Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TANATOLOGIA FORENSE
COACHING
CANAL CARREIRAS POLICIAIS
MEDICINA LEGAL
Prezados, esse material é complementar ao estudo direcionado de vocês.
De acordo com a necessidade de cada assistido, o Coach irá recomendar o
estudo a título de aprofundamento ou revisão. Nossa missão aqui é estudar
os pontos com maior incidência no concurso de Delegado de Polícia e de
forma estratégica. Para tanto, selecionamos o que realmente cai e trazemos
os pontos e discussões principais, sempre balizados na estatística de
incidência em nossos certames policiais.
CONCEITOS BÁSICOS:
O Código de Processo Penal considera a morte pela parada cardíaca.
Entretanto, a lei dos transplantes (Lei Federal – 9.434/97 e modificações),
considera a morte como a parada do encéfalo, mesmo que ainda haja
MEDICINA LEGAL |
Genival Veloso França, com a maestria que lhe é peculiar, explica que um
dos objetivos primordiais do estudo da Tanatologia é estabelecer o
diagnóstico da causa jurídica da morte. Nesse sentido, a literatura médico-
legal, quando diante do estudo do evento morte, classifica a morte em
alguns tipos:
Tipos de morte:
1. Causa médica (biológica);
2. Causa jurídica (natural ou violenta);
1
A causa violenta, por sua vez, se divide em:
1. Acidental;
2. Suicídio;
3. Homicídio.
TANATOLOGIA FORENSE
Trata-se do capítulo da Medicina Legal em que se estuda a morte e as suas
consequências jurídicas. Estudam-se os sinais que indicam que o individuo
morreu e o lapso temporal do evento morte.
Esses sinais abióticos, como mencionado, podem ser imediatos (de incerteza
de morte, probabilidade) ou mediatos (de certeza de morte). Estudaremos
preliminarmente os sinais abióticos imediatos.
2
7. Cessação da circulação;
8. Relaxamento dos esfíncteres;
9. Morte encefálica (tronco cerebral).
Art. 162. A autopsia será iniciada 6 horas após a morte, salvo se os peritos
tiverem certeza da morte. Os sinais vitais de certeza de morte aparecem
MEDICINA LEGAL |
1. EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR
No entanto, a pele tem gordura, pode ser mais grossa ou fina, podendo
dificultar mais ou menos a saída da água do organismo. O canal de maior
facilidade de saída da água é pelo olho, quando ele estiver aberto, mas
quando fechado a dificuldade é a mesma do que das outras partes do
corpo.
3
PROVA DE VERDEREAU: Consiste na existência de maior percentual de leucócitos em
relação ao número de hemácias numa área lesada em vida do que o
habitualmente encontrado noutra região incólume do corpo. O maior afluxo
leucocitário na zona traumatizada afirma fenômeno vital. Esta prova é sempre
negativa nas hemorragias copiosas e acidentes fulminantes, nas lesões produzidas
no cadáver, e se realiza, em média, a cerca de 72 horas do óbito.
4
Tela Viscosa de Stenon-Louis – O individuo quando morre não realize o
movimento de limpeza da íris através do piscar dos olhos e, como tal,
quando aberta, forma uma camada de sujeira advinda do meio externo no
tecido ocular, tornando a córnea menos transparente. Quanto maior o
tempo de morte, maior será a opacidade. Esse fenômeno acaba impedindo
a discriminação se a pessoa possui olhos verdes, azuis ou castanhos.
2. RESFRIAMENTO CADAVÉRICO:
Fenômeno físico decorrente do fluxo de temperatura entre o cadáver e o
ambiente. O resfriamento cadavérico se justifica com a cessação do
mecanismo humano vital de autorregulação térmica. Quando há a morte,
esse sistema para e a temperatura do organismo tende a se adequar a do
MEDICINA LEGAL |
meio externo.
Segundo Genival Veloso França, os pés, mãos e face são os primeiros órgãos
a se resfriar. O autor afirma que o tempo médio de esfriamento do cadáver
é de 1,5ºC por hora.
5
pressão intravascular (cessação da atividade circulatória), momento em que
a gravidade conduzirá o sangue para as regiões mais baixas.
Sendo assim, podemos concluir que até 8 ou 12 horas após a morte, essas
manchas são voláteis, ou seja, ainda podem mudar de posição,
dependendo do próprio posicionamento do cadáver.
6
Na imagem podemos verificar que
estamos diante de manchas generalizadas, o cadáver está virado e a parte
em aclive continua com o sangue afixado. Nesse sentido, podemos afirmar
que a morte ocorreu em período superior a 8h ou 12h, visto que é possível
notar a fixação do sangue em virtude da autólise das células sanguíneas.
Croce Jr. ensina que a cor do livor cadavérico varia de acordo com o meio
de morte. Será vermelho-clara na asfixia-submersão, achocolatada no
envenenamento pelo clorato de potássio, vermelho-rósea ou carminada nas
asfixias pelo monóxido de carbono, e escura nas asfixias em geral.
França cita que em alguns cadáveres é possível verificar livores nos dentes,
denominado pela doutrina como dentes rosados (Pink teeth).
4. RIGIDEZ CADAVÉRICA
Trata-se de fenômeno físico-químico decorrente das reações entre as
proteínas musculares e os líquidos cadavéricos, segundo França. Há quem
diga, contudo, que se trata de um fenômeno apenas químico. Os músculos
são formados por proteínas: Aquitina e Miosina. Quando indivíduo morre,
cessa a entrada de oxigênio e, a medida que o tempo de morte vai
passando, o organismo vai ficando ácido. Assim, com a presença do acidez,
as proteínas começam a coagular e enrijecer a musculatura.
7
IMPORTANTE: O sangue é alcalino justamente para combater a acidez e
quando ocorre a morte predomina a acidez, acarretando a coagulação
das proteínas musculares.
Segundo Genival Veloso França, a rigidez passa por três fases: período de
instalação (quando começa a se evidenciar -1h ou 2h após a morte);
período de estabilização (até 8 horas após a morte, momento em que o
corpo inteiro estará enrijecido) e período de dissolução (que ocorre após as
MEDICINA LEGAL |
8
1. Fenômenos destrutivos:
1.1. Autólise: Auto-destruição celular que se inicia a partir do evento morte.
Tem início imediato.
Croce Jr. ensina que após a morte cessam com a circulação as trocas
nutritivas intracelulares, determinando lise (ruptura) dos tecidos seguida de
acidificação, por aumento da concentração iônica de hidrogênio e
consequente diminuição do pH. A vida só é possível em meio neutro; assim,
por diminuta que seja a acidez, será a vida impossível, iniciando-se os
fenômenos intra e extracelulares de decomposição. Os tecidos se
desintegram porque as membranas celulares se rompem e flocula o
protoplasma, devido às desordens bioquímicas resultantes da anóxia e da
baixa do pH intra e extracelular.
FASES DA PUTREFAÇÃO:
Antes de entrarmos na análise das fases em espécie, faz-se imperioso
salientar que a doutrina denomina o estudo das etapas do processo de
putrefação de TAFONOMIA.
9
1. Fase Cromática ou de Coloração
É a fase em que há alteração de coloração do cadáver, passando a ficar
com a tonalidade esverdeada escuro. Uma das características da fase é o
aparecimento da MANCHA VERDE DE BROUARDEL.
10
É em razão desse início do período de gaseificação que o cadáver começa
a “boiar” a partir do terceiro dia, quando a morte ocorre na água ou
quando ele é submetido à água a fim de tentar mascarar o crime.
Fogo fátuo – são chamas azuladas que saem dos túmulos diante da fase
enfiteimatosa, a partir do 2º a 4º dia da putrefação, quando os gases são
combustíveis.
11
identificar o cadáver pela papiloscopia. Depois de perdida a epiderme a
identificação deve ser realizada por outro meio que não a utilização das
digitais.
3. FASE DE COLIQUAÇÃO
Caracteriza-se pela dissolução dos tecidos moles. As vísceras perdem suas
características morfológicas. Exposição do esqueleto. Pode ser local ou
geral. Pode estar presente ao lado de outras fases. É a fase em que os
tecidos são destruídos e começa a aparecer o esqueleto.
4. Fase de Esqueletização
A esqueletização pode ser parcial ou total, ou seja, parte do cadáver pode
estar em uma fase e outra pode estar em fase distinta. No mesmo cadáver é
possível verificarmos as 4 fases cadavéricas.
12
Cumpre destacar que não podemos precisar o tempo de morte pela
esqueletização, pois a fauna cadavérica e o meio em que o cadáver está
submetido pode catalisar este processo de putrefação.
13
F) Mancha Verde Abdominal: Tem início mais frequente na fossa ilíaca
direita. Ocorre pela impregnação, na pele, pela sulfoxihemoglobina.
Surge aproximadamente após 24 horas da morte e estende-se por
todo o corpo após o 3o. a 5a. dia.
14
Assim, se visualizamos no cadáver uma reação inflamatória é possível afirmar que o
individuo sofreu uma lesão e sobreviveu durante horas até o aparecimento da
reação inflamatória, pois esta reação não ocorre instantaneamente. Se
visualizarmos a lesão no cadáver e não houver reação inflamatória podemos
afirmar que a lesão ocorreu pós-morte ou ele estava vivo, mas morreu
instantaneamente e não deu tempo para se perfazer a reação inflamatória.
(IMPORTANTE) Não há reação inflamatória após a morte.
15
3º FENÔMENO – CORIFICAÇÃO - É muito raro. Encontrado em cadáveres
inumados em urnas metálicas (principalmente zinco) fechadas
hermeticamente. Pele de cor e aspecto de couro curtido recentemente. Na
urna encontra-se relativa quantidade de líquido viscoso, turvo e castanho-
amarelado.
EXUMAÇÃO:
Consiste no desenterramento do cadáver, não importa o local onde se
encontre sepultado. A exumação pode ser judicial, administrativa ou
arqueológica. A modalidade que nos interessa é a judicial, pois é a que
revela interesse para fins de concursos públicos, já que está estritamente
relacionada ao desvendamento da causa da morte.
ATENÇÃO:
1. A inumação consiste na colocação de cadáver em sepultura ou
jazigo.
2. A cremação consiste na redução de cadáver ou ossadas a cinzas.
3. A trasladação consiste no transporte de cadáver inumado em jazigo,
ou de ossadas, para local diferente daquele em que se encontram, a
fim de serem de novo inumados, cremados ou colocados em ossário.
16
a sepultura, ou de se encontrar o cadáver em lugar não destinado a exumações, a
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará o auto.
CPP. Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na posição em que
forem encontrados.
CPP. Art. 165. Para representa as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando
possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,
devidamente rubricados.
CPP. Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao
reconhecimento pelo Instituo de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela
inquisição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual
se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
CPP. Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
CP. Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três
MEDICINA LEGAL |
anos e multa.
CP. Art. 211. Destruir, ou subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a
três anos e multa.
CP. Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - reclusão, de um a três anos e multa.
17