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FISCALIZAÇÃO
DE CONTRATOS
DE SERVIÇOS
TERCEIRIZADOS
AULA 1
A importância do planejamento
1. Planejamento
1.1 A importância do planejamento
2. Objetivos do planejamento da contratação pública.
3. Estruturando o processo de planejamento da contratação para alcançar seu objetivo.
3.1 Procedimentos iniciais para elaboração do planejamento da contratação.
3.2 Equipe de planejamento da contratação.
3.3 Estudos técnicos preliminares.
4. Gerenciamento de riscos.
5. Termo de referência ou projeto básico
6. Reflexão e preparação para próxima aula.
A execução contratual é uma das etapas do processo de contratação que resulta em cumprir as cláusulas
pactuadas pelas partes em decorrência do procedimento licitatório, dispensa ou inexigibilidade.
O não-cumprimento total ou parcial das disposições contratuais pode levar à rescisão do contrato e
também gerar prejuízos à Administração, tendo, como consequência, a aplicação de penalidades e
apuração de responsabilidade.
• Lei nº 10.520/2002;
• Decreto nº 2.271/1997;
Obviamente, que o tema central de nossa aula é a fiscalização de contratos de serviços terceirizados.
Porém é importante tecer alguns comentários sobre tópicos indispensáveis para a compreensão
da importância do ato de bem fiscalizar a execução de um contrato administrativo.
A Administração Pública necessita de instrumentos que possam viabilizar a consecução dos seus
interesses e para tanto há a necessidade de realizar obras, de contratar serviços e efetuar compras.
Nesse sentido, recorre a particulares, pessoas físicas ou jurídicas, para suprir essas demandas.
Desta forma, sempre que precisar realizar esses procedimentos, deve obrigatoriamente, fazê-los
por meio do procedimento licitatório, aplicável a cada uma das situações podendo deixar de aplicá-lo
somente nos casos especificados na Lei que rege as licitações e contratos da Administração
Pública.
Observe que é exatamente na fase de planejamento que são elaborados importantes documentos do
processo de contratação: o Plano de Trabalho (no caso de terceirização de serviços) e Termo de
Referência.
1.1 A importância do planejamento
O Decreto Lei 200, de 25.02.1967, em seu art. 6º, abaixo transcrito, já tratava o planejamento
como um princípio fundamental para as atividades da Administração Federal:
Observe então que o ato de planejar não se encontra no âmbito discricionário do gestor público, na
verdade planejar é um dever funcional com vistas a evitar prejuízos à Administração.
Planejar é um processo contínuo que reúne ações integradas e orientadas para fazer com que um
determinado objetivo seja alcançado com rapidez e eficiência por meio de decisões que são tomadas
antecipadamente. Esse processo permite, ainda, que erros sejam evitados e que, quando cometidos,
sejam identificados, corrigidos e não tornem a acontecer pelos mesmos motivos.
O planejamento nas contratações públicas tem como objetivo corrigir distorções, facilitar a gestão,
alterar condições indesejáveis para a Administração e assegurar a viabilização de propostas estratégicas,
objetivos a serem atingidos e ações a serem trabalhadas. O planejamento é, de fato, uma das funções da
administração indispensável ao gestor.
Planejar a aquisição de bens e contratação de serviços é essencial, é o ponto de partida para uma gestão
efetiva diante da máquina pública, onde a qualidade do planejamento ditará os rumos para uma boa ou
má gestão.
Cabe relembrar que o objetivo de todo o processo de contratação pública é a seleção de alternativa mais
vantajosa para a Administração, em termos do benefício real que se deseja auferir, frente a seus custos.
I. Planejamento da contratação;
II. Seleção do fornecedor; e
III. Gestão do contrato.
É importante ressaltar que o nível de detalhamento das informações para instruir cada fase da
contratação deverá ter uma ligação direta não apenas com a complexidade dos serviços mas também
com a análise de risco do objeto a ser contratado.
Nas nossas aulas iremos nos ater principalmente à fase número I – Planejamento da Contratação.
O Planejamento da Contratação, para cada serviço a ser contratado, deverá possuir as seguintes etapas:
As contratações de serviços que se enquadram nos limites dos incisos I e II e as previstas nos incisos IV
e XI, todos do Art. 24 da Lei 8.666/93, ficam dispensadas, salvo o gerenciamento de risco relacionado à
fase de Gestão do Contrato, das etapas I e II do Planejamento da Contratação.
Cabe ainda a unidade requisitante a indicação de servidor (es) para compor a equipe que irá elaborar
os Estudos Técnicos Preliminares e o Gerenciamento de Risco e, se necessário, indicação de
servidor a quem será confiada a fiscalização dos serviços. É importante que o servidor indicado para a
fiscalização do contrato participe de todas as etapas do planejamento da contratação.
O documento que retratar os Estudos Preliminares deve conter, quando couber, o seguinte conteúdo:
Estrutura mínima
1. Necessidade da contratação;
2. Referência a outros instrumentos de planejamento do órgão;
3. Requisitos da contratação;
4. Estimativa das quantidades, acompanhadas das memórias de cálculo e
documentos que lhe dão suporte;
5. Levantamento de mercado e justificativa da escolha do tipo de solução a
contratar;
6. Estimativas de preços ou preços referenciais;
7. Descrição da solução como um todo;
8. Justificativa para o parcelamento ou não da solução, quando necessária para
individualização do objeto;
9. Demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e
dede
de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou financeiros
disponíveis;
10. Providências para adequação do ambiente do órgão;
11. Contratações correlatas e/ou interdependentes; e
12. Declaração da viabilidade ou não da contratação.
Nas contratações em que o órgão ou entidade for gerenciador de um Sistema de Registro de Preços
(SRP), deve ser produzido um Estudo Preliminar específico para o órgão ou entidade com o conteúdo
previsto em todos os 12 itens acima e outra para formação da Ata contendo as informações que
utilizem as informações dos itens 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
Nas contratações em que o órgão ou entidade for participante de um Sistema de Registro de Preços
(SRP), a equipe de planejamento da Contratação produzirá as informações dos itens 1, 2, 4, 9, 10, 11 e 12,
visto que as informações dos itens 3, 5, 6, 7 e 8, considerando a totalidade da ata, serão
produzidas pelo órgão gerenciador.
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A segunda etapa do Planejamento da Contratação é exatamente o Gerenciamento de Riscos. Mas o que
é gerenciamento de riscos?
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O Gerenciamento de riscos é o conjunto de ações para identificação dos principais riscos que
permeiam o processo de contratação e das ações para controle, prevenção e mitigação
dos impactos.
Toda licitação tem riscos que são inerentes ao próprio procedimento licitatório ou por força
das características do objeto a ser adquirido, em todas as suas etapas. O referido instrumento
visa modernizar as contratações e permitir que antes de ser realizado um gasto público, haja uma
avaliação das principais ocorrências verificadas no passado, as quais podem advir
novamente, bem como das medidas que podem mitigar essas ocorrências e dos responsáveis por sua
implementação.
Os servidores que realizam a condução das contratações públicas, desde a fase de planejamento até a
execução contratual, devem conhecer as normas que regem a sua atuação. Com base nestas regras e
nas análises das ocorrências de contratações anteriores, ou mesmo naquelas vivenciadas por outros
órgãos, os servidores poderão detectar os problemas recorrentes para construir o gerenciamento de
riscos de acordo com a natureza da contratação pretendida. Dessa forma, qualquer servidor público está
apto a analisar os riscos de uma contratação dentro de sua área de atuação/competência.
O primeiro mapa de riscos deve ser feito pela equipe responsável pelo planejamento quando da
elaboração dos estudos técnicos preliminares e anexado a esses estudos.
Um outro mapa de risco pode ser desenvolvido pela unidade requisitante dos serviços, quando
da elaboração do TR, caso avalie pertinente modificar o mapa já elaborado pela equipe de
planejamento.
O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá ser elaborado a partir dos Estudos Preliminares, do
Gerenciamento de Risco e conforme as diretrizes constantes do Anexo V da IN 05/2017 do MPDG,
devendo ser encaminhado ao setor de licitações, de acordo com o prazo estabelecido pela autoridade
competente.
Os entes da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional devem utilizar os modelos
de minutas padronizados de Termos de Referência e Projetos Básicos da Advocacia-Geral
União, observadas as diretrizes dispostas no Anexo V da IN 5/2017, bem como os Cadernos de
Logística expedidos pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão, no que couber.
Quando não forem utilizados esses modelos, ou utilizá-los com alterações, deverão ser anexadas aos
autos as devidas justificativas.
I. declaração do objeto;
II. fundamentação da contratação;
III. descrição da solução como um todo;
IV. requisitos da contratação;
V. modelo de execução do objeto;
VI. modelo de gestão do contrato;
VII. critérios de medição e pagamento;
VIII. forma de seleção do fornecedor;
IX. critérios de seleção do fornecedor;
X. estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa de mercado nos
termos da Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014; e
XI. adequação orçamentária.
Para a contratação dos serviços de vigilância e de limpeza e conservação, deverão ser observadas ainda
as regras previstas no Anexo VI da IN 05/2017 do MPDG.
É importante frisar que todos os elementos conceituais desenvolvidos na fase de planejamento devem
estar explicitados em documentos que os representem adequadamente nos autos.
Você aprendeu, nesta aula, sobre a importância do planejamento no processo de contratação pública.
Viu que também que o objetivo de todo o processo é a seleção de alternativa mais vantajosa para a
Administração. Estudamos que o planejamento é uma etapa preliminar do processo e que é exatamente
nessa etapa onde são respondidas questões como: qual o problema a ser resolvido; qual a solução deve
ser escolhida para melhor resolver o problema; Qual a estimativa de custo da solução escolhida.
Pense no assunto, ponderando sobre o seguinte fato: existe uma previsão, para que em exatamente 1
ano, o órgão no qual você trabalha se transfira para uma nova edificação, bem maior, no centro da
cidade.
Diante da situação descrita quais seriam as possíveis demandas desse órgão; caso você fosse responsável
pelo serviço de segurança que tipo de providência você adotaria?
Na nossa próxima aula veremos como funciona o processo de contratação pública. Conheceremos quis
são seus objetivos, suas fases, trataremos do conceito de licitação, seus pressupostos e finalidades. Pense
a respeito: Por que a Administração precisa contratar? Qual a finalidade de se realizar um procedimento
licitatório?