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Lara Virgínia Lordello Melo, Rômulo Mello Sampaio, Patrícia Veiga de C Mello
RESUMO:
Choque é um dos quadros clínicos de maior complexidade em unidades de terapia
intensiva de todo o mundo. Suas manifestações iniciais são reveladas por meio de
um conjunto de sinais e sintomas inespecíficos, necessitando-se de alto grau de
suspeição para que seja possível o diagnóstico precoce. Suas causas e
fisiopatologias são variadas e demandam medidas diagnósticas e terapêuticas
complexas, as quais são essenciais para interrupção do processo de disóxia celular
que leva a falência microcirculatória, insuficiência orgânica irreversível e óbito do
paciente. O diagnóstico tardio, combinado à terapêutica inadequada aliados ao
conhecimento insuficiente de sua intrincada fisiopatologia, em especial dos
componentes genéticos, inflamatórios e imunológicos envolvidos nesses quadros,
mantém seus altos índices de letalidade.
PALAVRAS CHAVES:
INTRODUCÃO
OBJETIVOS
Fonte: própria
A avaliação da pré-carga (volemia) pode ser feita pela integração das informações
obtidas na anamnese, exame físico e obtenção de dados laboratoriais e
hemodinâmicos (Tabela 3). A avaliação da contratilidade exige a realização de
exames complementares como o ecocardiograma ou monitorização invasiva para
obtenção da mensuração do débito cardíaco (DC), enquanto a avaliação da pós -
carga pode ser estimada pela temperatura das extremidades ou calculada através
de índices de monitorização invasiva.
Hipovolemia Hipervolemia
Anamnese Hemorragias, perdas de líquido História de cardiopatia,
(vômitos, diarréia), sequestro insuficiência renal,
líquido para terceiro espaço, hepatopatias
perda cutânea (sudorese
intensa, queimadura)
Exame Físico Mucosas secas e descoradas, Sinais de
palidez, cianose, extremidades hiperhidratação, edema
frias, oligúria, taquicardia, pulmonar, turgência
taquipnéia, pele fria, sudorese, jugular, taquicardia,
ausência de turgência jugular, edema periférico,
tempo de enchimento capilar derrame pleural ou
lento, hipotensão, alteração da ascite
consciência, pulso filiforme,
hipotermia ou hipertermia
Dados Baixas pressões de Elevação de pressões
Hemodinâmicos enchimentos (PVC, POAP), de enchimento (PVC,
colabamento de veia cava POAP), veia cava
inferior com a respiração, inferior túrgida sem
hipotensão variação de diâmetro
com respiração
PVC: pressão venosa central; POAP: pressão de oclusão da artéria pulmonar.
Fonte: própria
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*cedido por Veiga C Mello, PM; Dellinger, RP et al.
Pacientes com quadros de choque geralmente tem várias indicações para pronta
intubação e suporte respiratório com ventilação mecânica. Salvo condições onde a
reversão do quadro possa ocorrer de forma rápida em respostas as medidas de
estabilização inicial, deve-se evitar retardar na instalação desse suporte, prevenindo
a necessidade de intubação com o paciente em colapso cardiorrespiratório
avançado, o que é associado a piora do prognóstico dos mesmos.
O exame clínico inicial deverá guiar a decisão acerca da melhor estratégia inicial
para elevar a pressão, se através de fluidos, drogas vasopressoras ou ambas. Em
geral, um paciente chocado com ausculta pulmonar limpa e sem turgência jugular,
provavelmente deve ter choque com componente hipovolêmico e/ou distributivo e
deverá se beneficiar inicialmente de ressuscitação volêmica mais agressiva. Em
contrapartida, quando há ausculta pulmonar sugestiva de edema pulmonar
associada à presença de turgência jugular, se deve pensar em choque com
componente cardiogênico esquerdo e o uso de vasopressores para obtenção de
níveis pressóricos mínimos é mais prudente até chegada de exames
complementares e melhor avaliação da volemia do paciente. Em pacientes com
turgência jugular e ausculta pulmonar limpa deve-se suspeitar de choques com
componente obstrutivo ou componente cardiogênico de ventrículo direito. Estes
pacientes, em geral, devem ser estabilizados inicialmente com uma combinação de
fluidos e vasopressores, já que o ventrículo direito depende de volume para seu
bom funcionamento.
3. TERAPIA ESPECÍFICA
CASO CLÍNICO:
a. Choque Hipovolêmico
b. Choque Neurogênico
c. Choque Cardiogênico
d. Todas acima
Resposta: letra d.
COMENTÁRIO:
O tipo e causa do choque se tornam óbvios na maioria das vezes com adequada
história clínica, exame físico e investigação laboratorial e hemodinâmica. Entretanto,
o mais prudente é que, durante a avaliação inicial, nenhuma possibilidade seja
afastada, pela possibilidade real da sobreposição de dois ou mais diagnósticos.
Dessa forma, a melhor resposta para a pergunta acima seria portanto a alternativa
“d” e a única forma de abordar um paciente chocado de forma completa e integral
deve ser a de evitar “rótulos” estando consciente da multiplicidade de possibilidades
diagnosticas nessas situações. Ao invés disso, deve-se sempre avaliar as variáveis
determinantes da DO2 (Figura 1), buscando identificar quais dessas variáveis estão
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EXERCÍCIOS
a. Freqüência Cardíaca
b. Volume Sistólico
c. Débito Cardíaco
d. Pressão Arterial
Resposta: letra c.
COMENTÁRIO:
Resposta: letra d.
COMENTÁRIO:
Resposta: letra b.
COMENTÁRIO:
Resposta: letra a.
COMENTÁRIO:
a. Deve ser dosado na chegada e a cada 48 horas por possuir excelente valor
prognóstico. Quando elevado associa-se a maior mortalidade.
b. Deve ser dosado caso o paciente nao melhore com as medidas iniciais
durante as primeiras 24 horas para guiar terapia.
c. Deve ser dosado na chegada do paciente com choque e de forma seriada
nas primeiras horas tanto para avaliação prognóstica como para guiar terapia
de otimização da perfusão.
d. Deve ser dosado na chegada e diariamente por predizer o risco de evolução
dos pacientes para insuficiência renal e diálise.
Resposta: letra c.
COMENTÁRIO:
Resposta: letra a.
COMENTÁRIO:
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Resposta: letra d.
COMENTÁRIO:
O exame clinico, apesar de não ser fidedigno, é o único aliado acessível na primeira
avaliação do paciente, já que não é possível aguardar a realização de testes
diagnósticos adicionais para iniciar a terapia. Por meio do toque nas extremidades
(vasodilatação ou vasoconstricção), ausculta pulmonar ( com ou sem edema
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Resposta: letra d.
COMENTÁRIO:
Resposta: letra a.
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COMENTÁRIO:
Resposta: letra b.
COMENTÁRIO:
A antibioticoterapia empírica deve ser iniciada idealmente apos a coleta das
culturas e realizada ainda na primeira hora apos a instalação do quadro de choque.
A mortalidade pode aumentar em aproximadamente 7,6% a cada hora de atraso do
antibiótico. O uso de hidrocortisona em dose de estresse permanece indicado em
pacientes com choque refratário a reposição volêmica e uso de drogas
vasopressoras e a drenagem do foco infeccioso é imperativa e essencial para o
sucesso desses casos.
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
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