI, 2008).

Outra modalidade de utilização da argila é a fangoterapia, na qual ocorre um


preparo da argila associado a produtos naturais (água proveniente de lagos e mares),
originando tipos de fango como o do mangue, vulcânico ou calcário.

O protocolo de utilização dessas modalidades envolve inicialmente a limpeza da


região a ser tratada seguido de esfoliação. A seguir, deve ser aplicada sobre a pele a
modalidade desejada começando com uma camada fina, que deve ser mantida por um
período de 20 a 30 minutos; na sequência, é necessário remover com água fria, fazer a
limpeza e a hidratação do local (EVELINE, 2010).

Outra modalidade que envolve a termoterapia superficila é o detox, que se


constitui na união de um conjunto de procedimentos como esfoliação, drenagem
linfática, argila verde e manta térmica, buscando produzir efeitos terapêuticos
associados à eliminação de toxinas.

Uma forma de realização do protocolo envolverá a utilização da esfoliação para


remoção de células mortas, além de melhorar o aspecto da pele, tornando-a mais macia
e saudável. A drenagem linfática, por meio da massagem, vai estimular o sistema
linfático, melhorando a circulação linfática, diminuindo a retenção de líquidos e
combatendo a celulite. Já a argila verde e a manta térmica trabalham juntas nesse
procedimento, sendo a argila usada em forma de máscara corporal, com a manta térmica
associada produzindo calor, sendo em média aplicada por 20 minutos.

28
Dessa forma, para a termoterapia superficial ser utilizada em tratamentos
estéticos, o profissional esteticista deverá ter domínio das técnicas, para evitar possíveis
consequências indesejáveis, e assim sua aplicação produzir bons resultados.

Criolipólise

Neste capítulo, você vai estudar sobre a criolipólise, recurso que vem ganhando
o mercado de estética por apresentar uma efetividade na redução de gordura localizada.
A técnica é feita por meio do resfriamento intenso e localizado das células de gordura,
que entram em um processo de paniculite, e como resposta há efeitos fisiológicos que
contribuem para a redução do tecido adiposo localizado. No entanto, como todo recurso
estético, é importante ter atenção em suas contraindicações, bem como com os cuidados
que devem ser tomados para a aplicação da técnica, a fim de evitar qualquer tipo de
risco.

Fundamentos da técnica de criolipólise

A criolipólise é uma técnica relativamente nova indicada para redução de


gordura localizada, cujo princípio é o resfriamento localizado do tecido adiposo não
invasivo com temperaturas que podem variar de –5ºC a –15ºC, sendo essa temperatura
medida na placa de resfriamento do equipamento utilizado, o que leva à diminuição da
temperatura na superfície do tecido (BORGES e SCORZA, 2014).

Estudos desenvolvidos nos anos 2000 por Rox Anderson, um norte-americano,


levaram em conta uma publicação da década de 1970, na qual pesquisadores notaram
que crianças que tomavam muito sorvete após a retirada das amígdalas passaram a
apresentar covinhas nas bochechas, as quais supostamente eram causadas pela redução
da gordura localizada nessa parte do rosto que havia sido exposta à temperatura baixa
do picolé. Rox, então, passou a pesquisar o efeito do frio nas células de gordura e como
aplicar a técnica para favorecer a redução de gordura localizada. Desse modo, puderam
constatar que a criolipólise causa a destruição das células de gordura de maneira seletiva

29
sem danificar os tecidos adjacentes, já que os tecidos ricos em lipídeos são mais
suscetíveis a lesão pelo frio do que tecidos ricos em água (BARNES, 2017).

Tomando esses conceitos como base, pesquisadores utilizaram o modelo animal


para avaliar a redução de gordura, usando uma aplicação externa de frio, e expuseram
dez áreas de um porco a temperatura de –7ºC, verificando que, após três meses, em
todas as áreas houve redução visível e mensurável na gordura, no local de aplicação, e
que essa redução ocorreu pela morte do adipócito por apoptose, sem que nenhum outro
tecido sofresse qualquer tipo de dano. A partir de então, vários estudos comprovam a
eficácia da criolipólise para redução de gordura localizada, sendo a principal ação de
redução do tecido adiposo a apoptose das células de gordura, fato comprovado por
análise histológica realizada (BORGES e SCORZA, 2014).

Tendo em vista os resultados de eficácia da técnica e ainda a segurança, em


2010, a Food and Drug Administration (FDA) autorizou a aplicação da técnica de
criolipólise em região de flancos; em 2012, ocorreu a liberação para realizar o
procedimento em abdome, seguido, em 2014, pela liberação para aplicação em gordura
localizada na região das coxas. Com isso, a técnica de criolipólise foi crescendo e ainda
hoje é considerada uma das técnicas não invasivas mais procuradas para redução de
gordura localizada.

Segundo Borges e Scorza (2016), o dispositivo utilizado dispõe de um aplicador


em forma de copo (manípulo), que utiliza um vácuo para realizar a prega da região de
gordura localizada. No aplicador, há duas placas de arrefecimento, como se pode ver na
Figura 1, os quais, quando acionados, executam uma transferência de calor, extraindo o
calor da região, proporcionando, assim, uma intensa diminuição da temperatura do
local, o que acarretará um processo de cristalização dos lipídeos no citoplasma do
adipócito, levando à destruição dessas células. Isso gera um processo inflamatório,
paniculite lobular, constituído por infiltrado perivascular com presença de neutrófilos e
células mononucleares; com a evolução do processo, a paniculite se torna mais intensa,
o que leva à indução da apoptose da célula, a qual em aproximadamente 14 dias alcança
seu pico, e a partir daí até o 30º dia após a exposição ao frio, os macrófagos presentes
no infiltrado iniciam a fagocitose dos adipócitos apoptóticos, como uma resposta natural
do organismo à lesão. É importante ressaltar que os danos provocados ao tecido adiposo
são significativamente mais extensos com a diminuição da temperatura e o aumento da
exposição do tecido a baixa temperatura.
30
Com a apoptose sendo a principal rota de eliminação da gordura, há literaturas
que também apontam para a eliminação da gordura por meio de lipólise e necrose do
tecido. A lipólise ocorre logo após a aplicação da criolipólise, que altera diretamente o
metabolismo lipídico nos adipócitos, inibindo o processo de adipogênese e lipogênese.
Na necrose, há sempre um processo patológico e desordenado de morte celular, causado
por fatores que levam à lesão celular irreversível; um exemplo desses fatores é a
hipóxia/ isquemia do tecido.

Ainda assim, a criolipólise pode ser considerada segura em relação ao metabolismo da


gordura, pois a maioria dos trabalhos publicados em relação à criolipólise não
documentaram alteração no perfil lipídico, nem disfunções hepáticas.

Efeitos fisiológicos da criolipólise

A criolipólise consiste no resfriamento do tecido adiposo subcutâneo de forma


não invasiva, levando à cristalização do lipídeo no citoplasma do adipócito (paniculite),
o que acarretará a morte apoptótica das células de gordura submetidas à baixa
temperatura. Em estudos realizados, foi possível verificar os efeitos fisiológicos que

31
levam à resposta terapêutica de diminuição da gordura localizada no local de aplicação
do recurso (MEYER et al, 2016). Veja a seguir.

Apoptose

T h ― ‖ , j ,
autodestruição da célula que ocorre de maneira ordenada e com características
fisiológicas definidas. É um processo que acontece relativamente rápido, já que, após o
estímulo apoptótico, a célula evolui para uma retração e perda de contato com a matriz
extracelular, e as suas organelas mantêm sua morfologia, com exceção de algumas
como as mitocôndrias que podem apresentar a ruptura de sua membrana. A cromatina
do núcleo se condensa e se junta com a membrana do núcleo. A membrana celular
forma prolongamentos que começam a aumentar de tamanho e número e rompem-se em
forma de corpos apoptóticos, sendo estes fagocitados pelos macrófagos e removidos,
como se pode verificar na Figura 2.

32
A apoptose é o principal efeito terapêutico que explica a ação da criolipólise, e
esse evento é desencadeado pela liberação de fatores citotóxicos como fator de necrose
tumoral (TNF) e FAS que estimulam caspases (proteases), ou seja, enzimas que ativam
o macrófago à fagocitose dos corpos apoptóticos do adipócito. Sendo assim, a reação
inflamatória induzida pelo resfriamento do tecido faz aumentar a liberação de TNF alfa
que, por sua vez, induz à apoptose adipocitária.

Imediatamente após a aplicação da criolipólise, não há nenhum dano no


adipócito, porém, após 24 e 72 horas, inicia-se uma reação inflamatória, e em sete dias
uma paniculite intensa que atinge o pico em até 14 dias, período em que é possível
verificar em análise histológica uma grande concentração de células mononucleares e
neutrófilos na região. A partir daí até 30 dias após a aplicação, os macrófagos começam
a fagocitar os corpos apoptóticos, e as células de gordura começam a ser eliminadas, já
sendo possível verificar os resultados estéticos; após 30 dias, a inflamação diminui, mas
a atividade fagocitária continua; de 60 a 120 dias, período em que há eliminação efetiva
dos adipócitos, é possível entender que o resultado estético de redução é gradativo,
iniciando-se a partir de um mês após a aplicação e podendo se estender até seis meses.

Estudos comprovam que o método em relação ao metabolismo da gordura após a


criolipólise se dá pelo apoptose, ou seja, a fagocitose dos adipócitos apoptóticos pelos
macrófago, desencadeado pela paniculite, portanto não há alterações no perfil lipídico
nem disfunções hepáticas após a aplicação da criolipólise.

Reperfusão

Outro aspecto fisiológico que justifica a ação terapêutica da técnica de


criolipólise é o fenômeno da reperfusão. O que ocorre no final da aplicação da
criolipólise, após cessar a vasoconstricção severa causada pelo resfriamento do tecido e
a compressão mecânica sobre os vasos por meio da pressão negativa, é o
restabelecimento gradual do sangue na região.

Nos organismos submetidos a isquemia, seguida de reperfusão, ocorre uma


interação complexa entre alterações microvasculares, liberação de mediadores
inflamatórios, radicais livres de oxigênio, ativação de neutrófilos e plaquetas. A

33
ativação dessas células pode levar à liberação de fator e necrose tumoral (TNF), que por
sua vez ativam as enzimas proteolícas (caspases) e a morte celular adipocitária.

Manobras de massagem realizadas imediatamente após a aplicação da


criolipólise contribuem para a reperfusão do tecido potencializando os resultados; em
prática clínica, não só a massagem, mas outros recursos termoterapêuticos podem
contribuir para esse fenômeno e potencializar os resultados (BORGES e SCORZA,
2016).

Contraindicações e riscos da criolipólise

Assim como qualquer outro tipo de técnica, a criolipólise é considerada uma


técnica segura desde que respeitadas suas contraindicações e cuidados durante a
aplicação, os quais podem garantir um resultado eficaz e seguro.

Segundo Borges e Scorza (2016), algumas contraindicações estão relacionadas à


ação do frio como recurso terapêutico, mas também é importante que os efeitos do
vácuo sejam observados. Veja a seguir.

• Presença de hérnia (umbilical, inguinal): pode haver dor intensa ou agravamento da


hérnia por conta da pressão negativa realizada no local onde há hérnia.

• Lesões inflamatórias ou infecciosas: a hipersensibilidade do local da lesão


impossibilitará a formação de prega, podendo causar desconforto além de prejuízo nos
resultados.

• Gestantes: pode haver desconforto, dependendo do período gestacional.

• Pouca gordura: não suficiente para formação de prega, além disso dependendo da
região, com uma camada pequena de gordura, o vácuo pode comprometer os tecidos
subjacentes. Hoje podemos encontrar no mercado manípulos que não necessitam de
vácuo para aplicação da criolipólise.

• Crioglobulinemia: presença de crioglobulinas, que são imunoglobulinas presentes no


sangue, as quais, quando submetidas à baixa temperatura, precipitam-se formando a
crioglobulinemia, ou seja, a solidificação ou o espessamento dessas imunoglobulinas

34
podendo bloquear os vasos sanguíneos, causar insuficiência renal, erupção cutânea,
entre outras.

• Lúpus eritematoso: doença que pode ter fator reumatoide positivo e apresentar
crioglobulinemia.

• Hemoglobinúria paroxística ao frio (anemia hemolítica autoimune): pode haver


hemólise associada à anemia local quando a área for exposta ao frio.

• Alteração de sensibilidade: em causa de trauma mecânico causado pela pressão


negativa ou trauma térmico por causa do frio, o paciente não alertará o profissional para
interromper a aplicação.

• Tumor ou câncer no local: podem ocorrer reações adversas.

• Feridas abertas: pode interferir no processo e na cicatrização do tecido lesionado.

• Cirurgia recente no local de aplicação: pode haver deformação da área por causa da
pressão negativa do equipamento, além de desconforto.

• Síndrome de Raynaud: pode gerar vasoespasmo severo, levando à cianose e


consequentemente dor e/ou parestesia.

• Áreas com circulação periférica insuficiente: risco de lesão hipóxica tecidual.

• Alergias e hipersensibilidade ao frio: pode surgir irritabilidade na pele.

• Uso de anticoagulantes: pode haver equimoses e dor severa.

• Diabetes: lesões durante o procedimento, principalmente queimaduras, podem levar a


complicações na cicatrização do tecido.

• Doença neurológica conhecida (esclerose múltipla, neuralgia, etc.): podem ser


agravadas por causa do frio, além de haver desconforto.

• Trombofilia (distúrbios de coagulação): podem apresentar espessamento e dificultar a


circulação em vasos trombosados.

• Varizes no local: o frio pode provocar dor intensa, e, quando há presença de trombo, o
vácuo pode soltar esse trombo.

Desde sua introdução no mercado de estética, diversos tratamentos com a


técnica de criolipólise foram aplicados nos tratamentos para gordura localizada; além

35
disso, a experiência clínica dos profissionais que realizam a técnica garante uma
segurança dela. De acordo com alguns autores, a criolipólise não causa lesões
permanentes na pele ou tecidos subjacentes ao tecido adiposo. Os efeitos adversos
observados após a aplicação correta da técnica são temporários e pequenos, e entre eles
se destacam: Dor de leve a severa que pode persistir de um dia ou até uma semana após
o procedimento, e pode estar relacionada à paniculite ou à hiperalgesia; dormência local
transitória, hipoestesia (diminuição da sensibilidade tátil) na área de tratamento;
eritema, associado ao edema, podendo durar de 30 minutos a 72 horas após a aplicação;
equimoses temporárias, normalmente relacionada à fragilidade capilar do cliente, ou
causada pelo ajuste da pressão negativa do vácuo.

Já queimadura, congelamento ou necrose epidérmica são grandes reações


adversas causadas por uso incorreto e falta de conhecimento da técnica de aplicação,
como: uso de aparelhos desregulados ou membranas de má qualidade, membranas mal
posicionadas, deixando as placas de resfriamento com contato direto com a pele. A
queimadura causada por frio pode ocorrer em razão da exposição da pele ao frio por um
tempo prolongado, sem uma proteção na região, levando a um quadro de queimadura de
segundo ou terceiro grau.

Por isso, para a aplicação da técnica de criolipólise, é importante a utilização da


membrana anticongelante, considerada o principal item de segurança, que reveste a área
exposta a temperaturas baixas. Essa membrana é composta de uma trama diferenciada
para que não venha romper durante a sucção da prega cutânea do início ao fim do
procedimento, além disso é composta de um líquido anticongelante que mantém a
umidade e protege para que não ocorra a queimadura por baixa temperatura durante
todo tempo de exposição do tecido. É importante que as membranas anticongelantes
tenham registros na Anvisa (LIMONTA et al, 2017).

Prática da criolipólise

Neste capítulo, você vai estudar sobre a prática de criolipólise, a indicação


terapêutica para cada indivíduo, para alcançar resultados satisfatórios, bem como a
técnica de aplicação em diferentes áreas de gordura localizada e ainda os parâmetros

36
que devem ser ajustados no equipamento para a prática de criolipólise, garantindo uma
técnica segura e eficaz para os tratamentos de gordura localizada.

É importante que os registros de todas as informações em relação à prática de


criolipólise sejam feitos na ficha de avaliação do cliente, a fim de garantir dados
estatísticos em relação aos resultados alcançados após a técnica.

Indicações terapêuticas para cada indivíduo

A lipodistrofia localizada é o grande acúmulo de tecido gorduroso em algumas


partes do corpo, causado por uma predisposição individual. Ela pode ser classificada
como androide — quando a gordura localizada é predominante na região do abdome —
ou ginoide, quando a gordura é localizada na região das coxas e do quadril. A
lipodistrofia localizada pode ter ligação com a baixa produção de lipase proteica,
impossibilitando a lipólise (quebra das moléculas de gordura) e, consequentemente, o
gasto energético para a redução desse acúmulo de gordura.

Os procedimentos estéticos para redução de lipodistrofia localizada têm como


objetivo aumentar a produção da enzima lipase proteica, aumentando, por consequência,
a captação de triacilglicerídeos pelas células adiposas (BORGES, 2006).

Criolipólise é uma técnica desenvolvida para tratamento de gordura localizada,


partindo do princípio de que a gordura é mais sensível a baixa temperatura que os
tecidos vizinhos, sendo assim só deve ser aplicada em região onde apresenta gordura de
maneira localizada. Em estudos realizados, os resultados de melhora clínica foram
observados em clientes com menos protuberância, sendo assim a técnica não se mostra
eficaz em casos de grande depósito de gordura. A criolipólise não é indicada para
clientes com sobrepeso ou obesas, pois a técnica tem como objetivo eliminar a gordura
localizada em indivíduos que estejam com o peso ideal (BORGES e SCORZA, 2016).

No fibroedema geloide (FEG), não há apenas acúmulo de gordura no adipócito,


mas uma alteração em todo o tecido conjuntivo, incluindo modificação da substância
fundamental amorfa, uma reação fibrótica que evolui em graus mais avançados que
pode evoluir para uma esclerose, causando comprometimento de todo o tecido
conjuntivo, compressão contínua das terminações nervosas e dos capilares sanguíneos e
linfáticos (MEYER et al, 2005).

37
Sendo assim, a criolipólise pode ser uma indicação para a redução da gordura
localizada, a qual gera comprometimento do tecido conjuntivo, agravando o quadro
― ‖, , F G

A criolipólise é um procedimento não invasivo indicado para melhora do


contorno corporal, diminuindo a gordura localizada e representando um recurso que
pode substituir os tratamentos cirúrgicos.

Para obter resultados ainda mais satisfatórios, pode-se associar outras técnicas
que visam a potencializar a ação da criolipólise. Tais recursos podem ser aplicados
antes, imediatamente após a criolipólise ou durante as semanas seguintes, levando em
consideração que os efeitos da criolipólise ocorrem em um período de até 120 dias. É
importante que essas associações sejam embasadas no conhecimento de cada uma das
técnicas aplicadas, garantindo um resultado eficaz e seguro (BORGES e SCORZA,
2016).

Os melhores candidatos para realizar a técnica de criolipólise são aqueles que


estão dentro de sua faixa de peso ideal de acordo com o índice de massa corporal (IMC
até 24,9 kg/m2 ), que praticam atividade física e têm uma dieta saudável. Cada caso
pode ser avaliado de maneira individual para garantir resultados satisfatórios com a
técnica aplicada.

Apesar de alguns autores relatarem que o IMC é apenas um índice rudimentar de


avaliar o sobrepeso, o método não deve ser usado isoladamente para estimar a gordura
corporal, mas pode ser um parâmetro de avaliação para saber se o cliente está apto à
aplicação da técnica de criolipólise, pois comumente aqueles que apresentam IMC
maior que 30 demonstram um quadro de gordura generalizada, principalmente em
região de abdome, o que poderia inviabilizar os resultados com a técnica. O Quadro 1
traz o índice de massa corporal (BARNES, 2017).

38
A mensuração das dobras cutâneas também é uma das metodologias utilizadas
para a avaliação da composição corporal. Uma vez que 50% a 70% da gordura corporal
está localizada subcutaneamente, dobras cutâneas têm sido empregadas para relatar o
seu excesso; embora sejam "operador-dependente", o que pode mostrar uma margem de
erro considerável, ainda assim é um dos métodos de avaliação clínica para mensurar a
prega cutânea bem como comparar resultados e evolução do tratamento.

A bioimpedância elétrica (BIA) também pode ser um método utilizado para


avaliar a composição corporal, por ser preciso, com rápido processamento das
informações, mostrando o percentual de gordura, de massa magra e hidratação. Trata-se
de um equipamento baseado na passagem de uma corrente de baixa amplitude capaz de
mensurar os componentes de resistência ao atravessar o corpo (BARNES, 2017).

Antes da aplicação da técnica de criolipólise, é importante que a área a ser


tratada seja demarcada a fim de direcionar o posicionamento do aplicador e garantir que
o resfriamento do tecido adiposo seja exatamente na região de gordura localizada.

Local e posicionamento corporal para a realização da


criolipólise

Como já descrito anteriormente, para a realização da técnica de criolipólise, é


necessário que a região tratada tenha a formação adequada da prega cutânea a fim de
que a região alvo tenha contato com as placas de resfriamento permitindo uma

39
diminuição da temperatura na região de gordura localizada e garantindo resultados
satisfatórios.

A criolipólise pode ser aplicada em qualquer área do corpo que apresente


gordura localizada, desde que haja correto acoplamento do aplicador, a fim de permitir a
geração de um vácuo (Figura 1). O profissional deve sempre posicionar o cliente e o
membro ou região a ser tratada de forma que o aplicador fique bem acoplado; algumas
vezes isso pode ser dificultado por uma discrepância entre o tamanho do aplicador e a
região a ser tratada, ainda que hoje seja possível encontrar uma diversidade de tamanhos
de manoplas no mercado. Por exemplo, aplicadores com a superfície plana podem
dificultar o vácuo em regiões de formato curvo como os flancos. Essa dificuldade pode
fazer com que a formação da prega não seja o suficiente para entrar no aplicador,
comprometendo os resultados. Vale ainda lembrar que o excesso de flacidez tissular
acompanhado de gordura localizada não seria uma boa indicação para a técnica de
criolipólise com manopla de sucção, sendo o mais indicado a aplicação da manopla em
placa (BORGES e SCLORZ, 2014 ).

Após a demarcação em região de abdome, o cliente deve ser posicionado em


decúbito dorsal, de maneira confortável, possibilitando a formação da prega pelo vácuo;
para isso, pode estar com elevação de tronco e ainda é possível disponibilizar

40
travesseiros de apoio para a manopla, diminuindo o desconforto durante a aplicação,
como mostra a Figura 2. Já em região de culote, o melhor posicionamento é em
decúbito ventral, possibilitando a formação da prega com o vácuo, como demonstrado
na Figura 3.

41
Conforme a área tratada e o tamanho do aplicador, várias aplicações devem ser
feitas a fim de atingir de forma eficaz toda área-alvo. Não há relatos na literatura de
limite de aplicação durante uma mesma sessão em várias regiões, porém, para uma
segunda aplicação no mesmo local, é ideal que a pele esteja recuperada, no mínimo 30
dias após a primeira aplicação. Outra técnica de aplicação seria a sobreposição, ou
múltiplas áreas (BORGES e SCORZA, 2016).

É importante que, independentemente da técnica ou do posicionamento, se


realize uma boa prega a fim de posicionar o máximo de tecido adiposo em contato com
as placas de resfriamento; ainda assim, há alguns pontos que podem dificultar a
formação da prega, comprometendo os resultados do tratamento, entre eles:

• tônus da pele — áreas que apresentam boa tonicidade dificultam o arrasto do tecido
para dentro do aplicador, prejudicando a formação da prega e, consequentemente, o
contato do tecido adiposo com as placas de resfriamento;

• pouca força de vácuo — a pressão do vácuo no equipamento não é o suficiente para


sugar a prega cutânea;

• tamanho e formato do aplicador — aplicadores com formato triangular apresentam


mais facilidade na formação da prega;

• pouca gordura subcutânea na área-alvo — a pouca quantidade de gordura sugada para


dentro do aplicador confere uma prega com poucas proporções;

• insuficiência de substância anticongelante na membrana — a membrana deve conter


uma quantidade suficiente de substância anticongelante para proteger a pele e permitir
que a prega deslize para dentro do aplicador;

• tratamento simultâneo de duas áreas próximas — quando colocados dois aplicadores


em uma mesma superfície corporal, no momento do vácuo há uma disputa de pele para
dentro do aplicador.

Quando aplicada em região de abdome, a cicatriz umbilical deve ser protegida,


assim, junto com a manta anticongelante, vem um recorte à parte para ser colocado na
região da cicatriz umbilical a fim de impedir o contato direto com as placas de
resfriamento. A membrana anticongelante tem características que garantem que o
material vai resistir às baixas temperaturas utilizadas durante o procedimento; a

42
membrana deve ser de uso individual sendo totalmente descartada após o procedimento,
conforme normas de biossegurança.

Pode ser comercializada com base em seu tamanho ou peso, e cada fabricante
confecciona o produto de acordo com sua conveniência, desse modo, pode estar
disponíveis no mercado em tamanhos que podem variar entre pequena, média e grande;
é importante que o aplicador seja posicionado sobre a manta que deve cobrir toda região
que será tratada (BARNES, 2017).

Parâmetros de ajustes do equipamento de criolipólise

O equipamento de criolipólise é composto de um console e de um aplicador de


tratamento ligado ao console por um cabo. Alguns equipamentos podem conter mais de
um aplicador, também chamado de manopla, o que permite tratar mais de uma área ao
mesmo tempo. É no console que se realizam as programações do equipamento, mas em
muitos equipamentos os parâmetros de programação estão dispostos também no
aplicador, fornecendo uma praticidade maior durante a aplicação (BORGES e
SCORZA, 2016).

Atualmente em razão da evolução tecnológica, encontramos equipamentos que


dispõem de vários tamanhos de manoplas, sendo em geral classificados comercialmente
como pequeno, médio ou grande (Figura 4). As manoplas são constituídas de placas de
Peltier ou cerâmica, também conhecidas como pastilhas termoelétricas, que são
pequenas unidades que utilizam tecnologia de matéria condensada para operar como
bombas de calor. Essas placas de Peltier ficarão em contato com o tecido cutâneo
levando à diminuição da temperatura, e, em geral, estão localizadas nas laterais internas
do aplicador.

43
No interior do aplicador, há um orifício de vácuo, por meio do qual se dá a
pressão negativa do equipamento, consequentemente o efeito do vácuo. Não existe uma
padronização em relação à pressão do vácuo; na maioria dos equipamentos vão de 80 a
100 Kilopascals (650 a 750 mmHg), e é essa pressão que vai sugar o tecido para dentro
do aplicador. É recomendado utilizar uma pressão moderada a fim de sugar a prega para
dentro do aplicador, e, após a sucção, recomenda-se diminuir a pressão negativa o
suficiente para manter a prega dentro do aplicador. É importante lembrar que o vácuo só
é necessário para formar a prega dentro do aplicador (BARNES, 2017).

Diante da diversidade de empresas que disponibilizam o equipamento de


criolipólise, alguns parâmetros podem variar. Por exemplo, há equipamentos que
apresentam um sistema automático de vácuo, variando a pressão entre positiva e
negativa durante a aplicação, possibilitando maior conforto ao cliente durante a
aplicação, pois a pressão inicia-se com um nível mais alto, o que possibilita a sucção de
uma prega cutânea suficiente. Conforme o tempo avança, a pressão negativa vai
diminuindo ou oscila automaticamente a fim de aliviar o desconforto e impedir qualquer
tipo de lesão na pele. Quando esse dispositivo não for disponível automaticamente no
equipamento, essa pressão pode ser controlada de forma manual, utilizando uma pressão
maior no início e reduzindo gradativamente. Esse controle manual é permitido em todos
os equipamentos de criolipólise disponíveis no mercado (BORGES e SCORZA, 2016).

Em relação ao tempo de aplicação, pesquisas mostram que pode variar entre 30 a


60 minutos, mas na prática clínica é utilizado tempo de 40 a 60 minutos por região.
Ainda podemos programar a temperatura do equipamento, levando em consideração que
44
a temperatura programada não será a que incidirá no tecido adiposo, especialmente em
níveis mais profundos, o que não compromete a eficácia do tratamento, levando em
consideração que, em estudos realizados, a paniculite lobular é gerada com temperatura
de 10ºC. Os equipamentos disponíveis no mercado possuem uma temperatura que pode
variar entre –5 e –15ºC. Quanto menor a temperatura utilizada, maior o quadro
inflamatório, maior dano no tecido adiposo e consequentemente melhores resultados.
Entretanto, é importante alertar para os equipamentos que permitem ajustes muito
baixos (abaixo de –10ºC), pois, caso estejam mal calibrados, podem oferecer risco de
queimadura aos clientes (BARNES, 2017).

Quanto à colocação da manopla sobre a região, não há regras; alguns


profissionais preferem posicionar o aplicador sobre a região e depois acionar o vácuo, e
outros preferem acionar o vácuo e depois posicionar a manopla sobre a região tratada.
Independente da forma escolhida, é importante que se realize uma boa prega cutânea a
fim de posicionar o máximo de tecido adiposo sobre as placas de resfriamento
(BORGES e SCORZA, 2016).

Na prática clínica, alguns profissionais já conseguem ver os efeitos fisiológicos


da criolipólise a partir de 15 dias, mas estudos alertam que isso não é comum, pois é a
partir do 14º dia que os macrófagos começam a envolver e digerir os corpos
apoptóticos. Esses mesmos estudos afirmam que os resultados só devem ser verificados
a partir de 30 a 60 dias após a aplicação, quando realizado somente a técnica de
criolipólise. Apesar disso na prática clínica, muitos profissionais fazem aplicação com
intervalo de 30 dias, porém isso vai depender da quantidade de gordura que tem na
região tratada, levando em consideração que outra aplicação dentro desse intervalo irá
atingir outras células de gordura que também irão evoluir para apotose (BORGES e
SCORZA, 2016).

Imediatamente após a aplicação da criolipólise é recomendado que utilize


recursos que possam acelerar o aumento da temperatura, para o efeito da reperfusão do
tecido, por meio do aquecimento direto ou aumento da circulação sanguínea. Dentre os
recursos utilizados podemos destacar: massoterapia, ondas de choques, radiofrequência,
ultrassom terapêutico, carboxiterapia ou eletrolipoforese (BORGES e SCORZA, 2016).

45
Ultracavitação

Neste capítulo, estudaremos sobre a terapia que envolve a ultracavitação plana e


focada, bem como elucidaremos seus fundamentos, entendendo os efeitos fisiológicos
que contribuem para os tratamentos estéticos, além das contraindicações da terapia com
ultracavitação, a fim de garantir o conhecimento máximo do procedimento e, assim,
trabalhar com uma técnica que traga máxima eficácia e segurança.

No mercado há diversos equipamentos de ultracavitação que se diferenciam por


padrões tecnológicos. A técnica se baseia no ultrassom terapêutico, cuja base é a
formação de uma onda mecânica formada pelo efeito piezoelétrico em uma frequência
muito alta. Tal onda, em contato com o tecido, não apenas atravessa as interfaces
gerando efeito mecânico e térmico fundamentados em princípios físicos (intensidade,
potência, impedância, absorção), mas também causa efeitos fisiológicos que contribuem
para os tratamentos estéticos.

Fundamentos da técnica de ultracavitação plana e focada

Um som é caracterizado por vibrações mecânicas ou ondas mecânicas. O ouvido


humano é capaz de detectar sons cuja frequência esteja entre 16 Hz e 21 kHz,
aproximadamente; ondas sonoras acima dessa frequência são inaudíveis ao ouvido
humano e chamadas de ultrassom.

As ondas ultrassônicas possuem uma frequência que varia de 20.000 a


20.000.000 ciclos emitidos em 1 segundo (1 ciclo = 1 Hz), a qual se propaga como uma
onda de pressão, causando agitação das moléculas por onde se propagam, seja esse meio
líquido, sólido ou gasoso.

Essas ondas são geradas por transdutores feitos de materiais piezoelétricos


naturais, como o quartzo, ou cerâmica sintética, como titanato zirconato de chumbo
(PZT), os quais podem ser polarizados em processo de carga. Esses transdutores
transformam energia elétrica em mecânica, gerando a vibração do cristal (quartzo ou
PZT), o que resulta em efeito piezoelétrico.

46
A ultracavitação conta com os mesmos princípios do ultrassom terapêutico
convencional, porém as ondas são emitidas de maneira diferenciada, ou seja,
produzindo um altíssimo nível de onda ultrassônica, e sua frequência pode variar entre
27 kHz a 3 MHz. O termo ultracavitação ainda é pouco padronizado, podendo ser
encontradas, no mercado, outras nomenclaturas que caracterizam o seu objetivo. Além
disso, podem se diferenciar com algumas características técnicas como: frequências
(kHz ou MHz), potência (W), focalizado ou plano. Sendo assim, podemos definir
ultracavitação como uma forma diferenciada de ultrassom terapêutico, que produz
energia ultrassônica de alta potência (igual ou maior a 3 w/cm2 ), gerando alto nível de
cavitação instável ou efeito térmico lesivo a uma profundidade definida.

A cavitação é um fenômeno que ocorre em qualquer aplicação de ultrassom, pois


as ondas liberadas pelo gerador de ultrassom fazem com que as moléculas e células
oscilem de maneira cíclica e proporcional à intensidade de saída do gerador de onda.
Essas oscilações geram a formação de bolhas gasosas nos líquidos por onde as ondas se
propagam. Essas bolhas podem apenas oscilar de um lado ao outro, aumentar e diminuir
de volume e permanecer intactas, caso em que será uma cavitação do tipo estável (efeito
terapêutico comum do ultrassom convencional); já quando essas bolhas se alteram em
volume e velocidade de maneira violenta, elas implodem gerando um colapso e levando
ao aumento da temperatura e da pressão interna, o que chamamos de cavitação instável,
como se pode ver na Figura 1.

47
A ultracavitação focalizada, de alta intensidade, também conhecida como HIFU
(high intensity focused ultrasound), é caracterizada quando se utiliza um padrão
convergente de emissão de ondas sonoras, no qual a energia ultrassônica se concentra de
forma pontual, gerando um calor intenso na região tratada e, consequentemente, alto
poder destrutivo. Essa focalização do feixe pode ocorrer de várias formas de acordo
com o material utilizado: material piezoelétrico côncavo, por focalização eletrônica,
com lentes acústicas em formato côncavo ou cerâmica piezoelétrica cilíndrica utilizando
um refletor parabólico para produzir o feixe focalizado.

A ultracavitação plana ocorre quando a emissão de ondas sonoras não obedece


ao padrão focalizado, mas apresenta um nível de intensidade alto, podendo ser de
frequências altas (MHz) ou frequências baixas (kHz).

A ultracavitação com frequência alta 3 Mhz apresenta uma potência alta


também, em razão de a área efetiva de radiação ser maior, o que permite trabalhar com
intensidades mais altas por área. A cavitação de alta frequência permite uma penetração
de onda menor, atingindo tecidos a níveis mais superficiais, sendo, porém, com sua alta
potência, capaz de gerar a cavitação instável, o que leva à lesão da membrana do
adipócito. Já a ultracavitação de baixa frequência entre 28 a 80 KHz permite uma
penetração maior da onda sonora, sendo assim é indicada para regiões que apresentem
pregas cutâneas acima de 2,5 cm, a fim de que não corra risco de atingir tecidos mais
profundos. Veja um exemplo dos dois processos na Figura 2.

Biofísica

48
A propagação das ondas sonoras promove um efeito de vibração das moléculas
alterando o meio por onde se propaga, além disso sua propagação depende de
características particulares de absorção. A velocidade com que essa onda se propaga no
meio vai depender da densidade, pois as ondas se propagam em maior velocidade onde
as moléculas do meio encontram-se mais próximas e em uma velocidade menor onde as
moléculas encontram-se mais dispersas. Isso acontece em razão da transferência de
energia que ocorre quando a onda se propaga e empurra a energia de uma molécula a
outra; essa energia sonora é convertida em energia térmica.

A impedância acústica está relacionada à resistência que o meio oferece à


propagação da onda, que vai se diferenciar com características de cada tecido, ou seja,
quando a onda ultrassônica atravessa tecidos diferentes, ela pode ser refletida,
transmitida ou refratada, e isso depende da característica de cada tecido. Será
transmitida para o outro tecido quando não houver diferença de impedância entre os
dois tecidos; durante a refração, a onda, ao passar para outro tecido que apresente
impedância acústica diferente, muda sua direção, alterando sua velocidade, mas
mantendo a mesma frequência. Na reflexão, a onda volta ao meio de origem com a
mesma velocidade e frequência, isso faz com que a transmissão da onda também
diminua. Para diminuir a reflexão, é importante que o transdutor esteja bem acoplado ao
tecido.

A absorção dessa onda ocorre pela retenção de energia (calor) nos tecidos;
conforme essa onda atravessa as interfaces dos tecidos, ela vai sendo absorvida e sua
intensidade vai diminuindo para os tecidos mais profundos. Além disso, a absorção da
onda também sofre influência da quantidade de proteínas, ou seja, quanto mais proteína
e menor quantidade de água, maior será a absorção, e, quanto menor a quantidade de
proteína, menor será a absorção. A frequência da onda também é fator determinante da
profundidade que a onda alcançará, assim, quanto maior a frequência, menor é a
profundidade de penetração das ondas sonoras, e, quanto menor a frequência, maior será
a profundidade de penetração da onda.

49
Efeitos fisiológicos da ultracavitação plana e focada

O mercado tecnológico disponibiliza diversos tipos de equipamentos com


padrões distintos, os quais se enquadram como geradores de ondas ultrassônicas. Sabe-
se que a onda ultrassônica pode ser emitida de forma pulsada ou contínua, e ambas
geram efeitos fi siológicos ao atravessar as interfaces do tecido. Esses efeitos são
térmicos e mecânicos; na emissão contínua da onda, pode-se verifi car o efeito térmico
sobrepondo o efeito mecânico, e, na emissão pulsada, o efeito mecânico sobrepõem o
térmico, mas não é só isso que classifi ca seus efeitos fi siológicos, pois os efeitos
gerados também podem ser potencializados de acordo com a energia média de pico
(wats), a intensidade média por região (wats/cm2 ), o tamanho da área efetiva de
radiação (ERA), a energia aplicada (J/cm2 ), se ele é focalizado ou plano.

A ultracavitação é considerada um recurso de alta tecnologia não invasivo


utilizado para redução de gordura por meio do seu mecanismo de ação. Consiste em um
aparelho de emissão de ondas ultrassônicas de alta frequência cuja vibração, ao
atravessar as interfaces do tecido, faz com que se formem microbolhas que se expandem
e comprimem (cavitação) em razão das alterações de pressão nos fluidos tecidual. Essas
microbolhas sofreram rompimento devido à alta frequência, e esse rompimento no
tecido subcutâneo fará com que a membrana dos adipócitos se fragmente, promovendo
o extravasamento da gordura. Esse rompimento pode ocorrer por alguns efeitos:

• â : v , v b
o uso de equipamentos de baixa frequência plano.

• : v energia mecânica em energia térmica, promovendo um


aumento da temperatura, comum nos equipamentos de alta frequência focalizados,
também conhecidos como HIFU.

• : v , v
do adipócito.

• : DN , v
aumento da enzima caspase.

Estudos realizados utilizando a ultracavitação plana em modelos animais


demonstraram lipólise seletiva da célula de gordura sem causar danos em tecidos como

50
vasos sanguíneos, vasos linfáticos, músculos e nervos periféricos. A princípio, há uma
alteração relacionada ao metabolismo da gordura.

Em razão do efeito térmico e mecânico gerado pelas ondas ultrassônicas tanto do


ultrassom focalizado como do ultrassom plano de alta frequência, é possível verificar a
presença mínima de um processo inflamatório. Em análise histológica, constatou-se a
presença de macrófagos, linfócitos, células plasmáticas e poucos neutrófilos, o que
identifica a fagocitose dos fragmentos celulares. A ruptura do adipócito causado pelo
efeito de cavitação permite o vazamento de gotículas de triglicerídeos no espaço
intersticial, ocorrendo, ainda, após a lesão na membrana adipocitária, um estímulo de
adipocinas e citocinas com aumento do fator de necrose tumoral (TNF-alfa), que é
produzido pelos adipócitos em resposta ao processo inflamatório transitório causado
pelos seus efeitos, uma vez que o TNF-alfa vai induzir a chegada não apenas dos
macrófagos para a fagocitose do local, como também da interleucina, que desencadeia a
cascata lipolítica transformando o triglicerídeo em ácido graxo e glicerol. O ácido graxo
então será transportado ao fígado e, após metabolizado, será eliminado em forma de
energia, o que significa que os resíduos são eliminados de maneira fisiológica sem que
causem aumento do perfil lipídico do sangue.

Tanto os equipamentos de ultracavitação focalizados como o planos, quando de


alta frequência, podem desencadear esses efeitos fisiológicos; já com os equipamentos
de baixa frequência plano, é possível verificar a fragmentação da membrana celular e a
ativação da enzima caspase, levando à apoptose da célula de gordura.

Já na ultracavitação focalizada (HIFU), além de provocar o rompimento da


membrana do adipócito, seu efeito térmico também é capaz de produzir uma
desnaturação do colágeno, levando à formação de colágeno novo e à contração geral das
fibras da pele e do septo interlobular na gordura. Nos equipamentos de baixa frequência
plano (37,2–42,2 kHz), essa alteração só pode ser vista no tecido gorduroso sem o
estímulo de neocolagênese.

Contraindicações e riscos da ultracavitação

Apesar de nenhum tratamento estético substituir um estilo de vida saudável, a


ultracavitação é indicada para gordura localizada, ou seja, em regiões em que a gordura

51
resiste a atividades físicas e dietas, podendo ser indicada também como complemento
da lipoaspiração. No fi bro edema geloide, é indicada em casos em que o acúmulo de
gordura seja identifi cado na área tratada.

Porém, como todos os recursos aplicados, a ultracavitação pode apresentar


contraindicações específicas que podem estar ligadas a seu mecanismo de ação, entre
elas:

• h á — em razão do metabolismo fisiológico da gordura durante o


processo de lipólise, o que pode acarretar uma sobrecarga no fígado podendo causar
complicações;

• — embora os estudos realizados confirmem a ausência de alteração nos


níveis séricos de lipídeos no sangue, é necessário agir com cautela para que se evite a
piora da doença já existente, considerando que há uma degradação dos triglicerídeos
após a aplicação do recurso;

• — quando aplicado em abdome gravídico, pode causar lesões em razão do


efeito de cavitação ou má formação fetal;

• á — para evitar agravamento do quadro;

• õ ( ) — em razão do desconforto térmico que


pode ser causado em locais em que a pele não está íntegra;

• — durante o metabolismo de gordura, a eliminação do glicerol


pode acarretar uma sobrecarga renal;

• b — podem influenciar de maneira direta no metabolismo da


gordura;

• v — podem levar ao desconforto auditivo principalmente nos


equipamentos de baixa frequência que causam um zumbido no ouvido.

Muitas empresas ressaltam a importância das contraindicações absolutas, mas


vale lembrar que outras podem ser consideradas relativas, como: sobre área cardíaca,
sobre próteses metálicas, áreas de testículos ou gônadas, infarto agudo do miocárdio
recente, angina instável, epífase óssea em adolescentes.

52
A ultracavitação tanto focalizada como plana pode ser considerada uma técnica
segura desde que preconizados os cuidados durante a aplicação e o conhecimento de
todo mecanismo de ação. Os equipamentos que causam os efeitos térmicos podem
apresentar desconforto ao cliente, por isso é importante respeitar o limiar de
sensibilidade de cada um para que não se cause nenhum tipo de queimadura na pele. É
importante também utilizar o meio de acoplamento, gel de contato, suficiente para
diminuir qualquer desconforto durante a aplicação, além disso o transdutor deve estar
em contato total com a região aplicada.

Apesar de estudos comprovarem que não há um aumento significativo de níveis


séricos de lipídeos no sangue, há um processo de degradação dos triglicerídeos quando
submetidos à ultracavitação focalizada. Além disso, a via de metabolização fisiológica é
o fígado, sendo assim é importante, quando for realizada a aplicação do equipamento,
que a cliente siga com uma alimentação hipocalórica.

Prática da ultracavitação em casos diversos

Neste capítulo, você vai estudar sobre a ultracavitação, incluindo suas indicações
terapêuticas para cada afecção estética, bem como os programas e parâmetros utilizados
para cada tipo de aplicação, além de conhecer de maneira detalhada os componentes
geradores de ultracavitação plana e focada.

É importante não só o conhecimento teórico do mecanismo de ação, mas


também o domínio total do equipamento, sabendo identificar o tipo de ultracavitação,
bem como diferenciar os parâmetros entre os aparelhos do mercado, como frequência,
potência e o modo de aplicação, para garantir a eficácia do tratamento e a segurança
durante a aplicação da técnica.

Indicações terapêuticas das técnicas de ultracavitação para


cada indivíduo
A ultracavitação é um fenômeno baseado em ondas sonoras com frequência que
pode variar de 28 a 80 KHz, e que tem a capacidade de promover a vibração do tecido

53
adiposo. Essas ondas sonoras apresentam a capacidade de formar microbolhas gasosas
ou de vapor, as quais serão submetidas a pressão positiva e negativa, sofrendo, por
consequência, uma implosão que atinge os adipócitos próximos, causando microlesões
ou rompimento da membrana celular do adipócito, o que leva ao extravasamento do
triacilglicerol para o meio intersticial, acarretando na redução da gordura.

A palavra ultracavitação anuncia que se trata de uma onda extremamente potente


(ultra), ou seja, com uma onda de ultrassom com uma frequência diferenciada seletiva e
com um modelo de emissão que pode ser colimado ou focado, a fim de gerar o
fenômeno cavitacional apenas no tecido adiposo, sem lesionar tecidos adjacentes.
Diante de diversos tipos de ultracavitação encontrados no mercado, podemos destacar a
ultracavitação de transdutor plano e focado, tipos que podem se diferenciar de acordo
com a frequência e a potência do equipamento. Foi observado que a membrana do
adipócito vibra com frequências próximas de 28 até 80 KHz, sendo essa provavelmente
a origem do equipamento de ultracavitação.

A ultracavitação focada tem a capacidade de acumular em um foco menor uma


quantidade de energia suficiente para aumentar a temperatura de maneira localizada,
causando um rompimento da membrana celular do adipócito. Assim, a indicação da
ultracavitação está limitada para gordura localizada ou regionalizada, não sendo um
tratamento para obesidade mórbida, pois seu mecanismo de ação leva aos efeitos
fisiológicos quando aplicados aos tecidos, que, por sua vez, podem favorecer os
tratamentos estéticos corporais de maneira direta ou indiretamente.

Para a gordura localizada, podemos utilizar a ultracavitação com objetivo de


induzir não só a lipólise da gordura, mas também a necrose e a apoptose, o que
consequentemente acarretará na diminuição do panículo adiposo, no remodelamento
corporal e na redução de medidas.

Além disso, por suas propriedades terapêuticas, o calor gerado pela passagem da
onda nas interfaces do tecido aumenta a atividade enzimática da célula, elevando o
metabolismo local e a atividade celular; segundo alguns autores, também estimula a
secreção de várias adipocinas.

O ultrassom, de maneira geral, pode ser indicado também para tratamento do


fibroedema geloide (FEG), por sua efetividade na redução de gordura localizada, já que
a adiposidade está ligada à patogênese da celulite, assim, se houver redução da gordura,

54
clinicamente haverá a melhora do quadro celulítico (aspecto de casca de laranja).
Porém, não só o acúmulo de gordura contribui para o aspecto da FEG, há outras
alterações no tecido que contribuem para sua classificação, como alteração da
microcirculação, inflamação e fibroesclerose.

Sendo assim, gerar os efeitos biológicos por meio da ultracavitação plana


quando aplicada no modo pulsado, ou seja, sem o efeito térmico, vai acelerar o processo
de regeneração do tecido, resolução da inflamação, diminuição do edema, angiogênese,
melhorando assim a circulação e a nutrição, e diminuindo o edema na FEG. Quando se
utiliza a técnica no modo contínuo, com efeito térmico predominante, isso contribuirá
para o alinhamento e a organização das fibras de colágenos, pelo seu efeito térmico de
aumentar a extensibilidade do colágeno, melhorando o quadro fibrótico da FEG.

A profundidade do tecido adiposo apropriada para a aplicação da técnica de


ultracavitação focada é de pelo menos 2,5 cm de prega cutânea, levando em
consideração 1 cm de tecido fora da área focada, assim tecidos subjacentes, como
músculos e ossos, serão preservados de qualquer tipo e intercorrência. Já na
ultracavitação plana de baixa frequência, é preciso atenção em áreas com pouca
gordura, pois a cliente pode referir dor irradiada em membros próximos à área tratada, o
que significa que a onda sonora ultrapassou o tecido subcutâneo e pode estar atingindo
áreas ósseas ou musculares.

De acordo com alguns autores, os resultados podem ser verificados a partir de


uma sessão, entretanto a indicação do número de sessões vai depender da quantidade de
gordura e do objetivo de cada cliente; na prática clínica, recomenda-se de 3 a 8 sessões
de aplicação de ultracavitação para gordura localizada, o que pode variar também de
acordo com o tipo de equipamento utilizado (focado ou plano, alta ou baixa frequência,
entre outros parâmetros). O prazo para resposta clínica, que dependerá do mecanismo de
ação do equipamento, pode ter início a partir de duas semanas e se definir até 3 meses
após a aplicação.

Componentes de um gerador de ultracavitação plano e focado

A ultracavitação é um recurso que utiliza os princípios do ultrassom terapêutico,


porém com potência alta e frequências que podem variar de 27 kHz a 3 Mhz. Há vários

55
tipos de ultracavitação dispostos no mercado, como o ultrassom focado de alta
intensidade (HIFU) e o ultrassom de baixa frequência e baixa intensidade, ambos com o
objetivo de gerar ondas sonoras, ainda que de maneira diferentes, levando a gerar os
efeitos fisiológicos para diminuição da gordura localizada.

A produção de ondas ultrassônicas é um fenômeno físico baseado no processo


de gerar, aumentar e inclusive implodir cavidades de vapor e gases em um líquido,
fenômeno denominado cavitação. Na passagem da onda ultrassônica no tecido, é
constituído um ciclo de compressão-expansão responsável pelas cavidades. Durante a
etapa de compressão, a pressão é positiva, enquanto, na expansão, a pressão é negativa,
resultando em um vácuo.

O ultrassom consiste em um gerador de corrente elétrica de alta frequência


conectado a um material piezoelétrico, que, quando recebe a corrente elétrica, provoca
mudanças físicas nas estruturas dos materiais, que emitem uma onda sonora. Trata-se de
uma vibração mecânica em alta frequência que, quando em contato com o tecido,
atravessa as interfaces deparando com meios de passagem, o que gera efeitos mecânicos
e térmicos.

As modificações nas estruturas do material piezoelétrico são transmitidas em


oscilações ultrassônicas para o meio com o qual esteja em contato, e no sistema interno
do equipamento há um controlador dessas ondas, o qual permite modular estas para que
sejam emitidas de maneira pulsada ou contínua.

Para ser utilizado dentro do transdutor, o material piezoelétrico deve ser cortado
de maneira que alcance sua vibração máxima quando submetido a um campo elétrico
para, desse modo, gerar a alteração física da espessura do material. Essas alterações
geram as ondas sonoras na mesma frequência da corrente recebida.

Na ultracavitação plana, seu material piezoelétrico está distribuído em todo o


transdutor, portanto a onda sonora é emitida de maneira divergente, e pode estar
dividido em:

•U v b x 1 MH

•U vitação de baixa frequência, com frequências entre 28 e 80 KHz. Os


mais encontrados apresentam frequência de 30 KHZ.

•U v 2,3 2,8 MH
56
Já na ultracavitação focada de alta intensidade, é utilizado um padrão
convergente, produzido por transdutores construídos especificamente para focar o feixe
dessa onda em um determinado ponto. A frequência pode ser de 1 MHz ou 3 MHz, e a
profundidade de ação dependerá da angulação da concavidade do transdutor. A Figura 1
apresenta um exemplo de padrão convergente.

A focalização do feixe ultrassônico dos equipamentos focados pode ocorrer com


o material piezoelétrico de formato côncavo, ou com a focalização eletrônica, na qual
algumas cerâmicas piezoelétricas (planas) são posicionadas no transdutor de maneira
que formem um ponto focado de emissão. Também pode ser feito com lentes acústicas
posicionadas à frente da cerâmica piezoelétrica plana. A Figura 2 apresenta um exemplo
de lente convergente.

57
E também por uma cerâmica cilíndrica, na qual as ondas são geradas em uma
frequência de 1 Mhz, e o feixe focado é formado por um refletor parabólico, como se
pode verificar na figura 03.

58
Os cabeçotes dos equipamentos de ultracavitação são mais pesados que os
equipamentos de ultrassom terapêutico, pois os cabeçotes de ultracavitação possuem
duplo emissor ultrassônico, sendo necessário um complexo sistema eletrônico para seu
funcionamento.

Parâmetros de ajustes do equipamento de ultracavitação

As fontes de ultrassom estão disponíveis em diferentes tamanhos e com


diferentes frequências de vibração do material piezoelétrico. A frequência do
equipamento depende das dimensões do material piezoelétrico, pois cada transdutor tem
a sua frequência de acordo com a área efetiva de radiação (ERA), que representa a área
da superfície do transdutor que realmente produz a onda sonora. É importante ressaltar
que a ERA vai depender de cada fabricante, podendo variar de 3 a 18 cm2 , portanto a
frequência (número de vibrações emitidas por segundo) do equipamento também é um
parâmetro já determinado de fábrica, podendo ser de baixa frequência ou de alta
frequência. A frequência de saída da ultracavitação determina a profundidade de
penetração das ondas, levando em consideração que, quanto maior a frequência, menor
será a penetração da onda no tecido.

O feixe de ultrassom transporta uma determinada quantidade de energia


produzida pelo transdutor, denominada potência. A potência de saída do gerador de
ultrassom é medida em watts (w) e representa a quantidade de energia produzida por um
transdutor; já a intensidade representa a potência das ondas em uma determinada área
expressada em w/cm2. Quanto maior a área efetiva de radiação (ERA),
consequentemente será maior a potência do equipamento. No ultrassom terapêutico, a
potência pode variar entre 7 a 14 w, e a intensidade entre 0,5 a 3,0 w/cm2 ; já nos
equipamentos de ultracavitação tanto plano como focada (HIFU), a potência é maior,
podendo variar entre 30 a 57 w (de acordo com o fabricante), e, como intensidade é
proporcional à potência do equipamento, também será mais alta e medida em w/cm2 . O
ajuste dos parâmetros pode variar de fabricante para fabricante, mas geralmente já são

59
pré-programados, de acordo com a espessura do tecido e o tamanho da área em que será
aplicado.

Durante a prática clínica, a intensidade do feixe ultrassônico depende de vários


fatores como: profundidade do tecido, região a ser tratada, o meio de acoplamento do
transdutor e o tempo de aplicação.

Apesar da dificuldade de determinar a dosimetria do ultrassom, pode haver


pequena variação para mais ou para menos, e alguns fatores devem ser considerados,
como condições do tecido subcutâneo, pele (hidratada ou desidratada), meio de contato
(gel, água, pomada) e a profundidade do tecido alvo.

Para os equipamentos HIFU, deve-se ajustar o equipamento colocando o


tamanho da prega cutânea medida por um adipômetro em cm2 , no qual será
estabelecida a potência do feixe (podendo variar entre 16 w a 57 w, dependendo do
fabricante); quanto maior a prega cutânea, maior será a potência e consequentemente a
intensidade do feixe (importante levar em conta a sensibilidade do cliente durante a
aplicação). O tempo do disparo do feixe pode variar de 1 a 10 segundos de duração; em
seguida, posiciona-se o transdutor de maneira estacionária, e o equipamento realiza a
emissão da onda por acionamento ou de maneira automática. É importante que o tempo
de disparo seja suficiente para elevar a temperatura local a fim de produzir o efeito
térmico lesivo no tecido gorduroso sem danificar os tecidos vizinhos.

Os equipamentos não focados de alta frequência são aplicados de maneira


dinâmica perpendicular à pele, pois concentram uma frequência alta (3 Mhz) e uma
potência alta também (45 a 57 w) com intensidade de até 3 w/cm2 , com suas ondas
sendo emitidas de maneira pulsada ou contínua, dependendo da aplicação. Já nos
equipamentos de baixa frequência plana, a técnica pode ser com o transdutor em
movimento ou com o pregueamento da região tratada, já que frequências mais baixas
(30 a 60 Khz) apresentam uma profundidade de penetração maior, o que vai prevenir a
ação das ondas em tecidos mais profundos; nos dois modos, o transdutor deve ser
movimentado lentamente e com gel, para permitir o deslizamento e a emissão da onda.
Além disso, os equipamentos de baixa frequência geram ruídos incômodos nos clientes,
fenômeno auditivo que está relacionado com a transmissão óssea da onda
provavelmente em função de o osso apresentar grande densidade do meio, velocidade
de transmissão do ultrassom e grande impedância.

60
A intensidade da onda e o tempo de aplicação dependerá da região que será
tratada, pois, quanto maior a prega cutânea avaliada com o adipômetro, maior será a
intensidade; o tempo de aplicação é calculado de acordo com a área a ser tratada, assim,
quando a área (ERA) do transdutor for indicada pelo fabricante, podemos calcular o
tempo T = área/ERA, porém, se a ERA não for determinada pelo fabricante, são
utilizados 10 minutos para cada 15 ou 20 cm2 . Não existe um limite de tempo que deva
ser respeitado durante a sessão, porém é importante respeitar o tempo e a dosimetria
para cada segmento tratado. Sendo assim, quando possuir grandes áreas de gordura
localizada, o tempo total da sessão pode exceder de 20 a 30 minutos.

A periodicidade de aplicação também vai variar de acordo com o equipamento, o


que é despadronizado, já que na ultracavitação plana geralmente são indicados 3 dias de
intervalos entre as sessões, e na ultracavitação focada, de 7 a 14 dias.

Laserterapia

Você sabe o que é a laserterapia de baixa intensidade? É a aplicação de raios de


luz na pele com objetivos terapêuticos, para o tratamento de diferentes disfunções
estéticas corporais, faciais e capilares, a exemplo do atendimento no período pós-
operatório e no tratamento da acne vulgar, entre outros. Os efeitos terapêuticos da
radiação do laser de baixa intensidade sobre os tecidos são decorrentes da absorção da
energia luminosa e sua transformação em energia química, promovendo efeitos
biológicos.

Neste capítulo, você vai compreender a técnica de laserterapia de baixa


intensidade e seus efeitos fisiológicos, além de aprender a programar os parâmetros de
ajustes do equipamento.

Técnica de laserterapia de baixa intensidade

Há dois tipos de laser utilizados na área da saúde: as radiações emitidas com alta
potência (acima de 1Watt), também denominadas ablativos, têm potencial destrutivo e
podem chegar a temperaturas acima de 100 ºC. São utilizadas nas áreas médicas, como

61
nas cirurgias de retirada de tumores, e na área da estética, como nos procedimentos de
remoção de pelos (AGNE, 2013).

Já o laser de baixa intensidade ou baixa potência, também denominado laser não


ablativo, não produz efeito térmico e seus efeitos são decorrentes da fotobioestimulação
celular. O termo laserterapia de baixa intensidade se refere à aplicação da energia
luminosa de forma terapêutica.

O feixe de luz é direcionado ao tecido-alvo e, após a sua absorção pelos


cromóforos, são gerados os efeitos primários, secundários e terapêuticos. Os efeitos são
induzidos pelo processo de fotobioestimulação, assim a área tratada tende à homeostase,
ou seja, ao estado de normalização celular. O Quadro 1 destaca as principais diferenças
entre o laser de alta intensidade e o de baixa intensidade.

Usamos a palavra laser (light amplification by stimulated emission of radiation)


para nos referir a um equipamento emissor de radiação eletromagnética, o qual promove
a excitação dos elementos constituintes (sólidos, líquidos, gasosos, químicos ou
semicondutores) por uma corrente elétrica, proporcionando a emissão de fótons que
amplificam a emissão da radiação, sendo seu produto final um feixe de luz que possui
as seguintes características.

• Monocromática: todos os fótons emitidos têm o mesmo comprimento de onda, e isso


define a cor do laser. Cada comprimento de onda é absorvido por tipos específicos de
moléculas e dessa forma se determinam os efeitos terapêuticos relacionados a cada tipo
de irradiação laser.

62
• Coerente: todos os fótons viajam na mesma direção, ao mesmo tempo, no espaço,
promovendo deslocamento coordenado das ondas.

• Colimada: o feixe de fótons se desloca em paralelo, com quase nenhuma divergência


da radiação emitida, mesmo quando atravessa os tecidos. Essa característica está
relacionada à concentração da energia do laser em um pequeno ponto focal.

A luz emitida se propaga em alta velocidade pelo espaço na forma de ondas, as


quais se diferem umas das outras quanto ao seu comprimento, o que modifica o valor da
frequência gerada; no entanto, a velocidade dos vários tipos de ondas é sempre a
mesma, ou seja, a energia eletromagnética é emitida na velocidade da luz 300.000.000
m/s.

O comprimento da onda é a medida da distância entre duas cristas da onda. A


unidade de medida usada para a medição do espectro eletromagnético é o nanômetro
(nm), uma subunidade do metro. As emissões dessa energia estão organizadas por
espectro de radiações eletromagnéticas, baseado no comprimento da onda (PEREIRA,
2013).

O espectro eletromagnético abrange uma grande faixa de comprimentos de


ondas, mas os nossos olhos só conseguem enxergar uma parcela pequena dele, as quais
formam as luzes visíveis, estando cada cor visível associada a uma frequência ou
comprimento de onda.

O comprimento de onda de luz visível compreende a faixa de 400 nm a 700 nm,


e as radiações invisíveis estão na faixa acima de 700 nm, denominadas infravermelho, e
abaixo de 400, chamadas de ultravioletas (AGNE, 2013).

Os comprimentos de ondas mais utilizados na fototerapia de baixa intensidade


estão dispostos no Quadro 2.

63
A radiação laser incide sobre o tecido e precisa ser absorvida para que ocorra a
interação da energia emitida com os cromóforos, assim os efeitos fisiológicos são
desencadeados. Alguns fatores podem interferir nessa dinâmica.

O tecido tegumentar apresenta uma capacidade de reflexão e um coeficiente de


absorção específico para os diferentes comprimentos de onda. Observe na Figura 1 a
interação da luz com o tecido.

• b : b , água no tecido ou
por algum cromóforo está diretamente relacionada ao processo físico no qual a energia
da luz é convertida pelo tecido-alvo em resposta.

•R x : v áv -se à angulação da incidência da irradiação, estando


entre 4 e 6% da energia irradiada; quanto mais plana ou lisa a superfície, mais intensa é
a reflexão. Outros fatores que interferem na reflexão são sujidade sobre a pele,
aplicação de pomadas ou a oleosidade da pele.

•D : -se aos processos físicos da pele que fazem com que um feixe de luz
seja defletido em algumas direções, ou para novas direções. Na pele, deve-se às
moléculas do colágeno.

• T :
Atravessar a próxima camada tecidual.

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Efeitos fisiológicos desencadeados pelo laser de baixa
intensidade
Quando você incide um feixe de luz no tecido-alvo, parte dessa energia sofre refl
exão, diminuindo a penetração da luz no organismo, e parte será absorvida pelos
cromóforos no tecido-alvo. A interação da energia do laser de baixa intensidade com o
tecido produz respostas primárias no local de aplicação, as quais são do tipo
fotoquímica ou fotoelétrica, e darão origem aos efeitos secundários. As respostas ao
estímulo luminoso podem ser imediatas à sua aplicação ou observadas horas ou dias
após a aplicação (LINS et al., 2010).

Em um processo de reparo tecidual, temos os dois tipos de respostas:

• resposta imediata à aplicação — como a diminuição de dor e do edema;

• respostas tardias — síntese celular e de proteínas.

Os efeitos fotoelétricos alteram o potencial de membrana celular, aumentando a


sua permeabilidade e estimulando o processo de transferência de elétrons, que ocorre no
interior da mitocôndria, assim, o cromóforo, que está presente na mitocôndria, uma
enzima denominada Citocromo C Oxidase, absorve a luz e impulsiona os elétrons, o que
contribuirá com a síntese do trifosfato de adenosina (ATP). Os efeitos fotoquímicos
estimulam a síntese de ATP, a glicólise e a oxidação fosforilativa, bem como a liberação

65
de substâncias pré-formadas, como histamina, serotonina e bradicinina. Além disso,
aumentam o número de leucócitos e da atividade fagocitária, bem como estimulam a
produção de tecido de granulação. Esses efeitos dão origem a uma cascata de respostas
celulares secundárias, como aumento da microcirculação, do trofismo celular e a
cicatrização tecidual em uma área mais extensa à área de aplicação (AVCI et al., 2013;
PEREIRA, 2013). Observe na Figura 2 os efeitos da luz na mitocôndria.

A laserterapia de baixa intensidade desencadeia efeitos fisiológicos primários e


secundários, os quais resultam em efeitos terapêuticos pelo aumento no aporte de
nutrientes, oxigênio, elementos defensivos, eliminação dos catabólitos provenientes do
metabolismo celular, estimulando, dessa forma, a taxa de divisão celular e de produção
de colágeno, além de promover a analgesia em decorrência da liberação de endorfinas,
ter efeito anti-inflamatório pela produção de prostaglandinas e melhorar a capacidade de
reparo tissular. São observados também a diminuição de edemas e o estímulo do
crescimento de pelos e cabelos. Na Figura 3, podemos observar os efeitos primários e
secundários proporcionados pela interação da luz com os tecidos.

66
Efeitos fisiológicos do laser no tratamento do fibroedema
geloide e da gordura localizada

A radiação do laser de baixa intensidade para o tratamento do fibroedema


geloide (FEG), alteração estética que apresenta sintomas como a retenção hídrica,
alteração da microcirculação, aderências e formação de nódulos, além do aumento da
espessura da tela subcutânea, age proporcionando efeitos como o aumento da
microcirculação com consequente melhora da nutrição e oxigenação local, diminuição
do edema e a remoção de toxinas e catabólitos, importantes efeitos que contribuem para
melhorar os sinais inestéticos do FEG. Apresenta também outros efeitos, como a ação
tixotrópica, propriedade de alterar a viscosidade de subtâncias mais consistentes,
deixando-as mais fluida. No FEG, ocorre a hiperpolimerização da substância
fundamental amorfa, o que promove alteração do tecido conjuntivo que passa a
apresentar menor mobilidade. A aplicação do laser infravermelho contribui para a
melhora da extensibilidade do tecido, o que é desejado no tratamento do FEG. Em
alguns casos, a paciente poderá apresentar dor, assim, a terapia por laser será benéfica,
pois proporciona a liberação de B-endorfina e serotonina, substâncias que proporcionam

67
analgesia, o que permitirá melhor mobilização dos tecidos afetados (AVCI et al., 2013;
GUIRRO; GUIRRO, 2003; PEREIRA, 2013).

Efeitos fisiológicos do laser para revitalização

Os sinais de envelhecimento da pele, os quais são mais evidentes a partir dos 30


anos, estão diretamente relacionados com a genética do indivíduo e os hábitos de vida,
como a alimentação, atividade física, estresse, fotoexposição, poluição, tabagismo, entre
outros. Esses fatores promovem a diminuição da microcirculação local, com
consequente diminuição da hidratação e nutrição celular, assim diminuindo a atividade
celular, o que vai favorecer a formação de rugas e rítides, flacidez tissular, diminuição
da renovação celular, promovendo uma pele desitradata, sem viço e com aspecto
envelhecido. Para o tratamento desses sinais, de forma segura, sem efeitos colaterais e
com eficácia, pode-se aplicar o laser vermelho e infravermelho com a finalidade de
promover os efeitos fotobiomoduladores e, assim, proporcionar a homeostase e ativar as
atividades fisiológicas das células, o que na derme aumenta a produção dos
componentes da matriz extracelular, como as fibras colágenas e elásticas, ácido
hialurônico, promovendo o aumento da espessura da derme e diminuição das rugas. O
estímulo na circulação promovido pela liberação do óxido nítrico também contribuirá
com a nutrição, a oxigenação e a hidratação tecidual, estimulando a síntese de colágenos
e a mitose no tecido epitelial, o que promove a renovação tissular (AVCI et al., 2013;
KEDE E SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013).

Contraindicações

São consideradas contraindicações para a aplicação do laser de baixa intensidade as


situações a seguir.

• Região ocular, por promover lesões irreversíveis na retina.

• Região periocular em pessoas com glaucoma.

• Gestantes sobre o útero grávido, assim como outras modalidades de eletroterapia.

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• Irradiação na glândula tireoide, principalmente em casos de hipertiroidismo.

• Sobre as gônadas.

• Tecidos tumorais pelos efeitos fotobioestimulantes.

• Pessoas em tratamento dos medicamentos à base de tetraciclina, fenotiazinas,


glisefulvin 5 e sulfas, que são medicamentos fotossensibilizantes, pelo risco de se
desenvolverem fotodermatites.

• Em casos de hemorragia pela vasodilatação induzida pelo laser, o que pode contribuir
para o agravamento do quadro.

• Ceratose actínica ou nevos pigmentares, como as pintas.

• Após a aplicação de substâncias inflamáveis ou voláteis.

• Epilepsia.

Indicações

As indicações para os tratamentos estéticos por meio da terapia por laser são muito
vastas. Realize uma ótima avaliação e certifique-se da ausência de contraindicações. Em
decorrência dos efeitos bioquímicos, bioelétricos, o laser de baixa intensidade é
indicado nos procedimentos com objetivos de incremento da mitose, síntese de
proteínas, do ATP celular e aumento da microcirculação e seus efeitos antiedematoso,
anti-inflamatórios, analgésico, antioxidante; além disso, estímulo da fagocitose e do
sistema imune são esperados.

• Pós-operatório.

• Revitalização cutânea.

• Estrias hipertróficas e atróficas.

• Flacidez tissular e muscular.

• Alopécia.

• Hidrolipodistrofia ginoide (HLDG).

• Acne.

69
• Rugas e rítides.

Parâmetros de ajustes do equipamento de laser de baixa


intensidade
A seguir, você vai saber quais são os parâmetros que deve ajustar no
equipamento.

Comprimento da onda

Escolha o comprimento de onda que é dado em nanômetro (nm) pelos efeitos


desejados e tecido-alvo.

Laser vermelho

Segundo Pinto (2011), na radiação laser que compreende a faixa entre 630 a 670
nm do espectroeletromagnético, seu regime de emissão de radiação é contínuo;
apresenta a cor vermelha e se mostra eficaz nos tratamentos superficiais. A penetração e
a absorção desse comprimento de luz pode ocorrer em até 0,8 cm de profundidade, a
qual é absorvida por substâncias presentes na mitocôndria de células presentes nos
tecidos mais superficiais, como na epiderme e na derme papilar.

Resultados obtidos por Busnardo (2010, apud ANDRADE; CLARK;


FERREIRA, 2014) confirmam a atuação mais superficial do laser vermelho, visto que
sua aplicação no tratamento de feridas mostrou-se eficaz, com resultados como a
resolução precoce da fase inflamatória e aumento da deposição do colágeno tipo III, um
colágeno inicial que, ao longo do processo de cicatrização, será reabsorvido e
substituído em sua maior parte pelo colágeno tipo I, mais resistente às forças de tensão.
É indicado nos tratamentos estéticos como nos quadros de flacidez tissular, estrias,
revitalização cutânea, processos de cicatrização a exemplo dos quadros de acne vulgar e
pós-operatório.

Laser infravermelho

Esse tipo de radiação, na faixa entre 780 e 940 nm do espectro eletromagnético,


são ondas invisíveis aos olhos humanos e apresenta regime de emissão pulsada (AGNE,

70
2013). Além disso, penetra de forma mais profunda no organismo atingindo
aproximadamente 1,8 cm de profundidade. A absorção desse comprimento vai ocorrer
por substâncias presentes na membrana plasmática de células mais profundas, como nos
tecidos conjuntivos pelo fibroblasto, célula presente na derme, e pelos adipócitos, célula
presente na tela subcutânea, bem como pelas células do tecido muscular. Apresenta ação
no tecido muscular, podendo promover sua tonificação ou relaxamento. A absorção
dessa irradiação pelo endotélio promove a liberação do óxido nítrico, substância que
promove a vasodilatação e, consequentemente, aumenta a microcirculação periférica,
promovendo maior aporte de nutrientes e oxigênio, bem como a remoção dos
catabólitos. É indicado nos tratamentos de disfunções estéticas como a HLDG, também
denominada FEG, presença de edema, flacidez muscular.

Densidade de potência

No caso do laser de baixa intensidade, a potência será menor do que 1W/cm2 .

Densidade de energia — dose ou fluência

Os efeitos do laser de baixa intensidade estão relacionados com a quantidade de


energia absorvida, a qual promove a fotobiomodulação celular, ou seja, podem
promover a bioestimulação ou a bioinibição; doses mais altas irradiadas nos tecidos
promovem efeitos inibitórios, enquanto doses mais baixas entre 1 e 8J/cm2 estimulam a
atividade celular. Esse parâmetro está relacionado à quantidade de energia depositada
por área medida em J/cm2 e deve ser de 1 até 8 J/cm2 se os efeitos desejados são de
estimulação; doses acima de 8 J/cm2 promovem efeitos inibitórios e devem ser evitadas
para uso terapêutico (AGNE, 2013; PEREIRA, 2013).

Na pesquisa de revisão de literatura realizada por Andrade, Clark e Ferreira


(2014), com o objetivo de esclarecer os reais efeitos da laserterapia de baixa potência
sobre feridas cutâneas, reuniram-se pesquisas como a do autor Silva (2010 apud
ANDRADE; CLARK; FERREIRA, 2014), a qual avaliou a cicatrização de feridas em
três grupos; o pesquisador aplicou LBI em 2 grupos com doses diferentes durante 10
dias seguidos. Um grupo recebeu (2 J/cm2 ), o outro recebeu (4 J/cm2 ) e um terceiro
grupo, o grupo controle, não recebeu nenhuma dose de laser. O grupo que recebeu dose
de 4 J/cm2 apresentou melhores resultados na reepitelização em comparação ao grupo

71
que recebeu a dose de 2 J/cm2 . Em outro estudo realizado por Maiya et al. (2009 apud
ANDRADE; CLARK; FERREIRA, 2014), no qual ratos diabéticos com lesões cutâneas
foram expostos a diferentes doses de laser de baixa intensidade (entre 3 e 9 J/cm2 ),
demonstrou-se que os melhores resultados foram obtidos com as aplicações de doses
entre 4 e 5 J/cm2 . Essas pesquisas indicam que a dose de laser para promover ação de
regeneração está em torno de 4 J/cm2 .

Colls (1984 apud AGNE, 2013) recomenda um esquema de doses apresentado


no Quadro 3, o qual deve ser avaliado levando em consideração os objetivos do
tratamento e a fase da lesão. Na fase aguda, as doses de laser devem ser baixas, entre 1 e
3 J/cm2 , e nas fase crônicas as doses podem ser mais elevadas, entre 5 e 7 J/cm2 . As
doses acima de 8 J/cm2 têm efeitos bioinibitórios e devem ser evitadas.

Tempo

A maior parte dos equipamentos promove uma relação entre dose e tempo para
emitir cada joule, dessa maneira, o terapeuta consegue identificar o tempo de sessão.
Para a aplicação do laser, alguns pontos devem ser considerados, como o modo de
aplicação do laser, cuidados com o ambiente e a avaliação do paciente.

Modo de aplicação

Agora que já se sabem os parâmetros ajustados no equipamento, é necessário


ficar atento ao modo de aplicação do laser. Para que não haja a dispersão da luz, a
ponteira deve ser posicionada de forma perpendicular e o mais próximo do tecido
irradiado, quase encostando totalmente na pele. A aplicação da energia do laser sobre a
pele pode ser realizada por meio de aplicação pontual, por varredura ou por zona, e sua
escolha está relacionada com a integridade da pele; nesse caso, a escolha deve ser por

72
aplicação pontual, aumentando a absorção da radiação eletromagnética, e, nos casos em
que há presença de solução de continuidade, como em feridas, a aplicação deverá
ocorrer por varredura, diminuindo-se o risco de contaminação. A aplicação por zona é
recomendada quando o tratamento é realizado em grandes áreas (GUIRRO; GUIRRO,
2003).

• : v
perpendicularmente à área que será tratada, evitando a reflexão da radiação. Os disparos
devem ser realizados respeitando a distância de 1 cm e a ponteira pode ser encostada na
pele, quando esta se apresenta íntegra, sem lesões. Nos quadros em que ocorre o risco
de contaminação, a caneta emissora deverá ser envolvida em plástico filme e deve-se
aproximar o máximo possível a caneta do tecido-alvo, permitindo maior penetração da
energia nele.

• : v á
ponto, a qual tem normalmente 1 cm de distância entre eles. Para esse modo de
aplicação, pode ser utilizado um dispositivo, como a fibra óptica ou uma lente
divergente, ou ainda afastar a caneta, mantendo um pouco mais de distância do tecido
do que no modo pontual, assim irradiará certa área do tecido. O laser de HeNe é o que
melhor permite esse modo de aplicação.

• v : v -se a caneta,
permitindo que a radiação passe por uma área mais extensa em comparação à aplicação
pontual.

Ambiente

• Deve ser realizado em ambiente tranquilo, com iluminação tênue.

• Os locais devem ter a identificação na porta da sala onde é realizada a aplicação do


laser com o objetivo de alertar os indivíduos que por ventura circulem no local sobre os
cuidados que devem ser tomados ao entrar no ambiente. Um exemplo de cuidado a ser
tomado é: não olhar diretamente para o feixe de luz, pelo risco de lesão na retina.

• Verificar se a voltagem local é compatível à do equipamento.

• Não deixar o equipamento em locais com risco de incidência da radiação solar, como
próximo de janelas.

73
• Cuidado na manipulação dos cabos, evitando danos a eles, e com queda das manoplas
que podem sofrer avarias irreversíveis.

• Organize todos os detalhes e separe os materiais necessários, para que no momento da


aplicação a sua atenção esteja voltada integralmente para a terapia; dessa forma, você
garante a distância correta da manopla no momento da aplicação e fica atento aos sinais
apresentados pelo paciente.

Avaliação

Realize uma avaliação completa do paciente, examinando-o e levantando


informações relevantes como outros tratamentos já realizados, medicamentos e
cosméticos utilizados. Depois de realizar a avaliação, será necessário planejar a
aplicação do laser. Antes de iniciar a terapia, integre as informações coletadas do seu
cliente em relação à queixa principal, informações de hábitos de vida e exame físico aos
conhecimentos adquiridos neste capítulo, como os efeitos fisiológicos, indicações e
contraindicações, somados à sua expertise para ajustar os parâmetros necessários no
equipamento. Dessa maneira, a terapia realizada será personalizada, o que vai contribuir
para o sucesso do tratamento.

Preparar o paciente

• O uso de óculos específicos é obrigatório, tanto para o terapeuta como também para o
paciente, pois a incidência do laser na retina pode provocar lesões irreversíveis. Eles
devem estar esterilizados quimicamente e pode-se utilizar uma gaze umedecida sob os
óculos para proteger os olhos quando a aplicação for na região periocular.

• O tecido que receberá a irradiação deve estar limpo e livre de barreiras físicas, para
aumentar a quantidade de energia absorvida.

LED

A fototerapia com LED é um procedimento que utiliza a aplicação de alguns


comprimentos de luz no tecido, os quais não emitem calor e proporcionam benefícios
nos tratamentos de acne vulgar, nas cicatrizes da acne e nos sinais presentes no
envelhecimento cutâneo, como manchas e rugas.
74
Neste capítulo de terapia por LED, você vai aprender a técnica de fototerapia por
meio de LED e seus efeitos fisiológicos, bem como programar os parâmetros de ajustes
do equipamento.

Técnica empregada no uso de LED

A aplicação de raios de luz na pele com objetivos terapêuticos já é bem descrita


pela literatura e amplamente utilizada, desde os estudos do Dr. Endre Mester, na década
de 1960, para avaliar o potencial carginogênico do laser rubi (694 nm) em ratos, nos
quais, para sua admiração, obteve como resultado que o laser não havia causado o
câncer nos animais da pesquisa e, ainda, contribuíra para o crescimento dos pelos nos
locais onde haviam sido cortados para a condução do experimento. Assim, as fontes de
luz têm sido amplamente estudadas e utilizadas como forma terapêutica (KEDE;
SABATOVICH, 2015).

Tradicionalmente, a fototerapia é realizada por laser, mas uma nova geração de


equipamentos que permitem a utilização da luz de forma terapêutica tem sido
desenvolvida, são os LEDs terapêuticos construídos com diodos emissores de luz
(LED). Os LEDs são componentes eletrônicos semicondutores de diodo, que emitem
luz quando estimulados por corrente elétrica, sendo empregados como fonte de luz para
iluminação geral. Por sua alta luminescência e vida útil longa, essa tecnologia vem
substituindo as lâmpadas incandescentes, não apenas pela qualidade na iluminação, mas
também pelo baixo consumo de energia e a não elevação de temperatura. Além disso,
sua alta largura de banda e a disponibilidade de diversos conteúdos de comprimentos de
onda, variando de ultravioleta para infravermelho, permitem grande controle no ajuste
de brilho, durações de pulso e espectros, parâmetros indispensáveis para a aplicação
terapêutica. Todas essas características, aliadas ao menor custo em relação a outras
fontes de luz, estão contribuindo para o emprego do LED de forma terapêutica, o qual já
ocorre desde a década de 1990 (AGNE, 2013; DONG; XIONG, 2017; KEDE;
SABATOVICH, 2015; MARTINS et al., 2007).

A fototerapia por LEDS vem ganhando espaço nas clínicas de tratamentos


estéticos por apresentar boa relação custo/benefício, bem como por ser composta de

75
outros comprimentos de ondas em relação ao laser, como o LED azul, âmbar, verde e
violeta, proporcionando sua utilização em diversos tratamentos estéticos, como nos
quadros de acne, fibroedema geloide (FEG), gordura localizada, revitalização e nos
tratamentos de pré e pós-operatório das cirurgias plásticas, bem como na área de
terapias capilares. O feixe de luz produzido pelo LED possui algumas características:

• P á á : L D vá x v
comprimentos de onda, ou seja, os fótons emitidos viajam com diferentes comprimentos
de ondas dentro de uma determinada faixa, diferente do laser, que apresenta um único
comprimento de onda. Para fototerapia, são utilizadas as monocromáticas.

•N : ,
sido questionada, pois não desempenha papel crucial na interação luz-tecido, já que a
coerência da luz deixa de existir após sua aplicação no tecido devido à refração
(mudança na velocidade e comprimento de onda, quando a luz muda de meio); dessa
forma, esse tipo de luz apresenta-se tão eficaz quanto a luz do laser, que é coerente.

•N : vá õ v
espalhamento da energia emitida, assim promovem maior área de ação, porém mais
superficial.

Os aparelhos de LED terapêuticos emitem luz monocromática não coerente e


com certo espelhamento, características que os diferenciam do laser, porém não existem
diferenças nos efeitos terapêuticos pretendidos, pois, apesar de não apresentar coerência
espacial, existe a coerência temporal mantendo suas propriedades terapêuticas similares
às do laser de baixa intensidade (AGNE, 2013; BUENO; CRISTOFOLINLI, 2014;
KEDE; SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013). A Figura 1 demonstra o esquema de
emissão das ondas e o resultado na formação da luz, no qual podemos observar o feixe
do laser, que se apresenta de forma pontual, focalizada, e a luz do LED, que se dispersa
pelo tecido.

76
O espectro eletromagnético são ondas de luz que se propagam em alta
velocidade pelo espaço. Essas ondas se diferem umas das outras quanto ao seu
comprimento, o que modifica o valor da frequência gerada. O comprimento da onda é a
medida da distância entre duas cristas da onda, sendo que a unidade de medida usada
para a medição do espectro eletromagnético é o nanômetro (nm) (AGNE, 2013;
BUENO; CRISTOFOLINLI, 2014; KEDE; SABATOVICH, 2015).

Na Figura 2, podemos visualizar os espectros visíveis da luz aos olhos humanos,


os quais se encontram em uma pequena faixa do espectro eletromagnético, e os
espectros invisíveis, como a radiação solar ou ondas de rádio e TV. Observe que, quanto
maior a frequência da onda, menor é o seu comprimento.

77
Os LEDs podem emitir luzes no comprimento de ondas que variam entre 400 e
1000 nm. As mais utilizadas são os comprimentos 405 nm luz violeta, entre 450 e 470
nn para a luz azul, entre 515 e 570 nm para a luz verde, e 590 e 610 nm luz âmbar, 610
e 760 para a luz vermelha e acima de 700 até 1000 nm para o infravermelho. As
radiações invisíveis estão na faixa acima de 1000 nm denominadas infravermelho e
abaixo de 400 nm as ultravioletas (AGNE, 2013; KEDE; SABATOVICH, 2015).

A fototerapia por LED, também denominada por fotomodulação por LED ou


fotobioestimulação, está relacionada à utilização de fótons, que são a menor partícula da
luz, em uma irradiação de baixa intensidade que não produz efeitos térmicos, e os
efeitos terapêuticos são decorrentes da interação da luz com os tecidos, a qual promove
alterações das atividades celulares. Essas modificações promovem efeitos fisiológicos,
como a diminuição de edema, inflamação, relaxamento muscular, cicatrização, bem
como a analgesia e a redução de sensibilidade. A partir da irradiação da luz sobre o
tecido que será tratado, substâncias fotorreceptoras denominadas cromóforos estão
presentes nos tecidos e são capazes de absorver a luz, como exemplo há a água, as
porfirinas, Citocromo C Oxidase, os ribossomos e a melanina. São modificações

78
bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas, que favorecem o metabolismo celular, a
diminuição da inflamação, auxiliam no processo de reparo tecidual, de forma segura,
não invasiva, não tóxica e praticamente sem efeitos colaterais como danos nos tecidos
promovidos pelos efeitos térmicos do laser de alta potência (DONG; XIONG, 2017;
KEDE; SABATOVICH, 2015; YAMADA; SILVA; SCASNI, 2017).

Efeitos fisiológicos desencadeados pelo LED

A eficácia da fototerapia por LED está associada à seleção de parâmetros


específicos, como o comprimento da onda, e sua fluência, assim você consegue atingir
uma célula-alvo, ou seja, um cromóforo. O mecanismo de ação do LED e seus efeitos
fisiológicos estão baseados na absorção de luz pelos cromóforos, e, quando essa dose
está adequada, as funções celulares são estimuladas.

Radiações de baixa potência não têm a capacidade de romper ligações químicas,


mas provocar alterações bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas nas células,
estimulando a liberação de substâncias químicas, normalizando o potencial de
membrana, tendo como efeito primário a absorção de energia resultando em reações
fisiológicas (BUENO; CRISTOFOLINLI, 2014; KEDE; SABATOVICH, 2015;
PEREIRA, 2013). A Figura 3 demonstra a profundidade de penetração de cada
comprimento de luz.

79
Luz violeta

Compreende o espectro de onda na faixa entre 390 e 455 nm, e sua profundidade
de penetração é em torno de 0,3 mm, assim, a sua ação ocorrerá na derme, segunda
camada do tecido tegumentar. A luz violeta é absorvida pelos cromóforos
oxiemoglobina, flavoproteínas e oxidases terminais, presentes na pele, sendo estes
responsáveis pela geração do oxigênio molecular, com efeito bactericida contra
microrganismos anaeróbicos, assim esses microrganismos que fazem respiração
anaeróbia, aquela realizada na ausência de oxigênio, acabam não resistindo ao ambiente
com maior quantidade de oxigênio e ocorre a diminuição da flora bacteriana local, visto
que a saturação de oxigênio local está mais alta, e, em consequência da maior
oxigenação, o metabolismo daquelas células encontradas em estágios de potencial redox
alterado (processos inflamatórios, por exemplo) é otimizado (DMC, 2015; KEDE;
SABATOVICH, 2015).

80
Luz azul

Seu comprimento de onda está na faixa entre 450 e 500 nm, seu potência de
penetração está entre 0,3 e 0,5 mm de profundidade, agindo, portanto, na epiderme,
primeira camada da pele. Esse comprimento de luz não tem potencial mutagênico,
especialmente quando se irradia a luz no espectro entre 453 nm e 480 nm,
demonstrando-se inteiramente segura sem apresentar toxicidade; deve, no entanto, ser
operado com cautela, pois produz uma quantidade considerável de radicais livres como
o peróxido de hidrogênio, substância que promove reações com substratos biológicos
podendo ocasionar danos às biomoléculas e, consequentemente, afetar a saúde humana
(BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006; KEDE; SABATOVICH, 2015; OPLÄNDER
et al., 2011; PEREIRA, 2013).

A luz azul é absorvida pelas porfirinas, especialmente as coproporfirina III, que


são produzidas e armazenadas pelo Propionibacterium acnes (P. acnes), proporcionando
a fotoinativação da bactéria, pelo processo conhecido como estresse oxidativo. Essas
porfirinas, em contato com a luz azul do LED, se agitam e ocorre a formação de
espécies reativas de oxigênio, como o oxigênio singleto, que se combina com a
membrana citoplasmática da bactéria e oxida os seus componentes, uma reação de
destruição das bactérias sem atingir o tecido circundante (AGNE, 2013; ARAUJO et al.,
2015; KEDE; SABATOVICH, 2015; YAMADA; SILVA; SCASNI, 2017).

O efeito bactericida descrito ocorre para a bactéria P acnes, mas não para outras
bactérias como o S. Áureos, assim não se deve generalizar sua ação bactericida, sendo
que essa terapia não deve ser combinada com o uso de antibióticos, já que depende da
produção de porfirinas pela bactéria (FILGUEIRA; DUQUE; AZULAY, 2013 apud
YAMADA; SILVA; SCASNI, 2017; PEREIRA, 2013).

Outro efeito da luz azul é a formação de peróxido de hidrogênio, um tipo de


espécies reativas de oxigênio (ROS – do inglês Reactive Oxygen Species), o qual
interage com a melanina, que tem ligações bivalentes absorvedoras de luz. Essa
interação promove alterações, transformando-as em ligações simples, não absorvedoras
de luz, produzindo o efeito de clareamento (OLIVEIRA et al., 2015; PEREIRA, 2013).

81
Luz verde

A luz verde compreende o comprimento de onda entre 500 a 570 nm do espectro


eletromagnético, sendo uma luz nova no que tange a fototerapia, assim são poucos os
estudos para comprovar sua eficácia. Sua capacidade de penetração fica entre 0,3 e 0,5
mm no tecido tegumentar. Em estudo recente de Araujo et al. (2015) para investigar os
efeitos de diferentes comprimentos de ondas eletromagnéticas no processo de
cicatrização, o qual foi realizado com animais (ratos), o LED verde irradiado por 6
minutos diariamente, durante 4 semanas, promoveu redução de edema e da inflamação
aguda e melhor cicatrização, com aumento do número de fibroblasto e formação de
novos vasos sanguíneos, em relação ao grupo controle, porém com menor extensão do
que o grupo que recebeu LED vermelho. Mostrou-se, assim, que pode ser uma opção
terapêutica para os tratamentos que visam à diminuição de edema, incremento do
sistema circulatório e redução da inflamação, além da melhora da cicatrização
(ARAUJO et al., 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015).

Luz âmbar

O LED âmbar, também conhecido como a luz amarela, está no espectro


eletromagnético entre 570 e 590 nm, e sua capacidade de penetração fi ca em torno de
0,1 a 0,5 mm. Podemos inferir que esse comprimento de luz atuará na camada dérmica,
visto que o tecido tegumentar apresenta entre 0,5 e 4 mm de espessura e a epiderme tem
apenas entre 0,04 e 1,5 mm (GUIRRO; GUIRRO, 2003; GERSON et al., 2011).

Essa luz apresenta-se eficaz para aplicação durante a fase aguda da inflamação
com resultados superiores ao LED vermelho e verde, quando o objetivo é o incremento
de fibroblastos, não proporcionando efeitos em relação à diminuição de edema, sendo
eficiente no estímulo à síntese de colágeno, e contribuindo para os tratamentos com
objetivo de restauração dos elementos da matriz extracelular (AGNE, 2013; ARAUJO
et al., 2015; YAMADA; SILVA; SCASNI, 2017).

Kede e Sabatovich (2015) relatam que esse comprimento de luz LED (590 nm) é
um importante aliado nos tratamentos de queimaduras, em que sinais de queimação e

82
inflamação estão presentes, sendo que doses diárias promovem a diminuição desses
sinais e aceleram o processo de cicatrização.

Luz vermelho

Esse comprimento de luz situa-se na faixa entre 610 e 760 nm do espectro


eletromagnético, e sua capacidade de penetração no tecido fica em torno de 1 a 2 mm de
profundidade, atuando até a derme. Esse comprimento tem seus efeitos comprovados
por diversos pesquisadores, os quais explicam a atuação eficaz e segura desse
comprimento de luz. A incidência da luz promove a estimulação de fotorreceptores que
interferem na cadeia respiratória e, em decorrência dessa estimulação, ocorre o aumento
da produção de oxigênio molecular e de adenosina trifosfato ATP, o qual estimula a
atividade do DNA e RNA aumentando a velocidade da divisão celular, ou seja, ocorre
incremento da mitose. Esse processo acontece, pois a luz vermelha é absorvida por uma
enzima (Citocromo C Oxidade), a qual está no interior da mitocôndria e impulsiona os
elétrons para a formação de ATP potencializando o processo redox e, assim, o processo
de respiração celular. São observados também o aumento da presença de ácido
ascórbico nos fibroblastos dos tecidos irradiados, sendo cofator indispensável para a
produção de colágeno (AVCI et al., 2013; KEDE; SABATOVICH, 2015; PEREIRA,
2013).

Outras substâncias, como as citocinas IL-1β TNF-α, õ


imunes do organismo e participam da cascata de cicatrização de feridas, pois
contribuem para a síntese de colágeno. A reativação da enzima Cu-Zn superóxido
dismutase age como substância antioxidante, promovendo a redução de espécies
reativas de oxigênio, contribuindo para a cicatrização por evitar o dano no tecido sadio
(AVCI et al., 2013; KEDE; SABATOVICH, 2015).

Pelos motivos expostos, esse comprimento de luz pode ser aplicado nos
tratamentos com o objetivo de diminuir os sinais da inflamação como o eritema, o
edema e a dor, bem como quando se deseja o aumento do número e da atividade dos
fibroblastos, células que sintetizam o colágeno, reduzindo o tempo de cicatrização. É
recomendada a sua utilização também nos tratamentos quando o objetivo é o aumento

83
dos constituintes da matriz extracelular da derme, como quantidade de colágeno e
elastina, em pacientes que apresentam sinais de fotoenvelhecimento com presença de
rugas e afinamento da espessura da derme (AGNE, 2013; AVCI et al., 2013; KEDE;
SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013).

Luz infravermelho

A radiação infravermelha compreende a faixa acima de 760 nm e tem maior


profundidade de penetração, acima de 2 mm. É uma luz que produz efeitos na
circulação, nos processos inflamatórios e em seus sinais e sintomas, como a dor, sendo
também utilizada nos tratamentos de adiposidade localizada, fibroedema geloide e
flacidez muscular.

O LED infravermelho, assim como o vermelho, atua nas respostas celulares, já


que é absorvido pelo Citocromo C Oxidase, fotorreceptor que influencia a produção de
ATP, sendo, porém, absorvido em camadas mais profundas, visto que sua penetração
chega a 2 mm de profundidade; além disso, promove a liberação óxido nítrico (NO), um
potente vasodilatador, o que vai produzir aumento da circulação sanguínea e
consequente aumento do aporte de nutrientes, oxigênio, estimulando a degranulação dos
mastócitos. Dessa forma, os mastócitos liberam substâncias mediadoras da inflamação,
as quais induzem a migração de outros tipos celulares que participam do processo
inflamatório como os macrófagos e neutrófilos, além de promover o aumento da
permeabilidade vascular, o que contribui para a remoção de substâncias tóxicas ao
organismo provenientes do metabolismo celular e a ativação dos queratinócitos,
aumentando a atividade mitótica, favorecendo a neovascularização e a formação de
tecido de granulação, fundamentais ao processo de reparo tecidual (CRUVINEL et al.,
2010; KEDE; SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013).

Parâmetros de ajustes do equipamento de LED


Equipamentos de LED

Os equipamentos geradores de LED podem ser do tipo painel, constituídos por


inúmeros componentes emissores de LED, e assim ter uma grande área de abrangência e

84
contribuir para a diminuição do tempo de aplicação, visto que uma grande área será
tratada ao mesmo tempo, diminuindo o trabalho manual do profissional. Outra opção de
equipamento e mais comumente encontrada são os equipamentos com cluster ou
aplicadores, e recentemente foram lançadas as máscaras de LED para facilitar a
aplicação de forma uniforme e em menor tempo de terapia (AGNE, 2013; PEREIRA,
2013). Observe na Figura 4 diferentes equipamentos de LED.

Os parâmetros de luz importantes na fototerapia de baixa intensidade são o


comprimento de onda (nm), irradiância (W/cm2 ), densidade de energia ou dose
(J/cm2), tempo (s) de irradiação e intervalo de tratamento.

Comprimento de onda em nm e cor do LED

Essa luz é monocromática, e sua cor dependerá do material semicondutor


utilizado e do comprimento de onda emitido. Os LEDs terapêuticos são fabricados com
diferentes tipos de materiais, entre eles os diodos de arseneto de gálio (GaAs), que
emitem um comprimento de onda de 904 nm, e o arseneto de gálio alumínio (GaAlAs),
que emite o comprimento de onda de 780 e 830 nm, espectro infravermelho, invisíveis
aos olhos, e também pelo diodo alumínio gálio índio fósforo (AlGaInP) cujo
comprimento de onda pode variar entre 660 e 670 nm. O LED azul é produzido com

85
nitreto de gálio e índio, o qual emite a luz azul de alta intensidade com um comprimento
de onda entre 420 e 500 nm e pico máximo em 450 nm. Outros comprimentos de onda
utilizados são o violeta, com comprimento de onda entre 400 e 450 nn, o LED verde
entre 500 e 570 nn e o LED âmbar, 570 e 590 nn (AGNE, 2013; KEDE;
SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013).

Irradiância (W/cm2 )

A irradiância é a potência de saída de luz por unidade de área irradiada,


mensurada em milliwatts por cm2 (mW/cm2 ). Segundo Barolet (2008), o desafio
continua a ser encontrar a combinação ideal entre a irradiância e o tempo de tratamento
com LED, para alcançar os efeitos ideais no tecido-alvo. Caso a potência de saída da luz
seja mais baixa do que um determinado limite fisiológico para um determinado tecido-
alvo, não promoverá os efeitos de fotoestimulação, mesmo quando o tempo de
irradiação é prolongado (KEDE; SABATOVICH, 2015; DONG; XIONG, 2017;
PEREIRA, 2013).

Densidade de energia, dose ou fluência (J/cm2 )

A quantidade de energia entregue ao tecido é calculada pela energia transmitida


por um feixe luminoso por unidade de área e é medida em J/cm2 . Esse parâmetro é
também designado de densidade de energia, sendo dado pelo produto entre a irradiância
e o tempo de exposição. São preconizadas por Colls (1984 apud AGNE, 2013) para
efeitos fotobioestimuladores doses entre 1 e 8 Joules.

Tempo de aplicação

É preciso um tempo mínimo de exposição para o tratamento, sendo necessários


alguns minutos para promover a ativação do maquinário celular e promover os efeitos
desejados do tratamento. O tempo pode variar em decorrência da dose necessária para
se alcançarem os objetivos pretendidos e o regime de irradiação (pulsado ou contínuo),
bem como o estado do tecido irradiado.

Regime de irradiação pulsado versus contínuo

Os equipamentos permitem a escolha no modo de entrega da energia, e as duas


formas se mostram eficazes, porém os estudos até o momento não são conclusivos sobre
qual modo se demonstra superior.

86
Para Barolet (2008), o modo pulsado de entrega de energia com sequências
repetidas de trens de pulso curtos seguidos por intervalos mais longos se mostra mais
efetivo na produção de colágeno do que o modo contínuo. O autor explica que pulsos
muito longos podem promover a exaustão celular, diminuindo a efetividade da terapia, e
que pulso curtos podem viajar mais profundamente nos tecidos.

Indicações e contraindicações

São inúmeras as indicações para a fototerapia por meio de LED, considerado um


tratamento muito seguro. O órgão americano Food and Drug Administration classifica
os riscos em quatro classes, sendo a classe I a mais baixa e a classe IV a de maior risco.
As terapias com luzes do tipo LEDs são consideradas como classe I, quando
administradas por profissionais qualificados, dentro das especificações e seguindo
algumas observações, como o uso obrigatório de óculos por pacientes e terapeutas.

O LED é uma forma terapêutica por irradiação, não térmica e não ablativa, a
qual promove efeitos na microcirculação, promovendo a redução de edemas e a nutrição
e oxigenação tecidual, contribuindo para os tratamentos estéticos que tenham objetivos
anti-inflamatórios, analgésicos, antioxidantes, estimulem a fagocitose e o sistema
imune, incrementem a mitose, a síntese de proteínas e o ATP celular.

• Acne.

• Pós-operatório.

• Revitalização cutânea.

• Estrias hipertróficas e atróficas.

• Flacidez tissular e muscular.

• Terapia capilar.

• Hidrolipodistrofia ginoide ou FEG.

• Gordura localizada.

• Rugas.

87
Acne

A acne é uma doença cutânea multifatorial associada à inflamação da unidade


pilossebácea. Como algumas terapêuticas medicamentosas podem ser prejudiciais à
saúde ou pouco toleradas pelos pacientes, a terapia por LED apresenta-se como uma
terapia promissora, visto que não possui efeitos colaterais, é indolor e pode auxiliar
promovendo a descontaminação do tecido pela destruição da bactéria P. acnes, além das
funções anti-inflamatórias, antiedematosa, analgésica e cicatrizante dos LEDs
infravermelho e vermelho, podendo esse último também ser um aliado contribuindo
para a diminuição da produção de sebo.

A utilização da luz azul pode ocorrer de forma isolada ou combinada com outros
comprimentos de luz como o âmbar e o vermelho, dessa maneira o LED azul promove o
efeito bactericida como demostrado no estudo realizado por Ashkenazi et al., no qual
foram realizadas culturas de P. acnes, encontrando- -se a coproporfirina III, que quando
exposta à luz azul, cujo comprimento de onda está entre 407 e 420 nm, por pelo menos
três ou quatro exposições, promove considerável redução da bactéria (ASHKENAZ et
al., 2003 apud YAMADA; SILVA; SCASNI, 2017).

Clareamento

Para obtenção de bons resultados no clareamento das hipercromias, como os


melasmas e hipercromias perioculares, a associação da luz azul com cosméticos
clareadores tem demonstrado ser uma eficiente terapêutica, principalmente para as
manchas superficiais, ou seja, quando a melanina é depositada nas camadas mais
superficiais da pele como a epiderme. As manchas mais profundas são alterações que
não respondem bem, mesmo a tratamentos médicos considerados tratamentos mais
agressivos (PEREIRA, 2013).

Nesse caso, como em outros tratamentos, a avaliação será de suma importância,


primeiro para estabelecer a profundidade da mancha; para isso, o profissional pode
contar com recursos como a lâmpada de Wood. Também se faz necessária a avaliação
da etiologia da mancha, a causa da sua origem. Dessa forma, pode-se estabelecer qual

88
ou quais associações entre tratamentos serão propostas, a exemplo de associações entre
as luzes azul com objetivos clareadores, a vermelha com objetivos anti-inflamatórios, e
o infravermelho por aumentar a microcirculação e promover a oxigenação celular.
Pode-se optar entre a associação da luz azul a cosméticos clareadores (KEDE;
SABATOVICH, 2015).

Revitalização

O LED vermelho será a primeira luz irradiada no tecido pelos seus efeitos de
estímulo da produção de colágeno e elastina. O infravermelho será utilizado na
sequência, pois ativa a microcirculação, promovendo a nutrição e a oxigenação do
tecido, o que também favorece a produção de colágeno.

A associação das duas cores permite uma melhor organização das fibras de
colágeno, favorecendo a melhora da textura e aparência da pele, pois essas condições
estão relacionadas à produção de colágeno e elastina (AGNE, 2013; KEDE;
SABATOVICH, 2015; PEREIRA, 2013).

A luz âmbar também é indicada para esse tratamento, pois atua estimulando a
síntese de colágeno. A associação da luz âmbar com o infravermelho proporciona
melhora global do quadro, com a diminuição das rugas e melhora da espessura da
derme.

Fibroedema geloide e gordura localizada

Os efeitos fibrinolíticos da fototerapia de baixa intensidade podem contribuir


para o tratamento dessas disfunções corporais, as quais serão beneficiadas pela melhora
da circulação sanguínea e linfática, bem como a formação de novos vasos e de
colágeno, assim a região afetada terá melhora do aporte de nutrientes e oxigênio, bem
como a remoção de substâncias que dificultam o metabolismo celular, favorecendo as
trocas entre as células e o meio extracelular, melhorando o tônus tissular,

89
proporcionando a melhora do quadro. Essa terapia pode ser associada a outras
modalidades como o ultrassom (AGNE, 2013; PEREIRA, 2013).

Plataforma vibratória

Neste capítulo, você vai ler sobre a utilização da plataforma vibratória na


estética, um novo recurso para contribuir com a saúde de toda a população, desde os
mais jovens até idosos. Esse tipo de equipamento, quando associado a outros recursos
utilizados na área da estética, contribui com o aumento do gasto energético e promove
efeitos como diminuição da gordura localizada e melhora da textura e da aparência dos
tecidos acometidos pelo fibroedema geloide.

Apesar do uso recente na estética, os efeitos da vibração mecânica na saúde se


iniciaram com a doutora Mary Lydia Hasting Arnold Snow, em 1917; posteriormente,
na década de 1970, Vladimir Nasarov, professor e ex-atleta, desenvolveu um programa
de exercícios que se mostrou efetivo para força e flexibilidade; assim, essa modalidade
foi introduzida para o treinamento de cosmonautas russos, durante as missões espaciais,
com o objetivo de prevenir as mudanças de densidade óssea. A partir de sua utilização,
os russos conseguiram aumentar consideravelmente o tempo das viagens, que
ultrapassaram os 400 dias, visto que, antes, o tempo das viagens realizadas por
astronautas americanos era de 120 dias, um marco importante e que ampliou as
possibilidades da utilização desse recurso (ALBASINI; KRAUSE; REMBITZKI, 2010;
ROBERTO, 2011).

Técnica de plataforma vibratória

A partir dos anos 2000, plataformas de vibrações mecânicas foram construídas e


começaram a ser introduzidas no mercado fitness; como são equipamentos produtores
de oscilações, é muito importante compreender os parâmetros mecânicos que os
caracterizam e como esses estímulos afetam o organismo e promovem efeitos
terapêuticos.

90
As oscilações produzidas pelas plataformas geram ondas mecânicas com
formato senoidal, que se propagam na vertical e na horizontal, transmitindo energia.
Essas movimentações têm a combinação de três componentes, a magnitude, a
intensidade e a frequência, que juntos determinam a intensidade da atividade
(CARDINALE; POPE, 2003; ROBERTO, 2011; TASSINARY; SINIGAGLIA;
SINIGAGLIA, 2018).

Os treinos por meio das plataformas são conhecidos também como Whole Body
Vibration, vibração total do corpo, e estão presentes nas academias, nas clínicas de
reabilitação e nos centros esportivos, com os objetivos de aumento da força muscular,
velocidade, propriocepção, flexibilidade e mais recentemente para promover aumento
do gasto energético e, dessa forma, também estão sendo inseridos nos centro de
tratamentos estéticos (ALBASINI; KRAUSE; REMBITZKI, 2010; ROBERTO, 2011;
TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). Veja na Figura 1 um exemplo de
exercício na plataforma vibratória.

Os estímulos podem ser realizados no corpo todo ou em partes do corpo,


chamados de vibração de corpo inteiro, ou somente nas mãos e nos braços, chamados de
vibração de mãos e braços. Esses estímulos são gerados pelo equipamento e sentidos
por toda a área afetada, promovendo desequilíbrios, assim os músculos são ativados e

91
estimulados a promover uma resposta, a fim de manter a estabilidade (ROBERTO,
2011).

Os músculos são constituídos com receptores de informações sensoriais,


estruturas responsáveis pela captação de informações sobre o comprimento estático do
músculo e a velocidade com que ocorrem alterações do seu comprimento, os quais são
chamados de receptores tendinosos de Golgi, e os fusos musculares. Esses sensores
percebem quando ocorre movimento ou mudança de posição dos membros, detectando
informações da postura e do movimento. A plataforma vibratória aciona esse sistema de
detecção, que responde com contração muscular reflexa, estimulando o trabalho
muscular, consequentemente aumentando o gasto energético e promovendo aumento da
força muscular (COHEN, 2001).

Na presença dessas acelerações e desacelerações promovidas pelo equipamento,


os músculos têm sua atividade ajustada, na tentativa de minimizar as forças de choques
proporcionadas pelas vibrações, assim esses estímulos, que também são sentidos e
transmitidos por outras estruturas que compõem o corpo, como os tecidos moles,
cartilagens, líquido sinovial e ossos, têm efeitos similares às atividades aeróbicas, com
estímulos ao sistema endócrino, liberação de hormônios de crescimento e redução dos
níveis plasmáticos de cortisol. Quando associado a tratamentos de eletroterapia que
promovem a lipólise, pode incrementar seus efeitos, por meio do aumento do gasto
energético e circulatório. A Figura 2 demonstra a ativação muscular decorrente da
vibração da plataforma, a qual produz uma onda senoidal. Esses estímulos mecânicos
serão transmitidos pelo corpo, promovendo ativação dos receptores que detectam essas
informações, como os receptores tendinosos de Golgi e os fusos neuromusculares, que
por sua vez ativam os motoneurônios e desencadeiam contração muscular reflexa
(BOSCO et al., 2000 apud TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018).

92
Os efeitos nocivos das vibrações sobre o corpo são muito estudados pela
medicina ocupacional, visto que indivíduos que recebem vibrações do corpo inteiro de
forma crônica e por longos períodos podem desenvolver como consequência
degeneração espinhal e dor lombar, motivando o afastamento de um grande número de
trabalhadores abaixo de 45 anos, da área industrial, motoristas de tratores e ônibus. É
observado que a prevalência dessas alterações se eleva de acordo com o aumento da
exposição e com a idade (CARDINALE; POPE, 2003; ROBERTO, 2011).

Em contrapartida, outro estudo demonstrou que a vibração de corpo inteiro pode


ser um bom recurso terapêutico, para redução da dor e incapacidade relacionadas à dor
lombar crônica pelo aumento da capacidade de geração de força da musculatura
estimulada, favorecendo o fortalecimento da musculatura postural. Para se alcançarem
esses efeitos, é necessário o desenvolvimento de um programa de exercícios
individualizados que devem ser executados sob acompanhamento de profissionais
habilitados e treinados para a reabilitação (RITTWEGER et al. 2002; ROBERTO,
2011).

93
Esses estudos sugerem que o controle do tempo e da frequência da vibração é a
chave que diferencia a vibração que causa os efeitos prejudiciais da que beneficia a
saúde do indivíduo, contribuindo para o fortalecimento muscular e a melhora da
propriocepção.

Efeitos fisiológicos da plataforma vibratória

São objetivos com o uso da plataforma o fortalecimento muscular, o estímulo da


circulação sanguínea, além dos efeitos relacionados à realização de atividade aeróbia,
ou seja, melhora do condicionamento físico, pois são exercícios que envolvem grandes
grupos musculares em atividades de longa duração e com baixa ou média intensidade,
aumentando o consumo de oxigênio, utilizado para a produção de adenosina trifosfato
(ATP) durante a respiração celular bem como o aumento do metabolismo de gordura,
que será utilizada pelos músculos como fonte de energia durante a realização da
atividade (KEDE; SABATOVICH, 2015; ROBERTO, 2011).

Os efeitos da vibração mecânica sobre o organismo humano promovem


alterações do sistema endócrino com liberação de hormônios como a testosterona, o
hormônio do crescimento, da tirotrofina (TSH), tri-iodotironine (T3) e da tiroxina (T4) e
resultados contraditórios com os níveis de cortisol. Em alguns estudos, como o
realizado por Bosco et al. (2000), o nível de cortisol diminuiu, enquanto, no realizado
por Cardinale e Pope (2003), aumentou, o que pode ser justificado pelo tempo da
atividade física, pois a liberação de cortisol é uma resposta do organismo relacionada
com a intensidade e a duração da atividade física. Além disso, tanto o aumento dos
níveis de cortisol, quanto a sua diminuição podem ser prejudiciais ao organismo,
merecendo mais estudos para melhores esclarecimentos (BOSCO et al., 2000; BUENO;
GOUVÊA, 2011; CARDINALE; POPE, 2003; TASSINARY; SINIGAGLIA;
SINIGAGLIA, 2018).

O cortisol é o principal glicocorticoide sintetizado pela glândula suprarrenal e


interfere no metabolismo das proteínas e dos ácidos graxos livres e da glicose. Sua ação
sobre o metabolismo de lipídeos é bem complexa e está relacionada a outros fatores,
como situação de estresse agudo e jejum, sendo um hormônio que promove a proteólise

94
e a lipólise favorecendo a gliconeogênese. Como está relacionado à resposta do
organismo ao estresse, ele promove alterações que preparam o organismo para agir
mediante a essa situação, assim promove o aumento da pressão arterial e da glicose,
aumentando o aporte energético e de oxigênio para os tecidos. O cortisol também está
relacionado ao aumento do apetite e da ingestão calórica, além de estimular a
diferenciação de adipócitos em regiões específicas como abdome, tronco e face, bem
como a lipogênese nessas mesmas regiões.

Os hormônios TSH, T3 e T4 têm papel fundamental sobre o organismo,


regulando todas as funções de órgãos e tecidos, como o crescimento e desenvolvimento
somático e neural, sendo que o desenvolvimento somático consiste no desenvolvimento
dos tecidos ósseos, musculares, órgãos internos, rim e baço, e o neural envolve o
desenvolvimento do sistema nervoso. Esses hormônios também estão envolvidos na
termogênese, processo de produção de calor pelo organismo promovendo gasto de
energia, e na regulação do metabolismo e no complexo mecanismo de regulação na
manutenção do peso corporal e da ingestão alimentar, devendo ser mantidos em taxas
ideais de concentração. São considerados essenciais para a manutenção da qualidade de
vida (NUNES; 2003; MOURA; MOURA, 2004).

A testosterona, hormônio sexual masculino, que também está presente nas


mulheres, tem propriedades anabólicas de síntese de moléculas como proteínas e
enzimas. Esse hormônio exerce funções de manutenção da densidade óssea, muscular,
bem como da força e da composição corporal, além da manutenção do libido,
diminuição da depressão e melhora da qualidade de vida (KOGURE et al., 2012;
RODRIGUES FILHO, 2014).

O exercício físico é uma atividade importante que influencia a síntese do


hormônio do crescimento (GH), também denominado de hormônio somatotrófico,
produzido pela hipófise anterior, importante hormônio que em níveis adequados atua no
crescimento de todo o corpo, pois promove aumento da síntese proteica, multiplicação e
divisão celular, e elevação dos níveis de lipólise, auxiliando a manutenção da
composição corporal (CRUZAT et al., 2008; MEDEIROS; SOUZA, 2008).

Durante a realização do exercício com a plataforma vibratória, são liberadas


endorfinas, neurotrofinas e serotonina, hormônios relacionados ao bem-estar físico e

95
emocional; associado à diminuição do cortisol, é uma excelente estratégia para compor
um plano de tratamento estético.

O sistema circulatório sanguíneo e linfático é estimulado pelo período que o


indivíduo está sobre o aparelho, como se pode ver na Figura 3, pois a vibração estimula
a microcirculação e o retorno venoso, por meio das contrações musculares que durante a
contração aumentam a pressão intersticial, estimulando a entrada do líquido para o
sistema linfático no nível dos capilares linfáticos, bem como a sua propulsão ao longo
do trajeto, a qual flui pelos pré-coletores, coletores linfáticos, passam pelos linfonodos,
movem-se em direção aos vasos linfáticos, troncos e ductos e finalmente retornam ao
sistema venoso no nível da junção subclávio-jugular, evitando um acúmulo de líquido
que pode ser prejudicial e iniciar um quadro como o do fibroedema geloide. Desse
modo, podemos pensar em uma forma de tratamento ou de prevenção desse quadro.

Disfunções estéticas podem ter seus tratamentos potencializados pela utilização


da plataforma vibratória, pois esta produz efeitos parecidos com os de uma atividade
física aeróbica, contribuindo com o tratamento quando utilizada em associação a
recursos de eletroterapia que promovem a mobilização do tecido adiposo, como a
eletrolipólise.

A gordura localizada e o fibroedema geloide são alterações do tecido conjuntivo,


que envolve o tecido adiposo, tipo especial de tecido conjuntivo formado por um
conjunto de células denominado adipócito e localizado nos tecidos subcutâneos, com
distribuição e concentração influenciadas por fatores genéticos e ambientais. Quando a

96
pessoa ganha peso, o adipócito tem seu volume aumentado, e esse processo é
denominado hipertrofia adipocitária, podendo, em alguns casos, ocorrer a diferenciação
de pré-adipócitos em adipócitos, formando novas células. Esse aumento do adipócito
pode ocorrer de forma localizada em áreas específicas do corpo ou de forma
generalizada, como ocorre em situações de sobrepeso e obesidade (PEREIRA, 2013;
TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018).

Quando ocorre o aumento do volume do adipócito, podem ocorrer alterações da


microcirculação, retenção de líquidos, compressão de veias e vasos linfáticos e
sanguíneos, bem como dor nos nervos. Essas modificações da estrutura da pele e do
tecido conjuntivo levam ao surgimento de alterações do relevo cutâneo caracterizadas
pelo aspecto de casca de laranja, apresentando quadro inestético e, em alguns casos,
incapacitantes, pois pode haver dor associado; pode também ser uma condição
desencadeada por alterações hormonais como durante a gestação, após a menarca e com
o uso de contraceptivos. Afeta cerca de 80% das mulheres, que constitui população que
mais procura tratamento.

A flacidez tissular e a muscular são condições inestéticas que também podem ser
beneficiadas com a utilização da plataforma. Na flacidez tissular, uma alteração do
tecido conjuntivo, ocorre a diminuição dos elementos que constituem a derme, como os
fibroblastos, fibras colágenas e elásticas, bem como o ácido hialurônico e a água,
promovendo a diminuição da espessura da derme; pode ser decorrente do efeito
sanfona, da gestação, do processo de emagrecimento e do envelhecimento. Na inspeção,
pode-se observar presença de pregas, dobras e vincos na pele. Já a flacidez muscular
está relacionada ao sedentarismo e à diminuição da massa magra do corpo, ou seja,
diminuição do diâmetro e do número de fibras musculares.

É preciso uma boa avaliação para identificar e diferenciar a flacidez muscular da


flacidez tissular e verificar se existe a associação de ambas as alterações, que também
podem estar ou não presentes quando o cliente apresenta fibroedema geloide.

Quando se aumenta a carga sobre o sistema neuromuscular, além do estímulo à


hipertrofia muscular, ocorre também estímulo à liberação de hormônios, e as vibrações
da plataforma influenciam os processos enzimáticos envolvidos no metabolismo
energético, melhorando a circulação sanguínea e consequentemente o aporte de
nutrientes e de oxigênio, além de haver remoção dos catabólitos e incremento do

97
metabolismo basal. Como resultado terapêutico, ocorre diminuição do peso, melhora do
contorno corporal, melhora da textura e dos sinais de FEG, bem como a diminuição da
flacidez, já que a hipertrofia muscular promove o aumento do diâmetro do músculo.
Observe a Figura 4, a qual apresenta a combinação de algumas disfunções estéticas.

Parâmetros de ajustes do equipamento de plataforma vibratória

A realização de exercícios em cima de uma base instável promove vibrações,


ativa a contração muscular e recruta um grande número de fibras musculares. É possível
realizar um grande número de exercícios para os membros superiores, inferiores,
abdome e até massagem (ALBASINI; KRAUSE; REMBITZKI, 2010; ROBERTO,
2011; TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018).

O treino é simples, seguro e rápido, contribuindo com a complementação da


terapia estética e tornando possível essa associação. Porém, os protocolos de
treinamentos devem obedecer a critérios fisiológicos, para que os objetivos sejam
alcançados.

O corpo humano está preparado para receber vibrações, o que acontece durante
uma caminhada ou um exercício aeróbico. As características das ondas sinusoidais

98
determinam a rapidez com que as alterações do comprimento do músculo e dos outros
componentes desse sistema, como os receptores, fusos musculares e tendão, vão
acontecer. O movimento senoidal é um movimento periódico, que se repete de forma
idêntica para um certo período de tempo, formando ciclos. Parâmetros como frequência,
amplitude e magnitude da vibração são importantes para adequar a atividade de maneira
benéfica ao organismo.

• vb H (H ) ú vb õ
ocorrem em um determinado tempo é denominado ciclo por segundos. Frequências
muito altas e exposição prolongada são prejudiciais e podem promover resultados
perigosos para a saúde, principalmente em relação à coluna lombar. Enquanto
frequências baixas e moderadas e períodos curtos estão associados a efeitos terapêuticos
desejados.

• enta o deslocamento que o movimento realiza, e é expressa


em unidades de medida de comprimento, como em milímetros.

•M v

As plataformas utilizadas são equipamentos que podem ter a frequência ajustada


e gerar vibrações entre 15 e 60 Hz e a amplitude de deslocamento entre 1 e 10
milímetros, alcançando aceleração de até 15 g, sendo que 1 g equivale a 9,8m/s². As
atividades na plataforma podem ocorrer de forma dinâmica por meio da realização de
exercícios ativos e também por meio de exercícios isométricos, ou seja, sem movimento
articular.

Para iniciar os parâmetros, tempo, frequência e amplitude devem ser ajustados


em baixa amplitude, baixa frequência e por pouco tempo. Como exemplo em um treino
inicial, a amplitude deve ser baixa (2 mm), a frequência, de (30 Hz) e o tempo, de (30
segundos). À medida que o indivíduo vai se tornando apto aos parâmetros, deve-se
evoluir de forma gradativa, aumentando-se o tempo que inicialmente pode ser de 30 s e
passar a 45 s; outra evolução pode ser a modificação da frequência, ajustando o tempo
para os 30 segundos e mantendo-se a amplitude. Quando for alcançado um regime de 40
s e frequência de 40 Hz, é necessário alterar a amplitude. Esse pode ser um exemplo de
evolução para o uso da plataforma, mas outras variáveis devem ser levadas em
consideração, como a realização de alguma outra atividade física, aptidão, idade,

99
doenças associadas, entre outras (CARDINALE; POPE, 2003). O Quadro 1 apresenta as
indicações e contraindicações da vibração de corpo inteiro.

Para a realização de tratamentos estéticos, pressupõe-se que o indivíduo esteja


saudável; se durante a avaliação o indivíduo apresentar alguma contraindicação
mencionada acima, solicite avaliação médica, pois são condições que contraindicam a
utilização desse recurso.

Para a realização da atividade, o indivíduo deve usar calçados de solado de


borracha flexível, pois a realização da atividade sem calçados, ou seja, descalço pode
promover atrito entre a sola dos pés e a plataforma, e isso está incorreto. É importante a
hidratação antes da atividade para que se reduza a possibilidade de dor de cabeça.

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Fonte: https://sagahcm.sagah.com.br/sagahcm/sagah_ua_dinamica/18391593#leia

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