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CARDIOLOGIA – MED0099
SINTOMAS PRINCIPAIS
1. DISPNEIA - caracterizada como sensaçã o consciente e desconfortá vel do ato de
respirar. Pode ser referida pelos pacientes como “falta de ar”, “cansaço”, “fô lego
curto” ou “dificuldade para respirar. Apresenta-se sob duas formas:
- Subjetiva – aquela sentida pelo paciente
- Objetiva – evidenciada pela alteraçã o dos movimentos respirató rios e uso
de musculatura acessó ria
É normal que ocorra dispneia apó s exercícios prolongados ou extenuantes, mas deve
ser considerada anormal quando ocorrer em REPOUSO ou situaçõ es nas quais o
esforço nã o é suficiente para gerar a dispneia. Apesar de ser um sintoma sensível, é
pouco específico, já que se associa a uma grande gama de doenças.
Nos pacientes com dispneia cardíaca, podemos relacionar com congestã o vascular e
intersticial pulmonar (o ingurgitamento vascular e a transudaçã o de líquidos para a
mucosa fazem com que haja SIBILOS na ausculta pulmonar!)
Apó s entender o mecanismo, devemos entender o desenvolvimento desse sintoma:
Pneumonia Anemia
Obstruçã o
aguda das vias Derrame
respirató rias Pleural Biletarel
2. DOR TORÁ CICA – Mesmo sendo um sintoma de doença cardíaca, a dor torá cica
possui diversas origens (pleura, esô fago, aorta, mediastino, estô mago,
diafragma). Para ajudar no diagnó stico diferencial, podemos usar o mnemô nico
SOCRATES!
Lembrando que a Arginina possui uma funçã o especial no crescimento infantil, pois
estimula a liberaçã o do hormô nio do crescimento pela glâ ndula pituitá ria.
PROTEÍNAS
As proteínas podem ser classificadas quanto sua conformaçã o: Globulares ou
Fibrosas; e pelos produtos da hidró lise: simples ou conjugada;
As proteínas possuem diferentes níveis estruturais, sendo eles:
Primá ria – diz respeito a sequência dos aminoá cidos na cadeia peptídica
Secundá ria – se refere ao arranjo espacial dos aminoá cidos adjacentes na
cadeia polipeptídica (alfa-hélice e folha-β)
Terciá ria – todos os aspectos do enovelamento da proteína (3d)
Quaterná ria – caso uma proteína tenha mais de uma cadeia polipeptídica,
tem a ver com o arranjo espacial das cadeias na proteína.
As proteínas fibrosas possuem cadeias arranjadas em longos filamentos de
estruturas 3ª simples, já que é formado apenas por um tipo de estrutura 2ª (alfa-
queratina)
Já as proteínas globulares possuem forma esférica de cadeias, geradas a partir de
diversas estruturas 2ª (maior quantidade de proteínas no corpo). Cada proteína
globular possui estrutura diferente, adaptada a sua funçã o bioló gica. Os
Aminoá cidos Pro, Gly, Thr e Ser tendem a formar curvaturas que auxiliam o
enovelamento.
Proteínas solú veis terã o aminoá cidos POLARES agrupados na superfície, e apolares
no interior.
Proteínas de membrana terã o aminoá cidos apolares em sua superfície.
Também dividimos a estrutura globular pelo seu padrã o de enovelamento:
1. Motivo ou estrutura supersecundá ria é o padrã o que envolve combinaçõ es
de estruturas secundá rias, podendo ser todo alfa, todo β, alfa β intercalados
ou alfa β separados (em alguns casos, 1 motivo está em toda proteína).
2. Domínio é formado pela combinaçã o de motivos, independentemente
está vel. Em gera, proteínas pequenas possuem apenas um domínio.
As estruturas sã o mantidas por forças específicas, como as ligaçõ es iô nicas (entre
grupos carregados), pontes de H (atraçã o entre H, O e N), pontes dissulfeto (une 2
cisteínas e é covalente) e hidrofó bicas (entre radicais apolares).
DESNATURACAO PROTEICA
Quando a estrutura nativa da proteína (com funçã o bioló gica) é alterada,
ocasionando perda de funçã o. A ú nica estrutura nã o alterada na desnaturaçã o é a
primá ria.
Os agentes desnaturantes podem ser físicos:
AS CHAPERONAS
As chaperonas sã o proteínas que auxiliam muitas outras proteínas para um
enovelamento correto. Sã o proteínas do estresse, e ligam-se a cadeias polipeptídicas
parcial ou incorretamente dobradas, impedindo sua agregaçã o. Também facilitam os
mecanismos de enovelamento correto, garantindo um microambiente adequado
para ele ocorrer, à s custas da hidrolise de ATP.
Aumentam a velocidade do enovelamento por limitarem o nú mero de vias nã o
produtivas disponíveis. Podem dobrar corretamente uma proteína desdobrada, ou
degradá -las caso nã o consigam se dobrar, podendo auxiliar no arranjo até de
proteínas oligoméricas. Nos humanos, as principais sã o as Hsp70 e as chaperoninas
(Hsp60). Há chaperonas citosó licas e organelares.
Podem ser constitutivas (sempre expressas na célula) ou induzidas (através do
estresse).
Os níveis aumentados dessas proteínas do estresse dã o a célula meios para
identificar e facilitar o redobramento das proteínas afetadas negativamente, facilitar
a eliminaçã o de proteínas defeituosas e facilitar a síntese e maturaçã o de novas
proteínas que substituirã o aquelas destruídas pelo estresse metabó lico.
AMILOIDOSES
Quando os sistemas de controle falham, agregados intra e extracelulares que foram
inadequadamente dobrados podem formar acú mulos insolú veis, que podem ser
associados a doenças como as AMILOIDOSES.
Sã o doenças degenerativas cuja principal característica é a deposiçã o de
agregados proteicos em determinados ó rgã os ou tecidos, devido a secreçã o
de uma proteína erroneamente enovelada
Diabetes tipo 2, Alzheimer, Huntington e Parkinson estã o associadas ao
acú mulo de fibras amiloides.
Pode ser gerado espontaneamente ou por uma mutaçã o em determinado
gene.
O componente que se acumula no Alzheimer é um peptídeo formado por 40-43
aminoá cidos denominado proteína Β -amiloide. A Β -amiloide deriva por clivagem de
uma proteína maior, a proteína precursora amiloide, uma proteína com um ú nico
domínio transmembrana, expressa na superfície de celular neurais e outros tecidos.
A doença da vaca louca também está relacionada ao acú mulo de proteínas mau
enoveladas. A doença de Creutzfeld-Jakob (que causa problemas neuroló gicos como
deterioraçã o do cérebro, problemas de postura, equilibro, perda da capacidade
cognitiva) é causada por uma proteína chamada PRÍON. Quando a proteína príon
assume uma conformaçã o alterada (PrPsc), ela converte as outras proteínas normais
(PrPc) na forma alterada, gerando um efeito dominó , modificando cada vez mais
proteínas e resultando no agregado proteico insolú vel. Apesar disso, descobriu-se
que o príon tem funçã o na sinalizaçã o celular. Ele ajuda a organizar sinais
extracelulares envolvidos com o amadurecimento e a formaçã o de prolongamentos
entre neurô nios, e com a proteçã o de neurô nios contra a apoptose. Além disso, ele
pode modular a resposta do sistema imunoló gico à s inflamaçõ es.
A amilina (polipeptídio amiloide das ilhotas) é um hormô nio localizado, empacotado
(enovelado) e secretado junto da insulina nas células β pancreá ticas quando a
concentraçã o de açú car no sangue aumenta. Pode ser formado um amiloide (mais
prová vel com mais concentraçã o de amilina), e quando se formam agregados demais
como resposta a elevada glicemia, nã o há enzimas suficientes para realizar a
clivagem do agregado para formar a amilina, fazendo com que ele se acumule. O
amiloide pode coletar amilina tanto dentro das ilhotas como fora da célula, iniciando
uma cascada de apoptose e matando as células β através de um mecanismo ainda
nã o identificado (acredita-se que eles rompem a membrana da célula). Agora, sem
células Β , a insulina nã o é produzida e há a Diabetes tipo 2.
Cará ter anfó tero: ora funcionam como ácidos, ora como bases. É uma
consequência da presença de grupamentos ionizá veis (NH3+ e -COO-). O
cará ter depende do pH do meio (em meio ácido, a proteína fica protonada,
em meio bá sico, fica dissociada). O poder tamponante de uma proteína será a
soma do poder tamponante dos radicais -R de seus resíduos de aminoá cidos.
Os Aminoácidos que podem se desassociar = Tirosina, Cisteína, Aspartato,
Glutamato, Arginina, Lisina e Histidina possuem radicais que podem estar
dissociados ou protonados.
Característica de eletró lito: as proteínas possuem cargas (positivas ou
negativas) devido a existência de grupos ionizá veis!
Ponto isoelétrico: é o pH no qual a proteína apresenta mesmo nú mero de
cargas positivas e negativas (forma isoelétrica). No ponto, a proteína
apresenta-se com menor solubilidade, devido a aproximaçã o das moléculas e
formaçã o de agregados moleculares que precipitam a soluçã o.
HEMOGLOBINA
A hemoglobina é a proteína que transporta o oxigênio na corrente sanguínea, já
que o O2 é pouco solú vel em soluçã o aquosa, e nã o consegue ser transportado
para os tecidos em quantidade suficiente para respiraçã o celular, se estiver
apenas dissolvido no plasma. Na verdade, o O2 nã o consegue se difundir pelos
tecidos em distâ ncias superiores a alguns milímetros.
Sã o células vestigiais, que duram apenas 120 dias, com funçã o de carregar a
hemoglobina dissolvida no citosol. A concentração de hemoglobina é altíssima,
aproximadamente 34% do peso total dessas células.
AS DIFERENTES HEMOGLOBINAS
Nos pulmõ es, a oxigenaçã o da Hb desloca CO2 sanguíneo para os alvéolos. Isso
ocorre, pois, a Hb nos pulmõ es atua como á cido forte. Maior acidez equivale à
uma menor tendência a juntar-se ao CO2, promovendo a liberaçã o dos íons H+,
que por sua vez ligam-se aos íons bicarbonato, formando o á cido carbô nico. Esse
á cido dissocia-se em H2O e CO2 dissolvido, que é liberado no sangue. O CO2
dissolvido passa para o estado gasoso e vai para os alvéolos, depois para o ar
(expiraçã o).
ENZIMAS
Sã o biocatalisadores que regulam a velocidade de todos os processos
fisioló gicos, com especificidade. Estã o divididas em 6 classes, quanto ao tipo de
reaçã o catalisada:
1. Oxirredutases – transferência de elétrons.
2. Transferases – transferência de grupamentos químicos.
3. Hidrolases – reaçõ es de hidrolise.
4. Liases – adiçã o de grupos em ligas duplas ou remoçã o de grupos com a
formaçã o de ligas duplas.
5. Isomerases – transferem grupos dentro de uma mesma molécula para
forma isô meros.
6. Ligases – formaçã o de ligaçõ es pelo acoplamento da clivagem do ATP
(ADP + Pi)
As enzimas possuem propriedades comuns, as quais sã o:
FUNCIONAMENTO DE ENZIMAS
Podemos classificar o funcionamento em 2 bases diferentes, sendo elas:
1. Alteraçã o da energia de ativaçã o – Quando um substrato A deseja virar produto
B, ele precisa atingir o ESTADO DE TRANSIÇÃ O (nível de energia mais alto,
momento molecular aonde ligaçõ es se quebram ou formam). A energia
necessá ria para atingir esse estado se chama ENERGIA DE ATIVAÇÃ O. As
enzimas oferecem uma rota alternativa a esse estado, com uma menor energia
livre de ativaçã o; A fó rmula é K = kt/h. e-G++RT. As enzimas reduzem a energia de
ativaçã o sem alterar o equilíbrio da reaçã o.
Natureza proteica:
1. pH – Em cada caso há o “pH ó timo” (estado iô nico ideal para ligaçã o
da enzima com substrato), que é pró ximo ao pH do local aonde a
enzima se encontra!
2. Temperatura – Entre 0 e 50 graus vive a maioria dos seres vivos.
Acima de 50 graus a maioria das proteínas globulares sã o
desnaturadas.
Decorrentes da formaçã o do complexo ES (quando pH e Temp. estã o
ó timas)
1. Concentraçã o da enzima – A velocidade da reaçã o é proporcional à
concentraçã o da enzima (grá fico y = 2x)
2. Concentraçã o de substrato – Uma curva hiperbó lica, à medida que
aumenta a concentraçã o de substrato, a velocidade aumenta até
atingir um platô (limite), apó s X quantidade de substrato, as enzimas
irã o saturar, ou seja, nã o adianta colocar mais substrato! A
velocidade será considerada de Primeira Ordem quando a
concentraçã o ainda afetar a velocidade (antes dos valores de X) e de
Ordem Zero quando nã o afetar mais (quando valor passar de X).
3. Presença de cofator – algumas enzimas só funcionarã o com
cofatores.
4. Poder catalítico – similar a eficiência catalítica.
5. Afinidade da enzima pelo substrato – Da cinética Michaeliana
(K2+K3/K1 = constante de Michaelis), específico para cada enzima, é
a medida de afinidade do complexo ES. A constante representa a
quantidade necessá ria para que a velocidade de reaçã o seja
exatamente a metade da velocidade má xima. Quando o Km é baixo,
existe mais afinidade. Quando o Km é alto, a afinidade é baixa. Nã o se
pode calcular com exatidã o. Para contornar a inexatidã o, faz-se uma
curva duplo-recíproca: 1/V = Km/Vmax. 1/[S] + 1/Vmax.
Existe também a cinética nã o-michaeliana, usada em enzimas alostéricas
(aquelas com muitas conformaçõ es, ativa/relaxada ou menos ativa/tensa).
Enzimas alostéricas possuem duas ou mais subunidades que interagem entre si e
exibem cooperatividade positiva. Possui grá fico de curva sigmoide. Sã o uma
forma importante de regular as vias metabó licas participando do processo de
INIBIÇÃ O POR FEEDBACK (ou seja, o produto é o pró prio inibidor da rota que o
sintetizou).
2. Sináptica
a) A molécula sinalizadora é o NEUROTRANSMISSOR.
b) O neurotransmissor agirá numa célula muito pró xima do sítio de síntese.
c) A célula sinalizadora chama-se neurô nio pré-siná ptico, enquanto a
célula-alvo será a célula pó s-siná ptica (aqui, podemos ter outro
neurô nio, uma célula muscular [formando a junçã o neuromuscular] ou
uma célula endó crina [formando a junçã o neuroendó crina])
d) O neurotransmissor chega até a outra célula quando é liberado da
vesícula siná ptica, através da despolarizaçã o celular. A aproximaçã o
dessas 2 células é uma SINAPSE, e o espaço entre elas é a FENDA
SINÁ PTICA.
e) É a comunicaçã o MAIS RÁ PIDA que existe.
3. Parácrina
a) A molécula sinalizadora é um MEDIADOR LOCAL.
b) O mediador agirá em mú ltiplas células-alvo pró ximas do local de síntese.
c) Comunicaçã o do tipo RÁ PIDA.
d) Fatores de crescimento, citocinas, interleucinas e eicosanoides.
e) Alguns escritores incluem os neurotransmissores nessa categoria.
4. Autócrina
a) A molécula sinalizadora é um MEDIADOR LOCAL (sim, mesmo nome).
b) O mediador local responderá a substâ ncias liberadas por ela mesma.
c) Comunicaçã o do tipo RÁ PIDA.
d) Usada por neonatos e embriõ es no desenvolvimento e crescimento.
e) Usada por adultos na resposta imune e inflamató ria.
5. Justácrina
a) Pode ser um canal proteico de junçõ es comunicantes (gap junctions, por
onde passam íons e metabó litos) ou proteínas ligadas à membrana que
irã o reagir com receptores de outra célula adjacente.
b) Nã o especificou a velocidade, mas pela proximidade das células,
assumimos que deve ser RÁ PIDA.
c) O fator de crescimento epidérmico (EGF) se utilizam desse tipo de
comunicaçã o.
Agora que a nossa célula-alvo detectou a presença do sinal, por meio da ligaçã o
com o receptor, precisamos entender como ela irá TRADUZIR essa ligaçã o feita
entre o sinal químico e o receptor. Para isso, existem 6 características da
transduçã o de sinal:
1
Os colchetes servem para denotar a concentraçã o das substâ ncias.
Esse receptor é formado por 2 subunidades α e 2 subunidades β.
Subunidade α)
- Se projeta para fora da célula
- Possui o domínio de ligaçã o para insulina
Subunidade β)
- Se entrelaçam nas subunidades α, atravessando a membrana em uma estrutura
de α-hélice
- Se projetam no interior da célula.
Sã o os domínios intracelulares que possuem atividade CATALÍTICA do tipo
TyKR.
Funciona assim: a insulina se liga na subunidade α, ativando as subunidades β.
Cada β irá fosforilar 3 resíduos de Tirosina C-terminal da outra subunidade
(AUTOFOSFORILAÇÃ O). Isso expõ e o sítio ativo da enzima, permitindo a
fosforilaçã o dos resíduos de Tirosina das proteínas α.
Um substrato bastante estudado é o IRS (Insulin-receptor-substrate). Uma vez
fosforilado pelos domínios catalíticos das subunidades β, o IRS pode ativar 3
cascatas de transduçã o de sinal, dependendo das células e de sua necessidade. A
cascata que nos importa é da PI3-CINASE.
2
Sistema Nervoso Autô nomo Simpá tico.
Lembrando que a açã o do Glucagon é HIPERGLICEMIANTE, e sua liberaçã o
ocorre na HIPOGLICEMIA. O mecanismo de transduçã o ocorre via proteína G,
que será explicado em breve.
A ADRENALINA E A NORADRENALINA
Ambos os hormô nios sã o sintetizados a partir do aminoá cido Tirosina. A síntese
de noradrenalina ocorre nas fibras adrenérgicas e na medula adrenal. Na medula
adrenal, 80% da noradrenalina é metilada em adrenalina. Lembrando que a
noradrenalina também é conhecida como norepinefrina (e a adrenalina é a
epinefrina).
As catecolaminas sã o liberadas em resposta ao stress agudo (psicoló gico, frio,
exercício físico, cansaço, situaçõ es de luta ou fuga, baixa glicemia ou jejum
prolongado, além de diversas condiçõ es patoló gicas).
Existem, no total, 9 tipos diferentes de receptores adrenérgicos! Os principais sã o
os do tipo β.
BIOENERGÉ TICA
É o estudo quantitativo das transduçõ es de energia que ocorrem nas células
vivas, bem como da natureza e da funçã o dos processos químicos subjacentes
dessas transduçõ es.
A bioenergética segue as leis da termodinâmica, relembrando:
Primeira Lei – princípio da conservaçã o de energia. Em qualquer transferência
física ou química, a quantidade de energia permanece constante, mesmo que a
forma de energia mude.
Segunda Lei – o universo sempre tende ao caos. Em todos os processos naturais,
a entropia do universo aumenta. (conceito de universo = sistema reagente, ou
seja, conjunto de matéria que sofre processo químico ou físico, dentro de um
arredor ou meio ambiente).
Nó s, seres humanos, somos um sistema reagente aberto. Retiramos a energia
dos nutrientes, uma parte dessa energia é resgatada como energia química,
capaz de realizar trabalho bioló gico, como síntese de biomoléculas, transferência
da informaçã o genética, manter o gradiente osmó tico, trabalho mecâ nico. A
outra parte dessa energia será dissipada como calor ou entropia. Apesar de
trocar matéria/energia com o ambiente, os seres vivos nunca estã o em equilíbrio
com o ambiente. As membranas plasmá ticas das células sã o o que mantêm a
constituiçã o e manutençã o celular, possibilitando a vida.
Existem 3 parâ metros para descrevem a transformaçã o da energia em reaçõ es
químicas, sã o eles:
1. Energia Livre de Gibbs – expressa a quantidade de energia ú til (capaz de
realizar trabalho). ΔG é a variação de energia livre do sistema. Quando ΔG é
negativo, ocorre LIBERAÇÃO DE ENERGIA pelo sistema (exergô nica). Quando
ΔG é positivo, há GANHO DE ENERGIA pelo sistema (endergô nica).
Para ocorrer, as reaçõ es que têm ΔG positivo acabam se acoplando a reaçõ es
com ΔG muito negativo, possibilitando a formaçã o do produto da rota.
A variaçã o de G é a diferença entre a energia livre dos produtos e dos reagentes.
Quando for negativa, quer dizer que os produtos têm MENOS energia livre que
os reagentes. Quando positiva, quer dizer que os produtos têm MAIS energia
livre do que os reagentes.
Todas as reaçõ es ocorrem na direçã o que resulta em um DECRÉ SCIMO de
energia livre do sistema.
OBS: SE A REAÇÃ O NÃ O APRESENTAR ΔG NEGATIVO, ELA DEVE
OBRIGATORIAMENTE LIGAR-SE A UMA REAÇÃ O QUE O TENHA, DE FORMA QUE
O SOMATÓ RIO DOS ΔG’s SEJA NEGATIVO.
2. Entalpia – conteú do de calor do sistema reagente. Reflete o tipo e o nú mero
de ligaçõ es químicas nos reagentes e produtos. ΔH é a diferença entre a
energia do ambiente usada para romper uma ligaçã o e a energia ganha pelo
ambiente na formaçã o de uma ligaçã o. Quando ΔH for positivo, a reaçã o
ABSORVE calor (endotérmica). Quando for negativo, a reaçã o LIBERA calor
(exotérmica).
3. Entropia – expressã o quantitativa da aleatoriedade do sistema. Medida de
energia devido a dispersã o dos produtos. ΔS positivo significa que houve um
ganho de entropia, ou seja, os produtos sã o MENOS COMPLEXOS e MAIS
DESORDENADOS que os reagentes.
Para entender o conceito de entropia: Os produtos da oxidaçã o da glicose sã o
devolvidos ao ambiente. Este, por sua vez, sofre um AUMENTO na entropia.
Passamos de 7 moléculas (1 solida e 6 gasosas) para 12 moléculas (6 gasosas
e 6 liquidas) que serã o devolvidas ao ambiente, aumentando assim a
entropia!
Com ΔG negativo, a Keq > 1, pois a concentraçã o de substrato será menor que a
de produto.
O ATP pode fornecer energia nos sistemas bioló gicos por 2 maneiras,
transferência de grupos (a mais comum) e por hidró lise direta.
Quando por transferência, o ATP participa covalentemente na reaçã o enzimá tica,
para qual ele deve fornecer energia livre. Essas reaçõ es têm ΔG positivo, e a
transferência pode se dar nos seguintes grupos:
1. Fosforil – nó s temos o substrato A + substrato B, que se unem para formar o
produto AB. Essa é uma reaçã o endergô nica que necessita a hidró lise do ATP
para fornecimento de energia. Primeiro ocorre a hidró lise do ATP, gerando
ADP e liberando o FOSFORIL, que se une covalentemente ao A, aumentando
o nível de energia da molécula. O substrato B irá entã o se deslocar para o
grupo fosforil, ligando-se ao substrato A no seu lugar, formando o produto
AB.
2. Pirufosforil – o ATP é quebrado, o PPi é incorporado ao substrato, e o AMP é
liberado. É o caso da síntese de PRPP, intermediá rio importante na formaçã o
das bases pú ricas e pirimídicas.
3. Adenilil – é usada quando a hidró lise do ATP em ADP +Pi nã o libera energia
suficiente para impulsionar a reaçã o. É o caso da ativaçã o dos á cidos graxos.
O á cido graxo, para se ativar, precisa ser incorporado a CoA, formando o
acilcoa-graxo. Esse processo é muito endergô nico, e precisa de energia extra.
Primeiramente, hidrolisamos o ATP entre os fosfatos alfa e β, liberando
pirufosfato e AMP, que será incorporado na estrutura do ácido graxo.
Posteriormente, a CoA desloca o AMP e se liga no lugar, formando o á cido
graxo ativado. A hidró lise entre o fosfato alfa e β libera muita energia, mas
nã o suficiente para promover a incorporaçã o da CoA, e deve ocorrer
concomitantemente a hidró lise do pirufosfato em 2 fosfatos inorgâ nicos, que
libera quantidade extra de energia, tornando a formaçã o do á cido graxo
energeticamente favorá vel.
A contraçã o muscular é um dos poucos casos em que a hidró lise do ATP será a
fonte de energia para o processo bioló gico. O ATP vai ligar-se a cabeça de
miosina, promovendo uma mudança conformacional, que se desliga da actina.
Ela entã o catalisa a hidró lise do ATP, mudando novamente a conformaçã o e
fixando-se a actina. O Pi é deslocado, esse deslocamento causará outra mudança
conformacional na miosina, que vai mover o filamento de actina, e o ATP é
deslocado. Assim temos a contraçã o muscular.
Ele transfere seu fosfato terminal p/ enzima, que transfere entã o o fosfato para
um nucleosideo difosfato, gerando um nucleosideo trifosfato, e vice-versa, ou
seja, o nucleosideo pode entregar o fosfato p/ enzima, que vai entregá -lo ao ADP,
que vira ATP. A célula muscular pode ainda contar com a Adenilato-ciclase, que
forma ATP a partir de 2 ADP gerados na contraçã o muscular intensa.
O par NAD+NADH participa do catabolismo celular, onde o NAD será aceptor dos
elétrons.
A ACETIL-COA
A coenzima A possui o á cido pantotênico (VITAMINA B5). O papel dessa
vitamina é a formaçã o da CoA. Sua deficiência é rara e associada a desnutriçã o.
A Acetil-CoA doa 8 elétrons e 2 carbonos para o Ciclo de Krebs, através da
descarboxilação oxidativa! A funçã o do ciclo é conservar a energia dessa
oxidaçã o (na forma de ATP a nível de substrato e pela transferência de elétrons).
1 par de elétrons é transportado pelo FAD e 3 pares pelo NAD.
Ela nã o é gerada apenas por oxidaçã o de ácidos graxos, açucares que geram
piruvato e aminoá cidos que geram piruvato, mas também por ETANOL e
CORPOS CETÔ NICOS (aminoá cidos cetogênicos). Lembrar que a degradaçã o de
corpos cetô nicos nos tecidos extra-hepá ticos gera a Acetil-CoA.
A Acetil-CoA possui mais destinos além do Ciclo de Krebs, como:
1. Produçã o de corpos cetô nicos no fígado, em jejum.
2. Formaçã o de esteró is (colesterol) no estado alimentado, quando a
quantidade de colesterol nã o é suficiente para suprir o organismo
3. Pode formar á cidos graxos, como uma forma de reservar a cadeia carbonada
que vem da glicose.
Tudo isso que foi descrito acima consta como 1 volta no ciclo de Krebs. Cada
volta produz, entã o:
2 moléculas de gá s carbô nico (CO2)
3 moléculas de NAD reduzido
1 molécula de FAD reduzido
1 ATP em nível de substrato
Os componentes da cadeia sã o:
NÃ O ESQUECER: Cada volta no ciclo de Krebs gerará 10 ATP = 7,5 dos NAD, 1,5
do FAD e 1 do Succinil.
Representaçã o do Heme B
atuando na
passagem dos elétrons do
Succinato para
a Ubiquinona.
O PAPEL DO CITOCROMO C NA APOPTOSE
Sabemos que a apoptose ocorre em situaçõ es na qual a célula representa um
perigo ao organismo (stress oxidativo por exemplo). As mitocô ndrias têm um
papel fundamental no apoptose, pois,
quando é dado o sinal para que o evento
aconteça, há um aumento na
permeabilidade da membrana mitocondrial.
Assim, os citocromos C “vazam” para o
citosol, onde irã o reagir com uma protease
chamada APAF, formando uma estrutura
que conhecemos como APOPTOSSOMO.
Esse, por sua vez, irá ativar uma protease
chamada CASPASE-9, que promoverá a
ativaçã o de outras caspases, enzimas
proteolíticas que irã o degradar proteínas e,
indiretamente, degradar o DNA da célula.
Esquema escrito e desenhado do papel do
citocromo C na célula em apoptose.
FOSFORILAÇÃ O OXIDATIVA
Aqui iremos tratar da formaçã o do ATP na respiraçã o celular. Como sabemos, a
liberaçã o de energia para formaçã o do ATP é proporcional a diferença do
potencial de reduçã o entre os pares. Sabemos também da existência de 3 sítios
de fosforilaçã o na cadeia respirató ria: Complexo 1, 3 e 4.
Os pró tons desses sítios acabam por gerar um gradiente ELETROQUÍMICO!!
Elétrico pois aumenta o nú mero de cargas positivas no espaço intermembrana (a
matriz + membrana interna ficarã o mais negativas) e químico pois a
concentraçã o de pró tons H+ é maior no espaço intermembrana, deixando-o mais
á cido, à medida que a membrana interna ficará mais bá sica.
A energia inerente a essa diferença de concentraçã o representa uma forma de
conservar a energia do fluxo de elétrons da cadeia, e essa energia é chamada de
FORÇA PRÓ TON-MOTRIZ, que será utilizada na formaçã o do ATP.
Sítio O -> Sítio L -> Sítio T -> Sítio O, e assim funciona o esquema:
O novo sítio T (antigo L) irá unir o ADP + Pi, formando o ATP, e ficará como sítio
T até que haja, novamente, o retorno de pró tons, liberando energia e mudando
novamente os estados! O sítio O é o que libera o ATP, pois nã o tem afinidade
alguma por ele.
Bom, sabemos que 4 pró tons formam 1 ATP, e vimos que sã o necessá rios 3
pró tons voltarem na força motriz para gerar o ATP, entã o aonde está o quarto
pró ton? (perguntei por que exatos 4, Cyntia disse que foi papai do céu!!)
O quarto pró ton é necesá rio para transportar o Pi para a matriz mitocondrial.
Esse Pi foi gerado pela hidró lise do ATP em ADP + Pi lá no citosol. A membrana é
impermeá vel a moléculas polares, entã o possuimos a fosfato-translocase, que
permite o transporte do Pi junto do quarto pró ton. O Pi une-se ao ADP, quando
houver o retorno dos 3 pró tons. O ATP entã o formado, é exportado para o citosol
juntamente com a importaçã o de um ADP, que funcionará para a pró xima junçã o
com Pi. Esse transporte é realizado pela adenina-nucleotideo-translocase.
O CITOCROMO P450
Os sistemas nã o fosforilantes de transporte de elétrons existem com a finalidade
de hidroxilar diferentes compostos através da ativaçã o do oxigênio por um
citocromo especializado, o P450!
O citocromo refere-se a uma família de hemeproteínas catalíticas presentes em
bactérias, fungos, plantas, insetos, peixes, mamíferos e primatas que catalisam a
monoxigenaçã o, em uma série de substâ ncias endó genas ou exó genas.
CIP450 sã o proteínas integrais de membrana, encontradas no retículo
endoplasmá tico liso ou na membrana mitocondrial interna de mamíferos. Essas
proteínas contém um grupamento heme, e o ferro pode formar até 6 ligaçõ es
(como vimos no estudo de hemeproteínas, 4 ligaçõ es com Nitrogênios pirró licos,
1 ligaçã o com o SH da cisteína C-terminal e 1 ligaçã o com O2 molecular, CO, NO
ou H2O. O CO se liga com mais afinidade que o 02, inibindo o CIP450).
O termo CIP450 existe pois quando o CO se liga à forma ferrosa da heme, o
espectro de absorçã o apresenta um pico de 450 nanô metros.
Família recebe = CYP + numeral ará bico (para participar de família a sequência
deve ter identicidade >40%) CYP1, CYP2, CYP3.
COMPONENTES DO SISTEMA
Aqui, vamos dividir o sistema em duas partes:
1. Microssomal – aqui temos a CIP450-redutase, enzima que fará a
transferência de elétrons do NADPH para o CIP450, sendo que é preciso
também uma ligaçã o com o substrato para que isso ocorra. Quando há a
ligaçã o, uma mudança conformacional ocorre, junto do grupo Heme,
tornando o potencial de reduçã o mais positivo (de -300mV para -230mV).
Essa enzima possui 1 FAD e 1FMN como grupos prostéticos. O FAD irá
receber os elétrons e entã o passar 1 por vez para o FMN, que vai transferir
para o grupo Heme do CIP450 (lembrar, 1 elétron por vez!)
O CIP450 participa da primeira fase, e o xenobió ticos pode ser metabolizado por
qualquer uma delas, ou por ambas. O resultado é tornar o composto mais solú vel
em á gua, facilitando sua eliminaçã o pelos rins (geralmente), e pelos intestinos
(via bile)
O metabolismo pela CYP pode induzir 3 efeitos:
1. Inativaçã o – a substâ ncia injetada, inalada ou ingerida, é inativada,
diminuindo sua biodisponibilidade (fá rmaco) ou efeitos adversos (quando o
xenobió ticos é danoso ao sistema). Exemplo: Diazepam (Valium), que é
convertido em Oxazepam (sua forma inativa) ao passar pelo CIP.
2. Ativaçã o – substâ ncias biologicamente inativas sã o convertidas na sua forma
ativa. Exemplo: a forma inativa do antialérgico terfenadina (SELDANE), que
vira Fexofenadina, sua forma ativa.
3. Formaçã o do metabó lito tó xico – forma-se como consequência inesperada
do processo. Exemplo: grandes doses de Paracetamol, que levam a produçã o
do NAPQI, um metabó lito tó xico que lesa o hepató cito.
- valores normais p criancas > 2 anos até adultos varia de 70-105mg/dL. A faixa
normal aumenta apó s 50 anos.
Digestã o de fibras:
Importante saber que a atividade da lactase evolui por volta da sexta até a oitava
semana de gestaçã o, e aumenta durante o período final da gestaçã o, até seu
término. Permanece alta até 1 mês apó s nascimento, e em seguida a atividade
começa a baixar pela diminuiçã o na quantidade da enzima.
A maioria da populaçã o mundial tem um fenó tipo lactase nã o-persistente, onde
o nível da lactase é 10% menor do que aquele das crianças (chamamos de
hipolactase adulta)
Indivíduos do oeste ocidental e norte europeu, além de certas tribos nô mades do
Saara africano, possuem níveis de lactase idênticos ou pouco abaixo dos níveis
infantis. Esses possuem um fenó tipo de lactase persistente.
Na deficiência congênita de lactase, uma doença autossô mica recessiva severa, a
atividade da lactase é significativamente reduzida ou ausente.
O tratamento para a intolerâ ncia à lactose consiste em:
1. Reduzir o consumo de leite e derivados;
2. Consumir alimentos que assegurem o fornecimento de cálcio;
3. Usar produtos tratados com lactase
4. Ingerir lactase em pílulas antes das refeiçõ es;
GLICÓ LISE
Bom, a glicose é o combustível universal de todas as células, ou seja, existe via
glicolítica em TODAS AS CÉ LULAS. Assim, a glicó lise foi a primeira via
metabó lica a ser elucidada e entendida. Essa é uma das principais rotas de
produçã o de ATP nas células, pois aqui o ATP pode ser formado com ou sem
oxigênio molecular.
Nó s temos 10 reaçõ es sucessivas que convertem 1 glicose em 2 piruvatos.
Em condiçõ es aeró bicas, o piruvato entrará na mitocô ndria, para virar acetil-
CoA, seguindo no Krebs para ser oxidado até CO2 e H2O.
Em hipó xia, teremos a fermentaçã o lá tica, e o piruvato irá virar lactato no
citosol, o que ocorre nos mú sculos durante exercícios rigorosos, ou em células
sem mitocô ndrias (eritró citos, por exemplo).
A glicó lise é uma rota biosintética pois vá rios de seus intermediá rios podem
originar outros compostos, dependendo do tecido e do estado metabó lico do
indivíduo. O fígado é o principal local das reaçõ es biosintéticas.
A glicose pode ser obtida pela dieta alimentar, síntese endó gena
(gliconeogênese) ou reservas internas (glicogênio e sangue). Carboidratos
oferecem 50% ou mais das calorias da dieta, sendo a glicose o principal glicídio.
Porém, outros monossacarídeos podem ser oxidados a partir de sua conversã o a
intermediá rios da via glicolítica, ou seja, essa nã o é uma rota exclusiva de
degradaçã o de glicose.
C) Fosforilaçã o da F-6-P:
A reaçã o da fosfofrutocinase-1 (PFK-1), de forma IRREVERSÍVEL,
destina a glicose para a via glicolítica.
O C1, agora hidroxil, pode ser fosforilado, e isso garante que os dois
produtos da clivagem C3-C4 sejam fosforilados e interconversíveis.
O produto é a F-1,6-BP, e essa fosforilaçã o pelo ATP permite a
clivagem da molécula em 2 compostos com 3 carbonos e fosforilados.
D) Quebra da F-1,6-BP:
A isomerizaçã o da Gli-6-P em F-6-P reposiciona a carbonila do C1 para
C2, que está ao lado de C3. Isso é essencial para a clivagem C3-C4.
Isso gera as duas moléculas: diidroxiacetona-fosfato e G-3-P.
Essa reaçã o é catalisada pela ALDOLASE.
Existe uma isomerase que transforma a diidroxiacetona em G-3-P, que
se chama triose-fosfato-isomerase.
2. Fase de pagamento (conversã o oxidativa do G-3-P em Piruvato, com a
geraçã o de NADH+H+ e ATP em nível de substrato):
D) Formaçã o do PEP:
O deslocamento para o carbono 2 + a saída de uma molécula de á gua
do 2-PG converte a ligaçã o fosfato de baixa energia em uma de alta
energia, que contém um enolfosfato.
A desidrataçã o redistribui a energia dentro da molécula do 2-PG,
gerando PEP.
A reaçã o é reversível, apesar do PEP ter alta energia.
DESTINOS DO PIRUVATO
O NADH+H+ produzido pela glicó lise, na reaçã o da G-3-P, deve ser oxidado para
dar continuidade à via glicolítica. Entã o temos 2 opçõ es de oxidaçã o do
NADH+H+:
1. Rota aeró bica, que utiliza os sistemas de lançadeiras de elétrons (já que o
NADH nã o consegue atravessar a membrana mitocondrial)
2. Rota anaeró bica, sem o uso de oxigênio, no qual o piruvato é reduzido a
lactato, pela enzima lactato-desidrogenase.
O destino do piruvato depende, entã o, da rota utilizada para oxidar seu
NADH+H+.
Nesse sistema, o NADH+H+ entrega seus elétrons para o oxaloacetato, que será
reduzido a malato. Como o malato possui transportador na membrana
mitocondrial interna, ele atravessa para depois ser convertido em oxaloacetato
pela isoforma malato-desidrogenase-mitocondrial, gerando 1 NADH+H + (igual
em Krebs). O NADH+H+ entrega os elétrons para o complexo 1 da cadeira
respirató ria, gerando 2,5ATP. (Para lembrar, o oxaloacetato vira malato para
entrar e vira aspartato para sair da membrana, já que nã o tem transportador
pró prio).
(hiperlink para a aula de lançadeiras que ela deu na á rea 2, sabe-se lá a razã o, só
dar ctrl+clique no título)
FORMAÇÃ O DO NAD, FAD E A LANÇADEIRA DE ELÉ TRONS
PRODUÇÃ O DO ACETIL-COA
Se o NADH for oxidado na rota aeró bica (via lançadeiras), o piruvato entrará na
mitocô ndria, onde será convertido em acetil-CoA pelo complexo piruvato-
desidrogenase (similar ao complexo α-cetoglutarato-desidrogenase,), que faz a
descarboxilaçã o oxidativa do piruvato. A reaçã o se processa na matriz
mitocondrial. Aqui temos a reduçã o de 1 NAD para cada molécula de piruvato, e
cada NADH+H+ irá entregar os elétrons para a cadeia respirató ria, gerando
2,5ATP.
Porém, quando a capacidade oxidativa das células é limitada, o NADH é oxidado
no citosol, a partir da reduçã o do piruvato a lactato pela lactato-desidrogenase
(LDH).
OU
ISOFORMAS DA LDH
A LDH é um tetrâ mero formada por subunidades M (muscle) e H (heart):
M4, M3H1, M2H2, M1H3, H4.
A M4, encontrada no mú sculo esquelético, facilita a conversã o de piruvato em
lactato.
A H4, encontrada no coraçã o, facilita a conversã o de lactato em piruvato.
CICLO DE CORI
Nome dado a circulaçã o de lactato e glicose entre fígado e tecidos periféricos!
Funciona assim:
Quando rola o descanso ou recuperaçã o muscular, temos a gliconeogênese no
fígado, e a síntese de glicogênio tanto no mú sculo quanto no fígado.
O O2 vai sendo consumido em taxas gradualmente menores, até que a
velocidade de respiraçã o volte ao normal.
O excesso de O2 consumido na recuperaçã o corresponde a reposiçã o do
débito de O2, sendo a quantidade necessá ria de O2 para suprir de ATP a
gliconeogênese e para regenerar os glicogênios hepá ticos e musculares gastos
durante o exercício.
ACIDOSE LÁ TICA
Causada por concentraçõ es elevadas de lactato no plasma, pode ocorrer quando
já há uma falha no suprimento de oxigênio aos tecidos, resultando em um
prejuízo na síntese de ATP. No caso, as células utilizam glicó lise anaeró bica e
geram á cido lá tico como produto. O ácido se dissocia no pH intracelular
rapidamente, e o lactato e pró tons H+ produzidos serã o transportados para fora
da célula por um transportador específico de membrana.
A acidose ocorre quando há um colapso no sistema circulató rio, como infarto do
miocá rdio, embolia pulmonar, hemorragia nã o controlada e choque.
REDUÇÃ O À ETANOL
Essa já é manjada, a reduçã o do piruvato à etanol ocorre nos microrganismos
(fermentaçã o alcoó lica), todavia a extraçã o de energia é suficiente para o
rendimento energético de 2 moles de ATPs.
GLICONEOGÊ NESE
Assim é chamado o processo pelo qual a glicose é sintetizada a partir de
precursõ es nã o-carboidratos:
1. Glicerol
2. Qualquer composto que possa gerar piruvato ou oxaloacetato
Sã o necessá rias 10 reaçõ es para transformar 1 glicose em 2 piruvatos. Das 10
reaçõ es da via glicolítica, 7 sã o compartilhadas com a gliconeogênese (nã o é uma
simples reversã o da glicó lise). 3 delas sã o irreversíveis (glicose -> Gli-6-P, F-6 ->
F-1,6-BisP, PEP -> 2 piruvatos). A do PEP é a mais crítica, já que nã o pode ser
feita por apenas 1 enzima. O piruvato deve ser carboxilado a oxaloacetato para
entã o ser convertido em fosfoenolpiruvato.
Importâ ncia:
Alguns tecidos (cristalino, có rnea do olho, medula renal, testículos, leucó citos,
eritró citos e mú sculo esquelético em exercício [lembra algo? Mesmos tecidos da
geraçã o de lactato]) precisam de suprimento contínuo de glicose. O glicogênio
hepá tico satisfaz a necessidade por 10 a 18h na ausência de ingestã o de
carboidratos. A gliconeogênese é a fonte de glicose durante o JEJUM
PROLONGADO.
As enzimas da gliconeogênese se expressam no fígado e no có rtex renal.
Jejum de uma noite: 90% no fígado e 10% no có rtex renal.
Jejum prolongado: 60% no fígado e 40% no có rtex renal.
maior parte da glicose produzida pela gliconeogênese do có rtex renal será
usada pela medula renal, e o restante vai para a corrente sanguínea.
PRECURSORES DA GLICOSE
1. Glicerol – liberado a partir da hidró lise dos triagliceró is do tecido adiposo
(lipó lise), sendo levado ao fígado via corrente sanguínea. A lipó lise é
estimulada pela adrenalina, o glucagon e o cortisol. A adrenalina e o glucagon
promovem a formaçã o do AMPc via proteína Gs, que estimula a PKA, que
ativa a lipase hormô nio sensível. O cortisol promove a mobilizaçã o sem um
mecanismo bem estabelecido. A lipase irá degradar o triacilglicerol em
glicerol e á cidos graxos. Ambos caem na corrente sanguínea, e os á cidos
graxos sã o captados pelo tecido extra-hepá tico para gerar energia, e pelo
pró prio fígado para gliconeogênese ou formaçã o de corpos cetô nicos. O
glicerol é captado pelo fígado apenas. O fígado expressa a glicerol-cinase, que
possibilita a gliconeogênese.
2. Geradores de Oxaloacetato:
a) Lactato – oriundo da glicó lise anaeró bica no mú sculo em exercício, nas
células sem mitocô ndrias ou nos adipó citos durante o estado alimentado. A
LDH hepá tica (isoforma) facilita a conversã o em piruvato. Lembrar do ciclo
de Cori. O lactato cai na corrente, é captado pelo fígado e vai parar na
gliconeogênese para formar glicose, a fim de repor o glicogênio hepá tico
gasto no exercício ou manter a glicemia. Ou o musculo pode captar para
repor o glicogênio muscular.
Lembrar que, de 1,3-BPG para 3-PG há a formaçã o de 1 ATP, entã o para que
a fosfogliceratocinase possa fazer o caminho inverso, 1 ATP precisa ser
gasto, nesse caso pela β-oxidaçã o novamente.
Durante a reversã o G-3-P-DH, será necessá rio NADH para formar G-3-P. Esse
NADH possui duas origens, uma pelo glicerol, que se converte em G-3-P, que
vira diidroxiacetona pela enzima da lançadeira, e nessa reaçã o temos NADH
no citosol. A outra é pela enzima malato-desidrogenase-citosó lica, pois,
durante a oxidaçã o do malato a oxaloacetato, o NADH produzido pela
malato-DH-citosó lica é utilizado pela Gliceraldeído-3-P-DH.
A cada 2 G-3-Ps formados, 1 se isomerizará em diidroxiacetona-fosfato. Aí, as
duas moléculas se condensarã o para formar Frutose-1,6-BisP.
2. Conversã o de Frutose-1,6-BisP em Frutose:
Catalisada pela frutose-1,6-bifosfatase. Nã o há produçã o de ATP pela
remoçã o do fosfato do carbono 1, pois a F-1,6-BisP é um composto de baixa
energia de hidró lise.
ROTA DO POLIOL
Existe, entretanto, um mecanismo alternativo para metabolizar
monossacarídeos, que envolve a conversã o do mesmo em Poliol, um álcool
derivado de monossacarídeos.
GALACTOSE
Aparece poucas vezes naturalmente como açú car ú nico. Faz parte da estrutura
da lactose. Pode ser obtida, também, da degradaçã o de glicoproteínas e
glicolipídios. Tem entrada independente de insulina na célula, e nã o promove a
secreçã o dela.
É fosforilada para ser metabolizada. A maioria dos tecidos possui a
galactocinase, que produz a galactose-1-fosfato. Para poder entrar na rota
metabó lica da glicose, ela precisa seguir alguns passos:
1. Deve ser convertida à UDP-galactose, a partir da açã o da galactose-1-fosfato-
uridil-transferase (GALT): a UDP-glicose reage com a Ga-1-P, produzindo
UDP-galactose e Gli-1-P.
2. A UDP-galactose será convertida à UDP-glicose (seu epímero no carbono 4),
pela enzima UDP-hexose-4-epimerase. Se a galactose nã o for fornecida na
dieta, as necessidades de galactose sã o supridas por essa enzima.
3. A UDP-glicose pode participar na GALT, gerando mais UDP-galactose e Gli-1-
P, que pode seguir na via glicolítica ou formar glicose novamente pela
gliconeogênese, além de poder fornecer glicose para a síntese de glicogênio.
4. A UDP-galactose, formada pela GALT ou pela epimerase, pode servir de
precursor para vá rias reaçõ es biosintéticas.
O fígado possui altas concentraçõ es de enzimas que convertem galactose em
glicose/glicogênio. O destino da galactose e da frutose é paralelo ao da glicose.
A galactose pode seguir também na rota do Poliol, sendo reduzida pela aldolase-
redutase em GALACTITOL. Ocorre na retina e na có rnea, com efeito similar ao da
catarata por sorbitol. Porém, numa reaçã o de hipergalactosemia, a chance de
ocorrência da catarata é muito maior do que numa hiperglicemia, pois o
galactitol se difunde muito mais lentamente para fora da célula.
Fracionamento da ingestã o.
Autopercepçã o.
VIA DAS PENTOSES
Também conhecida como desvio da hexose-monofosfato ou via do 6-
fosfogliconato, é um desvio na primeira etapa da glicó lise, para produzir NADPH
e Ribose-5-P, sendo a Gli-6-P o precursor. Nenhum ATP é produzido diretamente
nesse ciclo.
Ocorre no citosol de todas as células, e é a ú nica fonte de NADPH para os
eritró citos.
Consiste em 2 reaçõ es de oxidaçã o irreversíveis da glicose, seguidas por uma
série de interconversõ es reversíveis de açú car-fosfato, que tem como funçã o:
1. Fornecer a maior parte do NADPH, que funciona como agente redutor.
e) Exercício muscular
O mú sculo esquelético, em exercício, tem capacidade de captar glicose
independente de insulina.
O exercício aumenta a mobilizaçã o do GLUT4, por um mecanismo
desconhecido, mas provavelmente (1) AMP-cinase; (2) cinases cá lcio-
dependentes.
Antes do aumento do fluxo sanguíneo estimulado pelo exercício e da
oferta de substratos e O2, o glicogênio muscular será o combustível,
sendo convertido em lactato na glicó lise anaeró bica.
O estoque de glicogênio é esgotado com 2 min de exercício
anaeró bico.
GLICOGÊ NESE
O glicogênio é sintetizado a partir da α -D-glicose ligada ao UDP (uridina-di-
fosfato). Essa UDP-glicose é a fonte de resíduos de glicose para a formaçã o do
glicogênio. Essa síntese de UDP-glicose ocorre em 3 passos:
1. A α-D-glicose é fosforilada pela glicocinase, em Gli-6-P.
2. A fosfoglicomutase reposiciona o fosfato, formando Gli-1-P:
(para entender o passo inteiro) - a fosfoglicomutase possui um resíduo de
Serina fosforilado. Esse fosfato é entregue ao carbono 1 da Gli-6-P, formando
Gli-1,6-BisP. O fosfato associado ao carbono 6 é removido para se associar à
Serina, gerando a GLI-1-P como produto.
3. A UDP-glicose é formada pela açã o da UDP-glicose-pirofosforilase. A
hidró lise do PPi pela pirofosfatase inorgâ nica garante a formaçã o da UDP-
glicose.
OBS: O glicogênio pode ser degradado no interior dos lisossomos, pela enzima
maltase-ácida. Isso ocorre para 1-3% dos glicogênios. A deficiência dessa enzima
resulta no acú mulo de glicogênio nos lisossomos (doença de Pompe).
REGULAÇÃ O DA GLICOGENÓ LISE
A enzima marcapasso da degradaçã o do glicogênio (glicogenó lise) é a glicogênio-
fosforilase-A.
Essa enzima é ativa na forma fosforilada. A cinase responsá vel pela fosforilaçã o e
ativaçã o da glicogênio-fosforilase-A é a glicogênio-fosforilase-cinase, que
também é ativa na forma fosforilada. A cinase responsá vel pela ativaçã o da
glicogênio-fosforilase-cinase é a PKA. Portanto, o glucagon e a adrenalina irã o
promover a formaçã o do AMPc via proteína Gs- α, que ativa a PKA, que vai
promover a fosforilaçã o da glicogênio-fosforilase-cinase, que fosforila e ativa a
glicogênio-fosforilase-a, promovendo a degradaçã o do glicogênio.
Gli-6-P: também é alostérica, regulada pelo nível de Gli-6-P, fazendo com que
haja síntese do glicogênio, tanto no fígado quanto no mú sculo, na presença do
seu substrato.
Receptores adrenérgicos: nesse caso, irã o fosforilar e inativar a glicogênio-
sintase, impedindo a síntese do glicogênio durante a contraçã o. A transduçã o de
sinal desses receptores irá promover ativaçã o da PKC, que irá fosforilar e
inativar a glicogênio-sintase. O aumento do cálcio intracelular, além de ativar a
PKC, ativa a cá lcio-calmodulina, que por sua vez ativa tanto a cá lcio-calmodulina-
proteína-cinase, que fosforila e inativa a glicogênio-sintase, quanto a fosforilase-
cinase, que também tem como substrato a glicogênio-sintase, podendo inativar
essa enzima, enquanto ativa a glicogênio-fosforilase.
(OU SEJA, na glicogênese esses servem para inibir, por diversas maneiras)
GLICOGENOSES
Sã o doenças do armazenamento do glicogênio caracterizadas por uma falha
genética em alguma das proteínas envolvidas em seu metabolismo. Cada tipo de
glicogenose diz respeito a falha de uma diferente enzima, e todas sã o heranças
autossô micas recessivas:
3. Glicogenoses musculares:
Doença de MacArdle – uma glicogenose do tipo V, caracterizada pela
deficiência na glicogênio-fosforilase muscular. Mesma enzima da doença de
Hers, mas no mú sculo. O glicogênio nã o será degradado, e os sintomas serã o
fadiga, dores e cã ibras.
Correlaçõ es importantes:
Von
Cori
Gierke
hipoglicemia
severa hipoglicemia
insuficiê ncia
deposito de
renal glicogênio com
ramificaçã o curta
hepatomegalia
hepatomegalia
acidose latica
miopatias
hiperlipidemia
Glicogenose Pompe
A
hipotonia
hepá tica muscular
infantil, juvenil e
hipercetonemia adulta (maioria
(jejum) dos casos)
hiperglicemia pó s hepatomegali
prendial
A insuficiencia
ausê ncia de cardíaca leva ao
hepatomegalia
ó bito.
Á CIDOS GRAXOS
Sã o á cidos monocarboxílicos que podem estar na forma livre ou fazendo parte
de lipídios mais complexos, e sã o classificados com o grau de saturaçã o, tipo de
cadeia lateral, nú mero de carbonos e necessidade na dieta.
Grau de saturaçã o: ou é saturado (sem ligaçã o dupla) ou insaturado (com
ligaçã o dupla, podendo ser monoinsaturado com apenas 1 ligaçã o ou
polinsaturado com + de 1 ligaçã o)
Cadeia lateral: lineares, ramificados (a ramificaçã o é uma metilaçã o), cíclicos
ou hidroxilados. Os mais comuns em humanos sã o os lineares.
Nú mero de carbonos: paridade (ímpar/par). A cadeia, pelo seu tamanho, é
curta (de 2 a 6 carbonos), média (de 8 a 12 carbonos), longa (de 14 a 20
carbonos) ou muito longa (>20 carbonos). Os mais comuns sã o os pares de
cadeia entre 12 e 24 carbonos.
Necessidade na dieta: nã o essenciais (organismo sintetiza) ou essenciais
(aqueles que possuem ligaçã o dupla a partir do carbono 10).
3. Cará ter ácido: quanto menor a cadeia lateral do á cido, mais facilidade ele
terá em se dissociar, e essa dissociaçã o acaba criando uma regiã o polar
capaz de interagir com a á gua, importante quando pensamos no processo de
digestã o dos lipídios, onde ácidos livres irã o compor a micela lipídica, e a
regiã o polar poderá interagir com a á gua facilitando a emulsificaçã o dos
lipídios que ainda nã o foram digeridos.
5. Oxidaçã o: A ligaçã o dupla pode ser rompida por oxidaçã o, que inicialmente
gera peró xidos e depois cetonas graxas, aldeídos graxos, ácidos
dicarboxílicos de cadeia menor. Essa propriedade altera as propriedades
organolépticas dos lipídios, e é importante entendermos os efeitos do 02 e
EROS sobre os lipídios de membrana, que serã o rompidos, comprometendo a
integridade celular.
EICOSANOIDES
Sã o á cidos graxos modificados que funcionam como mediadores locais. Fazem
controle da musculatura lisa, resposta inflamató ria e alérgica, entre outras açõ es.
Sã o derivados cíclicos dos á cidos graxos:
- 8,11,14-eicosatrienó ico (⍵-6);
- 5,8,11,14-eicosatetraenó ico ou araquidô nico (⍵-6);
- 5,8,11,14,17-eicosapentaenó ico (⍵-3)
E compreendem as prostraglandinas, tromboxanas e leucotrienos.
O eicosatrienó ico é do tipo ⍵-6, obtido na dieta alimentar ou entã o sintetizado a
partir do ácido linoleico.
No nosso organismo, a enzima delta-6-dessaturase vai adicionar 1 ligaçã o dupla
ao ácido linoleico, entre o C6-C7, e a enzima ALONGASE vai adicionar 2 carbonos
a partir do C1, reposicionando entã o as ligaçõ es duplas, gerando o
eicosatrienó ico, de 20 carbonos, com 3 ligaçõ es duplas.
O eicosatetraenó ico pode ser obtido pela dieta ou pela modificaçã o do
eicosatrienó ico, pela enzima delta-5-dessaturase, que adiciona uma ligaçã o
dupla entre C5-C6.
O eicosapentaenó ico pode ser obtido pela dieta alimentar ou pela biosíntese a
partir do ácido linolênico. O á cido linolênico tem 18 carbonos e 3 ligaçõ es
duplas, nos carbonos C9-C10, C12-C13 e C15-C16. A partir da açã o da delta-6-
dessaturase, será adicionada uma ligaçã o dupla entre C6-C7, e a ALONGASE vai
adicionar 2 carbonos a partir de C1, fazendo com que o ácido graxo tenha 20
carbonos. A delta-5-dessaturase vai adicionar mais uma ligaçã o dupla entre C5-
C6, gerando um ácido de 20 carbonos com 5 ligaçõ es duplas nas posiçõ es do
nome (5, 8, 11, 14 e 17)
SÍNTESE DE LEUCOTRIENOS
O á cido eicosatrienó ico formará os leucotrienos do grupo 1, o tetra formará os
do grupo 2 e o penta formará os do grupo 3. Os do grupo 2 sã o os principais, pelo
mesmo motivo anterior (maior quantidade de produçã o).
A via da LIPOXIGENASE formará os leucotrienos a partir do á cido araquidô nico.
Existem 3 tipos de lipoxigenase:
1. 5-Lipoxigenase (principal) – se expressa em basó filos, leucó citos
polimorfonucleares, mastó citos e macró fagos. Forma o 5-hidró xi-peró xi-
eicosatetraenó ico (5-HPETE), que dá origem aos principais leucotrienos. O 5-
HPETE irá entã o formar Leucotrieno LTA4, que pode dar origem ao LTB4 ou
ao LTC4, quando se unir ao peptídeo glutationa. A liberaçã o do glutamato da
estrutura da glutationa transforma o LTC4 em LTD4, e a liberaçã o da glicina
transforma o LTD4 em LTE4.
CICLOXIGENASE
Existem 3 tipos de cicloxigenase:
1. COX-1 – Constitutiva, presente na maior parte das células dos mamíferos,
ú nica que é expressa em plaquetas. É inibida pelos anti-inflamató rios nã o-
esteroides, como o á cido acetilsalicílico (aspirina), diclofenaco (voltarem,
cataflan), ibuprofeno (alivium) e paracetamol.
Os inibidores da Cicloxigenase
VALOR ACEITÁ VEL DE DISTRIBUIÇÃ O DE MACRONUTRIENTES
(VADM)
É a variaçã o de ingestã o de um determinado macronutrientes associada ao risco
reduzido de doença crô nica, enquanto fornece quantidades adequadas de
nutrientes essenciais. Por adultos, VADM é de 45 a 65% de calorias provenientes
de carboidratos, 10 a 35% de proteínas e 20 a 30% de gorduras, dos quais:
- 5 a 10% devem ser provenientes de ácidos poli-insaturados omega-6
- 0,6 a 1,2% devem ser de á cidos poli-insaturados omega-3
LIPÍDIOS DA DIETA
Os lipídios da dieta sã o colesterol, fosfolipídios, ácidos graxos livres, vitaminas e
triacilgliceró is (90%).
A influência dos triglicerídeos nos níveis plasmá ticos é determinada pelo tipo de
á cido graxo que os compõ e. O consumo de triglicerídeos formados por ácidos
graxos saturados além do recomendado (<10% da ingestã o caló rica total) se
relaciona com alteraçã o do perfil lipídico, aumento do colesterol total e LDL,
aumento de eventos cardiovasculares, desenvolvimento e progressã o da
diabetes tipo 2 e obesidade, aumento da pressã o arterial e aumento da
inflamaçã o. A substituiçã o dessa gordura saturada por mono ou poli-
insaturados, melhora o perfil lipídico dos pacientes.
A lipase gá strica é secretada pelo estô mago no suco gá strico, agindo na regiã o
fundica estomacal. O pH ó timo da enzima varia entre 3 e 6. É a principal lipase
preduodenal. Age igual a lingual, gerando os mesmos produtos, sendo a principal
lipase do lactente.
DIGESTÃ O NO INTESTINO
O principal local de digestã o lipídica no adulto é o Duodeno. Aqui teremos:
1. Bile – constituída por á cidos biliares, colesterol, lecitina e pigmentos biliares,
além de proteínas e íons. A bile faz a emulsificaçã o lipídica para facilitar a
açã o das enzimas.
2. Enzimas – estã o presentes no suco pancreá tico
3. Papila duodenal maior – permite que a bile e as enzimas pancreá ticas sejam
liberadas no duodeno.
O suco pancreá tico contém a ISOMERASE, que modifica a posiçã o do ácido graxo
secundá rio do 2-monoacilglicerol, para uma das extremidades, formando o 1-
monoacilglicerol, e assim a lipase pancreá tica pode agir sem problemas,
liberando glicerol e ácido graxo. A isomerizaçã o é lenta, por isso, menos de 25%
dos triacilgliceró is sã o hidrolisados em glicerol e ácidos graxos livres.
Sabe-se que, para poder funcionar, a lipase pancreá tica precisa se ligar com a
proteína colipase (liberada como zimogênio), formando o complexo proteico
lipase-colipase, chamado de lipase pancreá tica.
A proteína colipase também é secretada pelo pâ ncreas, na forma de pro-colipase.
A pro-colipase vira colipase pela açã o da tripsina, uma enzima pancreá tica.
A colipase fixa a lipase na gotícula de gordura afastando os sais biliares e
estabiliza a tampa helicoidal na sua conformaçã o deslocada, expondo o sítio
ativo da lipase. A alça β gera a superfície hidrofó bica pró xima ao sítio ativo.
A lipase pancreá tica tem baixa atividade no lactente. A lipase ativada por sais
biliares (presente no leite) completa a digestã o no duodeno.
Essas lipases (gá strica e pancreá tica) podem ser inibidas reversivelmente pelo
Orlistat (Xenical). Quando essas enzimas estã o inibidas, nã o conseguem
degradar os TAG, que sã o eliminados nas fezes (esteatorreia = presença de
gordura nas fezes). O cuidado é que junto com as fezes estarã o presentes as
vitaminas lipossolú veis. Além disso, haverá a diminuiçã o na absorçã o de á cidos
graxos essenciais.
LIPASE SÉ RICA
A principal fonte de lipase sérica é o pâ ncreas. A colipase também está presente
no soro, mas em quantidades insuficientes para a ativaçã o da lipase.
A medida da lipase sérica é um teste mais específico que a amilase no
diagnó stico de PANCREATITE AGUDA. Sua atividade aumenta de 2 a 12 horas
apó s o início do quadro, voltando ao normal em 2 ou 3 dias (podendo
permanecer elevada por 10 a 14 dias).
A lipase séria está aumentada, também, em outras condiçõ es como ú lceras
duodenais ou gá stricas perfurantes, obstruçã o intestinal, colecistite aguda,
obstruçã o de ducto pancreá tico por cá lculo e carcinoma de pâ ncreas.
Na pancreatite crô nica, há um aumento na lipase sérica, mas nos está gios finais a
destruiçã o do pâ ncreas provoca uma reduçã o na quantidade dessa enzima.
O valor normal seria de 0,1 a 1 unidades convencionais de lipase = 28 a 280 U/I.
CONTROLE HORMONAL
A presença de lipídios e proteínas da dieta estimula as células endó crinas
intestinais do duodeno baixo ou jejuno a produzirem o hormô nio
Colecistoquinina. A acidez do quimo, que chega a 6 no estô mago, estimula outras
células endó crinas a produzirem a Secretina. A CCK inibe a motilidade gá strica,
reduzindo a passagem do conteú do estomacal para o intestino, aumentando o
tempo de ingestã o de lipídios da dieta, e é por isso que a presença de lipídios na
dieta causa saciedade.
1. CCK – estimula a contraçã o da vesícula biliar, liberando a bile no duodeno.
Também tem uma açã o sobre as células exó crinas do pâ ncreas, estimulando
essas células a liberarem enzimas no suco pancreá tico.
2. Secretina – estimula liberaçã o do bicarbonato no suco pancreá tico. Esse
bicarbonato vai tamponar a acidez do quimo, favorecendo a açã o das
enzimas pancreá ticas. A bile chega pelo ducto biliar comum, e o suco
pancreá tico chega pelo ducto pancreá tico. Ambos os ductos desembocam na
papila duodenal maior.
ABSORÇÃ O ESTOMACAL
Os ácidos graxos de cadeia curta e média, livres, podem ser absorvidos pelo
estô mago, passando diretamente à circulaçã o porta, onde serã o transportados,
via albumina, para os mú sculos, fígado e tecido adiposo.
ABSORÇÃ O INTESTINAL
Os produtos da degradaçã o dos lipídios vã o constituir as micelas lipídicas, que se
difundem pela membrana de borda em escova entre as microvilosidades. Eles
sã o absorvidos pela célula da mucosa intestinal, na altura do jejuno. Os sais
biliares sã o fundamentais na absorçã o dos lipídios, exceto os á cidos graxos de
cadeia curta e média, que sã o absorvidos diretamente pelo enteró cito
QUILOMICRA
Os QUILOMICRA transportam lipídios da dieta, com exceçã o dos ácidos graxos
de cadeia curta e média, que vã o direto para a circulaçã o porta.
Eles sã o lipoproteínas formadas pelo enteró cito, constituídos por colesterol,
ésteres de colesterol, fosfolipídios, TAG e vitaminas lipossolú veis. Os
quilomícron formam um fluido leitoso, coletado pela linfa, chamado QUILO.
O quilomícron presente na corrente linfá tica é o quilomícron nascente, que
segue pelo sistema linfá tico até o ducto torá cico, onde é transportado para a veia
subclá via esquerda, entrando na corrente sanguínea, onde encontra uma
lipoproteína chamada HDL, que fornece as proteínas ApoCII e ApoE para o
quilomícron nascente, transformando-o em um quilomícron MADURO.
ApoCII – estimula a lipase, enzima presente na superfície luminal das
células epiteliais dos tecidos muscular cardíaco, esquelético e adiposo, e
tem funçã o de hidrolisar triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. Se
essa reaçã o ocorrer junto ao adipó cito, o ácido graxo será captado pelo
adipó cito como triglicerídeo. Se for captado pelo mú sculo, o á cido graxo
é usado na formaçã o de ATP. O glicerol nã o é captado por esses tecidos,
mas sim pelo fígado, onde segue na gliconeogênese, via glicolítica ou
entã o formar um TAG.
O quilomícron, apó s ser metabolizado, é chamado de quilomícron
REMANESCENTE, e será captado por receptores que reconhecem a proteína
ApoE, ocorrendo a endocitose dessas lipoproteínas, a fusã o dessa vesícula
endocitó tica com o lisossomo e a digestã o lisossomal de todo o conteú do da
vesícula, liberando ácido graxo, colesterol e aminoácidos que serã o utilizados
pelo fígado.
MÁ ABSORÇÃ O LIPÍDICA
Uma deficiência na eliminaçã o da bile, insuficiência pancreá tica, deficiência de
colipase e atrofia da mucosa intestinal podem levar a um distú rbio na digestã o e
absorçã o de lipídios, que vã o aparecer em excesso nas fezes com vitaminas
lipossolú veis e ácidos graxos essenciais.
Para tratamento, usa-se uma dieta rica em TAG, com á cidos graxos de cadeia
média e curta, pois serã o degradados pelas lipases lingual e gá strica no
estô mago, local de absorçã o desses ácidos graxos.
1. Colestase (anemia hemolítica) – Há um aumento na degradaçã o de heme
pelo sistema reticuloendotelial com formaçã o de bilirrubina conjugada pelo
fígado. Aumenta a secreçã o de bilirrubina na bile, formando os cálculos
biliares de bilirrubinato de cá lcio, gerando obstruçã o no fluxo biliar
(colestase)
Uma vez no citosol, os á cidos graxos irã o se ligar a FABP (fatty acid binding
protein) que transporta os ácidos graxos até a mitocô ndria, o REL (esterificaçã o
e formar lipídios) ou o peroxissomo (sofrer oxidaçã o). Mas antes de ser oxidado
ou esterificado, o ácido graxo precisa ser ATIVADO.
Para que o carbono β fique idêntico, é preciso que a ele esteja ligado uma CoA, e
a β -cetotiolase fará essa ligaçã o. Ao fazer isso, há o rompimento do carbono β e
alfa, de modo que os 2 primeiros sejam liberados como acetil-coa. Assim, gera-
se um novo carbono 1 e carbono β. O ácido graxo resultante tem 2 carbonos a
menos, e vai retomar a β-oxidaçã o até que todos seus carbonos sejam liberados
assim (por isso os pares, vai de 2 em 2).
4C A 8C - SCAD (short)
O jejum provoca a lipó lise do tecido adiposo, e mobilizaçã o dos á cidos graxos
desse tecido. Uma boa parte desses ácidos sã o captados pelo fígado e usados na
β oxidaçã o para formar energia e sustentar a gliconeogênese. Uma parte das
acetil-coa é desviada para formar corpos ctô nicos, o combustível energético
alternativo para os tecidos extra-hepá ticos. Com o comprometimento da β
oxidaçã o, temos comprometimento da cetogênese. A glicose acaba sendo o
combustível utilizado, bem como os ácidos graxos. Assim, ocorrerá uma
hipocetonemia!!!
1. Eritró citos - nã o possuem mitocô ndria, logo, nã o podem oxidar ácidos graxos
via β oxidaçã o.
2. Cérebro – nã o usa ácidos graxos como combustível, pois esses nã o passam
com eficiência a barreira hematoencefá lica.
3. Adipó citos – oxidam poucos ácidos graxos para obter energia.
A acetil-CoA vai para o ciclo de Krebs para formar ATPs, no musculo e coraçã o
em qualquer estado metabó lico. O fígado usa a acetil-CoA da β oxidaçã o para
produzir energia durante o jejum. Ele também pode desviar a acetil coa para
produzir corpo cetô nico no jejum. No estado alimentado há a possibilidade de
formaçã o de colesterol pela acetil-CoA.
Sã o oxidados pela mesma rota dos de nú mero par, ou seja, mesmas enzimas, só
que na ú ltima volta, ao invés de termos um á cido com 4 carbonos, teremos um
á cido com 5 carbonos. Esse ácido será clivado em acetil coa (2C) e propionil-coa
(3C). A acetil coa segue para o Krebs ou corpo cetô nico, e o propionil-coa será
convertido em succinil-CoA, numa reaçã o que já estudamos quando falamos da
gliconeogênese.
No fígado, além da energia, a cadeia carbonada dos ácidos graxos pode ser
utilizada para formar corpos cetô nicos.
Por ú ltimo, temos o controle por meio dos receptores PPAR (peroxisome
proliferator-activated receptor), que sã o uma família de fatores de transcriçã o
gênica. Os ácidos graxos livres ativam o PPAR-alfa no fígado, estimulando os
genes que codificam proteínas envolvidas na oxidaçã o de ácidos graxos como:
transportadores de ácidos graxos, CAT I, CAT II, VLCAD, MCAD e SCAD; O PPAR-
gama é ativado no fígado e no mú sculo estimulando genes que codificam para a
b-oxidaçã o.
ALFA-OXIDAÇÃ O
Ocorre também no peroxissomo, esta envolvida na oxidaçã o de á cidos graxos de
cadeia ramificada e muito longa, como o á cido fitâ nico, constituinte da clorofila.
Ele é encontrado nos vegetais da dieta, derivados do leite e gordura de animais
ruminantes. Ele possui uma ramificaçã o no carbono beta, e isso atrapalha a beta-
oxidaçã o peroxissomal. Para resolver isso, a alfa-oxidaçã o reposiciona as
ramificaçõ es ao remover o primeiro carbono na forma de CO2.
Uma falha na alfa-oxidaçã o leva ao acú mulo de á cido fitâ nico no tecido nervoso,
o que configura a doença de Rafsum, uma doença autossô mica recessiva que leva
a problemas neuroló gicos como retinite pigmentosa, neuropatia periférica,
ataxia cerebelar e surdez nervosa. O tratamento consiste em uma dieta com
baixo nível de fitanato.
Ô MEGA OXIDAÇÃ O
Ocorre no RE, especialmente do fígado e dos rins, e envolve O2, NADPH e o
Citocromo P450. Os substratos incluem á cidos graxos de cadeia média. Tem
pouca importâ ncia na oxidaçã o de ácidos graxos, mas é elevado durante o jejum
prolongado e quando há falha na beta-oxidaçã o mitocondrial, como na
deficiência de carnitina e MCAD.
Forma o á cido dicarboxílico, que sofre beta-oxidaçã o mitocondrial, liberando
acetil-CoA e á cidos graxos dicarboxílicos de cadeia menor, que podem, como no
caso do á cido succínico, seguir no Krebs, ou entã o eliminados na urina na forma
de á cidos dicarboxílicos ou formando ésteres com a glicina ou carnitina. Isso
gera uma ACIDÚ RIA DICARBOXÍLICA (característica na deficiência de MCAD ou
defeito na beta-oxidaçã o mitocondrial).
Na síndrome de Zellweger, há o acú mulo de á cidos graxos de cadeia muito longa,
de á cido pristâ nico e de á cidos dicarboxílicos no plasma, o que leva a sérias
deficiências neuroló gicas na infâ ncia, e a morte ocorre entre o primeiro e o
segundo ano de vida.
Assim como a beta-oxidaçã o peroxissomal, a ô mega-oxidaçã o também age em
á cidos carboxílicos xenobió ticos hidrofó bicos que se parecem com á cidos graxos.