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É importante ressaltar que o choque também pode ser misto. Por exemplo, nos pacientes com
choque séptico, que podem apresentar também o componente hipovolêmico bem como
cardiogênico associados.
HIPOVOLÊMICO
CARDIOGÊNICO
Choque Cardiogênico- DEFINIÇÃO- Ocorre como consequência de uma falência da bomba cardíaca,
resultando na incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na
presença de volume intravascular adequado.5 O infarto agudo do miocárdio (IAM) afetando
ventrículo esquerdo representa 74,5% das suas causas. 1
Cardiogênico- PROVOCADO POR - IAM (principalmente afetando ventrículo esquerdo) - Arritmias -
Miocardiopatia dilatada avançada (hipertrofia ventricular esquerda com ou sem obstrução do fluxo
da saída do ventriculo esquerdo - Causas mecânicas (defeitos valvares, ruptura de septo
(complicação rara do IAM) , aneurisma de parede) - Insuficiência mitral aguda
Cardiogênico SINTOMAS: Dependendo da causa, pode haver dispneia, dor no peito ou palpitações.
Muitos pacientes apresentam história de doença cardiovascular. Ao exame físico pode haver
crepitantes à ausculta respiratória refletindo a congestão pulmonar, além de sopro, galope ou
abafamento de bulhas a ausculta cardíaca. Pode haver sinais de congestão pulmonar a radiografia,
sinais de isquemia miocárdica ao eletrocardiograma (ECG) além de elevação de enzimas cardíacas.
OBSTRUTIVO
Choque Obstrutivo- DEFINIÇÃO – Resulta de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, causando
a hipoperfusão (oferta insuficiente de oxigênio de acordo com a necessidade do tecido)
DISTRIBUTIVO
Distributivo- PROVCADO POR- Choque séptico (Infecção generalizada que causa falência de
órgãos e pressão arterial perigosamente baixa.) - Choque anafilático (Reação alérgica grave e
possivelmente fatal.) - Choque neurogênico (traumatismo raquimedular) - Insuficiência adrenal -
Coma mixedematoso (forma de hipotireoidismo muito severo, que ocasiona decréscimo da
consciência, hipotermia e outros sintomas relacionados à diminuição da função tireoidiana,
afetando múltiplos órgãos.
Distributivo- SINTOMAS: Dependendo da causa, pode haver dispneia, tosse produtiva,
disúria, hematúria, calafrios, mialgias, dor, história de picada de insetos ou trauma
raquimedular. Ao exame físico, o paciente pode apresentar febre, taquipneia, taquicardia,
petéquias, alteração do estado mental, rubor, e leucocitose ao hemograma.
ACHADOS CLINICOS:
Podemos subdividir em:
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico do choque é eminentemente clínico, reconhecendo através de uma avaliação
clínica cuidadosa os sinais precoces de perfusão e oxigenação teciduais inadequadas. Este
é o primeiro passo para o sucesso no tratamento. Quando houver a suspeita de um
paciente estar em choque, o diagnóstico deve ocorrer ao mesmo tempo em que a
ressuscitação. Os esforços para restaurar a perfusão jamais devem ser retardados em
detrimento da coleta da história, exame físico ou realização de exames laboratoriais ou de
imagem.
O manejo dos pacientes em choque exige invariavelmente admissão à unidade de terapia intensiva
(UTI). Levando em conta que a ressuscitação deve ser realizada antes mesmo do transporte do
paciente para UTI.
O manejo inicial consiste no suporte básico a vida, dando-se prioridade sempre à avaliação
do “XABCDE”:
Acesso venoso calibroso O acesso ao sistema vascular deve ser obtido rapidamente, através
da inserção de dois cateteres intravenosos periféricos de calibre 16 ou 18.
Reposição volêmica agressiva A pré-carga deve ser aumentada visto que a hipovolemia, seja
ela absoluta ou relativa, quase sempre está presente,2 inclusive em determinadas fases dos
choques cardiogênico e distributivo.7 O tipo de líquido a ser infundido ainda é tema de
controvérsia, e podem ser empregados tanto cristaloides (Solução Fisiológica, Ringer)
quanto coloides, entretanto o custo dos cristaloides é bem menor,2 sendo estes os mais
utilizados. O líquido deve estar aquecido para evitar hipotermia, e deve ser administrado tão
rápido quanto possível.8 A dose da reposição volêmica inicial é habitualmente de 2 litros no
adulto e de 20 mL/kg na criança,8 e a resposta ao volume deve ser monitorizada pela
diminuição da taquicardia, melhora do débito urinário e do estado neurológico.2
Transfusões são reservadas a pacientes com grandes perdas (>30% volemia). Em geral
procura-se manter o hematócrito em 30% e a hemoglobina em 10 g/dL.
Agentes inotrópicos e vasoativos Devem ser administrados com cautela e somente após a
ressuscitação volêmica, ou então como ponte, enquanto esta é realizada e a PA continua
muito baixa.2 Servem como auxílio para manter a pressão de perfusão. Uma PAM-alvo ainda
não foi estabelecida, mas uma PAM de pelo menos 60-65 mmHG é um alvo razoável.5 São
representados por agentes inotrópicos (Dobutamina, Inibidores da Fosfodiesterase),
vasopressores (Dopamina, Noradrenalina) e vasodilatadores (Nitroprussiato, Nitroglicerina).
Finalmente, após o manejo inicial, o paciente deve ser prontamente encaminhado a UTI, onde os
esforços devem ser direcionados ao tratamento definitivo da causa base do quadro.