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ANTIDEPRESSIVOS
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I. RESUMO
Os sintomas de depressão incluem
sensação de tristeza e desesperança,
incapacidade de sentir prazer em
atividades usuais, alterações nos padrões
de sono e apetite, perda do vigor e
pensamentos suicidas
A mania se caracteriza, pelo contrário,
por entusiasmo, raiva, pensamentos e fala
rápidos, extrema autoconfiança e
diminuição da autocrítica
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Antidepressivos
As principais classes são:
◦ IMAO (inibidores da monoamino-oxidase)
◦ Tricíclicos (serotonina, noradrenalina e
acetilcolina... + histamina e, um pouco menos,
dopamina)
◦ ISRS (inibidores seletivos da recaptação da
serotonina)
◦ Os duplos (ISRSN)
Bases da Terapêutica II 6
Antidepressivos
Mecanismo incerto
Teoria das monoaminas (não explica)
ECT
Interação dos alimentos ricos em tiramina
Bases da Terapêutica II 7
Bases da Terapêutica II 8
Bases da Terapêutica II 9
Drogas que
atuam sobre a
sinapse
serotoninérgica
Bases da Terapêutica II 10
Bases da Terapêutica II 11
Antidepressivos
Bases da Terapêutica II 12
Antidepressivos
Bases da Terapêutica II 13
Indicações de antidepresivos
Depressão
Transtornos de ansiedade
Tratamento da tensão pré-menstrual
Quadros dolorosos (p. ex., fibromialgia)
Ejaculação precoce
Entre outros...
Bases da Terapêutica II 14
II. MECANISMOS DOS
ANTIDEPRESSIVOS
A maioria dos fármacos úteis, direta ou
indiretamente aumentam a ação de
serotonina e/ou norepinefrina no cérebro
Teoria das monoaminas...
A modulação dos níveis dos
neurotransmissores é um efeito inicial
dos fármacos, o qual segue-se de outros
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Bases da Terapêutica II 17
III. INIBIDORES SELETIVOS DA
CAPTAÇÃO DE SEROTONINA
Os ISRS têm seletividade entre 300 e
3000 vezes maior para 5HT do que para
NE; os tricíclicos e os duplos fazem isso
de forma não-específica
Pouco bloqueio muscarínico, histamínicos
e -adrenérgico → menos efeitos
adversos (visão turva, hipotensão
ortostática, xerostomia)
Substituíram os tricíclicos e os IMAO
como tratamento para a depressão
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A. Ações
Bloqueiam a recaptação de serotonina
Aumentando a concentração desse NT na
fenda sináptica
Em geral precisam 2 semanas para
começar a produzir melhora do humor
O benefício máximo pode levar até 12
semanas
Pode não haver resposta a um primeiro
AD; pelo menos 80% dos pacientes vão
responder a algum AD
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B. Usos terapêuticos
Indicação primária: depressão (tão
eficazes quanto os ADT)
TOC
TP
TAG
TEPT
TAS
Transtorno disfórico pré-menstrual
Bulimia (fluoxetina)
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C. Farmacocinética
Boa absorção por VO
Picos séricos entre 2 e 8 horas
Pouca influência da alimentação (a da
sertralina aumenta com alimentos)
Meia-vida entre 16 e 36 horas (a
fluoxetina possui meia vida mais longa)
Biotransformaçao pelo citocromo P450 +
conjugação
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C. Farmacocinética
Fluoxetina e paroxetina inibem CYP2D6
(interações com ADT, AP, antiarrítmicos e
-bloqueadores)
Outros AD: CYP 2C9/19, 3A4, 1A2
Na insuficiência hepática: necessita-se
redução da dosagem
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D. Efeitos adversos
Menos EA do que os ADT, mas causam:
cefaleia, sudoração, ansiedade, agitação,
efeitos GI, fraqueza, cansaço, alterações de
libido e de peso, bem como do sono,
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D. Efeitos adversos
1. Distúrbios do sono
◦ Paroxetina e fluvoxamina são,em geral, mais
sedativas do que estimulantes; fluoxetina e
sertralina em geral são mais estimulantes
2. Disfunções sexuais
◦ Incluem perda de libido, ejaculação retardada
e anorgasmia
◦ Opções: diminuir a dosagem ou trocar por
bupropiona ou mirtazapina
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D. Efeitos adversos
3. Uso em crianças e adolescentes
◦ Uso com cautela
◦ Cuidar RS
4. Superdosagem
◦ E geral, não ocorre arritmia (exceto com
citalopram)
◦ Pode ocorrer diminuição do limiar convulsivante
◦ Síndrome serotoninérgica: hipertermia, rigidez
muscular, sudoração, mioclonias e alteração do
estado mental e dos SV
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D. Efeitos adversos
5. Síndrome da interrupção
◦ Cefaleia, mal-estar, sintomas gripais, agitação,
irritabilidade, nervosismo e alteração nos
padrões de sono
◦ Fluoxetina tem menos chance, dada a meia-
vida longa
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IV. INIBIDORES DA CAPTAÇÃO
DE SEROTONINA E
NOREPINEFRINA
São os AD “duplos” como a venlafaxina e
a duloxetina
Podem ser efetivos nos pacientes em que
os ISRS não conseguiram
Indicados para os pacientes com dor
crônica (neuropatia diabética periférica,
neuropatia pós-herpética, fibromialgia, dor
lombar)
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A.Venlafaxina e desvenlafaxina
Potente IRS; em doses médias e altas IRN
Possui como metabólito ativo a
desvenlafaxina
Pode aumentar PAS e FC
EA: náuseas, cefaleia, tontura, insônia,
disfunção sexual, sedação e constipação
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B. Duloxetina
Inibe a recaptação de 5HT e NE em todas
as dosagens
Pode aumentar PAS e FC
EA: similares aos da venlafaxina (mais
xerostomia)
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V. ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
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A. Bupropiona
É um inibidor da captação de dopamina e
norepinefrina fraco
Também é útil no tratamento de estado de
fissura por alguma substância ou atenuar os
sintomas de abstinência de nicotina, p. ex.
EA: boca seca, sudorese, nervosismo,
tremores e um aumento dose-dependente
do risco de convulsões
Baixa incidência de efeitos sexuais
Deve-se evitar nos pacientes com bulimia e
naqueles com risco aumentado para
convulsões
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B. Mirtazapina
Aumenta a neurotransmissão por 5HT e
NE e funciona como antagonista dos
receptores pré-sinápticos 2-adrenérgicos
É antagonista 5-HT2A
Tem efeito sedativo, por ação
histaminérgica
Não apresenta efeitos antimuscarínicos
significativos
Não interfere na libido
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C. Nefazodona e trazodona
São inibidores fracos da recaptação de
serotonina
É antagonista 5-HT2A pós-sináptico
São sedativos, por bloqueio H1
Tem uso extrabula, para insônia
Riscos de priapismo (trazodona) e de
hepatotoxicidade (nefazodona)
Bloqueio leve dos receptores 1-
adrenérgicos
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D.Vilazodona
É inibidor seletivo da recaptação da
serotonina (ISRS) e um agonista parcial
dos receptores serotoninérgicos 5-HT1A
Há menos tempo no mercado
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E.Vortioxetina
Efeito combinado: inibição da recaptação
da serotonina; agonismo 5-HT1A; e
antagonismo 5-HT3 e 5-HT7
Efeitos adversos incluem N/V e
constipação, em função dos efeitos
serotoninérgicos
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VI. ANTIDEPRESSIVOS
TRICÍCLICOS
São fármacos que bloqueiam a captação de
norepinefrina e de serotonina no neurônio pré-
sináptico
Nesse sentido, são como os ISRSN (duplos), mas
possuem um perfil de efeitos adversos bem mais
amplo
A classe inclui aminas terciárias (imipramina,
clomipramina e doxepina, entre outras) e aminas
secundárias (como a desipramina e a nortriptilina,
por exemplo)
Os AD tetracíclicos (maprotilina e amoxapina,
p.ex.) são frequentemente incluídos na mesma
classe, junto com os tricíclicos
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A. Mecanismo de ação
1. Inibição da captação do neurotransmissor
◦ Os ADT e a amoxapina são inibidores potentes
da recaptação de NE e 5-HT
◦ Maprotilina e desipramina são relativamente
seletivos para a inibição da recaptação de NE
2. Bloqueio de receptores
◦ Também ocorre bloqueio de receptores de
serotonina, histamina, -adrenérgicos e
muscarínicos (não se sabe o quanto isso contribui
para o efeito antidepressivo)
◦ A amoxapina também bloqueia 5-HT2 e D2
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B. Ações
Melhoram o humor e o alerta mental
Aumentam a atividade física
Reduzem a preocupação mórbida
Início da melhora é lento (mais de 2
semanas)
Titulação da dose
Retirada lenta para evitar síndrome de
abstinência
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C. Usos terapêuticos
Depressão moderada e grave
TP
Enurese em crianças com mais de 6 anos
(imipramina)
Profilaxia de enxaqueca e nas síndromes
de dor crônica (amitriptilina)
Doses baixas de doxepina para insônia
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D. Farmacocinética
Bem absorvidos por VO
Bastante lipofílicos
Penetram bem no SNC
Metabolizados pelos citocromos
hepáticos e conjugados com ácido
glicurônico, com excreção renal
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E. Efeitos adversos
Bloqueio muscarínico causa visão turva,
xerostomia, retenção urinária, taquicardia sinusal,
constipação e agravamento de glaucoma de
ângulo estreito
Alteração da condução cardíaca, com
prolongamento do QT, podendo causar arritmias
Hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia
reflexa, por bloqueio -adrenérgico
Sedação por bloqueio H1
Aumento do IMC
Disfunção sexual (em uma minoria dos pctes,
menos do que com ISRS)
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Cuidados!
Usar com cautela no THB (mesmo na fase
depressiva; risco de virada maníaca)
Índice terapêutico estreito (pacientes
com alto RS devem receber pouca
quantidade de medicação de cada vez, a
dose diária apenas)
Os ADT podem agravar HBP, epilepsia e
arritmias pré-existentes
Cuidar interações medicamentosas!
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VII. INIBIDORES DA
MONOAMINOXIDASE
A MAO é uma enzima mitocondrial
encontrada no SN, no intestino e no fígado,
entre outros tecidos
No neurônio, a MAO funciona como uma
“válvula de segurança”, desaminando
oxidativamente e eliminando o excesso que
houver (de dopamina, norepinefrina ou
serotonina)
A inibição da MAO pode ser reversível ou
irreversível, dependendo do agente
Com a inibição, os NT se acumulam e vazam
para fenda sináptica
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VII. INIBIDORES DA
MONOAMINOXIDASE
Quatro iMAO atualmente disponíveis
para o tratamento da depressão: fenelzina,
tranilcipromina, isocarboxazida e
seleginina (esta também é útil no
tratamento do Parkinson)
Uso limitado, devido às complicações
(interações com alimentos e com outros
medicamentos)
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A. Mecanismo de ação
A maioria forma complexos estáveis
inativando irreversivelmente a enzima
Inibem as enzimas hepática e intestinal,
prejudicando a metabolização de fármacos e
substâncias que podem se acumular, como a
tiramina
A seleginina, administrada na forma de
adesivo transdérmico, produz menor inibição
da MAO hepática e intestinal em dosagens
baixas porque evita a biotransformação de
primeira passagem
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B. Ações
Embora a MAO esteja completamente
inibida em poucos dia, o efeito
terapêutico demora várias semanas para
ocorrer
O efeito estimulante, por sua vez, é
semelhante ao das anfetaminas, podendo
causar insônia e agitação
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C. Usos terapêuticos
Indicado para pacientes que não
respondam ou sejam alérgicos aos ADT
A depressão atípica pode responder
melhor aos iMAOs
São os fármacos de última escolha
(devido à interação com alimentos)
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Depressão (típica x atípica)
Bases da Terapêutica II 55
D. Farmacocinética
Bem absorvidos por VO
A regeneração da enzima demora
semanas após a interrupção do fármaco
→ Assim, quando houver troca de
antidepressivos, deve haver intervalo
mínimo de duas semanas após o
tratamento com iMAO, para iniciar um
AD de qualquer outra classe
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E. Efeitos adversos
São justamente os EA graves, ocasionados por
interações com alimentos e fármacos, um tanto
quanto imprevisíveis em magnitude, que limitam o
emprego dos iMAOS
A “síndrome do queijo”: o excesso de tiramina
acaba liberando uma quantidade significativa de
catecolaminas, provocando crise hipertensiva,
com cefaleia occipital, rigidez de pescoço,
taquicardia, náuseas, arritmias cardíacas,
convulsões e colapso.
A fentolamina e a prazosina podem ser úteis no
tratamento deste tipo de crise hipertensiva
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• A Tiramina não é uma
droga usada clinicamente,
mas é encontrada em
alimentos fermentados,
como queijos e bebibas
fermentadas.
Tiramina é um produto
do metabolismo da
tirosina. Normalmente, é
oxidada pela MAO, mas
se o paciente estiver
tomando um inibidor da
MAO (antidepressivo),
pode levar a sérios
quadros de hipertensão.
Como as anfetaminas, a
tiramina pode entrar no
terminal nervoso e
deslocar a Nor estocada.
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