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Estudo Dirigido - P1

1. O slide apresenta a morfologia dos neurônios piramidais que possuem o soma, em


formato de pirâmide, um dendrito apical longo e arborizado e os outros dendritos. Os
neurônios piramidais são encontrados no córtex e no hipocampo. No córtex, os neurônios
piramidais estão posicionados de forma que o dendrito apical esteja para cima/fora, ou seja,
mais próximos ao crânio. Por isso, quando pensamos em medições ou tratamento por
estimulação transcraniana, por exemplo, os dendritos apicais são os primeiros a serem
alcançados. Diferente do neurônios piramidais do hipocampo que tem o dendrito apical
posicionado para dentro. Além disso, o neurônio piramidal, que é um neurônio
glutamatérgico e, portanto, excitatório, recebe sinapses GABAérgicas (inibitórias) de
interneurônios em diferentes regiões do neurônio. Os interneurônios chamados de células
de basket são parvalbumina positivos e fazem sinapses inibitórias no soma e cone axonal
de neurônios piramidais. Os interneurônios chamados de células de Martinotti são
somatostatina positivos e fazem sinapses inibitórias no dendrito apical da célula piramidal.

2. O dendrito apical piramidal possui a maior quantidade de espinhas dendríticas. As


espinhas dendríticas possuem uma cabeça e um pescoço. Como estão no dendrito apical,
essas espinhas recebem as modulações de somatostatina das células de Martinotti. Casa
região das espinhas dendríticas recebe entradas de diferentes neurotransmissores. A
cabeça recebe glutamato, o pescoço recebe dopamina e serotonina e o espaço entre as
espinhas recebe serotonina e acetilcolina. O pescoço modula a informação da cabeça e a
informação entre as espinhas modula cabeça e pescoço.

3. A sinapse é tripartida, ou seja, possui três elementos: neurônio pré-sináptico, neurônio


pós-sináptico e astrócitos. Os astrócitos, células gliais, são de extrema importância para a
sinapse pois eles cumprem com diversas funções essenciais ao funcionamento da sinapse.
Entre elas estão: recaptação do glutamato na fenda sináptica, metabolismo energético da
glicose em ATP para os neurônios, regulação do pH e dos íons, produção da matriz
extracelular que participa na movimentação dos canais de cálcio até a fenda sináptica.

4. O potencial de membrana do neurônio é determinado pelo equilíbrio de Nernst dos íons


que atravessam a sua membrana, principalmente Na+, K+, Ca+2 e Cl-, além de proteínas
que estão do lado de dentro da célula. Sódio, cálcio e cloro estão mais concentrados no
meio extracelular e potássio está mais concentrado no meio intracelular. Por conta de suas
concentrações e suas cargas, esses íons possuem duas forças impulsoras: a química e a
elétrica. Sódio e cálcio estão na mesma situação: as duas forças cooperam para que o íon
entre na célula que é mais negativa internamente. Potássio e cloro têm as duas forças
opostas, uma impulsionando para fora e a outra para dentro. O potencial e condutibilidade
de cada um desses íons determina o valor do potencial de membrana no repouso. O
potássio, que tem potencial negativo, e cloro, que é apenas um pouco menos negativo, são
os íons mais importantes para o potencial de repouso da membrana que está entre -50 e -
100mV. O potássio especialmente porque possui 90% da condutividade na membrana. A
bomba de sódio e potássio tem o importante papel de manter o gradiente de concentrações
desses dois íons bombeando sódio de volta para fora e potássio de volta para dentro da
célula.
5. O potencial de ação começa pela chegada de um PEPS que aumenta o potencial de
membrana o suficiente para passar o limiar. Quando isso acontece, canais de sódio e
potássio dependentes de voltagem são abertos. Os canais de sódio tem cinética mais
rápida de forma que eles abrem mais rápido, liberando a entrada de sódio que causa a
despolarização. Quando os canais de sódio começam a ser inativados, os canais de
potássio já terminaram de se abrir e começa o efluxo de potássio causando a repolarização
do potencial de membrana. O potencial de membrana é hiperpolarizado pela ação desses
canais de potássio dependentes de voltagem (que logo se fecham) e, principalmente, pelos
canais de potássio vazantes. A volta do potencial de membrana até o valor de repouso é
feito pelo cálcio. Os canais dependentes de voltagem primeiro se inativam e quando há a
hiperpolarização, eles se fecham se preparando para abrir de novo. A inativação é causada
pela comporta bola que impede a passagem dos íons.

6. O metabolismo energético neuronal está intimamente relacionado à manutenção do


potencial de membrana devido ao seu papel de produzir ATPs. O potencial de membrana é
mantido pela distribuição dos íons formando um gradiente de concentrações. Esse
gradiente é mantido por diversas bombas que bombeiam os íons contra o seu gradiente
natural e, portanto, gastam energia para isso. A bomba de Na+/K+, por exemplo, é
essencial para o gradiente de concentrações que mantém o potencial de repouso da
membrana. Uma falha na bioenergética afeta diretamente a produção de energia das
células e, consequentemente, a capacidade da célula de manter esses gradientes e o
potencial de membrana.

7. Para que o astrócito mande lactato para o neurônio, onde ele será transformado em
piruvato e passará pela fosforilação oxidativa que produzirá ATP, o neurônio precisa
sinalizar para o astrócito que precisa de produção rápida de energia. Essa sinalização é
feita pelo glutamato, liberado na fenda sináptica em uma sinapse excitatória. Esse
glutamato é captado por meio de transportadores EAATs (transportadores de aminoácidos
excitatórios). Esses transportadores levam o glutamato para dentro da célula junto com Na+
e H+. O glutamato que entra é transformado em glutamina por meio da enzima glutamina
sintase e então levado para o neurônio por outros transportadores. No neurônio, a
glutamina é transformada em glutamato e pode ser liberada na fenda sináptica novamente.
O sódio que entra na célula junto com o glutamato é bombeado para fora por uma bomba
de Na+/K+ que também precisa de ATP para funcionar - esse ATP é gerado pela glicose
que passa na glicólise dentro do astrócito.

8. A doença de Alzheimer está associada à falta de transportadores GLUT3. Os


transportadores GLUT3 são os transportadores de glicose mais presentes nos neurônios.
São eles os responsáveis por levar a glicose dos astrócitos, barreira hematoencefálica e
vasos sanguíneos para dentro dos neurônios. A ausência desses transportadores causa
uma diminuição na captação de glicose e, consequentemente, na produção de energia para
o neurônio. Em casos em que o GLUT3 falha, os astrócitos ajudam no aporte energético do
neurônio mas, ainda assim, a produção de ATPs é prejudicada. Nesse aporte energético, os
astrócitos transformam o piruvato em lactato que é transportado para os neurônios. No
neurônio, o lactato é transformado em piruvato novamente e passa pelo ciclo do TCA e
fosforilação oxidativa para produção de ATP.
9. O slide apresenta os dois caminhos percorridos pelo cálcio quando entra na célula pré-
sináptica por meio dos canais dependentes de voltagem do tipo L. A primeira proteína
importante é a CaM-quinase do tipo II. Essa é uma proteína sensora, ou seja, quando ela
percebe a presença do cálcio dentro da célula, ativa a proteína sinapsina que leva a
vesícula com os neurotransmissores para a readesão na zona ativa (membrana no terminal
pré-sináptico). A sinapsina está acoplada à vesícula e quando é fosforilada pelo CaM-
quinase II, se desacopla da vesícula permitindo sua translocação para a membrana. A outra
proteína sensora é a sinaptotagmina, que ao perceber a presença de cálcio, se associa a
ele ativando as proteínas do complexo SNARE (sintaxina e SNAP25 na membrana
sináptica) e ligando-as a sinaptobrevina na membrana pré-sináptica. Aqui, as outras
proteínas do complexo zíper vão se associar permitindo a exocitose.

10. O zíper complexo descreve o complexo de proteínas presentes tanto na membrana da


vesícula como na membrana do neurônio pré-sináptico que se associam formando algo
parecido com um zíper que abre e fecha permitindo a exocitose dos neurotransmissores. Na
membrana da vesícula temos a sinaptotagmina e sinaptobrevina que se associam a
sintaxina e SNAP-25 na membrana pré-sináptica. Mas, para essas proteínas interagirem é
necessário a presença das proteínas do Scaffold que são Munc 13 (que tem formato circular
e se abre para se ligar a outras proteínas), RIM e RIM-BP (que junto com o canal de cálcio
fazem o tethering), Rab3 (que permite o acople da sinaptotagmina ao cálcio), ELKS e liprin.
Além disso, todas essas proteínas se associam a Basson e Piccolo que por meio da profilin
se conectam a uma actina. Essas ligações formam um complexo de proteínas com formato
parecido ao de pirâmide de forma que é denominado de pirâmide densa.

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