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2. Sináptica
a) A molécula sinalizadora é o NEUROTRANSMISSOR.
b) O neurotransmissor agirá numa célula muito próxima do sítio de síntese.
c) A célula sinalizadora chama-se neurônio pré-sináptico, enquanto a célula-
alvo será a célula pós-sináptica (aqui, podemos ter outro neurônio, uma
célula muscular [formando a junção neuromuscular] ou uma célula
endócrina [formando a junção neuroendócrina])
d) O neurotransmissor chega até a outra célula quando é liberado da vesícula
sináptica, através da despolarização celular. A aproximação dessas 2
células é uma SINAPSE, e o espaço entre elas é a FENDA SINÁPTICA.
e) É a comunicação MAIS RÁPIDA que existe.
3. Parácrina
a) A molécula sinalizadora é um MEDIADOR LOCAL.
b) O mediador agirá em múltiplas células-alvo próximas do local de síntese.
c) Comunicação do tipo RÁPIDA.
d) Fatores de crescimento, citocinas, interleucinas e eicosanoides.
e) Alguns escritores incluem os neurotransmissores nessa categoria.
4. Autócrina
a) A molécula sinalizadora é um MEDIADOR LOCAL (sim, mesmo nome).
b) O mediador local responderá a substâncias liberadas por ela mesma.
c) Comunicação do tipo RÁPIDA.
d) Usada por neonatos e embriões no desenvolvimento e crescimento.
e) Usada por adultos na resposta imune e inflamatória.
5. Justácrina
a) Pode ser um canal proteico de junções comunicantes (gap junctions, por
onde passam íons e metabólitos) ou proteínas ligadas à membrana que
irão reagir com receptores de outra célula adjacente.
b) Não especificou a velocidade, mas pela proximidade das células,
assumimos que deve ser RÁPIDA.
c) O fator de crescimento epidérmico (EGF) se utilizam desse tipo de
comunicação.
Agora que a nossa célula-alvo detectou a presença do sinal, por meio da ligação
com o receptor, precisamos entender como ela irá TRADUZIR essa ligação feita
entre o sinal químico e o receptor. Para isso, existem 6 características da
transdução de sinal:
1
Os colchetes servem para denotar a concentração das substâncias.
Subunidade α)
- Se projeta para fora da célula
- Possui o domínio de ligação para insulina
Subunidade β)
- Se entrelaçam nas subunidades α, atravessando a membrana em uma estrutura
de α-hélice
- Se projetam no interior da célula.
São os domínios intracelulares que possuem atividade CATALÍTICA do tipo TyKR.
Funciona assim: a insulina se liga na subunidade α, ativando as subunidades β.
Cada β irá fosforilar 3 resíduos de Tirosina C-terminal da outra subunidade
(AUTOFOSFORILAÇÃO). Isso expõe o sítio ativo da enzima, permitindo a
fosforilação dos resíduos de Tirosina das proteínas α.
Um substrato bastante estudado é o IRS (Insulin-receptor-substrate). Uma vez
fosforilado pelos domínios catalíticos das subunidades β, o IRS pode ativar 3
cascatas de transdução de sinal, dependendo das células e de sua necessidade. A
cascata que nos importa é da PI3-CINASE.
2
Sistema Nervoso Autônomo Simpático.
Lembrando que a ação do Glucagon é HIPERGLICEMIANTE, e sua liberação ocorre
na HIPOGLICEMIA. O mecanismo de transdução ocorre via proteína G, que será
explicado em breve.
A ADRENALINA E A NORADRENALINA
Ambos os hormônios são sintetizados a partir do aminoácido Tirosina. A síntese de
noradrenalina ocorre nas fibras adrenérgicas e na medula adrenal. Na medula
adrenal, 80% da noradrenalina é metilada em adrenalina. Lembrando que a
noradrenalina também é conhecida como norepinefrina (e a adrenalina é a
epinefrina).
As catecolaminas são liberadas em resposta ao stress agudo (psicológico, frio,
exercício físico, cansaço, situações de luta ou fuga, baixa glicemia ou jejum
prolongado, além de diversas condições patológicas).
Existem, no total, 9 tipos diferentes de receptores adrenérgicos! Os principais são
os do tipo β.
BIOENERGÉTICA
É o estudo quantitativo das transduções de energia que ocorrem nas células vivas,
bem como da natureza e da função dos processos químicos subjacentes dessas
transduções.
A bioenergética segue as leis da termodinâmica, relembrando:
Primeira Lei – princípio da conservação de energia. Em qualquer transferência
física ou química, a quantidade de energia permanece constante, mesmo que a
forma de energia mude.
Segunda Lei – o universo sempre tende ao caos. Em todos os processos naturais, a
entropia do universo aumenta. (conceito de universo = sistema reagente, ou seja,
conjunto de matéria que sofre processo químico ou físico, dentro de um arredor ou
meio ambiente).
Nós, seres humanos, somos um sistema reagente aberto. Retiramos a energia dos
nutrientes, uma parte dessa energia é resgatada como energia química, capaz de
realizar trabalho biológico, como síntese de biomoléculas, transferência da
informação genética, manter o gradiente osmótico, trabalho mecânico. A outra
parte dessa energia será dissipada como calor ou entropia. Apesar de trocar
matéria/energia com o ambiente, os seres vivos nunca estão em equilíbrio com o
ambiente. As membranas plasmáticas das células são o que mantêm a constituição
e manutenção celular, possibilitando a vida.
Existem 3 parâmetros para descrevem a transformação da energia em reações
químicas, são eles:
1. Energia Livre de Gibbs – expressa a quantidade de energia útil (capaz de
realizar trabalho). ΔG é a variação de energia livre do sistema. Quando ΔG é
negativo, ocorre LIBERAÇÃO DE ENERGIA pelo sistema (exergônica). Quando
ΔG é positivo, há GANHO DE ENERGIA pelo sistema (endergônica).
Para ocorrer, as reações que têm ΔG positivo acabam se acoplando a reações com
ΔG muito negativo, possibilitando a formação do produto da rota.
A variação de G é a diferença entre a energia livre dos produtos e dos reagentes.
Quando for negativa, quer dizer que os produtos têm MENOS energia livre que os
reagentes. Quando positiva, quer dizer que os produtos têm MAIS energia livre do
que os reagentes.
Todas as reações ocorrem na direção que resulta em um DECRÉSCIMO de energia
livre do sistema.
OBS: SE A REAÇÃO NÃO APRESENTAR ΔG NEGATIVO, ELA DEVE
OBRIGATORIAMENTE LIGAR-SE A UMA REAÇÃO QUE O TENHA, DE FORMA QUE O
SOMATÓRIO DOS ΔG’s SEJA NEGATIVO.
2. Entalpia – conteúdo de calor do sistema reagente. Reflete o tipo e o número de
ligações químicas nos reagentes e produtos. ΔH é a diferença entre a energia
do ambiente usada para romper uma ligação e a energia ganha pelo ambiente
na formação de uma ligação. Quando ΔH for positivo, a reação ABSORVE calor
(endotérmica). Quando for negativo, a reação LIBERA calor (exotérmica).
3. Entropia – expressão quantitativa da aleatoriedade do sistema. Medida de
energia devido a dispersão dos produtos. ΔS positivo significa que houve um
ganho de entropia, ou seja, os produtos são MENOS COMPLEXOS e MAIS
DESORDENADOS que os reagentes.
Para entender o conceito de entropia: Os produtos da oxidação da glicose são
devolvidos ao ambiente. Este, por sua vez, sofre um AUMENTO na entropia.
Passamos de 7 moléculas (1 solida e 6 gasosas) para 12 moléculas (6 gasosas e
6 liquidas) que serão devolvidas ao ambiente, aumentando assim a entropia!
A variação de energia livre padrão de uma reação química é simplesmente uma via
matemática alternativa de expressar a sua constante de equilíbrio:
Com ΔG negativo, a Keq > 1, pois a concentração de substrato será menor que a de
produto.
O ATP pode fornecer energia nos sistemas biológicos por 2 maneiras, transferência
de grupos (a mais comum) e por hidrólise direta.
Quando por transferência, o ATP participa covalentemente na reação enzimática,
para qual ele deve fornecer energia livre. Essas reações têm ΔG positivo, e a
transferência pode se dar nos seguintes grupos:
1. Fosforil – nós temos o substrato A + substrato B, que se unem para formar o
produto AB. Essa é uma reação endergônica que necessita a hidrólise do ATP
para fornecimento de energia. Primeiro ocorre a hidrólise do ATP, gerando
ADP e liberando o FOSFORIL, que se une covalentemente ao A, aumentando o
nível de energia da molécula. O substrato B irá então se deslocar para o grupo
fosforil, ligando-se ao substrato A no seu lugar, formando o produto AB.
2. Pirufosforil – o ATP é quebrado, o PPi é incorporado ao substrato, e o AMP é
liberado. É o caso da síntese de PRPP, intermediário importante na formação
das bases púricas e pirimídicas.
3. Adenilil – é usada quando a hidrólise do ATP em ADP +Pi não libera energia
suficiente para impulsionar a reação. É o caso da ativação dos ácidos graxos. O
ácido graxo, para se ativar, precisa ser incorporado a CoA, formando o acilcoa-
graxo. Esse processo é muito endergônico, e precisa de energia extra.
Primeiramente, hidrolisamos o ATP entre os fosfatos alfa e β, liberando
pirufosfato e AMP, que será incorporado na estrutura do ácido graxo.
Posteriormente, a CoA desloca o AMP e se liga no lugar, formando o ácido
graxo ativado. A hidrólise entre o fosfato alfa e β libera muita energia, mas não
suficiente para promover a incorporação da CoA, e deve ocorrer
concomitantemente a hidrólise do pirufosfato em 2 fosfatos inorgânicos, que
libera quantidade extra de energia, tornando a formação do ácido graxo
energeticamente favorável.
A contração muscular é um dos poucos casos em que a hidrólise do ATP será a
fonte de energia para o processo biológico. O ATP vai ligar-se a cabeça de miosina,
promovendo uma mudança conformacional, que se desliga da actina. Ela então
catalisa a hidrólise do ATP, mudando novamente a conformação e fixando-se a
actina. O Pi é deslocado, esse deslocamento causará outra mudança
conformacional na miosina, que vai mover o filamento de actina, e o ATP é
deslocado. Assim temos a contração muscular.
Ele transfere seu fosfato terminal p/ enzima, que transfere então o fosfato para um
nucleosideo difosfato, gerando um nucleosideo trifosfato, e vice-versa, ou seja, o
nucleosideo pode entregar o fosfato p/ enzima, que vai entregá-lo ao ADP, que vira
ATP. A célula muscular pode ainda contar com a Adenilato-ciclase, que forma ATP
a partir de 2 ADP gerados na contração muscular intensa.
O par NAD+NADH participa do catabolismo celular, onde o NAD será aceptor dos
elétrons.
A ACETIL-COA
A coenzima A possui o ácido pantotênico (VITAMINA B5). O papel dessa vitamina é
a formação da CoA. Sua deficiência é rara e associada a desnutrição.
A Acetil-CoA doa 8 elétrons e 2 carbonos para o Ciclo de Krebs, através da
descarboxilação oxidativa! A função do ciclo é conservar a energia dessa oxidação
(na forma de ATP a nível de substrato e pela transferência de elétrons). 1 par de
elétrons é transportado pelo FAD e 3 pares pelo NAD.
Ela não é gerada apenas por oxidação de ácidos graxos, açucares que geram
piruvato e aminoácidos que geram piruvato, mas também por ETANOL e CORPOS
CETÔNICOS (aminoácidos cetogênicos). Lembrar que a degradação de corpos
cetônicos nos tecidos extra-hepáticos gera a Acetil-CoA.
A Acetil-CoA possui mais destinos além do Ciclo de Krebs, como:
1. Produção de corpos cetônicos no fígado, em jejum.
2. Formação de esteróis (colesterol) no estado alimentado, quando a quantidade
de colesterol não é suficiente para suprir o organismo
3. Pode formar ácidos graxos, como uma forma de reservar a cadeia carbonada
que vem da glicose.
Tudo isso que foi descrito acima consta como 1 volta no ciclo de Krebs. Cada volta
produz, então:
2 moléculas de gás carbônico (CO2)
3 moléculas de NAD reduzido
1 molécula de FAD reduzido
1 ATP em nível de substrato
CADEIA RESPIRATÓRIA
A cadeia respiratória se encontra na membrana mitocondrial INTERNA, e estima-
se que os seres humanos tenham 14 mil metros quadrados dessa membrana!
Citocromos são hemeproteínas, mas há outros grupos que podem transferir esses
elétrons. Heme A e Heme B (grupos prostéticos responsáveis pela transferência
dos elétrons) estão fortemente, porém não covalentemente, ligados à proteína,
enquanto a Heme C (também grupo prostético) está ligado covalentemente à
proteína.
A coenzima Q é o único componente não proteico da cadeia, sendo uma
benzoquinona solúvel em lipídios, que possui uma estrutura hidrofóbica e
pequena, permitindo sua livre difusão dentro da membrana.
Existem algumas diferenças entre os elétrons que são transportados pelo NAD e os
que são transportados pelo FAD, como veremos a seguir:
OS 3 SÍTIOS DE FOSFORILAÇÃO
Existem 3 pontos específicos onde podemos notar a maior diferença entre o
potencial de redução padrão entre 2 pares redox, onde ocorre a maior energia
liberada pelo fluxo de elétrons. Um sítio fica no COMPLEXO 1, um no COMPLEXO 3
e outro no COMPLEXO 4.
A energia obtida por esse fluxo serve para impulsionar os prótons para o espaço
intermembrana, formando o gradiente eletroquímico utilizado na formação do
ATP.
Cada NADH + H+ vai entregar 1 par de elétrons para o COMPLEXO 1, e cada par irá
bombear energia de 4 prótons pelo complexo 1, 4 prótons pelo complexo 3 e 2
prótons pelo complexo 4. Isso tudo bombeado pela energia de 1 par de elétrons!!
No FAD, temos o bombeamento de 4 prótons pelo complexo 3 e 2 prótons pelo
complexo 4. Sabe-se que cada 4 PRÓTONS = 1 ATP. Portanto, cada NADH + H+ irá
formar 2,5ATP, e cada FADH2 formará 1,5ATP.
NÃO ESQUECER: Cada volta no ciclo de Krebs gerará 10 ATP = 7,5 dos NAD, 1,5 do
FAD e 1 do Succinil.
A CATÁLISE ROTACIONAL
Para alternar entre os sítios, contamos com o mecanismo de catálise rotacional,
gerando a interconversão desses sítios!
Sítio O -> Sítio L -> Sítio T -> Sítio O, e assim funciona o esquema:
O novo sítio T (antigo L) irá unir o ADP + Pi, formando o ATP, e ficará como sítio T
até que haja, novamente, o retorno de prótons, liberando energia e mudando
novamente os estados! O sítio O é o que libera o ATP, pois não tem afinidade
alguma por ele.
Bom, sabemos que 4 prótons formam 1 ATP, e vimos que são necessários 3
prótons voltarem na força motriz para gerar o ATP, então aonde está o quarto
próton? (perguntei por que exatos 4, Cyntia disse que foi papai do céu!!)
O quarto próton é necesário para transportar o Pi para a matriz mitocondrial. Esse
Pi foi gerado pela hidrólise do ATP em ADP + Pi lá no citosol. A membrana é
impermeável a moléculas polares, então possuimos a fosfato-translocase, que
permite o transporte do Pi junto do quarto próton. O Pi une-se ao ADP, quando
houver o retorno dos 3 prótons. O ATP então formado, é exportado para o citosol
juntamente com a importação de um ADP, que funcionará para a próxima junção
com Pi. Esse transporte é realizado pela adenina-nucleotideo-translocase.
O CITOCROMO P450
Os sistemas não fosforilantes de transporte de elétrons existem com a finalidade
de hidroxilar diferentes compostos através da ativação do oxigênio por um
citocromo especializado, o P450!
O citocromo refere-se a uma família de hemeproteínas catalíticas presentes em
bactérias, fungos, plantas, insetos, peixes, mamíferos e primatas que catalisam a
monoxigenação, em uma série de substâncias endógenas ou exógenas.
CIP450 são proteínas integrais de membrana, encontradas no retículo
endoplasmático liso ou na membrana mitocondrial interna de mamíferos. Essas
proteínas contém um grupamento heme, e o ferro pode formar até 6 ligações
(como vimos no estudo de hemeproteínas, 4 ligações com Nitrogênios pirrólicos, 1
ligação com o SH da cisteína C-terminal e 1 ligação com O2 molecular, CO, NO ou
H2O. O CO se liga com mais afinidade que o 02, inibindo o CIP450).
O termo CIP450 existe pois quando o CO se liga à forma ferrosa da heme, o
espectro de absorção apresenta um pico de 450 nanômetros.
FUNÇÕES DO CIP450
1. Produção de hormônios esteroides (incluindo a forma ativa da vitamina D3)
COMPONENTES DO SISTEMA
Aqui, vamos dividir o sistema em duas partes:
1. Microssomal – aqui temos a CIP450-redutase, enzima que fará a transferência
de elétrons do NADPH para o CIP450, sendo que é preciso também uma ligação
com o substrato para que isso ocorra. Quando há a ligação, uma mudança
conformacional ocorre, junto do grupo Heme, tornando o potencial de redução
mais positivo (de -300mV para -230mV). Essa enzima possui 1 FAD e 1FMN
como grupos prostéticos. O FAD irá receber os elétrons e então passar 1 por
vez para o FMN, que vai transferir para o grupo Heme do CIP450 (lembrar, 1
elétron por vez!)
2. Fase II - Biosintética – esse grupamento funcional vai ser ligado a outro, como
o ácido glucurônico, sulfato, glutationa, aminoácidos ou acetato.