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MECANISMO DE CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO

Via de Sinalização com a Proteína G

A proteína G tem três subunidades – alfa, beta e gama – a subunidade alfa


quando está ligada ao GDP (guanosina difosfato) está em sua forma inativa. O receptor
metabotrópico recebe o estímulo através de um agonista e com esse estímulo o GDP é
trocado por GTP fazendo com que a subunidade alfa seja ativada (se separando das
subunidades beta e gama) e se translocando pela membrana ativando a fosfolipase C
(é uma enzima).
A fosfolipase C degrada fosfolipídeos da membrana, especificamente a PIP2
(fosfatidilinositol) que é quebrado em IP3 e DAG (diacilglicerol – permanece na
membrana), que são considerados como segundos mensageiros. O IP3 liga-se aos
receptores de IP3 dos canais de cálcio no retículo sarcoplasmático liso, liberando cálcio
para o citosol. Por sua vez, o DAG ativa a proteína PKC (proteína quinase C) que
fosforila um canal de cálcio da membrana, permitindo a entrada do cálcio e
aumentando a concentração desse íon no citosol.
Todo o objetivo da sinalização é aumentar o cálcio intracelular para fazer a
contração, haja vista que o número de canais de cálcio é muito superior ao de sódio e
a contração do músculo liso não é disparada por potenciais de ação.

Contração do Músculo Liso

O aumento de cálcio no interior do músculo liso leva à ligação deste íon com a
proteína Calmodulina, formando um complexo Cálcio-calmodulina (cada calmodulina
precisa de 4 cálcios). A partir desse complexo, há uma ativação de outra proteína que
estava inativa, a MLCK (quinase de cadeia leve da miosina). Essa proteína quebra o ATP
em ADP + Fosfato e fosforila cabeça da miosina, quando isso acontece as cabeças da
miosina se prendem à actina.
Já o relaxamento acontece com a saída do cálcio do meio intracelular. Essa
saída pode acontecer de três formas, com o retorno para o retículo (com gasto de
energia através da bomba chamada de SERCA) e com a saída para o meio extracelular
(com gasto de ATP). Além disso, há a saída através do canal de Na/Ca.
Com a saída do cálcio há a desfosforilação da miosina (através da
miosinafosfatase), formando ATP e promovendo o relaxamento do músculo.

Mecanismos de Trava

É o mecanismo que possibilita que a contração do músculo liso dure mais do que a do
músculo esquelético. Isso acontece porque no momento em que a cabeça da miosina
está ligada na actina ela pode sofrer uma desfosforilação. Essa desfosforilação, feita

Pedro Paulo Bergamini Braga e José Sérgio Possomato Vieira– ATM 2024
pela miosinafosfatase (nesse momento), faz com que a essa ligação seja mais estável e
demore mais para ser desfeita.

Pedro Paulo Bergamini Braga e José Sérgio Possomato Vieira– ATM 2024

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