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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

Cadeira de Oftalmologia

Turma: 12

Fisiopatologia e Retinopatia hipertensiva

Nampula, Março de 2024

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

Cadeira de Oftalmologia

Fisiopatologia e Retinopatia hipertensiva

Discentes:

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Índice
Introdução..........................................................................................................................4
Fisiopatologia....................................................................................................................5
Fisiopatologia cardiovascular............................................................................................5
Fisiopatologia do sistema respiratório...............................................................................7
Retinopatia hipertensiva....................................................................................................8
Fisiopatologia da retinopatia hipertensiva.........................................................................8
Sinais e sintomas da retinopatia hipertensiva....................................................................9
Diagnóstico da retinopatia hipertensiva..........................................................................10
Tratamento da retinopatia hipertensiva...........................................................................10
Conclusão........................................................................................................................11
Referências......................................................................................................................12

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Introdução

O presente estudo faz uma revisão do tema retinopatia hipertensiva. Para tanto propôs-
se uma breve revisão dos dados históricos da retinopatia hipertensiva. Este estudo relata
as alterações clássicas da retinopatia hipertensiva e suas classificações, bem como os
achados mais recentes associados à hipertensão arterial sistêmica, os prováveis
mecanismos fisiopatológicos e as alterações histológicas associadas à retinopatia
hipertensiva. Abordamos, ainda, os diversos métodos utilizados para a investigação,
suas vantagens e desvantagens; uma visão crítica da interpretação dos sinais do
envolvimento do bulbo ocular pela hipertensão arterial sistêmica; ainda, baseado na
diversidade das metodologias de investigação da retinopatia,

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Fisiopatologia

A fisiopatologia é uma convergência da patologia, disciplina que descreve condições


observadas durante um estado de doença, com a fisiologia, disciplina que descreve
processos ou mecanismos que operam dentro de um organismo.

Assim, a pesquisa fisiopatológica visa identificar marcadores biológicos e mecanismos


que ajudem a explicar as mudanças funcionais, estruturais e bioquímicas, que
acontecem a nível celular, tecidual e de órgãos e sistemas, devido a um estado
patológico.

Dessa forma, com a ajuda da fisiopatologia, é possível compreender todo o processo de


uma doença: suas causas, como ela evolui e também que alterações e manifestações
clínicas gera no indivíduo.

Fisiopatologia cardiovascular

A fisiopatologia cardiovascular engloba variadas condições que perturbam o


funcionamento desse sistema.

Vamos tomar como exemplo a fisiopatologia da aterosclerose, uma das principais


causas de doenças cardiovasculares, entendendo todo o processo que envolve esta
patologia.

Temos primeiro os variados fatores de risco para essa condição:

 colesterol alto;
 hipertensão
 e tabagismo.

Daí, passamos para as alterações fisiológicas que podem ocorrer quando esses fatores
desencadeiam mecanismos de oxidação e inflamação na parede da artéria que, com o
tempo, dá origem a lesões gordurosas-fibrosas características da aterosclerose.

Passamos então às manifestações clínicas: o trauma físico e a inflamação produzem a


ruptura da lesão, que pode levar a eventos como ataque cardíaco e derrame.

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Teremos aqui ainda vários biomarcadores que vão auxiliar a identificar a progressão da
doença, como por exemplo:

 O indicador inflamatório CRP (proteína C reativa), indica o crescimento da


placa de ateroma;
 O marcador inflamatório CD40 e a proteína do miofilamento cardíaco, a
troponina, são indicadores de ataque cardíaco;

Fisiopatologia da diabetes

A fisiopatologia do diabetes depende do tipo da doença, mas, no geral, envolve


distúrbios nos mecanismos responsáveis pelas concentrações plasmáticas de glicose no
sangue.

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, na qual o próprio sistema imunológico ataca
e destrói as células beta do pâncreas produtoras de insulina, hormônio responsável pela
redução da taxa de glicose no sangue.

Ainda podem haver outras doenças autoimunes associadas, ou seja, que podem
desencadear o diabetes tipo 1, incluindo vitiligo e hipotireoidismo.

Esse tipo da doença sempre requer terapia com insulina, não respondendo aos
medicamentos orais que estimulam esse hormônio.

Já a diabetes tipo 2 é causada por uma resistência à insulina, que dessa vez é produzida
pelo pâncreas, mas não consegue atuar direito.

Para compensar, sua produção é acelerada por esse órgão, que, com o tempo, fica
exausto, fazendo com que as células produtoras de insulina comecem a falhar e o açúcar
no sangue se torne permanentemente alto.

A obesidade é a principal causa da resistência à insulina. Na maioria dos casos, com o


tempo, os pacientes precisam tomar insulina quando os medicamentos orais não
estimulam a liberação adequada desse hormônio.

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Fisiopatologia do sistema respiratório

Em fisiopatologias do sistema respiratório, a função fisiológica perturbada do indivíduo


é a respiração.

Podemos tomar como exemplo a fisiopatologia da asma, condição que afeta os


pulmões, mais especificamente a árvore brônquica, estrutura responsável por distribuir o
ar pelos pulmões até chegar aos sacos alveolares, local onde ocorrem as trocas gasosas
entre o ar e o sangue.

Os brônquios contêm músculo liso e fibras elásticas para manter sua integridade de
parede, que muda com base em sua contração e relaxamento.

Na fisiologia respiratória normal, complacência pulmonar é a disposição para os


pulmões se distenderem, enquanto elastância é a capacidade dos pulmões de retornar à
posição de repouso.

Em pacientes com asma, esse mecanismo é comprometido devido à inflamação,


causando estreitamento dos brônquios e dificultando a passagem do ar, provocando
contrações (broncoespasmos), que tornam a respiração difícil.

Existem vários fatores que podem provocar crises asmáticas, como, por exemplo, a
exposição a produtos irritantes e alérgenos como:

 pólen,
 mofo,
 ácaros,
 fumaça de cigarro,
 poluentes do ar,
 gases químicos,
 inseticidas,
 poeiras
 e até determinados alimentos, como o leite e os ovos.

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Retinopatia hipertensiva
Retinopatia hipertensiva é a lesão vascular da retina causada por hipertensão. Os
sintomas geralmente se desenvolvem no final da doença. Exame de fundo de olho
mostra constrição arteriolar, entalhes arteriovenosos, alterações da parede vascular,
hemorragias em forma de chama de vela, exsudatos algodonosos, exsudatos duros
amarelos e edema do disco óptico. O tratamento é dirigido para controlar a pressão
arterial e, quando ocorre a perda de visão, o tratamento da retina.

Fisiopatologia da retinopatia hipertensiva


Elevação da pressão arterial aguda geralmente provoca vasoconstrição reversível nos
vasos sanguíneos da retina, e crise hipertensiva pode causar edema do disco óptico.
Hipertensão mais grave ou prolongada leva a alterações vasculares exsudativas como
consequência de lesão endotelial e necrose. Outras mudanças (p. ex., o espessamento da
parede das arteríolas, nicking arteriovenosa) normalmente requerem anos de pressão
arterial elevada para se desenvolver. Tabagismo complica os efeitos adversos da
retinopatia hipertensiva.

A hipertensão é um importante fator de risco de outras doenças da retina (p. ex., oclusão
da artéria da retina ou da veia da retina, retinopatia diabética). Além disso, a hipertensão
associada a diabetes aumenta consideravelmente o risco de perda de visão. Pacientes
com retinopatia hipertensiva estão em alto risco de apresentar danos em outros órgãos
terminais.

Sinais e sintomas da retinopatia hipertensiva


Os sintomas geralmente só se desenvolvem no final da doença e incluem visão turva ou
defeitos do campo visual.

Nas fases iniciais, fundoscopia identifica constrição arteriolar, com uma diminuição na
relação entre a largura das arteríolas retinianas e das vênulas da retina.

Se mal controlada, a hipertensão arterial crônica pode causar:

 Estreitamento arterial permanente

 Cruzamentos arteriovenosos patológicos (entalhe arteriovenoso)

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 Arteriosclerose com mudanças moderadas da parede vascular (fios de cobre)
para mais hiperplasia da parede vascular e espessamento (fiação de prata)

Por vezes, ocorre oclusão vascular total. Entalhe arteriovenoso é um dos principais
fatores de predisposição para o desenvolvimento de uma oclusão do ramo da veia da
retina.

Se a doença aguda é grave, podem ocorrer os seguintes sintomas:

 Hemorragias superficiais em forma de chama

 Focos superficiais brancos e pequenos de isquemia da retina (exsudatos


algodonosos)

 Exsudatos duros amarelos

 Edema de disco óptico

Exsudatos duros amarelos representam deposição de lipídios intrarretinianos


provenientes do vazamento de vasos da retina. Esses exsudatos podem desenvolver uma
lesão em forma de estrela na mácula, particularmente quando a hipertensão é grave.
Neste caso, o disco óptico torna-se congestionado e edematoso (papiledema
indicando crise hipertensiva).

Diagnóstico da retinopatia hipertensiva


O diagnóstico é pela história (duração e gravidade da hipertensão) e fundoscopia.

Tratamento da retinopatia hipertensiva


Retinopatia hipertensiva é gerida principalmente pelo controle da hipertensão arterial.
Outras condições de risco também devem ser agressivamente controladas. Se ocorrer
perda de visão, o tratamento do edema retiniano com laser ou injeção intravítrea de
corticoides ou fármacos do antifator de crescimento endotelial vascular (p. ex.,
ranibizumabe, pegaptanibe, bevacizumabe) pode ser útil.

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Pontos-chave

 Hipertensão crônica danifica progressivamente a retina, causando poucos ou


nenhum sintoma até que as alterações estejam avançadas.

 Retinopatia hipertensiva crônica é reconhecida por estreitamento arterial


permanente, anormalidades na passagem arteriovenosas (nicking arteriovenosa),
arteriosclerose com alterações moderadas na parede vascular (fios de cobre) ou
hiperplasia vascular e espessamento mais graves da parede vascular (fios de
prata).

 Crise hipertensiva pode causar retinopatia com hemorragias superficiais na


forma de chama; pequenos focos brancos superficiais (manchas algodonosas) de
isquemia retiniana; exsudatos duros amarelos; e edema de disco óptico.

 Diagnosticar pacientes de acordo com história e fundoscopia.

 Tratar primariamente controlando a pressão arterial e, para edema da retina,


laser e injeção intravítrea de corticoides e fármacos do fator de crescimento
endotelial antivascular.

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Conclusão
A hipertensão pode resultar em várias complicações a nível ocular, das quais a
retinopatia é a situação clínica mais comum. Retinopatia hipertensiva consiste no
desenvolvimento de alterações vasculares na retina como resultado direto da hipertensão
arterial. Na hipertensão arterial aguda, a resposta primária das arteríolas da retina é a
vasoconstrição. Na hipertensão arterial crónica, a arteriosclerose afeta a vasculatura da
retina. Ocorrem lesões na parede endotelial e surgem vários sinais da doença, incluindo
a presença de hemorragias, manchas algodonosas e exsudados. Nos casos de
hipertensão arterial descontrolada, pode ser observado papiledema. O tratamento é
direcionado para o controlo da hipertensão arterial.

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Referências
Grosso, A., et al. (2005). Hypertensive retinopathy revisited: Some answers, more
questions. British Journal of Ophthalmology,

Oh, K., Moinfar, N., & Roy, H. (2018). Ophthalmologic Manifestations of


Hypertension. Medscape. Retrieved 25 Sept 2020,
from https://emedicine.medscape.com/article/

Henderson, A., et al. (2011). Hypertension-related eye abnormalities and the risk of
stroke. Rev Neurol Dis, 8(1-2)

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