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SUMÁRIO
SOBRE A PROFESSORA..................................................................... 03

PLANO DE ESTUDO ............................................................................. 04


ATIVIDADES WEB – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM ... 04
EMENTA DA DISCIPLINA .................................................................... 07
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ..................................................... 09
UNIDADE 1 - ESTÉTICA CAPILAR ..................................................... 11
UNIDADE 2 – TIPOS, CARACTERÍSTICAS,TRATAMENTOS E
TÉCNICAS ............................................................................................. 17
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 28
UNIDADE 3 – AFECÇÕES DOS FOLÍCULOS PILOSOS E
TRATAMENTOS .................................................................................... 41
Afecções do couro cabeludo ...................................................... 41
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 49
Referência ............................................................................................. 62

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SOBRE A DOCENTE
A docente Fabiana Paiva Ribeiro possui graduação em Biologia pelo
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA (2011) e curso
Técnico em Aquicultura (IFPA). Possui bacharelado em Biomedicina pela
Universidade Federal do Pará – UFPA (2017), com habilitações em: Análises
Clínicas pelo Hospital Universitário João de Barros Barretos (HUJBB); Biologia
Molecular pelo Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo (LEIM/UFPA) e
Hemoterapia-Banco de sangue pelo Hemocentro do Pará (Hemopa). Especialista
em Bioestatística e em Microbiologia Clínica, ambas pela UFPA. Especialista em
Biomedicina Estética pelo Núcleo de Estudos em Estética Ana Carolina Puga -
Nepuga/Ribeirão Preto – São Paulo.

Ministrou a disciplina FTM do Ensino de Ciências pelo PARFOR (Plano


Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica) pela Universidade
Federal do Pará (2012).

Atuou como microbiologista clínica no Hospital Beneficente de Belém


(2019).

Promoveu alguns cursos de Microagulhamento, Jato de Plasma e


Intradermoterapia (2021).

Atualmente atua na Biomedicina Estética, nas áreas: Intradermoterapia


(Facial, Corporal e Capilar); Jato de Plasma, Toxina Botulínica, Peeling’s físicos e
químicos; Eletroterapia e Dermopigmentação.

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PLANO DE ESTUDO
O plano de estudos visa orientá-lo (a) no desenvolvimento da Disciplina.
Nele, você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e
sugerirão formas de organizar o seu tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na Faculdade Gamaliel leva em


conta instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de
competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas
formas de ação/mediação.

São elementos desse processo:

a) O Guia didático de estudos;


b) As videoaulas;
c) O Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, onde você encontrará as
atividades virtuais de verificação da aprendizagem;
d) A prova presencial.

ATIVIDADES WEB – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM


No Ambiente Virtual de Aprendizagem da Faculdade Gamaliel, você terá o
conteúdo da disciplina e as atividades a serem realizadas. Discriminamos abaixo
cada uma delas:

 Fórum da Disciplina: é um espaço web de discussão-interação-reflexão de


temas relativos ao conteúdo, com mediação do tutor EaD. É uma ferramenta
importante para o desenvolvimento da aprendizagem no processo educativo à
distância. O Fórum é parte do processo de avaliação da aprendizagem, tendo em
vista que através dele não só a escrita é exercitada, mas o exercício da análise, da
reflexão, permitindo o debate plural de ideias e a crítica coletiva do grupo. Quando
o estudante participa das discussões, trocando ideias e experiências, contribui,
também, com a consolidação da aprendizagem de seus pares. O fórum é elemento
avaliativo e vale 01 (um ponto).

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 Na prática: esse elemento consiste em um exercício em que a questão
elaborada pelo professor-autor permitirá ao estudante mobilizar os conhecimentos
tratados e analisar, na prática, um caso (estudo de caso), voltado ao ambiente
organizacional educacional. Essa atividade avaliativa vale 02 (dois pontos).
 Exercite: trata-se de um exercício nos moldes de um questionário com
questões a serem resolvidas e terá um único formato de resposta: o de escolha
múltipla, ou seja, você escolherá a resposta correta dentre quatro opções. Essa
ferramenta será usada como exercício de fixação de conteúdos e fará parte do
processo de avaliação web. Tem o valor de 01 (um) ponto.
 Prova presencial: a prova encerra o conjunto de atividades avaliativas da
disciplina e deve ser realizada no Polo de Apoio Presencial. A prova vale 06 (seis)
pontos.
O conjunto de atividades avaliativas e sua pontuação estão resumidos na
tabela abaixo:

Fórum da Na prática Exercite Prova Total de


disciplina presencial pontos
1.0 2.0 1.0 6.0 10.0
Para aprovação na disciplina o (a) estudante deve obter aproveitamento final de no mínimo 7.0
(sete) pontos.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Nossos fóruns temáticos terão data de início e término, por isso você deve
ficar atento aos avisos e comunicados disponibilizados no AVA. Assim, o acesso a
esse ambiente deve ser diário.

Cada contribuição nos fóruns não poderá conter mais de 200 palavras, pois
este limite é importante para garantir-lhes uma maior e mais leve dinâmica.
Contribuições formadas por um número de palavras superior a 200 palavras

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deverão ser divididas em mais de uma postagem ou serão penalizadas ao final da
avaliação.

Postagens e tarefas têm caráter autoral, ou seja, devem ter opiniões


próprias e inéditas, sendo desejável o uso de citações para corroborá-las com
referências seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT.

Sobre a avaliação da participação nos fóruns:


 Serão consideradas para aferição de notas somente as postagens
consistentes feitas pelo aluno. Considera-se postagem consistente aquela
que faça referência à temática exigida, respondendo às questões
norteadoras do fórum ou em debates com colegas e tutor.
 O aluno deverá participar com, no mínimo, três postagens consistentes e
distintas, e em três dias diferentes de cada semana de vigência do fórum
temático. A participação concentrada em apenas 2 (dois) dias distintos
reduzirá a nota total na atividade em 20%, e se concentrada em apenas 1
dia, a redução será de 40%. Por fim: postagens concentradas apenas no
último dia do fórum sofrerão redução de 50%.
 As postagens nos fóruns deverão ser de caráter autoral sendo facultado o
direito de inclusão de citações de acordo com as Normas da ABNT,
portanto acompanhadas de citação de autoria, quando for o caso.
 Serão considerados para a avaliação dos fóruns, além da frequência e da
realização das atividades propostas, a interação com colegas e tutor, a
clareza e correção das postagens, a proatividade e a cortesia no trato com
os colegas e com o tutor.
 Na correção das tarefas, além da realização das atividades propostas, serão
considerados na avaliação das notas os seguintes critérios, no que tange à
forma e ao conteúdo da tarefa: estrutura do texto, clareza, correção
gramatical, bibliografia, linha de raciocínio, coerência com as orientações,
embasamento no conteúdo e exemplificação.

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CUIDADOS NO ENVIO DAS ATIVIDADES AVALIATIVAS

Cada contribuição nos fóruns que contiver trechos retirados de textos de


outros autores (incluindo referências eletrônicas) deverá conter, obrigatoriamente, a
fonte da qual estes foram retirados, explicitada em acordo com as normas de
citação (NBR 10520) e de referências (NBR 6023) da ABNT.

É extremamente importante destacar que cópias de livros (digitadas e/ou


digitalizadas), artigos, dissertações, teses e textos da internet serão detectadas
facilmente e acarretarão em nota zero ao aluno, sem oportunidade de substituição
do trabalho. Recomendamos que o envio das tarefas não sejam feitas na última
hora, a fim de evitar que eventuais transtornos (problemas com internet, falta de
luz, sobrecarga da rede, etc.) inviabilizem o envio. Se, no horário final de entrega,
ocorrer algum problema com a plataforma, o prazo de envio será dilatado e
devidamente comunicado em nossa plataforma/e-mail.

Não será permitido o envio de tarefas por qualquer outro meio que não o
local específico para isso na plataforma ou fora do prazo. O não envio de uma
tarefa no prazo acarretará na nota zero ao aluno sem oportunidade de substituição
do trabalho.

Só serão aceitos tarefas e trabalhos enviados em doc, docx ou rtf. Não


enviem tarefas em pdf, odt ou nenhum outro formato que não os especificados,
pois não serão aceitas e acarretarão na nota zero ao aluno sem oportunidade de
substituição do trabalho.

As notas de fóruns/tarefas serão divulgadas posteriormente ao


encerramento/envio dos mesmos. Fique atento aos calendários.

EMENTA DA DISCIPLINA
Terapia capilar. Noções de tricologia. Revisão da anatomia: folículo piloso,
estrutura, ciclo de crescimento, composição química e outros. Alopecias, tipos de
alopecias e suas características principais. Higienização capilar, tratamentos em
nível de haste (hidratação e queratinização) e em nível de couro cabeludo

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(seborreia, pitiríase capitis). Conceito de hidratação e queratinização. Tipos de
cabelo, características quanto à etnia, forma, diâmetro, teor lipídico e outros para
anamnes. Técnicas de finalização. Função do microvisor e procedimento de uso.
Distúrbios couro cabeludo, seborreia, pitiríase capitis e dermatite seborréica e suas
forma de tratamento. A pesquisa na área de estética capilar.

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Bem-vindo à disciplina Estética Capilar e Anexos Cutâneos. A partir de
agora, começaremos uma jornada para conhecer o mundo da estética capilar. Há
muito tempo, cuidar dos cabelos deixou de ser vaidade. Atualmente, as pessoas
cuidam muito dos seus fios e do couro cabeludo. O estudo da estética capilar
envolve tricologia, anatomia capilar, patologias dos fios e do couro cabeludo e suas
formas de tratamento, terapias capilares, hidratações dos cabelos, modo correto de
fazer a higienização, diagnosticar o fio de cabelo, saber sua densidade,
porosidade, teor hídrico e lipídico, enfim, tudo que possa melhorar a saúde e o
cuidado com o fio de cabelo.

Este componente curricular, abrangerá estruturas do couro cabeludo e


suas respectivas funções, que irão influenciar em algumas características do fio de
cabelo como: cor, formato e tipo. Abordaremos as estruturas do couro cabeludo e
suas respectivas funções, que irão influenciar em algumas características do fio de
cabelo como: cor, formato e tipo. Estudaremos também as principais camadas da
haste que são: cutícula, córtex e medula e seus respectivos papéis na estrutura do
fio capilar.

Trataremos sobre as alopecia e seus diversos fatores envolvidos no seu


desenvolvimeno; seus tratamentos disponíveis que visam controlar a doença,
reduzir as falhas e evitar que novas surjam. reconhecimento de texturas e
qualidades étnicas do cabelo. Higienização, a limpeza do cabelo e do couro
cabeludo, hidratação e queratinização.

Abordaremos, também, sobre preojeção no microvisor, cuja imagem


aumentada, permite apurar as condições do bulbo capilar no que se refere à
nutrição e à oxigenação. Podendo avaliar toda a extensão do fio, da raiz até as
pontas, podendo-se diagnosticar um bulbo com hiper-hidrose, que indica uma
secreção de glândulas sebáceas que sufoca e não oxigena o bulbo capilar. As
afecções como: seborréia, pitiríase capitis e dermatite seborréica e seus
respectivos tratamentos, serão estudadas.

A área da Estética capilar, a cada dia torna-se promissora, porém as

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dificuldades e responsabilidades norteiam esse ramo. Há uma crescente de
profissionais graduados em tecnologia em estética e cosmética que atuam como
terapeutas capilares, apontando a expansão do mercado para o tecnólogo, bem
como sua importância na manutenção da saúde e beleza.

Bons estudos!

Prof.ª Fabiana Paiva Ribeiro

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UNIDADE 1 - ESTÉTICA CAPILAR E SEUS ANEXOS

NOÇÕES DE TRICOLOGIA
Os cabelos são estruturas anexas especializadas, as quais possuem
função biológica básica de controle térmico da calota craniana, protegendo-a contra
o frio, calor e radiação ultravioleta. São também responsáveis pela proteção
mecânica e percepções táteis (ROBBINS, 2000). Historicamente, os cabelos
sempre exerceram um papel fundamental na vida do ser humano, mesmo quando
não eram disponíveis as tecnologias e recursos que existem nos dias de hoje.
Devido a essa valorização do cabelo, Macedo (1989) ressalta que situações em
que há ausência e queda são causas de grande preocupação para homens e
mulheres.

Tal preocupação com os cabelos ocorre desde o início da humanidade,


onde homens e mulheres utilizavam-se de inúmeras técnicas para diminuir a queda
capilar ou simplesmente para adornar os cabelos. Os cabelos apresentam duas
funções muito importantes, das quais podemos dividir em função fisiológica e
função estética. A função fisiológica dos cabelos está relacionada com a proteção
do crânio contra traumatismos e radiações solares. A função estética está
relacionada ao importante papel de adorno e veneração que invadiu impérios, fez
parte da mitologia, atingiu a cultura, discerniu as classes sociais e hoje impulsiona
a ciência, que cada vez mais desvenda mitos sobre os cabelos e avança sua
tecnologia para melhorar cada vez mais os cosméticos para linha capilar.

ANATOMIA
Folículo piloso, estrutura, ciclo de crescimento

A formação estrutural do fio ocorre dentro do folículo piloso, também


denominado bulbo, conforme mostrado na Figura 1. O bulbo é um anexo cutâneo
em formato de bolsa, resultante de associação e interação dos componentes
dermoepidermais. Na região do bulbo estão presentes a matriz capilar e a papila
dérmica que abrigam os componentes responsáveis pela produção e manutenção
do fio. Podem se encontrar amostras de DNA dentro do folículo piloso e por esta
razão, é comumente utilizado em identificação de indivíduos pela ciência forense,

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já que é possível a extração e amplificação do DNA para comparações genéticas.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIRURGIA DA RESTAURAÇÃO CAPILAR, 2017;
CARVALHO et al., 2005; NATIONAL GEOGRAPHIC LEARNING, 2017).

O folículo piloso é invisível aos olhos, pois está na parte interna da pele.
Nessa estrutura existe a raiz do cabelo, sua única parte viva, formada pela papila
dérmica, pelo bulbo capilar e também por uma protuberância chamada glândula
sebácea que aparece na parte superior do folículo. As glândulas sebáceas são
responsáveis pela produção de sebo que é secretado no folículo capilar,
lubrificando e condicionando tanto o cabelo quanto a pele. O folículo piloso começa
a desenvolver-se na vida embrionária por volta da nona semana. Após 22
semanas, o feto já tem todos os seus folículos maduros, e não há formação de
novos folículos após esse estágio, isto é, o número de pelos que uma pessoa terá
é determinado antes do nascimento, incluindo os do couro cabeludo (KEDE;
SABATOVICH, 2009). Os pelos são constituídos por uma parte livre – a haste − e
uma porção intradérmica – a raiz. O pelo é contínuo com a epiderme, faz parte do
aparelho pilossebáceo, é ricamente inervado e altamente vascularizado (KEDE;
SABATOVICH, 2009). Segundo Kede e Sabatovich (2009), o folículo piloso se
divide em:

• Infundíbulo – que se estende desde o óstio (abertura folicular) até a inserção


da glândula sebácea.
• Istmo – vai da inserção da glândula sebácea e o ponto de inserção do
músculo eretor do pelo.
• Bulbo – porção mais inferior do folículo, que contém as células da matriz,
responsável pela produção do pelo.
• Papila – envolvida pelo bulbo.

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Estrutura do pelo

Fonte: Disponível em:http://spacobshair.blogspot.com/2011/03/tricologia.html. Acesso em: 28 jan. 2021

Uma segunda protuberância no folículo se prende ao músculo eretor dos


pelos. Esse músculo direciona o eixo do cabelo a ficar em pé e causa arrepios na
pele, que ajudam a controlar o fluxo de sangue na superfície da pele e resfriar o
corpo (HALAL, 2012).

Folículo piloso

Fonte: Disponível: https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/estrutura-e-fisiologia-dos-cabelos. Acesso em: 28 jan. 2021

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Cutícula: é a camada mais externa do fio; formada por células sobrepostas
transparentes tipo escamas, unidas por um cimento intercelular rico em lipídios. A
cutícula protege o córtex e a medula. A cutícula é responsável por todos os efeitos
sensoriais do cabelo, como brilho, suavidade e maciez. Age como uma barreira
para produtos químicos, como coloração para cabelo, loções relaxantes e
permanentes. Essa barreira não é impenetrável. Um pH alto e temperatura alta
podem abrir a cutícula e deixar que produtos químicos penetrem no córtex. Já que
a camada de cutícula é transparente, é o pigmento no córtex que determina a cor
natural do cabelo (HALAL, 2012).

Córtex: rica em lipídios, melanina e queratina, sendo responsável por


noventa por cento da massa do fio. Ele dá força, fl exibilidade, elasticidade e cor ao
cabelo. É feito de células queratinizadas, de forma quase retangular (HALAL,
2012).

Medula: é a parte mais interna do eixo capilar. Normalmente só os pelos


mais grossos e ásperos possuem a medula. No que diz respeito à cosmetologia, a
medula é um espaço vazio e não envolve os serviços de salão (HALAL, 2012).

O cabelo é formado aproximadamente por 91% de proteína. As proteínas


são feitas de longas cadeias de aminoácidos conectadas de ponta a ponta como
um colar de pérolas. A ligação química que une os aminoácidos é chamada ligação
de peptídeo, ou ligação final (HALAL, 2012). Uma cadeia longa de aminoácidos
conectada às ligações de peptídeos é chamada polipeptídeo. As proteínas são
polipeptídeos longos, enrolados e complexos, feitos de aminoácidos. O formato de
uma proteína enrolada é chamado hélice ou alfa-hélice (HALAL, 2012).

A queratina é uma proteína filamentosa com cadeias peptídicas em α-


hélice central que forma inúmeras estruturas corporais, como os cabelos. É
formada por 18 aminoácidos interligados através de ligações de hidrogênio, pontes
salinas e pontes dissulfeto. Trata-se de uma proteína com altos índices de cistina
em suas cadeias peptídicas, o que acarreta elevadas concentrações de enxofre em
sua composição. Essas altas concentrações favorecem a formação de ligações
dissulfídicas que, por sua vez, promovem resistência mecânica. Por estas razões, a
cistina é um aminoácido extremamente importante para a formação e a

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manutenção da saúde do fio (ABRAHAM et al., 2009; BARBOSA, SILVA, 1995;
ISIC – INSTITUTO SCHULMAN DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, 2018;
OLIVEIRA, 2013; PINHEIRO et al., 2013; ROBBINS, 2012). A importância da
queratina no fio é indiscutível, porém é interessante ressaltar que há outras
proteínas associadas a queratinas, denominadas KAPs (keratin associated
proteins), que são primordiais para a coesão das fibras de queratina.
Correspondem a 50 % da estrutura capilar, mas diante de agressões por agentes
externos nos fios, a sua concentração diminui e fragiliza os fios, deixando-os
susceptíveis à quebras (KERASTASE, 2018).

Com relação à melanina, há uma variação da sua distribuição ao longo do


córtex (Figura 02), o que resulta em diferentes cores e intensidades no fio. Esta é a
razão pela qual os processos de descoloração ou de colorações artificiais
permanentes no fio devem atingir o córtex capilar para serem bem sucedidas
(CARVALHO et al., 2005; PINHEIRO et al., 2013; NAKANO, 2006; NATIONAL
GEOGRAPHIC LEARNING, 2017; SCHWARZKOPF, 2017). A camada mais
externa do fio é denominada cutícula ou escama. É uma estrutura transparente que
corresponde a 10 % da massa capilar, resultante do deslocamento das células que
estão em constante crescimento no córtex. Estas, ao sofrerem um afinamento, são
distribuídas em escamas sobrepostas, dando origem à cutícula (OLIVEIRA, 2013;
SCHWARZKOPF, 2017). As cutículas capilares se ligam ao córtex através de um
complexo de membrana celular, substância lipídica que atua como agente
cimentante e apresenta um alto teor de esteroides, ácidos graxos e ceramidas em
sua composição (CARVALHO et al., 2005; OLIVEIRA, 2013; PINHEIRO et al.,
2013). As cutículas são responsáveis por conceder proteção ao fio contra as
agressões de agentes externos, mantendo a integridade do fio, e influenciam
diretamente textura, coeficiente de atrito, brilho e maciez. Como ficam expostas,
são mais sujeitas a danos provocados pelo meio externo, cosméticos de uso
diários, assim como colorações e tratamentos químicos. Se há um desgaste
gradual, as cutículas se fragmentam e podem resultar em danos profundos na fibra
capilar (CARVALHO et al., 2005; SANDHU, RAM RAMACHANDRAN, ROBBINS,
1994; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2017).

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Quanto ao crescimento do fio segue um padrão cíclico e contínuo que
consiste em três fases distintas:

 Anágena: Correspondente ao crescimento da haste capilar;


 Catágena: Início do processo de degradação;
 Telógena: Período de repouso.

Fases do crescimento do pelo

Fonte: Disponível: https:// https://clinicaecirurgiacapilar.com.br/fases-de-crescimento-do-pelo/. Acesso em: 28 jan. 2021

O processo se inicia na fase anágena, na qual há a produção do fio capilar,


já que existe uma comunicação entre a papila dérmica e a matriz. Esta fase varia
entre dois e oito anos. Nas quatro semanas subsequentes, continua a produção de
proteínas, mas dáse início à degradação do folículo, período referente à fase
catágena. Nesta etapa, ocorre uma alteração na comunicação papila dérmica-
matriz. Posteriormente, inicia-se a fase telógena, momento em que acontece o
desligamento da papila dérmica ao folículo e há degradação da matriz. O processo
dura de dois e quatro meses, até que o ciclo comece novamente com o
crescimento do fio (ABCRC, 2017; ABRAHAM et al., 2009; OLIVEIRA, 2013;
TRICHOCONCEPT, 2018). A velocidade do crescimento oscila entre 6,0 mm e 1,2
mm por mês, podendo sofrer alterações conforme a localização do folículo, idade,
etnia e sexo. Além disso, este ciclo capilar pode sofrer alterações por
medicamentos, fatores nutricionais e hormonais, assim como por algumas
patologias. De todos os fios capilares, 90 % encontram-se na fase anágena e os 10
% restantes na telógena e estima-se que caiam normalmente cerca de 50 a 100
fios por dia (SBCD, 2017).

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UNIDADE 2 – TIPOS, CARACTERÍSTICAS, TRATAMENTOS E
TÉCNICAS.

TIPOS E CARACTERÍSTICAS

A classificação dos cabelos segundo esse critério leva em consideração


apenas a distribuição de oleosidade ao longo dos fios. A oleosidade dos cabelos é
proveniente de uma única fonte: a glândula sebácea associada ao folículo piloso
(GOMES, 1999).

Normal − têm aparência natural, brilho discreto e um toque macio. As


glândulas funcionam de forma adequada, e os cabelos possuem boa capacidade
para absorver e manter um pouco da oleosidade proveniente dessas glândulas
(GOMES, 1999).

Secos – a atividade da glândula sebácea é baixa. Cabelos desse tipo


possuem aparência opaca e ressecada e um toque áspero se estiverem sem
tratamento (GOMES, 1999).

Oleosos – possuem glândulas sebáceas com alta atividade. Os fios não


conseguem absorver toda a oleosidade, o que confere ao cabelo um toque oleoso.
Geralmente são lisos e finos; a oleosidade funciona como uma carga excessiva
sobre eles, deixando-os pesados e sem volume (GOMES, 1999).

Mistos – são oleosos na raiz e secos nas pontas. A explicação para esse
tipo de cabelo reside numa alta atividade das glândulas sebáceas, associada a
uma falha na distribuição da oleosidade ao longo dos fios (GOMES, 1999).

Cor dos Pelos – Cabelos Como na epiderme, o pigmento endógeno no pelo


é a melanina, que é sintetizada por melanócitos; situados no bulbo piloso próximo a
papila. Os melanócitos desta região possuem processos dendríticos que fornecem
melanina as células epiteliais que se transformarão no córtex do pelo. Como
resultado, a melanina torna-se incorporada ao córtex do cabelo e produz a cor.

A diferença de cor é produzida por dois pigmentos: • Eumelanina, vai do


marrom ao preto. • Feomelanina, responsável pelos tons loiro-amarelado ao

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vermelho. Os níveis de feomelanina e de eumelanina e o tipo produzido são
controlados geneticamente. A diminuição significativa do pigmento produz cabelos
cinzas e a ausência do pigmento forma cabelos brancos. O pigmento fica
predominantemente no córtex do cabelo.

Cabelo loiro

Fonte: Disponível em: https://pellecapelli.com.br/cuidados-com-o-cabelo-loiro/Acesso em: 28 jan. 2021

Cabelo preto

Fonte: Disponível em: https://pellecapelli.com.br/cuidados-com-o-cabelo-loiro/Acesso em: 28 jan. 2021

Nesse tema abordamos as estruturas anatômicas que compõem o couro


cabeludo. Vimos que existem diversas estruturas, cada uma com sua função, que

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irá determinar alguns aspectos do fio de cabelo como: cor, tipo, forma, entre outros.
Podemos observar também que a haste capilar está dividida em três camadas
principais: cutícula, córtex e medula. Elas também apresentam características
próprias.

Estudamos como a cor é formada nos cabelos e porque cada pessoa


apresenta cores diferentes. Essa cor é derivada da melanina e nos cabelos
apresenta dois tipos: eumelanina e feomelanina. Que dão respectivamente as
cores nos tons escuros e claros. Podemos observar também que existem quatro
tipos de cabelos: normal, secos, oleosos e mistos; e isso se dá pela fabricação de
sebo pela glândula sebácea.

Etnia, forma, diâmetro e teor lipídico

Com o aumento na demanda de produtos cosméticos durante as últimas


décadas, o cabelo humano tem sido o foco de uma grande parcela de pesquisas
deste ramo. Porém, mesmo com a diversidade de estudos, há poucos dados na
literatura em relação às influências étnicas na característica do fio (PINHEIRO et
al., 2013). Ao longo da evolução da espécie humana, a seleção natural decorrente
de fatores geográficos, climáticos e biológicos resultou em grupos de indivíduos
com características genéticas similares. Aliada às dificuldades de interação com
outros grupos por restrições geográficas, o convívio e, consequentemente, a
reprodução desses grupos ocorreu apenas entre si, resultando em populações com
variedade genética restrita. A baixa miscigenação resultou em traços biológicos
predominantes e distintos e as texturas capilares decorrentes dos isolamentos
populacionais podem ser diferenciadas em grupos caucasianos, orientais e
negroides (PINHEIRO et al., 2013). Entretanto, as miscigenações decorrentes de
colonizações, guerras, migração e outros fatores levaram a uma variedade de
texturas capilares dentro de cada grupo. As informações genéticas de cada grupo
influenciam e determinam a cor e textura do fio capilar, as variações na curvatura
da fibra, na forma da secção transversal e a maneira com que crescem. A
composição química, ao contrário, sofre poucas variações independentemente do
grupo étnico que um indivíduo pertença (PINHEIRO et al., 2013).

Em relação às divergências estruturais do fio de cada etnia, verificou-se

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que o posicionamento do folículo piloso no couro cabeludo, assim como o formato
transversal da haste são fatores com influência direta na textura capilar
(CARVALHO et al., 2005). Fios negroides crescem praticamente paralelos ao couro
cabeludo, permitindo que se enrolem neles próprios, ao contrário do oriental, que
apresenta o crescimento perpendicular, e do caucasiano, com um ângulo oblíquo,
resultando em uma leve curvatura (CARVALHO et al., 2005). Transversalmente, o
fio é uma elipse que pode ter variações mais ou menos próximas a uma
circunferência. Secções nos diversos fios apresentaram desigualdades, sendo que
o fio oriental mostrou um diâmetro maior e formato cilíndrico, ao passo que o
negroide, além de ter um alto grau de irregularidade no diâmetro ao longo da fibra,
é achatado e fino, fator que propicia o encaracolado característico. O caucasiano
apresenta mais variações, visto que pode ter fios lisos, ondulados e até mesmo
cachos, mas é válido ressaltar que tende ao formato elíptico (CARVALHO et al.,
2005; NAKANO, 2006; PINHEIRO et al., 2013). Os fios de diferentes etnias
também possuem diferentes resistências à tração mecânica. Fios orientais são
conhecidos por apresentar maior resistência em relação aos negroides. Essas
diferenças são consequência das concentrações distintas de aminoácidos nas
microestruturas dos fios. Há uma maior quantidade de cistina nos microfilamentos
dos fios orientais, ao contrário dos negroides, que apresentam maiores
concentrações de cistina na matriz cortical (CARVALHO et al., 2005). Pode-se
observar também que as quantidades dos folículos pilosos variam nas diferentes
etnias e segundo colorações distintas dos fios.

Outras características distintas de cada grupo étnico são a velocidade do


crescimento e a densidade capilar. O fio oriental cresce 1,3 cm/mês e possui a
menor densidade de todos, ao passo que o negroide apresenta o crescimento de
0,9 cm/mês e uma densidade intermediária. O caucasiano, por sua vez, cresce 1,2
cm/mês e tem a maior densidade (CARVALHO et al., 2005). Porém, por ter um
encaracolado mais intenso e uma menor distância entre cada curvatura, os cabelos
crespos e afros darão uma ilusão de ter um crescimento extremamente lento ao
serem comparados com os demais. Basta esticar os fios para comprovar que a
impressão é falsa. Erroneamente, muitas pessoas também correlacionam o fio
negroide com uma resistência maior ao estiramento devido à ideia de que é

20
necessário aplicar uma maior força para penteá-lo. Porém, é um fio mais delicado e
susceptível a quebras em comparação ao caucasiano. De acordo com o estudo de
Lisboa (2007), a maior sorção do ácido oleico e do colato de sódio em cabelo
negroide do que em cabelo caucasiano evidenciam as diferenças físico-químicas
desses dois tipos de cabelo e deve estar relacionada à menor concentração lipídica
do cabelo negroide. Em outro estudo, realizado através de microespectroscopia de
infravermelho com radiação Sincrotron, foram analisadas amostras de fios
caucasianos e negroides. Verificou-se que o cabelo caucasiano apresenta uma
maior quantidade de lipídeos dentro da medula e menor na extensão da cutícula.
Em contrapartida, não foi detectada essa quantidade de lipídeos medulares no fio
negroide (PINHEIRO et al., 2013).

Considerando que os cabelos apresentam diferentes características, de


acordo com o grupo étnico ao qual a pessoa pertence e da genética de cada um.
As variações raciais e individuais irão determinar o padrão de crescimento e
também a forma e textura.

Os três grandes grupos étnicos humanos, o africano, o asiático e o


caucasiano possuem características estruturais próprias e, consequentemente,
cuidados específicos.

- O cabelo afro-étnicos

É um tipo muito específico com espessura mais fina e fios mais crespos e
achatados que, por sua configuração espiralada, não recebem adequadamente a
lubrificação natural produzida pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo. Dessa
forma, são cabelos naturalmente ressecados e frágeis, muitas vezes quebradiços e
de crescimento muito lento ou mesmo limitado, volumosos ou não. Tendem a ser
bastante escuros pela maior quantidade de eumelanina em relação à feomelanina.

Este tipo de cabelo deve sempre estar úmido ou molhado para ser
penteado e o pente deve ter dentes largos para evitar a ruptura mecânica dos fios e
ajudar na definição dos cachos. Outro cuidado fundamental é a hidratação que
deve ser constante.

21
Cabelo afro-étnicos

Fonte: Disponível em: https://www.belezaextraordinaria.com.br/ Acesso em 29 jan 2021

- O cabelo oriental

Historicamente, mulheres asiáticas são admiradas por suas longas


madeixas naturalmente bonitas e resistentes. Os cabelos orientais apresentam-
se mais calibrosos e lisos, com maior tendência a serem escuros pelo
predomínio da eumelanina na sua pigmentação. São cabelos fortes por
apresentarem maior queratinização dos fios o que lhes confere peso e brilho.

Cabelo oriental

Fonte: Disponível em: http://cabeleireiros.com/noticias/cabelos-orientais-principais-cuidados/ Acesso em 29 jan 2021

22
- Cabelo caucasiano

Caucasianos formam o grupo mais heterogêneo quando o assunto são


os cabelos. De claros a escuros, a proporção de eumelanina e feomelanina
nestes indivíduos é extremamente variável o que determina as inúmeras
tonalidades encontradas. Os cabelos caucasianos também podem ser lisos,
encaracolados ou ondulados e, em geral, são os que menos precisam de
cuidados específicos. Uma das maiores preocupações neste grupo étnico é a
ação da radiação ultravioleta (UV). Sabidamente a eumelanina é mais eficaz na
proteção UV quando comparada a feomelanina e indivíduos caucasianos tendem
a apresentar menores níveis de eumelanina nos fios. Um exemplo são os ruivos
que podem atingir mais de 50% de pigmentação por feomelanina. Portanto é de
fundamental importância que esses indivíduos se protejam do dano solar.

Cabelo caucasiano

Fonte: Disponível em:https://br.freepik.com/ Acesso em 29 jan 2021

Tratamentos do haste (higienização, hidratação e queratinização)

A industria cosmética cresce a todo instante, trazendo como benefícios


diversos tratamentos no seguimento capilar. Sendo eles: os os xampus, cuja
função é da higienização dos cabelos que, estão sujos devido a: poluição, poeira,
resíduos de produtos, fragmentos do couro cabeludo, entre outros; e, para retirar o
excesso de oleosidade dos cabelos. Para fazer isso, o xampu possui substâncias

23
chamadas detergentes ou tensoativos, que se ligam à sujeira e às gorduras,
permitindo que elas sejam arrastadas pela água (GOMES, 1999). Um bom xampu
deverá ter as seguintes características, segundo Gomes (1999):

• Limpar sem agredir fios e couro cabeludo – fórmula suave e segura;


• Aspecto e odor agradáveis – efeito sensorial;
• Espuma rica e cremosa – espuma mais fina e mais estável;
• Promover massageabilidade – para o profissional fazer movimentos de
massagem; • Facilmente enxaguável;
• Favorecer o penteado a úmido;
• Adaptado às necessidades específicas dos clientes.

Para cabelos normais: fórmula balanceada de tensoativos e agentes


condicionantes.

Para cabelos oleosos: maior quantidade de tensoativo para limpar a


oleosidade dos cabelos e muito pouco ou nenhum agente condicionante. Pode
conter substâncias adstringentes para controlar a oleosidade.

Para cabelos secos: menos quantidade de tensoativo e maior efeito


condicionante. Para cabelos ressecados: maior concentração de condicionantes.

Para cabelos mistos: difícil encontrar um produto específico para esse tipo
de cabelo. Recomenda-se usar o xampu para cabelos oleosos e condicionar as
pontas.

Para cabelos afro-étnicos: utilizar o xampu para cabelos ressecados. Para


cabelos frágeis e quebradiços: são xampus contendo substâncias hidratantes como
aminoácidos e extratos vegetais hidratantes.

Anticaspa: os ativos podem ser antifúngicos e também reguladores do


processo de descamação do couro cabeludo. Principais ativos: cetoconazol,
climbazol e octopirox.

Antirresíduos: possuem basicamente tensoativos eficientes e suaves, com


praticamente nenhum agente condicionante.

24
Fortalecedores da raiz dos cabelos: nutrem o bulbo capilar, apresentando
componentes capazes de agir no couro cabeludo.

Nas formulações de um xampu, além do tensoativo principal, responsável


pelo poder de limpeza, são adicionados outros componentes importantes, tais
como: cotensoativos, estabilizantes da espuma, opacificantes/perolizantes,
espessantes, agentes condicionantes e sobre-engordurantes, modificadores de pH,
sequestrantes, conservantes, corantes, ativos em geral e outros que se fizerem
necessários (GOMES, 1999).

Condicionadores

Os xampus possuíam tensoativos aniônicos mais agressivos, assim, eles


tiravam muito óleo dos cabelos e abriam as cutículas, dando-lhe a aparência de
ressecado. Figura 2 – Xampu Infantil Fonte: Disponível em:. Acesso em: 14 nov.
2015. T4 48 Técnicas Cosméticas de Estética e Tratamento Capilar Nesse
momento foi necessário um coadjuvante após a lavagem, que eliminasse esse
problema, “nasceu” o creme rinse (GOMES, 1999).

Os cremes rinses utilizaram-se, no início, de substâncias catiônicas


provenientes da indústria têxtil (amaciantes) e que hoje estão aperfeiçoadas e
difundidas em cremes rinses, condicionadores e produtos leave-in (GOMES, 1999).

Os modernos condicionadores devem realizar uma ou mais das seguintes


funções:

• Facilitar o penteado a seco e a úmido.


• Suavizar e reparar áreas danificadas da estrutura capilar.
• Minimizar a porosidade.
• Aumentar o brilho.
• Proporcionar toque sedoso.
• Fornecer proteção contra agressões térmicas, químicas e UV.
• Hidratar.
• Dar volume e corpo.
• Eliminar a eletricidade estática.

25
Por vez, a queratinização é um processo usado em fios expostos a muitas
agressões externas (sol, cloro, vento, sal etc), mas os processos químicos são os
que agridem mais. Fazendo uma reconstrução e hidratação dos fios danificados.

Técnicas: finalização e função do microvisor e procedimentos

A fitagem é uma técnica de finalização usada para definir os cabelos


ondulados, cacheados e afros. Além disso, é muito usada por quem está passando
pela transição capilar - processo em que as mulheres abandonam procedimentos
químicos (alisamento e relaxamento) para recuperar o cabelo natural.

De modo geral, a fitagem consiste em separar mechas do cabelo e aplicar


leave-in ou creme sem enxágue com a finalidade de proporcionar alta definição
para os cachos por vários dias. O melhor de tudo é que pode ser feita em casa
sempre que for necessário deixar os fios com mais curvatura e volume.

Sendo indicada para todos os tipos de cachos e cabelos crespos, mas a


dica de ouro é que você encontre o finalizador ideal para o seu cabelo. Assim, a
técnica caseira pode definir melhor a ondulação dos fios, sem deixar com aquele
aspecto de frizz.

A técnica que garante definição e melhor distribuição do produto no cabelo.


Dependendo do finalizador usado no processo, você consegue:

 Proteger o fio de raios UVA e UVB

 Alta definição dos cachos


 Brilho
 Maciez
 Volume.

O formato do bulbo capilar pode determinar como está a saúde de seus


cabelos. E as condições do couro cabeludo podem indicar problemas como queda
e ressecamento. É o que explica a terapeuta capilar Sheila Bellotti, que utiliza
aparelhos de alta tecnologia para o tratamento capilar, como o aparelho avançado
para diagnosticar a extremidade do fio, o aparelho de projeção objetiva acromática.

26
O fio capilar é utilizado como amostra, o qual, depois de posicionado na lâmina,
permite realizar o estudo das condições do bulbo capilar.

Projetada no microvisor, a imagem é aumentada em 110 vezes, o que


permite apurar as condições do bulbo capilar no que se refere à nutrição e à
oxigenação. “Pode ser avaliada toda a extensão do fio, da raiz até as pontas,
podendo-se diagnosticar um bulbo com hiper-hidrose, que indica uma secreção de
glândulas sebáceas que sufoca e não oxigena o bulbo capilar. O mais indicado é
que a acrescenta que somente com esse aparelho é possível fazer um diagnóstico
profundo das condições do bulbo.

Esse diagnóstico é o primeiro passo do tratamento de reconstituição que é


desenvolvido pela terapeuta para queda, desnutrição, seborreia, entre outros males
que prejudicam a saúde de seus cabelos. O passo seguinte é analisar as
condições do couro cabeludo com o Scanner Capilar, também um grande aliado no
combate a doenças que maltratam os cabelos. Através dessa tecnologia é possível
visualizar em até 400 vezes várias regiões do couro cabeludo e do fi o capilar que
deverão receber um tratamento adequado. Sheila Bellott afirma que em alguns
casos, quando o cabelo está oleoso, a causa principal é uma seborreia maltratada.

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LEITURA COMPLEMENTAR

Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica


(I)

Hair care: a medical overview (I)

Introdução

Mudanças na forma e cor dos cabelos têm sido desde o início das
civilizações, um dos indicadores de beleza. A moda não se restringe às
vestimentas, mas expande-se aos cabelos, gerando uma busca incessante por
uma aparência diferenciada. O alisamento dos cabelos teve seu auge registrado
em meados do ano 1900 com a técnica para alisamento de cabelos afroétnicos que
utilizava vaselina sólida e pente de metal quente a uma temperatura entre 150 e
260°C denominada hot comb. Ao longo dos anos subsequentes, foram
desenvolvidas substâncias químicas que possibilitaram alisar ou enrolar os cabelos
de forma permanente e mais segura. Atualmente, observa-se uma tendência à
busca pelos cabelos extremamente lisos de modo definitivo. Dúvidas sobre a ação
dos cosméticos capilares sobre a saúde do corpo e dos cabelos são cada vez mais
abordadas nas consultas dermatológicas. Somando-se a isso o já tradicional uso
de agentes que modificam a cor natural do cabelo ou escondem os indesejáveis
fios brancos, temos uma associação que pode realmente ser perigosa para a
saúde dos fios. A cada dia, aumentam as consultas médicas para esclarecimento
de quais técnicas e produtos químicos são mais indicados para permitir que os
cabelos sofram as alterações desejadas de seu aspecto natural e, ao mesmo
tempo, mantenham-se saudáveis e belos. Neste artigo dividido em duas partes,
abordamos a fisiologia dos cabelos, sua estrutura e natureza química, os agentes
usados para seu alisamento, sua coloração, higiene e seu tratamento estético e as
consequências que tais procedimentos podem ter na saúde em geral, incluindo sua
segurança no uso durante a gravidez e lactação.

Anatomia funcional: o folículo que gera a haste A pele humana contém


aproximadamente 5 milhões de folículos pilosos, com cerca de 100.000 folículos
presentes no couro cabeludo. Este número pode variar conforme a cor dos

28
cabelos (Tabela 1). A maioria dos pelos se encontra em locais visíveis, com
conotação psicossocial importante. Embora os três tipos principais de folículos
pilosos (lanugo, vellus e terminal) tenham diferenças na sua estrutura e
pigmentação, eles seguem os mesmos princípios de formação.

Todo folículo piloso na fase anágena está totalmente formado e apresenta


o formato de uma taça de vinho invertida. No cálice, há uma estrutura semelhante
ao bulbo de cebola, denominada papila dérmica folicular, sendo este o local em
que células progenitoras se dispõem no centro de forma multicilíndrica, movendo-
se para a camada mais externa da haste capilar.

A presença de estruturas guias e planos de clivagem conduz este


crescimento direcionado. A bainha interna (BI) é uma camada cilíndrica e dura de
ceratinócitos diferenciados, que guia e guarda a haste capilar. A bainha de
companhia é um compartimento celular independente entre a bainha externa e a
interna e é uma peça chave na ancoragem da haste no folículo piloso.

Os compartimentos epiteliais do folículo piloso são compostos por oito


cilindros concêntricos: bainha externa, bainha de companhia, camada de Henle
(BI), camada de Huxley (BI), cutícula (BI), bem como a cutícula, o córtex e a
medula da haste capilar. A linhagem epidérmica de diferenciação é distinta em
cada um desses cilindros.

Três principais populações de células precursoras parecem originar a


bainha externa, interna e a haste. O bulge é a região na qual estão às células
epidérmicas progenitoras, daí se origina a bainha externa, enquanto aquelas que
formam a BI e a haste se depositam no germe folicular secundário na papila
folicular.
O músculo eretor do pelo se insere no nível do bulge, local do principal sítio
de células progenitoras foliculares. O músculo está sob controle adrenérgico, e
contrações involuntárias em situações de estresse repentino, ansiedade, ou raiva
fazem com que ele se “levante”.

O folículo piloso apresenta um sistema de inervação autonômica, bem


como numerosas células de Merkel em torno do istmo, localizado entre a inserção
do músculo eretor do pelo e o infundíbulo da glândula sebácea. Os vasos

29
sanguíneos alcançam todo o folículo, através da bainha de tecido conjuntivo, e
ainda se inserem na papila dérmica folicular dos cabelos terminais.

Estruturas responsáveis pelo formato dos fios

Acreditava-se que o formato da BI era primariamente responsável pelo


formato do cabelo, mas, atualmente, se sabe que há diferenças entre as curvaturas
do cabelo liso e do crespo. Novos estudos foram realizados e mostraram que o
formato da haste capilar é programado pelo bulbo, particularmente pelo grau de
simetria/assimetria axial da matriz capilar. Foi demonstrado que no cabelo crespo
um dos lados da cutícula do cabelo se desenvolve primeiro, dando a este bulbo o
aspecto de taco de golfe; já no liso, o desenvolvimento é igual e reto.

Ciclo capilar

O ciclo capilar é tradicionalmente reconhecido por três fases: crescimento


(anágeno I-VI), regressão (catágeno I-VIII) e repouso (telógeno). Segue-se uma
sequência rítmica repetitiva de mudanças características na morfologia do folículo
que obedecem a uma organização sequencial geneticamente codificada.

Anágena

Na fase anágena, o cabelo está crescendo ativamente, e materiais são


depositados em sua haste pelas células da papila folicular. A duração desta fase é
determinada geneticamente e varia dependendo do sítio anatômico estudado. No
couro cabeludo, tem duração de 2 a 6 anos (Tabela 2) com taxa de crescimento de
aproximadamente 0,03 a 0,045 mm por dia, sendo a taxa de crescimento mais
acelerada nas mulheres. Aproximadamente 85 - 90% de todos os cabelos estão
nesta fase de crescimento (Tabela 3). Há pessoas que podem ter os cabelos bem
compridos porque têm uma fase anágena de longa duração. Entretanto, os
indivíduos que possuem uma fase anágena curta não conseguem que seus
cabelos atinjam um comprimento longo. Apesar de a cultura popular ensinar
diversas fórmulas e simpatias para fazer os cabelos ficarem mais longos, o
comprimento máximo do cabelo de cada indivíduo é geneticamente determinado e
não sofre influência de suplementação vitamínica ou tratamentos tópicos.

30
Catágena

A fase catágena é muito controlada. A apoptose e a diferenciação terminal


fazem a involução rápida do folículo, enquanto a fábrica real da haste capilar, o
bulbo, é desmontada quase completamente. A papila dérmica folicular não sofre
apoptose. Não obstante, esta se condensa, move-se para cima, e há um declínio
no número de núcleos dos fibroblastos, provavelmente pela migração de
fibroblastos da papila para a bainha de tecido conjuntivo proximal.

Os sinais mais precoces do término da fase anágena e da indução da


catágena são a retração dos dendritos dos melanócitos no folículo e a evidência
enzimática de que a melanogênese está sendo finalizada. A maioria dos
melanócitos do folículo sofre também apoptose. Os melanócitos destruídos no
folículo são repostos durante a próxima fase anágena, a partir do reservatório de
células-tronco melanocíticas no bulge e/ou dos melanócitos da bainha externa. A
canície, então, seria em grande parte uma manutenção insuficiente no folículo
piloso de células-tronco melanocíticas.

Durante a fase catágena, a papila folicular encolhe e sai do saco epitelial, o


cabelo em “clava”. Este tem a característica de apresentar a ponta como uma
escova e a extremidade proximal despigmentada, uma vez que é gerada somente
após o final da melanogênese e da transferência dos melanossomas. Menos de 1%
dos cabelos está nesta fase de involução (Tabela 3), que pode durar entre 2 e 3
semanas (Tabela 2).

Telógena

No fim deste processo de involução, o folículo entra no seu “estágio de


repouso”, a fase telógena, devido à observação de que a atividade proliferativa e
bioquímica do folículo alcança seu nível mais baixo durante o ciclo do pelo nesta
fase. Entretanto, a telógena pode apresentar uma importância regulatória muito
maior para o folículo do que simplesmente o “repouso” implica, pois pode servir
como “um freio” à anágena.5 O cabelo fica em fase telógena por 3 meses (Tabela
2), e aproximadamente 10-15% dos fios de cabelo estão em repouso (Tabela 3),
refletindo uma queda de 100-120 fios por dia normalmente.

31
Exógena e Kenógena

Existem duas outras fases recém-descritas na literatura: a exógena e a


kenógena. Na primeira, foi demonstrada que a exclusão da haste capilar é ativa,
altamente controlada, o que difere da fase telogênica a qual é normalmente
quiescente. Já a fase kenógena é um fenômeno novo no ciclo capilar, que
representa o folículo vazio entre o fim da fase telógena e a nova fase anágena.
Pode ser achado em pessoas normais, mas parece ser mais comum em indivíduos
com alopecia androgenética.

Composição da haste capilar

A haste capilar é uma estrutura essencialmente lipoproteica e sem vida. O


cabelo terminal é composto por três camadas: cutícula, córtex e medula. A parte
mais externa é a cutícula que se constitui de células mortas achatadas,
sobrepostas umas às outras como telhas de um telhado. Tais células são
denominadas escamas e formam de cinco a dez camadas, cada uma com 350-450
nm de espessura. Cada célula é revestida por uma membrana externa denominada
epicutícula, rica em cistina (aminoácido rico em enxofre) e ácidos graxos. A
estrutura celular da cutícula é composta por três grandes camadas: a camada-A
externa que contém a maior quantidade de cistina (enxofre) e, portanto, é a mais
resistente; a exocutícula, que também contém cistina, e a endocutícula interna, que
é virtualmente desprovida de enxofre. Toda a unidade cuticular tem a propriedade
de proteger o córtex de traumas corriqueiros como os atos de pentear e lavar os
cabelos, que são responsáveis por certo graus de dano cuticular, principalmente
nas porções mais distais do fio, ocasionando a tricoptilose (fenda longitudinal da
haste com aspecto de ponta “dupla” ou partida).

Mais internamente, vem o córtex que constitui a área de maior massa da


fibra capilar. As células do córtex contêm no seu interior estruturas alongadas
denominadas macro e microfibrilas de queratina. As macrofibrilas contêm as
microfibrilas, que, por sua vez, contêm as protofibrilas. Estas últimas são
compostas por cadeias polipeptídicas em formato de a-hélice cuja estrutura e forma
químicas são mantidas por ligações entre os átomos de diferentes cadeias. Essas
ligações podem ter forças variáveis: fracas como as pontes de hidrogênio ou fortes

32
como as ligações iônicas ou pontes dissulfeto. Tais ligações químicas quando
rompidas, em caráter permanente ou temporário, possibilitam a mudança na forma
física do pelo.

As células da haste do pelo têm arranjo estrutural helicoidal e são


separadas por um estreito espaço que contém um material proteico intercelular que
as mantêm coesas. Dividem-se em três camadas: ortocórtex, mesocórtex e
paracórtex, em que encontramos os polipeptídeos de queratina dispostos dois a
dois, um ácido com um básico, formando os protofilamentos, os quais são
responsáveis pela capacidade da queratina de ser estendida e estirada. A
endocutícula é a camada mais interna da cada célula da cutícula e consiste em
proteínas amorfas. Esta é a área mais vulnerável ao ataque de xampus, depósito
de resíduos, a atritos e fraturas por tração, ao ato de pentear ou ao tratamento
químico.

Queratinas

São proteínas filamentosas que possuem uma estrutura de a-hélice central.


Quatro longas a-hélices separadas por três regiões não-helicoidais formam um
tetrâmero com dímeros idênticos dispostos antiparalelamente. Estes tetrâmeros
formam um protofilamento cujos pares formam uma protofibrila. A associação
lateral de quatro protofibrilas forma um filamento cilíndrico de queratina. Os
cilindros de queratina ficam dispersos em uma matriz lipoproteica.

Conclui-se que cabelos são estruturas formadas por unidades proteicas a-


helicoidais com o formato espiralado, cujos aminoácidos se ligam através de
pontes dissulfeto, de hidrogênio e ligações iônicas, conferindo-lhe ao mesmo tempo
firmeza e flexibilidade.

Cabelos são mais maleáveis e elásticos do que as unhas porque têm


menor quantidade de pontes dissulfeto presentes na queratina, sendo estas as
principais responsáveis pela sua forma helicoidal rígida. A queratina, com sua
conformação espacial típica e suas ligações químicas, é a principal responsável
pela rigidez, força e insolubilidade da fibra. Cada ponte dissulfeto é formada por
duas moléculas de enxofre ligadas uma a outra.

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A queratina é incolor. A cor dos cabelos do couro cabeludo é dada pela
melanina do córtex e da medula, possivelmente oriunda dos melanócitos do bulbo
capilar, que compõem apenas 3% da massa do fio. Existem dois tipos de melanina
que irão determinar a cor natural dos cabelos: cinza, loiro, castanho, vermelho e
preto, dependendo da quantidade e a taxa de eumelanina (marrom e preta) e
feomelanina (amarela e vermelha). A melanina presente nos grânulos encontra-se
ligada a uma proteína referida como melanoproteína. Ambas as melaninas são
dependentes da quantidade de cisteína presente no melanócito.

A pigmentação do cabelo ocorre durante a fase anágena e é promovida


pela transferência de eumelanossomas ou feomelanossomas dos melanócitos
presentes na papila dérmica folicular. Esses melanócitos são diferentes dos
presentes na epiderme, possuem dendritos mais longos e a relação
melanócitos/ceratinócitos menor (1:1 – 1:4) que a da epiderme (1:25 – 1:40).

No centro da haste, está a medula formada por uma proteína conhecida


como tricohialina. A função da medula tem sido objeto de estudo, porém esta
região não tem participação conhecida nos procedimentos estéticos. Sabe-se,
entretanto, que, em pacientes mais velhos, as células da medula aparecem mais
desidratadas e com espaços cheios de ar, que substituem o local da medula.

Propriedades físicas do cabelo

A resistência do cabelo é dada pelo córtex, porém uma cutícula intacta é


necessária para a proteção do interior da haste capilar. O cabelo na água, por
sofrer hidrólise, pode ser esticado em até 30% do seu tamanho sem sofrer nenhum
dano.

A porosidade da haste capilar é de aproximadamente 20%, e o peso do


cabelo pode aumentar em 12-18% quando molhado. A absorção é muito rápida,
com uma taxa de 75% de absorção dentro dos primeiros 4 minutos.

A eletricidade estática preferencialmente afeta cabelos secos, pois são


maus condutores. Pode-se criar um problema estético, pois cada haste se repele
dando o aspecto “arrepiado” do cabelo. Este problema pode ser contornado,

34
penteando o cabelo sob condições de baixa temperatura ou aumentando a
umidade capilar.

Cabelos caucasianos, asiáticos e afroétnicos têm a mesma composição


química, porém com algumas diferenças estruturais que conferem as suas
características visuais tão peculiares a cada tipo. Os cabelos afroétnicos têm as
moléculas de aminoácidos sulfurados dispostas de modo diferente, conferindo-lhes
aspecto espiralado com pontos de constrição ao longo do fio, diâmetros variados
ao longo da haste e forma elipsoide. Oferecem menor resistência à fratura quando
penteados, apresentam menor lubrificação ao longo do fio e maior proporção
cutícula/ córtex, o que lhes confere menos massa. O fio é achatado em forma de
fita, com crescimento paralelo ao couro cabeludo. Por tudo isso, é um cabelo mais
difícil de desembaraçar e pentear. Os cabelos asiáticos são os mais lisos e mantêm
um diâmetro invariável ao longo da haste. Têm a maior resistência à fratura quando
penteados, maior lubrificação em toda a extensão do fio e menor proporção
cutícula/córtex (mais massa). No corte transversal da haste, os fios são cilíndricos
e crescem perpendicularmente ao couro cabeludo, sendo desembaraçados com
maior facilidade. Os fios de cabelo caucasianos são intermediários em relação às
características dos cabelos afroétnicos e asiáticos, com grande variação entre os
indivíduos.

Técnicas de coloração

A química depende do tipo de agente utilizado para a coloração. Os


agentes são geralmente classificados quanto à durabilidade da cor: gradual,
temporária, semipermanente e permanente. Existem pigmentos naturais e
sintéticos. Entre os naturais, o mais conhecido é a hena, a qual confere ao fio uma
tonalidade vermelho-alaranjada. A maioria das pessoas prefere utilizar pigmentos
sintéticos que conferem resultados mais previsíveis. É interessante a realização de
teste de contato antes da utilização de certos produtos, principalmente aqueles à
base de derivados de coaltar. Muitos trabalhos tentam verificar o potencial
cancerígeno da utilização de produtos para tingimento de cabelo, principalmente
em relação ao câncer de bexiga e hematológico. Entretanto, os trabalhos não
confirmam tal relação e, até o momento, os produtos são considerados seguros

35
para a saúde por órgãos como Food and Drug Administration (FDA) e Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Coloração gradativa: obtida por corantes metálicos como sais de chumbo,


bismuto ou prata. Visam apenas escurecer o tom natural do cabelo em tons
limitados de negro, marrom escuro ou cinza sendo mais procurados por homens
principalmente pela rapidez de seu uso (5 minutos). As partículas do metal
parecem reagir com os resíduos de cisteína da cutícula para formar metais
sulfídicos, os quais se depositam lentamente na haste, proporcionando a
pigmentação gradual. As desvantagens de seu uso estão no cheiro da reação
química (enxofre) e na irreversibilidade do processo. O cabelo tratado também não
pode ser tingido com outra técnica, pois irá partir-se.

Coloração temporária: proporcionada por corantes solúveis em água com


alto peso molecular, o que impede a penetração além da cutícula. Em geral, saem
na primeira lavagem, exceto se o cabelo foi danificado (encontra-se poroso) por
tratamentos químicos anteriores, o que ocasiona um efeito mais prolongado, pois a
penetração é mais profunda. A aplicação sobre fios previamente tingidos pode
ocasionar uma coloração de tons inesperados e indesejáveis. São disponibilizados
em xampus, géis, mousses e sprays. Raramente provocam dermatite de contato.

Coloração semipermanente: em geral, obtidas por henas sintéticas. São


substâncias de baixo peso molecular derivados do coaltar (diaminas, aminofenóis,
fenóis). Podem causar dermatite de contato. Difundem-se através do córtex,
permanecendo no fio por 4 a 6 semanas ou até oito lavagens com xampus.
Provocam pouco dano à haste capilar, porém o efeito no cabelo quimicamente
tratado pode ser imprevisível. Podem escurecer os fios em até três tons. Estão
disponíveis como loções e mousses. A aplicação é feita nos fios úmidos logo após
o xampu e leva cerca de 40 minutos após os quais o produto é enxaguado.
Cabelos danificados ou apenas retoques nas raízes necessitam de moléculas de
diferentes pesos moleculares para que a cor se mantenha uniforme.

Coloração permanente (oxidação): por meio de soluções alcalinas (pH 9


a 10) à base de amônia que penetram através da cutícula. Podem escurecer ou
clarear os fios sendo mais eficazes para os fios grisalhos ou brancos. O pigmento é

36
permanente não sendo removido jamais por lavagens. A raiz deve ser tingida a
cada 4 ou 6 semanas. A utilização de uma nova coloração sobre o cabelo já tingido
pode danificar os fios. A coloração permanente resulta de uma reação de oxidação
entre paraminofenóis, metaminofenóis, fenilenodiaminas e peróxido de hidrogênio.
Caso o cabelo seja muito escuro e se queira atingir um tom muito mais claro, é
necessário uma despigmentação prévia com persulfato de amônio e potássio e
peróxido de hidrogênio. O pigmento definitivo é aplicado sobre os fios descoloridos.
É recomendado que procedimentos de alisamento ou permanente sejam realizados
pelo menos 2 semanas antes da coloração.

A diferença entre a coloração com tintura permanente ou semipermanente


(tonalizante) está somente na presença de amônia na primeira. A amônia atua
elevando o pH do fio, o que provoca seu intumescimento. Com isso, o produto
consegue penetrar profundamente através da cutícula, podendo chegar ao córtex.
Popularmente credita-se à amônia algum grau de toxicidade ao fio, fato que não é
verdadeiro, pois a amônia não é tóxica, apenas aumenta a penetração de
substâncias que são comuns aos dois tipos de tingimento. Portanto, também os
tonalizantes contêm resorcina, resorcinol, parafenilenodiaminas e paraminofenóis,
assim como as tinturas permanentes. Os dois diferem entre si pela presença ou
ausência da amônia, ou seja, maior ou menor pH de atuação.

Descoloração (luzes, mechas): refere-se à remoção parcial ou total da


melanina natural do cabelo. O cabelo ruivo é mais difícil de despigmentar do que o
castanho. O método mais comum envolve o uso de peróxido de hidrogênio a 12%
em base alcalina (amônia). Inicialmente, os grânulos de melanina são dissolvidos,
e o fio tende à cor marrom avermelhado. Em seguida, existe uma etapa de
descoloração mais lenta. O mecanismo de ação não é totalmente explicado, porém
acredita-se que a primeira fase envolva a destruição de diferentes ligações
químicas que mantêm as partículas dos pigmentos, enquanto que a segunda etapa
parece envolver a ruptura da estrutura polimérica da melanina. É dependente do
tempo e de difícil controle. Longos períodos de permanência como 1 a 2 horas
podem danificar intensamente os fios. O processo também destrói algumas pontes
dissulfeto da queratina, o que leva a um enfraquecimento do fio. Também ocorre
dano à cutícula, o que faz com que os cabelos fiquem porosos.

37
Referência complementar

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40
UNIDADE 3 – AFECÇÕES DOS FOLÍCULOS PILOSOS E
TRATAMENTO

Afecções do couro cabeludo

Na maioria das vezes, o cabelo cai porque o seu ciclo chegou ao fim, e um
novo fio já está pronto para nascer. Porém quando a queda parece ser exagerada
e sem causa aparente, pode sinalizar que algum aspecto da nossa saúde precisa
de atenção. Assim, os profissionais da saúde capilar têm um papel fundamental na
hora de orientar os seus clientes quanto às alopecias, seborréias, pitiríase capitis e
dermatite seborréica, etc.

A palavra alopecia significa “ausência ou diminuição de pelos” e pode


ocorrer em qualquer área que tenha pelos, sendo mais frequente no couro
cabeludo. As alopecias podem ser classificadas em dois grupos principais:
alopecias congênitas e hereditárias e alopecias adquiridas (LEONARDI; SPERS,
2015).

Exemplos de alopecias congênitas são a atriquia congênita – em que


ocorre perda precoce dos cabelos, ainda na infância – e Síndrome de Netherton,
em que, além de outras manifestações cutâneas, ocorre a perda de cabelos e/ou
formação da tricorrexe invaginada, ou cabelo em bambu (DUQUIA et al., 2006).

As alopecias adquiridas podem ainda se subdividir em duas categorias:


alopecia cicatricial e alopecia não cicatricial.

Nas alopecias cicatriciais ocorre ausência ou diminuição dos cabelos por


uma destruição do folículo piloso, sendo dificilmente recuperada, na maioria das
vezes sendo definitiva. Ocorre principalmente por traumas físicos ou químicos,
como queimaduras, radiações, infecções graves ou tumores que causaram lesões
profundas no couro cabeludo (PEREIRA, 2007).

41
Alopecias cicatriciais

Fonte: Disponível: https://clinicaideal.med.br/dermatologia-capilar/alopecia-cicatricial/. Acesso em: 28 jan. 2021

A dermatite seborreica ou eczema seborreico é uma alteração crônica, não


contagiosa e recorrente, em que ocorre inflamação nas áreas da pele onde existe
um maior número de glândulas sebáceas. Caracteriza-se por placas eritemato-
descamativas arredondadas, ovaladas, localizadas em áreas mais oleosas como
couro cabeludo, face, colo e dorso (STEINER, 1998). Contudo, outras áreas como
virilha, axilas, região mamária e nádegas também podem ser acometidas (ROSSI,
2001).

As causas da dermatite seborreica são ainda pouco conhecidas. Algumas


hipóteses para os efeitos causais consistem no aumento da epidermopoiese, o qual
leva à hiperprodução de queratina. Porém, esta hipótese, proposta por Kligman e
colaboradores, tem sido negada por vários autores.

Em geral, nas formas de dermatite seborreica discretas, as lavagens são


suficientes, associadas à aplicação de loções, solutos ou xampus contendo
cetoconazol, piroctona olamina, ácido salicílico e redutores, como coaltar
purificado. Entretanto, nas formas intermédias, além dos produtos anteriores, às
vezes, é necessária a aplicação de corticosteróides isolados de potência
intermediária, ou em associação com antimicóticos por períodos de cinco a oito
dias. Já nas formas graves e disseminadas, está indicada a administração
sistêmica de corticosteróides ou derivados do imidazol (itraconazol) e radiação

42
ultravioleta, método chamado PUVA, que consiste na ingestão de um psoraleno e
aplicação de raios ultravioleta (TAVEIRA, 2001).

Neste contexto, as formas de tratamento indicadas na dermatite seborreica,


segundo Boixareu (1995), são: Fungistáticos clássicos.

• O sulfeto de selênio apresenta ação antiseborreica, fungistática e odor


desagradável, porém seu uso crônico pode provocar estados irritativos ou uma
seborréia reacional.

• O piritionato de zinco e derivados apresenta ação antifúngica e são


utilizados em xampus.

• A piroctona olamina e derivados são empregados na forma de xampus,


loções e cremes.

• Os derivados undecilênicos normalmente são empregados associados a


outros princípios ativos.

Dermatite seborréica

Fonte: Disponível: https https://decabelonovo.blogspot.com/2018/04/caspa-e-seborreia-causa-queda-de-cabelo.html/. Acesso


em: 28 jan. 2021

43
Dermatofitoses são infecções cutâneas superficiais causadas por fungos
denominados genericamente de dermatófitos (gêneros: Microsporum, Trichophyton
e Epidermatophyton) que afetam tecidos queratinizados como pele, cabelos e
unhas. Uma vez que estes fungos são encontrados em humanos, animais e no
ambiente, o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença é o contato
direto com animais ou humanos doentes ou portadores. A transmissão também
pode ocorrer através do contato com objetos ou ambientes contaminados tais
como: escovas de cabelo, roupa de cama, vestiários, carpetes ou outras
superfícies contaminadas. O diagnóstico das dermatofitoses costuma ser com base
no quadro clínico. Porém, na dúvida diagnóstica ou falha ao tratamento, pode-se
solicitar o exame micológico direto para confirmar a infecção.

A seguir, são apresentadas as formas mais comuns das dermatofitoses e


seus respectivos tratamentos.

Tinea Capitis (Tinha do couro cabeludo) Tinea capitis é uma infecção


fúngica do escalpo que ocorre primariamente em crianças em idade pré-escolar.
Os achados mais comuns são placas de alopecia (únicas ou múltiplas) com
prurido, descamação e pontos pretos, que correspondem aos fios de cabelo
tonsurados (figura 3 e 4). Outros tipos de apresentação clínica incluem:
descamação difusa do couro cabeludo com discreta perda dos fios; placa
edematosa, exsudativa e dolorosa chamada quérion (figura 5); e a tinea favosa,
com lesões pustulosas crateriformes em torno dos óstios foliculares (figura 6). Após
os 16 anos a doença é rara, achada mais comumente em áreas rurais. O
diagnóstico é clínico, mas pode-se solicitar exame micológico direto quando houver
falha ao tratamento ou dúvida diagnóstica. Diagnósticos diferenciais incluem:
dermatite seborreica e psoríase.

44
Tinea Capitis

Fonte: Disponível: https https:// http://blog.folyic.com.br/2018/04/17/micose-do-couro-cabeludo-diagnostico-tratamento/ /.


Acesso em: 28 jan. 2021

O tratamento sempre deve ser realizado com antifúngicos sistêmicos


(quadro 2). As medicações de primeira escolha são a griseofulvina e a terbinafina.
Fluconazol e itraconazol apresentam indicação limitada visto que possuem eficácia
inferior às medicações de primeira linha. Cetoconazol sistêmico não deve ser
utilizado para tratamento da tinea capitis.

Medidas preventivas da tinea capitis Deve-se examinar os familiares que


moram com a pessoa infectada para adequado diagnóstico e tratamento.

Familiares assintomáticos podem ser reservatórios dos dermatófitos,


possibilitando a recorrência da infecção. Por isso, recomenda-se que os familiares
assintomáticos utilizem shampoo com antifúngico (como sulfeto de selênio 2,5% ou
cetoconazol 2% ou ciclopirox 1%) por 2 a 4 semanas para diminuir o risco de
reinfecção. Também deve-se lavar roupas de cama e travesseiro da pessoa
infectada e evitar que a mesma compartilhe roupas de cama ou acessórios de
cabelo enquanto estiverem com a infecção. Animais domésticos (como gatos e
cachorros) podem ser reservatórios assintomáticos dos dermatófitos ou
apresentarem infecção (com evidência de lesão cutânea ou queda de pelos).

Orientar avaliação do animal por médico veterinário, especialmente se


houver diversas pessoas acometidas na família ou recorrência da infecção.

Outro exemplo das doenças de couro cabeludo, mas que por vez são

45
causadas por bactérias é a foliculite, onde ocorre a inflamação do folículo piloso
com formação de pústulas, vermelhidão, coceira e ardor. É muito importante que o
diagnóstico seja corretamente realizado, uma vez que a foliculite também pode ser
causada por fungos. Então, para melhor direcionar o tratamento, é necessário que
exames laboratoriais confirmem os agentes causadores da foliculite.

Foliculite

Fonte: Disponível: https https:// https://www.z1portal.com.br/coceira-no-couro-cabeludo-pode-ser-sinal-de-foliculite/ /. Acesso


em: 28 jan. 2021

O diagnóstico de patologias dos cabelos e couro cabeludo nem sempre é


uma tarefa fácil, afinal, muitos fatores podem influenciar a queda – desde fatores
psicológicos, como doenças e alimentação inadequada. Os profissionais da beleza,
muitas vezes, serão os primeiros a perceberem que algo não vai bem com a saúde
dos clientes. Por isso é tão importante adquirir conhecimento sobre as maneiras de
fazer diagnósticos em salões e também a hora de indicar que seu cliente procure
um médico especialista, trazendo melhoria de qualidade de vida e promovendo, ao
final, um bem-estar para as pessoas.

A análise dos fios de cabelo pode ser realizada em salões de beleza


especializados, ou seja, aqueles que possuem profissionais com especialização em
tricologia. Eles utilizam para isso dois equipamentos principais: o aparelho de
projeção objetiva acromática e o Scanner Capilar. Após feito o diagnóstico, também
pode ser utilizado o tratamento com o Laser Capilar. A seguir você lerá um artigo

46
da tricologista Sheila Bellotti, em que ela explica com detalhes a função e
benefícios de cada um desses aparelhos para o diagnóstico e tratamento dos
cabelos.

Os testes e figuras a seguir apresentadas são descritos por Pereira (2007)


e referem-se principalmente à queda dos fios: Teste da tração suave: serve para
ter uma noção da adesividade do cabelo ao folículo piloso. Faz-se uma
compressão com os dedos ao redor dos fios, próximo ao couro cabeludo e
deslizam-se os dedos no sentido distal, contando e analisando, através de técnicas
específicas e padronizadas, os fios que se desprenderam.

Teste dos 60 segundos: a paciente penteia os cabelos, utilizando um


pente, durante 60 segundos, sobre uma superfície lisa e de cor contrastante com
os cabelos, faz-se uma contagem dos fios que se desprenderam.

Avaliação da risca dos cabelos: consiste em repartir os cabelos com um


pente, penteando-os para um lado e para outro, a partir de uma linha imaginária
sobre o couro cabeludo. Usando as mãos espalmadas, contra o couro cabeludo,
forçá-los em direções opostas para formar uma risca no couro cabeludo. Analisa-se
então a largura desta risca.

Teste da torção dos cabelos: em cabelos longos pega-se um chumaço de


cabelos, correspondente a uma área arredondada no couro cabeludo, com mais ou
menos 10 cm de diâmetro, e segurando na porção distal, o chumaço é torcido até
ficar compacto. Observa-se principalmente o formato do cone formado na torção
que pode evidenciar se os cabelos estão na fase anágena ou telógena, auxiliando
no diagnóstico das alopecias. Quando o chumaço é mais uniforme pode indicar
uma perda de cabelos difusa, e quando vários fios se soltam do chumaço, dando
um aspecto mais bagunçado, pode indicar que o paciente tem hastes em diversas
fases de crescimento ou então que os fios estão quebradiços.

Diâmetro do rabo de cavalo: trata-se de uma manobra que mede o


volume dos cabelos e pode evidenciar uma diminuição na densidade dos fios ou do
diâmetro da haste. Os cabelos são juntados em um rabo de cavalo e presos com
uma braçadeira o mais próximo possível do couro cabeludo.

47
Outras técnicas utilizadas em consultórios são a dermatoscopia
(microscópio óptico que aumenta o fio), análise do couro cabeludo, distribuição
arquitetônica dos fios, contagem dos fios e análise da densidade capilar, análise da
haste capilar. Por último, o tricograma é um dos exames mais específicos, onde
literalmente há o arranque de alguns fios em chumaço para avaliação desde a raiz
até a ponta dos fios, esta técnica pode necessitar o uso de anestésicos. Além
disso, para casos mais graves e que necessitam de análise mais detalhada, pode-
se realizar uma biópsia do couro cabeludo.

Quando a saúde do cabelo não vai bem, parece que algo está errado em
nosso corpo. E é isso mesmo! O cabelo serve como um espelho do que nos
acomete por dentro. Seja um distúrbio emocional ou fisiológico, uma carência
nutricional ou uma patologia mais grave. A verdade é que todos queremos estar de
bem com nossa saúde e com a saúde dos cabelos. Devido à importância que se dá
à estética capilar, desde antigamente até os dias atuais não se medem esforços
quando o assunto é cabelo. Muitas vezes, o valor que será gasto no salão de
beleza já entra no planejamento orçamentário de muitas pessoas. O fato é que,
além de embelezar, os tratamentos estéticos podem, sim, ser adjuvantes na hora
de tratar as diversas disfunções capilares que estudamos até aqui. E o terapeuta
capilar tem uma importância fundamental neste processo. É ele que vai poder
indicar, com todo seu conhecimento e prática, qual é a melhor opção para auxiliar o
seu cliente. Vamos agora, caro acadêmico, estudar as principais técnicas utilizadas
em salões de beleza, e daremos continuidade com o estudo de produtos que você
pode indicar para o seu cliente utilizar em casa, dando continuidade ao sucesso do
seu trabalho.

Na anamnese capilar, você perceberá como anda a saúde do fio do seu


cliente. Muitas vezes, o fio encontra-se apenas ressecado pela ação de fatores
externos, como poluição, vento, sol, mar e piscina, ou até pelo simples fato de a
pessoa ter utilizado produtos inadequados para o seu tipo capilar. Outras vezes,
você pôde perceber que o cabelo está profundamente danificado, poroso,
quebradiço. Isso, geralmente, ocorre quando o cliente se submeteu a diversas
químicas, tais como: pinturas e alisamentos.

48
LEITURA COMPLEMENTAR

Eficácia de uma nova geração de xampus no controle da dermatite


seborreica do couro cabeludo

Efficacy of a new generation of shampoos in controlling seborrheic dermatitis of the


scalp

Introdução

A dermatite seborreica (DS) é uma doença inflamatória crônica superficial


da pele, caracterizada por áreas eritêmato-escamosas, pruriginosas, sobre áreas
com maior concentração de glândulas sebáceas, como couro cabeludo, face e
orelhas. Sua prevalência na população geral está estimada entre 3 e 10%, sendo
mais frequente no sexo masculino.

O couro cabeludo é a área mais frequentemente afetada, onde a


descamação pitiriásica seca, condição conhecida como caspa, é a manifestação
mais comum. Embora seja uma condição benigna, é causa frequente de
constrangimento, sobretudo quando acompanhada de outros sinais da dermatite
seborreica, como o prurido e eritema, já que é uma área visível.

A dermatite seborreica tem etiologia e patogênese desconhecidas, mas


sabe-se que é uma condição multifatorial, que pode incluir fatores ambientais,
como variação de umidade e radiação solar, e de estilo de vida, como estresse
emocional e alimentação. É também sabido que há participação de fungos do
gênero Malassezia sp., em especial as espécies Malassezia globosa e Malassezia
restrita. Eles causam uma reação inflamatória que parece ser mediada por ácidos
graxos livres, liberados dos triglicerídeos sebáceos por enzimas fúngicas, como
lipases. A camada lipídica de Malassezia também pode modular a produção de
citocinas pró-inflamatórias pelos queratinócitos.

Os tratamentos disponíveis para o controle da dermatite seborreica do


couro cabeludo podem ter ação antifúngica, queratolítica ou anti-inflamatória. A
maioria dos tratamentos comercializados contém algum antifúngico ativo contra
a Malassezia. O piritionato de zinco também atua como antifúngico e
seborregulador, e o ácido salicílico tem ação queratolítica. Os corticosteroides de

49
uso tópico também são usados pela sua ação anti-inflamatória.

Embora a dermatite seborreica do couro cabeludo possa ter intensidade


variável, o primeiro passo para a terapêutica, independentemente da gravidade, é a
adoção de um xampu adequado, capaz de remover o excesso de oleosidade e de
descamação, e controlar a proliferação fúngica. Muitos ativos têm sido utilizados
para esta finalidade, geralmente em associação. Dentre os mais estudados, estão
os antifúngicos, como a ciclopirox olamina e piritionato de zinco,4,5 e queratolíticos,
como o ácido salicílico.5,6,7

Entretanto, a eficácia do xampu depende da adesão ao uso, que, por sua


vez, pode ser afetada se este prejudicar a aparência dos fios, sobretudo no sexo
feminino. A ocorrência de cabelos longos e processados (tingidos, alisados) é uma
realidade em nosso meio, e na escolha do xampu esta questão deve ser
considerada. Em outras palavras, o sistema tensoativo (de limpeza), bem como a
introdução de ativos que controlam a inflamação e reparam ou protegem os fios,
auxilia em muito a adesão ao tratamento. Xampus com estas características
promovem o controle da DS per se e até mesmo favorecem a redução de outros
medicamentos tópicos, como os corticosteroides.

Outra ação esperada de um xampu para dermatite seborreica é o controle


das recidivas, na medida em que não irrite ou resseque demais o couro cabeludo,
desta forma prevenindo o efeito rebote quando o uso do produto for interrompido.

Este estudo teve por objetivo avaliar duas novas formulações de xampus
para controle da dermatite seborreica com veículos diferenciados, em que as ações
anti-inflamatória e antifúngica associam-se à proposta inovadora de prevenir o
dano capilar e as recidivas, mantendo ainda um perfil ótimo de eficácia e
tolerabilidade desde a primeira aplicação.

Métodos

Trata-se de estudo prospectivo, randomizado cego, realizado em Centro


Privado de Pesquisa Clínica (MEDCIN Pesquisa, Grupo MEDCIN - Osasco, SP). O
protocolo de estudo, incluindo o termo de consentimento livre e esclarecido, foi

50
aprovado por comitê de ética independente (CAAE: 08031319.0.0000.5514 e
08033219.2.0000.5514).

Foram convidados 133 pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 60 anos,


com quadro clínico de dermatite seborreica de couro cabeludo classificada como
moderada a intensa, sem tratamentos há três meses da inclusão. Pacientes em
uso de anti-inflamatórios, imunossupressores, antifúngicos e antibióticos foram
excluídos, assim como gestantes e lactantes.

A determinação do grau da dermatite seborreica dos pacientes foi feita a


partir de uma avaliação clínica por dermatologista, usando a classificação Adherent
Scalp Flaking Score (ASFS)8 em que: 0 = sem descamação, 2 = descamação
muito leve, 4 = descamação leve, 6 = descamação moderada, 8 = descamação
intensa e 10 = descamação muito intensa. Apenas aqueles com notas acima de 6
foram incluídos. Foram avaliados também a intensidade do eritema
(ausente/leve/moderado/intenso) e os sintomas de prurido
(ausente/leve/moderado/intenso).

A partir desta inclusão, foram agrupados, de acordo com o score de


descamação, em dois grupos: Grupo 1, de score 06, para uso em monoterapia do
Xampu 1 (Celamina Zinco®) e Grupo 2, de scores 8-10, para uso em monoterapia
do Xampu 2 (Celamina Ultra ®).

Dentro de ambos os grupos, os pacientes foram incluídos também, de


forma balanceada, de acordo com o tipo de cabelo que apresentavam, a saber:

• Cabelos submetidos a alisamento

• Cabelos submetidos à tintura

• Cabelos loiros sem processamento (virgens)

• Cabelos que não se encaixavam nos critérios acima (cabelos de outras


tonalidades, incluindo brancos, sem processamentos, por exemplo)

Esta medida teve por objetivo fazer com que cada grupo representasse de
modo mais fidedigno as variedades de processamentos e texturas de cabelo que

51
encontramos atualmente, principalmente no sexo feminino.

Todos foram orientados a não lavar o cabelo por dois dias e comparecer ao
Centro no terceiro dia, para as seguintes avaliações:

Resultados

Dos 133 pacientes recrutados, 96 foram selecionados em conformidade


com os critérios de inclusão e exclusão, entrando no grupo 1 ou grupo 2, de acordo
com a intensidade da dermatite seborreica (score). O grupo 1 foi iniciado com 48
pacientes e terminou com 44 pacientes; quatro foram descontinuados por motivos
não relacionados ao estudo (violação do protocolo, falha em comparecer às
avaliações) e não tiveram seus dados considerados. O grupo 2 iniciou também com
48 pacientes, terminando com 47. Neste grupo, apenas um paciente teve seus
dados excluídos, por violação do protocolo. A média das idades foi de 42,4 anos
para o grupo 1 e 48 anos para o grupo 2; com relação ao gênero, o estudo foi
concluído com 76% de pacientes do sexo feminino e 24% do sexo masculino, em
ambos os grupos.

Discussão

Embora seja uma dermatose de evolução benigna, a qualidade de vida do


paciente com dermatite seborreica pode sofrer grande impacto negativo pelo
constrangimento causado pelo prurido, pelas lesões visíveis no couro cabeludo e
pela própria descamação também visível nos cabelos e roupas.

Produtos de higienização adequados, popularmente conhecidos como


xampus anticaspa, podem trazer alívio ao prurido e descamação, sendo
coadjuvantes ao tratamento farmacológico, independentemente da intensidade do
quadro.

Modernamente, as formulações dos xampus anticaspa utilizam


associações de ativos anti-inflamatórios, antifúngicos, queratolíticos e
antisseborreicos, que interferem na história natural da dermatose, podendo exercer
um efeito poupador de drogas como corticosteroides tópicos.

52
Este artigo de revisão demonstra que a ciclopirox olamina, agente
reconhecidamente antifúngico, proporciona melhora clínica e dos sintomas em
formulações rinsáveis quando comparada ao placebo, podendo reduzir recidivas
até 12 semanas após a fase inicial de tratamento; embora o piritionato de zinco
tenha menor número de estudos, também demonstra uma efetividade significativa
contra o placebo no controle da dermatite seborreica, pela sua ação
seborreguladora.

Seu efeito fungistático para a Malassezia é largamente utilizado. A


associação de ambos os ativos promove uma sinergia que demonstrou
superioridade no efeito antifúngico perante o cetoconazol tópico.

O ácido salicílico, destinado a quadros mais descamativos, promove um


efeito queratolítico melhorando a descamação, sendo usado tanto em loções
quanto em xampus.

A combinação de várias classes de ativos é uma das opções que produz


maior eficácia e menor chance de recidiva.

Conclusão

As duas versões de xampus estudados, combinando ingredientes ativos de


eficácia comprovada aliados a veículos que não agridem a barreira cutânea nem a
haste capilar, foram capazes de promover um controle efetivo dos sinais e
sintomas da dermatite seborreica moderada a intensa. Estas formulações
demonstraram também não agredir os fios, mesmo quando processados,
proporcionando um conforto durante o uso, considerado fundamental à adesão ao
tratamento.

53
Referência complementar
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Método para avaliação quantitativa da eficácia de tratamentos para


queda de cabelo mediante análise de imagens: estudo preliminar

Method for quantitative evaluation of the efficacy of treatments for hair loss using image
analysis: preliminary study

Introdução

A queda de cabelos é psicológica e emocionalmente angustiante, com


significativo impacto negativo na autoestima, confiança e autoimagem corporal.

Fatores físicos, hormonais, emocionais, doenças e intervenções cirúrgicas


podem ser atribuídos como desencadeantes do eflúvio telógeno (ET).

O número de mulheres que buscam tratamento para a alopecia


androgenética (AGA) e o eflúvio telógeno tem crescido na última década, bem
como opções terapêuticas e métodos para avaliar sua eficácia de tratamento.

Os produtos cosméticos podem apresentar a função de apenas mascarar a


aparência da queda de cabelos, encobrindo o couro cabeludo exposto onde há

55
perda de cabelo visível, como é o caso de alguns sprays de pigmentos. Xampus e
outros agentes tópicos podem depositar partículas para adicionar volume à
superfície das fibras capilares e minimizar o espaço entre elas, dando a sensação
de um couro cabeludo com maior cobertura. O diâmetro da haste é reduzido na
AGA, aumentando a suscetibilidade à fratura (quebra dos fios). A lubrificação de
proteção externa para minimizar o atrito ao lado de agentes que fornecem adesão
temporária para evitar danos às cutículas ajuda a reduzir a quebra do cabelo e
consequentemente a queda. Há ainda alguns produtos que apresentam em sua
composição ativos que estimulam o ciclo de crescimento capilar, como o Minoxidil.

Com a ampliação do mercado de produtos para o tratamento da queda


capilar se faz necessário o desenvolvimento de métodos simples e objetivos para
avaliar quantitativamente sua eficácia, tanto para o acompanhamento da evolução
do tratamento por parte de médicos e pacientes quanto na etapa de realização de
testes clínicos para avaliar a eficácia dos tratamentos antes que os produtos sejam
lançados no mercado.

Os métodos usualmente adotados para avaliação da eficácia dos


tratamentos geralmente se baseiam na contagem manual dos fios de cabelo de
uma área demarcada e fotografada por uma câmera fotográfica comum ou pelo
fototricograma. Ambos são trabalhosos, e sua realização exige treinamento técnico
específico, o que acaba onerando os testes para avaliação da eficácia de produtos
destinados ao controle e tratamento da queda de cabelo.

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo propor um método quantitativo para


avaliar, por meio da análise de imagens por um software, a eficácia de tratamentos
contra a PCPF e o ET.

Metodologia

O método proposto foi baseado na metodologia descrita por Hung e


colaboradores. Para as avaliações foram obtidas fotografias padronizadas da
região frontoparietal, na região de perda capilar central. As fotos foram obtidas
antes e depois dos tratamentos tópicos.

56
As fotos foram analisadas individualmente, com auxílio do software Image
Pro Premier®(Media Cybernetics,Rockville,USA). Em todas as fotos foi realizada a
correção da exposição, de modo a ressaltar o contraste entre as áreas de cabelo e
áreas de falha. A análise consiste no cálculo automático da área de perda capilar,
em pixels quadrados, realizado pelo software a partir do contraste entre claro
(região com perda capilar) e escuro (área sem perda capilar), conforme
evidenciado nas figuras 1 e 2. Desse modo, é possível estimar a área (pixel2) do
couro cabeludo que não apresenta cobertura capilar e, assim, quantificar a eficácia
dos tratamentos utilizados para AGA e ET, comparando fotografias obtidas antes e
depois de sua aplicação.

Resultados e discussão

Como parâmetro para classificação da AGA,6 foi utilizada a escala de


Savin (Figura 1), que distribui a alopecia androgenetica feminina em oito graus de
intensidade de perda capilar: I-1a I-4, para perda leve, II-1 a II-2 para perda
moderada, III e avançada, para estágios de perda mais intensa, bem como o
padrão de perda frontal, mais raro.

Foram avaliadas mulheres portadoras de AGA, associada ou não a ET,


submetidas a tratamento tópico com loção de minoxidil associada a xampu
anticaspa. A observação das figuras 1 e 2 mostra que o método é eficaz para a
avaliação da área afetada pela perda capilar tanto em pacientes com grau inicial
(escala de Savin I1-4) quanto em quadros mais avançados de perda capilar (escala
de Savin II 1-2 e avançado).

A figura 1 ilustra a eficácia de um tratamento para AGA (escala de Savin I-


3), sendo a área afetada pela perda capilar antes do tratamento (Figura 2.a) de
31.564 pixel2; após o tratamento, com duração de dois anos, foi reduzida para
25.163 pixel2 (Figura 2.b), o que corresponderia clinicamente a AGA – escala de
Savin I-2.

Na figura 2, também pode ser observada a eficácia de um tratamento para


AGA – escala de Savin II-2, nesse caso mais severa: a primeira imagem (Figura
2.a) mostra a área acometida pela perda capilar antes do tratamento, que era de

57
440.529 pixel2, e a segunda imagem (Figura 2.b) destaca a redução da área
afetada para 296.151 pixel2, o que corresponderia ao nível II-1 da escala de Savin
após nove meses de tratamento.

O método em questão se destaca dos usualmente utilizados pela


simplicidade de seu uso, por não demandar treinamento técnico específico,
apresentar resultados em poucos minutos, possuir baixo custo e permitir a
avaliação de diferentes graus de perda capilar. Com ele também é possível estimar
a porcentagem de piora com a evolução da AGA ao longo do tempo, bem como
avaliar a melhora com o tratamento, em vez de simplesmente classificar os
pacientes em escalas.

Em contrapartida, não possibilita avaliar o crescimento dos fios nem


estimar a razão entre fios anágenos e telógenos, como o fototricograma. No
entanto, quando pensamos em efeito de cobertura, como é o caso de muitos
produtos cosméticos que apenas mascaram os efeitos da perda capilar,
preenchendo ou colorindo o couro cabeludo, esse método se mostra ideal.

Conclusão

O método de análise de imagem proposto, assistido por software, permite


aos médicos e pesquisadores avaliar quantitativamente de maneira rápida, eficaz e
barata a eficácia de produtos destinados ao controle e tratamento da AGA e do ET,
pelo cálculo da área de couro cabeludo com perda de cobertura pela diminuição do
número e diâmetro dos fios, melhor do que apenas a observação visual,
oferecendo mais precisão e eficácia para avaliar a severidade da AGA.

Foliculite supurativa crônica de couro cabeludo: desafio


terapêutico

Chronic suppurative folliculitis of the scalp: a therapeutic challenge

Introdução

A foliculite decalvante é alopecia inflamatória caracterizada por induração

58
de couro cabeludo com pústulas, erosões, crostas e escamas. Embora
o Staphylococcus aureus seja isolado dessas pústulas, é interrogado se o processo
é primário ou secundário. Histologicamente se observa abcesso centrado no
infundíbulo folicular acometido, seguido de infiltrado inflamatório perifolicular
predominantemente linfocitário com plasmócitos, neutrófilos, eosinófilos e células
gigantes, destruição folicular e fibrose dérmica difusa, com possibilidade de
hiperceratose e oclusão (plug) folicular. Antibióticos, corticoides tópicos/sistêmicos
e retinoides sistêmicos podem ser benéficos. A foliculite dissecante do couro
cabeludo começa com nódulos inflamatórios na região occipital que progridem para
alopecia cicatricial. Histologicamente há hiperceratose com obstrução e dilatação
do folículo, infiltrado inflamatório constituído por neutrófilos, linfócitos e histiócitos,
destruição das estruturas anexais, tecido de granulação, reação gigantocitária tipo
corpo estranho, formação de fístulas e fibrose extensa. Incisões
cirúrgicas/drenagem, excisão/enxertia, epilação por Rx são empregadas nos casos
refratários. A foliculite queloidiana da nuca, mais comum em negros, evolui com
pápulas, pústulas, queloides e placas cicatriciais principalmente na região occipital.
A histopatologia revela processo inflamatório crônico com numerosos plasmócitos
relacionado à estrutura folicular, destruição folicular, microabscessos e reação
gigantocitária tipo corpo estranho ao redor de hastes avulsas, fístulas e fibrose
dérmica intensa com fibras queloidianas. Antibióticos e infiltrações intralesionais
com triamcinolona estão indicados.1-4

Objetiva-se destacar a dificuldade terapêutica das foliculites supurativas


crônicas e o resultado excelente obtido com o shaving progressivo associado ao
controle da infecção com sulfametoxazol-trimetoprim.5

Discussão

A foliculte de couro cabeludo é condição comum na prática dermatológica e


um desafio diagnóstico/terapêutico por falta de diretrizes exatas. No caso em
discussão, pensamos em superposição das foliculites dissecante/queloidiana pelos
dados da anamnese, aspectos clínicos e histopatológicos. Em recente estudo
retrospectivo de 23 casos de foliculite decalvante, os autores apontam que não há
tratamentos standard, preconizam vários antibióticos em sequência, injeções

59
intralesionais de triamcinolona, com remissão em metade dos casos e baixa
recorrência/ recaída; mas admitem que são necessários anos para descontinuar os
antibióticos em alguns pacientes, bem como, há casos recalcitrantes.1-3 Outros
autores4 consideram que a isotretinoína oral foi a melhor opção no estudo de 28
pacientes,4 levando à remissão estável até dois anos após interrupção do
tratamento. No caso em apreço, a droga se mostrou totalmente ineficaz.

As entidades denominadas foliculite decalvante, folculite queloidiana da


nuca e celulite dissecante do couro cabeludo são consideradas foliculites profundas
cicatriciais e apresentam quadro histopatológico semelhante, caracterizado por
processo inflamatório agudo e crônico relacionado às estruturas foliculares e
fibrose, com variações muitas vezes sutis na intensidade das alterações.
Microscopicamente notam-se infiltrado inflamatório misto com plasmócitos,
eventual formação de microabscessos e fístulas, ruptura folicular, liberação de seu
conteúdo (material córneo e haste folicular), reação gigantocitária tipo corpo
estranho, eliminação transepidérmica dos debris celulares e fibrose, às vezes com
fibras queloidianas.

Relata-se caso de foliculite decalvante com 20 anos de evolução (abscesso


folicular plus alopecia cicatricial) com cabelos de aspecto em tufos. Não houve
resposta ao esquema empregado: corticoides tópico e sistêmico, isotretinoína oral
e sistêmica. Paciente, então, decidiu raspar a cabeça notando interrupção na
formação de pústulas.7 Os autores postulam que alguma modificação ocorreu no
couro cabeludo com essa medida, influenciando a inflamação: mais ventilação e
redução da colonização microbiana.7 Para os queloides são preconizadas:
excisões cirúrgicas com fechamento primário em um ou múltiplos estágios e
excisão com cicatrização por segunda intenção.8-10

Conclusão

No caso descrito, a interrupção da possível interação entre a


bactéria (Staphylococcus aureus) e o hospedeiro com o esquema prolongado SMZ-
TMP permitiu a ressecção das massas queloidianas com resultados satisfatórios.

60
Referência complementar
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