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ESTUDO DIRIGIDO PARA P1 – De Membranas à Neurotransmissores

01 – Modelo mosaico fluido é o modelo atualmente aceito de membrana celular, em que a


membrana é uma bicamada fosfolipídica, possuindo proteínas na face intra e extracelular,
além das proteínas que conectam esses dois meios (proteínas integrais). É um mosaico
pois não tem forma característica, cada região da membrana que é analisada pode-se
encontrar estruturas diferentes de proteínas, e é fluida porque permite certa permeabilidade
entre o meio intra e extracelular.

02 – A mobilidade dos fosfolipídios e o colesterol. Os fosfolipídios podem rodar no seu eixo,


sua cauda pode flexionar e fazer flip-flop, deslocando-se para outra região da membrana.
O colesterol contém uma cabeça polar muito pequena e apenas uma cauda, interagindo
com a cabeça polar do fosfolipídio, retirando assim parte da mobilidade do fosfolipídio.
Onde isso ocorre a membrana fica menos fluida. Porém, na ausência de colesterol, a
membrana fica excessivamente fluida, perdendo a capacidade da permeabilidade seletiva.

03 – São regiões da membrana ricas em colesterol, porém são muito importantes como
plataformas de sinalização. Elas concentram receptores de membrana, assim, quando a
informação chega, ela tem uma força de sinal muito maior do que se os receptores
estivessem espalhados.

04 – Difusão consiste na passagem de moléculas de soluto de um ambiente com maior


concentração para o de menor concentração. Ela pode ser simples ou facilitada. A simples
ocorre sem a ajuda de canais, com pequenas moléculas hidrofóbicas (apolares), que
passam direto pela membrana. A facilitada ocorre com substâncias polares, com o auxilio
de proteínas, porém é facilitada pelo gradiente de concentração do íon ou outra molécula.
Nesse tipo de difusão as moléculas passam por proteínas canais, pequenas moléculas de
transporte e o material que a endocita, por vesículas.

05 – Na sinalização autócrina a célula produz um mediador local que será secretado no


ambiente e agirá nela mesma (curta distância). Na endócrina a célula produz o mediador,
o libera na corrente sanguínea e ele vai agir em células distantes. Na sinalização sináptica
as moléculas sinalizadoras, denominadas de neurotransmissores, são lançadas em
junções especializadas entre neurônios e células-alvo, chamadas de sinapses.

06 - Moléculas sinalizadoras hidrofílicas terão seus receptores na superfície da célula, pois


não atravessam a membrana plasmática. Moléculas sinalizadoras hidrofóbicas terão
receptores citoplasmáticos, pois atravessam a membrana plasmática.

07 – Os receptores ionotrópicos estão relacionados a alterações nos canais iônicos e seus


neurotransmissores ligam-se diretamente a proteínas receptoras acopladas a estes canais,
gerando sua abertura ou fechamento. Isto caracteriza uma modificação rápida e de curta
duração no potencial de membrana da célula pós-sináptica. Já os receptores
metabotrópicos precisam da ativação de segundos mensageiros. Assim, a ligação com o
neurotransmissor irá ativar a resposta de uma proteína de membrana, a proteína G. Quanto
ativada, ela libera sua subunidades beta e gama da subunidade alfa, migrando na
membrana para ativar (em uma atividade GTPase), a enzima adenilato ciclase. Essa
ativação termina na produção do segundo mensageiro em questão, o AMP cíclico. Este tipo
de mecanismo gera efeitos mais longos e duradouros.
08 - Os receptores acoplados à proteína G, são formados por sete domínios
transmembrana, com o terminal amino no meio extracelular e o terminal carboxila no meio
intracelular. Logo após a interação do primeiro mensageiro com o receptor metabotrópico,
são vistas mudanças conformacionais na estrutura deste último, iniciando o ciclo de
atividade da proteína G. A cascata de ativação intracelular inicia sua dinâmica graças à
ação de uma proteína auxiliar, guanosine nucleotide exchange factor (GEF), que desloca o
GDP e dá lugar à ligação do GTP, configurando o estado ativo dessa proteína. Assim, a
subunidade α dissocia-se do dímero βγ e inicia cascatas de sinalização intracelular. Isso
resulta na ativação de efetores, tais como adenilato ciclases, pequenas GTPases,
fosfolipases e cinases, em última análise podendo regular a expressão de genes envolvidos
na sobrevivência, proliferação, diferenciação e outros processos celulares.
09 - O heterodímero da proteína G é formado de uma subunidade α para ligação do
nucleotídeo guanina, que possibilita o reconhecimento específico de receptores e efetores,
e por subunidades β e γ, que formam um dímero bastante estável. No estado basal do
complexo receptor-heterodímero, a subunidade α contém GDP ligado e o complexo α-GDP:
βγ está acoplado ao receptor sem o ligante. Quando um agonista liga-se a um GPCR
(receptor acoplado à proteína G), ocorre uma alteração conformacional no receptor que
possibilita o acoplamento ao heterotrímero da proteína G. Essa alteração na conformação
faz com que o fator de troca de nucleotídeos de guanina (GEF) induza a troca de GDP por
GTP na subunidade α. A ligação com o GTP ativa a subunidade α e faz com que ela libere
o dímero βγ e o receptor, deste modo, a subunidade α ligada ao GTP e o heterodímero βγ
transformam-se em moléculas sinalizadoras ativas que iniciam cascatas de sinalização
intracelular ativando efetores. A proteína G permanece ativa até que o GTP ligado à
subunidade α seja hidrolisado em GDP pela atividade GTPase intrínseca dessa subunidade.
A ligação com o GDP devolve a afinidade da subunidade α pelo dímero βγ, encerrando o
ciclo de transdução de sinal e formando novamente o complexo basal inativo, que pode ser
reativado por uma nova ligação de um ligante ao receptor.
10 - O potencial de ação é caracterizado por três etapas diferentes: despolarização,
repolarização e hiperpolarização.
1)Despolarização (entrada de sódio). Quando uma célula excitável (neurônio) recebe um
estímulo nervoso do tipo limiar ou supralimiar, sua d.d.p. de repouso é elevada até o limitar
de despolarização ou o ultrapassa, respectivamente, desencadeando o potencial de ação.
Neste momento, na membrana celular abrem canais de sódio (Na+). Com isso, grande
quantidade de sódio entra na célula, tornando seu interior mais positivo e seu exterior mais
negativo.
2)Repolarização(saída de potássio). A entrada de grande quantidade de Na+ na célula
estimula o fechamento dos canais de Na+ e a imediata abertura de canais de K+, ocorrendo
a saída de K+. Nesta fase, a bomba de sódio-potássio funciona transportando ativamente
três moléculas de Na+ para o exterior e recolocando duas moléculas de K+ no interior da
célula, tornando seu interior mais negativo e seu exterior mais positivo.
3)Hiperpolarização(saída do excesso de potássio). Quando uma célula recebe um estímulo
inibitório, ocorre a saída do íon potássio (K+) e a entrada do íon cloro (Cl-), tornando o meio
interno da célula mais negativo e o meio externo mais positivo, inibindo a propagação do
potencial de ação.
11 – Na sinapse química, a atividade elétrica do neurônio pré-sináptico desencadeia a
liberação de mensageiros químicos. Os neurotransmissores se difundem através da
sinapse e se ligam aos receptores especializados da célula pós-sináptica. O
neurotransmissor então excita ou inibe o neurônio pós-sináptico. Excitação leva ao disparo
de um potencial de ação enquanto inibição impede a propagação de um sinal. Nas sinapses
elétricas dois neurônios estão ligados por canais especializadas conhecidos como junções
GAP. As sinapses elétricas permitem que os sinais elétricos se movam rapidamente da
célula pré-sináptica para a célula pós-sináptica, acelerando rapidamente a transferência de
sinais. Sinapses elétricas transferem sinais muito mais rápido do que as sinapses químicas.
Enquanto a velocidade de transmissão em sinapses químicas pode levar até vários
milissegundos, a transmissão em sinapses elétricas é quase instantânea. Onde as sinapses
químicas podem ser excitatórias ou inibitórias, as sinapses elétricas são apenas excitatórias.
Enquanto as sinapses elétricas têm a vantagem de velocidade, a força de um sinal diminui
à medida que viaja de uma célula para a próxima. Devido a esta perda de força do sinal,
ela requer um neurônio pré-sináptico muito grande para influenciar um neurônio pós-
sináptico muito menor. As sinapses químicas podem ser mais lentas, mas podem transmitir
uma mensagem sem perda de força do sinal.
12 - A junção neuromuscular é a região de sinapse entre fibra muscular estriada esquelética
e axônio motor; cuja função é a transmissão do impulso nervoso. A junção é constituída por
ramificações de axônios motores na superfície da célula muscular, cada ramificação forma
um botão pré-sináptico, separado do terminal pós-sináptico, correspondente à membrana
sarcoplasmática. O axônio e todas as fibras musculares que ele inerva formam uma
unidade motora.
A transmissão sináptica começa quando um potencial de ação chega ao terminal pré-
sináptico de um neurônio, causando a abertura de canais de cálcio dependentes de
voltagem, e a entrada de íons Ca2+ do fluído intersticial ao citosol do neurônio pré-sináptico.
Esse influxo de Ca2+ causa as vesículas cheias de neurotransmissores a se ligar à
membrana celular pré. Essa fusão resulta no esvaziamento das vesículas que contém
acetilcolina na fenda sináptica, por exocitose. A acetilcolina se difunde na fenda e se liga
aos receptores nicotínicos de acetilcolina na placa motora. Uma vez que receptores de
acetilcolina foram ligados, canais iônicos são abertos e íons de sódio começam a fluir para
dentro da célula. O influxo de sódio na célula causa despolarização e desencadeia um
potencial de ação muscular. Os túbulos T do sarcolema são então estimulados para induzir
liberação de íons cálcio do retículo sarcoplasmático. É essa liberação química que faz com
que a fibra muscular alvo se contraia.
13 - Nas junções neuromusculares, os potenciais de placa são excitatórios e devem ser à
prova de falhas: a cada PA do motoneurônio, o terminal axônico deve liberar uma
quantidade suficiente de vesículas (em torno de 200) capaz de produzir um potencial de
placa suficiente para as fibras musculares se contraírem (sempre excitatório, não falha). Já
nas sinapses nervosas a neurotransmissão opera de maneira diferente: a quantidade de
neurotransmissores liberada pelas vesículas devido a um único PA não será suficiente para
causar um PA no neurônio pós-sináptico: na verdade será necessária a somação espacial
e/ou temporal de vários PEPS. Assim, as sinapses nervosas estão sempre em condições
de processar previamente os sinais nervosos antes de produzir os sinais (PA) em seus
axônios.
14 – O neurônio fará integração de todos os sinais atuando sobre ele e o resultado final
poderá ser a sua excitação ou a sua inibição. Somação espacial de PEPs: quando dois ou
mais sinais de entrada pré-sináptica são simultâneos, seus PEPs individuais se somam.
Somação temporal de PEPs: quando a mesma fibra pré-sináptica dispara potenciais de
ação em uma rápida sucessão, seus PEPs se somam.

15 – Os canais de cálcio estão em grande quantidade nos terminais sinápticos. O influxo


de cálcio através desses canais permite a liberação do conteúdo das vesículas sinápticas
contendo o neurotransmissor. A ação do cálcio será exercida através de dois mecanismos.
No primeiro o cálcio dispara a fusão de vesículas, levando a liberação de
neurotransmissores por exocitose quando a vesícula está ancorada em uma zona ativa. O
segundo mecanismo é a regulação que o cálcio faz no transporte de vesículas em direção
às zonas ativas, liberando-as do citoesqueleto, através de uma proteína dependente de
cálcio/calmodulina.

16 – Glutamato: presente em sinapses excitatórias, é sintetizado pela enzima glutamase a


partir da glutamina. É reciclado pela captação por células gliais e transformação em
glutamina, podendo ser recaptado pelo terminal pré.
GABA: presente em sinapses inibitórias, é sintetizado a partir do glutamato pela enzima
glutamato descarboxilase. É metabolizado pela enzima GABA transaminase. Pode ser
hidrolisado na mitocôndria ou armazenado em vesículas.
Acetilcolina: sintetizado pela ação da CoAT, que produz acetilcolina através da AcetilCoA +
colina.A reciclagem é feita na fenda, onde pode ser hidrolisada pela acetilcolinesterase,
gerando colina e ácido acético.

17 - Pode citar a miastenia, a epilepsia, o Mal de Parkinson, etc.

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