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FUNDAMENTOS

NEUROPSICOFARMACOLOGIA

Profa. Vanessa N. de Souza


1. CONCEITOS GERAIS
Substâncias ou agentes psicotrópicos (psicoativos), cujo efeito
principal é alterar funções psicológicas, fazem parte do nosso
cotidiano.

Há indícios pré-históricos de que a humanidade consumia


substâncias psicoativas quando ainda era nômade.
(Brandão, 2012;Graeff e Guimarães, 2012)
1. CONCEITOS GERAIS

Substâncias Psicoativas

ALTERAÇÕES :
Sensação
Percepção
Pensamento
Humor

(Brandão, 2012;Graeff e Guimarães, 2012)


1. CONCEITOS GERAIS

A palavra droga, do holandês droog, atualmente é mais utilizada


para as substâncias de abuso (drogas de abuso).

Emprega-se o termo fármaco para agentes com fins terapêuticos.

Reserva-se o termo remédio para todo agente de cura. Um


fármaco pode ser um remédio, mas o termo aplica-se também a
outros procedimentos como banho de sol, dieta, exercício físico.

(Brandão,2012; Graeff e Guimarães, 2012)


1. CONCEITOS GERAIS

Administração
oral i.m. s.c. i.v.

Absorção

Fármaco na circulação
sistêmica

Fármaco no sítio
Efeito
de ação Resposta Clínica
Farmacológico
(receptor)
(Stahl, 2014)
2.RECEPTOR

A maioria dos receptores é uma proteína ou complexo de


proteínas localizado na membrana das células que reconhece
especificamente e interage com compostos endógenos
(neurotransmissores, hormônios)

Fármacos interagem seletivamente


com receptores e modificam sua
função.

(Stahl, 2014)
2. RECEPTOR

Ligante

Receptor

Membrana
celular
Alterações intracelulares

Efeito
Farmacológico
(Stahl, 2014)
2.1 Localização Receptores
2.2 Receptores ionotrópicos:

São proteínas transmembrana


compostas por 4 ou 5
subunidades, que juntas irão
formar um poro/canal entre elas.

Poro
ou
canal

(Bear, Connors e Paradiso 2017)


2.2 Receptores ionotrópicos

Após a ligação
do fármaco
com o receptor,
ocorre mudança
na sua
conformação, o
que promove a
abertura do canal
iônico.
2.3 Receptores metabotrópicos (acoplados à proteína G)

Quando o NT se liga ao receptor, este ativa uma proteína


G, que migra pelo citosol para ativar proteínas efetoras.

 Canais iônicos
 Enzimas que sintetizam
segundos mensageiros

(Bear, Connors e Paradiso 2017)


Kinase Regulada
Sinais Extra-
Celulares
2.4 Receptores e interação com fármacos

(Stahl, 2014)
2.5 Epigenética

Comportamento pode modificar


os genes?

É fato que a aprendizagem e as


experiências do meio ambiente
podem alterar o funcionamento
de genes e assim produzir
mudanças em conexões neurais
2.5 Epigenética

Assim, as experiências, podem


modificar a expressão de genes
que alteram a distribuição e a
“força” de conexões sinápticas
específicas.

Dependendo do que possa acontecer a um neurônio (abuso


na infância, estresse na vida adulta, deficiência nutricional,
psicoterapia, uso abusivo de substâncias) parece,
atualmente, que genes previamente silenciados podem ser
ativados, enquanto genes ativos podem também ser
silenciados.
3. INTERAÇÃO LIGANTE-RECEPTOR

A afinidade é a atração mútua ou a força de ligação entre


um fármaco e seu alvo (receptor).

A seletividade caracteriza-se pela especificidade com que


um fármaco pode se ligar ao seu receptor, promovendo
atividade intrínseca.

A atividade intrínseca é a capacidade do fármaco se ligar ao


receptor e provocar alteração conformacional, resultando
em efeito farmacológico

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. INTERAÇÃO LIGANTE-RECEPTOR

1 2

O Ligante ainda não efetuou O Resultado da fusão do ligante


ligação com o receptor ao receptor promove mudança
conformacional neste último,
que inclusive, se adequa à
estrutura da proteína G.
(Stahl, 2014)
3. INTERAÇÃO LIGANTE-RECEPTOR

3 4

(Stahl, 2014)
3. CONCEITOS IMPORTANTES

AGONISTA

Substância capaz de se ligar ao receptor e promover atividade


intrínseca, sendo portanto, capaz de gerar uma resposta.

Tipos Agonistas:

 Pleno
 Parcial

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. CONCEITOS IMPORTANTES
 Agonista Pleno:

Substâncias que possuem capacidade de se ligar ao receptor e


promover atividade intrínseca, resultando em efeito farmacológico
máximo.
 Agonista Parcial:

Substâncias que possuem capacidade de se ligar ao receptor e


ativá-lo, porém são incapazes de produzir, mesmo em elevadas
concentrações, efeito máximo.

Em termos quantitativos, pode-se dizer que agonistas plenos têm


atividade intrínseca igual a 1; a eficácia dos agonistas parciais é
menor que 1, porém maior que zero.
(Graeff e Guimarães, 2012)
3. CONCEITOS IMPORTANTES

ANTAGONISTA

Substância capaz de se ligar ao receptor, porém, sem ativá-lo.


Não possuem capacidade de promover atividade intrínseca.
Atividade intrínseca igual a zero.

Por se ligarem aos receptores, impedem ou dificultam a ação de


agonistas.

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. CONCEITOS IMPORTANTES

Tipos Antagonistas:

 Competitivo ou superável
 Não competitivo ou não superável

 Antagonista competitivo:

Dois fármacos (agonista e antagonista) competem pelo


mesmo sítio de ligação no receptor. Esta ligação pode ser
revertida com aumento nas concentrações do agonista.

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. CONCEITOS IMPORTANTES

 Antagonista não-competitivo:

O antagonista diminui o efeito do agonista, por atuar em


componente celular distinto do receptor.

O antagonista bloqueia em algum ponto a cadeia de eventos


que induz a produção de uma resposta pelo agonista. Portanto
liga-se a um sítio diferente do domínio de ligação do agonista.

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. CONCEITOS IMPORTANTES
TOLERÂNCIA

Fenômeno em que o efeito de alguns fármacos vai diminuindo


progressivamente (desvio da curva dose-efeito para a direita)
quando a substância é administrada de forma repetida por certo
tempo (anfetamina, cocaína, nicotina, benzodiazepínicos, álcool,
morfina)

São necessárias doses cada vez maiores para que se obtenha o


efeito inicial obtido no princípio do tratamento.

(Graeff e Guimarães, 2012)


3. CONCEITOS IMPORTANTES

MEIA VIDA

Meia vida de eliminação é o tempo necessário para que a


concentração do fármaco no organismo se reduza à metade.

(Graeff e Guimarães, 2012)


4. REFERÊNCIAS
BEAR,M.F.; CONNORS,B.W., PARADISO,M.A. Neurociências:
Desvendando o Sistema Nervoso, 4 ed. Editora Artmed, 2017.

BRANDÃO, M.L. Psicofisiologia. 3 ed. Editora Atheneu, 2012.

GRAEFF, F.G.; GUIMARÃES, F.S Fundamentos da


Psicofarmacologia. 2 ed. Editora Atheneu, 2012.

SCHATZBERG, A.F.; DeBATTISTA, C. Manual de


Psicofarmacologia Clínica. 8 ed. Editora Artmed, 2017.

STAHL, S.M. Psicofarmacologia. Bases Neurocientíficas e


aplicações práticas. 4 ed. Guanabara Koogan, 2014.

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