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MEDICINA LEGAL
Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
Sumário
FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Bruno castro Ferreira - 05797003562, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
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1. Morte circulatória: dá-se com a parada circulatória irreversível, principalmente pela ausência de
batimentos cardíacos. É o método tradicional; e
2. Morte cerebral: é a morte encefálica geral e não só do córtex, ainda que o coração esteja em fun-
cionamento. Ocorre com a morte do tronco encefálico (Ponte de Varólio e Bulbo Raquidiano).
Não só isso: é obrigatório, ainda, que sejam realizados outros procedimentos a fim de de-
terminar a morte encefálica:
1. Dois exames clínicos que confirme coma não perceptivo e ausência de função do tronco
encefálico;
2. Teste de apneia confirmando a inexistência de movimentos respiratórios após es-
timulação; e
3. Exame complementar da ausência de atividade encefálica, seja por ausência de perfu-
são sanguínea cerebral, ou ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade
metabólica cerebral.
No caso de crianças menores de dois anos, no intermédio das duas avaliações clínicas, o
intervalo mínimo varia de acordo com a faixa etária (art. 3º, §4º, da Resolução; item 1 do anexo).
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A morte atualmente é definida por critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina,
que a considera como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. Portanto,
a retirada de órgãos ou de partes do corpo para fins de transplante só será realizada a pós a
confirmação de morte encefálica.
Atenção! Vale lembrar que morte cerebral não é sinônimo de morte encefálica. O encéfalo
abrange o cérebro, cerebelo e tronco encefálico.
Letra e.
Nesse contexto, compreende-se como morte aparente, segundo Croce e Croce Jr. (2012),
aquela em que o indivíduo se assemelha-se ao morto, porém está vivo, em débil persistência
da circulação. Pode durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego de socorro médi-
co imediato e adequado.
É um estado de profundo embotamento das funções vitais, o que dificulta escutar os bati-
mentos cardíacos, tendo em vista estarem muito fracos, ou perceber os movimentos respira-
tórios (Ferreira, 2020).
Diante desse quadro, fala-se em sinais tanatomiméticos, que imitam a morte real, mas com
ela não se confundem (Ferreira, 2020): afogamento, catalepsia (ausência crônica de vontade),
êxtase, ação do frio, transe, eletroplessão, estados gerais de coma e abuso de barbitúricos
(fármacos que deprimem o sistema nervoso central).
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Detalhe interessante sobre é entomologia forense diz respeito ao quão importante é para
os fins da cronotanatodiagnose, pois diversos fatores influenciam na sequência de apareci-
mento dos insetos, notadamente de espécies de moscas e suas larvas, chamadas legiões de
Mégnin, num total de oito (Ferreira, 2020).
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sumindo-se que ambas faleceram simultaneamente, conforme solução existente no art. 8º, do
Código Civil:
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
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Croce e Croce Jr. (2012), anota que morte natural é a decorrente de causas patológicas ou
por grave malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte
violenta é a resultante de ação exógena e lesiva, ainda que tardiamente, contra o corpo, poden-
do ser causada por acidente, suicídio ou crime.
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A assertiva não trata de uma situação de morte natural, mas sim de morte violenta, na moda-
lidade morte acidental.
Morte natural é aquela que sobrevém motivada amiúde por causas patológicas ou por grave
malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte violenta é
aquela que resulta de uma ação exógena e lesiva (suicídio, homicídio, acidente), mesmo tardia-
mente, sobre o corpo humano.
Errado.
Define-se a morte súbita como toda que ocorre de forma inesperada, que se produz ines-
peradamente, precedida ou não de agonia, de modo que não é possível explicá-la ao tempo de
evolução da causa da morte.
A morte agônica é a considera lenta, sofrida, em tempo relativamente longo. Isso implica
na formação mais lenta dos livores hipostáticos. A fim de diferenciá-la da morte súbita, exis-
tem dois elementos consistentes nas docimásias hepáticas e suprarrenais, que se baseiam na
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e de adrenalina e sua dosagem nas glândulas
suprarrenais.
Graficamente:
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Por morte suspeita, compreende-se a que ocorre em pessoas de aparente boa saúde e,
inesperadamente, sem causa evidente, ou com sinais de violência definidos (por exemplo, si-
mulação de suicídio) ou indefinidos, incute-se desconfiança sobre sua origem. Assim, é a mor-
te em que sempre houver a possibilidade de não ter sido natural a sua causa (Hygino Hercules
citado por Ferreira, 2020).
Por fim, sobrevivência é “o período de tempo que vai desde o evento danoso até a morte”,
“os últimos momentos da vida; o estado que precede a morte” (p. 1678), período esse em que,
caso advenha a morte, permitirá verificar se ocorreu morte agônica ou morte rápida.
Por homicídio, entende-se a morte voluntária ou involuntária causada por uma pessoa con-
tra outra. Usualmente, em casos de homicídio culposo, exige-se do perito a indicação a qual
elemento de imperícia, negligência ou imprudência se aplica ao caso.
Em casos de homicídios dolosos, o perito buscará esclarecer à justiça:
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Compreende-se por suicídio a deserção voluntária da própria vida, a morte por vontade e
sem constrangimento de si próprio. É a pessoa que, deliberadamente, consuma a própria mor-
te (Croce; Croce Jr., 2012).
A conceituação dessa moralidade jurídica de morte requer: a) elemento subjetivo – o de-
sejo de morrer; b) elemento objetivo – o resultado morte. Não se confunde com esse conceito
as pessoas que morrem no cumprimento do dever, como soldados e bombeiros em ação, ou
mesmo os que falecem tentando, em gesto altruístico, salvar semelhantes.
Por fim, a morte acidental é causa jurídica representada por acidentes aeroviários, ferrovi-
ários, marítimos.
A título de diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte consoante o meio empregado
(Croce; Croce Jr., 2012), tem-se:
1. Lesões por instrumentos cortantes Comuns no suicídio e no homicídio, excep-
cionalmente no acidente.
2. Lesões por instrumentos contundentes Ocorrem no homicídio, suicídio e aciden-
tes.
3. Lesões por instrumentos cortocontun- Surgem nos casos de homicídio e, excep-
dentes cionalmente, acidentes.
4. Lesões por instrumentos perfurantes Raras em suicídios e acidentes, mas co-
muns em homicídios.
5. Lesões por instrumentos perfurocortan- Igualmente raras em suicídios e acidentes;
tes comuns em homicídios.
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b) Exumação
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em
dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura,
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de en-
contrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas
necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem
como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão
ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimen-
to pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de teste-
munhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com
todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontra-
dos, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-
-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe
a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal,
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
c) Cremação
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reduz o corpo de um adulto a pouco mais de dois quilos e meios de cinzas. Após o processo, o
material é recolhido em uma caixa de metal solada e colocada em urna de bronze, normalmen-
te com acabamento artístico. Ao final, as urnas podem ser enterradas ou colocadas em nichos.
A desvantagem da cremação consiste na problemática médico-legal, uma vez que impos-
sibilita a verificação post mortem. A fim de contornar esses riscos, comumente se exige minu-
cioso exame cadavérico prévio, registro de impressões digitais, descrição da arcada dentária
etc. No mais, importante de se saber que só se procede à cremação quando houver vontade
expressa em vida ou por interesse de saúde pública.
d) Embalsamamento
Por meio desse processo, introduz-se nas artérias carótida comum ou femoral e nas cavi-
dades tóraco-abdominal e craniana, nesta última através de lâmina crivada do etmoide, de lí-
quidos desinfetantes, conservadores, dotados de poder germicida e com o objetivo de impedir
a putrefação (Croce; Croce Jr., 2012).
Efetivamente, o embalsamamento almeja impedir a decomposição putrefativa do cadáver
e a consequente desconexão de suas partes ou permitir o sepultamento em prazo maior que
quatro dias após o falecimento.
SINAIS IMEDIATOS
1. Abolição do tônus muscular Sinal de Rebuillat, feito mediante a injeção
de éter na coxa do indivíduo. Se o mate-
rial refluir pelo orifício da agulha, é sinal de
morte real; se for absorvido pelo organis-
mo, o indivíduo está vivo.
2. Imobilidade Com a morte, o cadáver fica imóvel.
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tes em placas encontradas na parte de declive dos cadáveres, em geral pela cor azul-púrpura.
Consideram-se sinal de certeza de morte e permanecem até o surgimento dos processos de
putrefação.
2.1. O diagnóstico dos livores cadavéricos podem ser feitos com a técnica de Bonnet (pe-
quenos cortes na pele do cadáver, ocorrendo o gotejamento do sangue).
2.2. Cronologia dos livores: em geral, começam entre 10 a 30 minutos após a morte. As
manchas esparsas se formam com 3 horas, generalizando ou se difundindo entre 6 e 8 horas.
Fixam-se entre 6 a 12 horas, mantendo-se visíveis até a putrefação.
2.2.1. Após as 12 horas, ocorrendo a fixação definitiva dos livores, é possível mudar o ca-
dáver de posição sem que se afete as manchas.
3. Resfriamento cadavérico (algor mortis). Normalmente, consiste na adaptação da tempe-
ratura do cadáver com a do ambiente. No entanto, alguns fatores podem afetar esse processo,
como a idade, composição corporal e causa da morte (fatores intrínsecos) ou o ar, a umidade
e ventilação (fatores extrínsecos). A temperatura é medida com um necrômetro (de Bouchut).
3.1. O estudo da temperatura e do resfriamento cadavérico é importante para a determina-
ção da hora da morte.
4. Evaporação tegumentar ou desidratação dos tecidos: com a morte, ocorre a parada do
controle hídrico. Em bebês e fetos, os efeitos dessa interrupção são mais acentuados.
4.1. Nos olhos, podem surgir os chamados sinais de Stenon-Louis, consistentes na eva-
poração do transnudato, implicando na perda da transparência da córnea e presença de tela
abulminosa. Podem surgir, ainda, sinais como a Mancha negra de Sommer/Larcher, Sinal de
Ripault e Sinal de Bouchut.
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A rigidez cadavérica possui grande variação, iniciando-se após uma hora da morte. De 1 a 2
horas de morte: rigidez nos pequenos músculos da nuca e face. De 2 a 4 horas de morte: rigi-
dez nos membros superiores. De 4 a 6 horas: rigidez nos músculos do tórax e abdome. De 6 a
8 horas: atinge membros inferiores. A rigidez generalizada se verifica após aproximadamente
8 horas de morte.
Os livores cadavéricos ou hipóstase se iniciam com cerca de 2 a 3 horas de morte, se genera-
lizam com cerca de 6 horas após a morte e se fixam com mais ou menos 12 horas de morte.
Errado.
AUTÓLISE
Ocorre quando as células absorvem suas próprias enzimas, autodestruindo-se. Esse
processo determina a acidez intracelular.
Constituem métodos para identificação: a) prova de Lecha-Marzo – utilização de papel
azul de tornassol; b) método de Labord – introdução de estilete de aço no tecido acidi-
ficado, permanecendo com brilho por cerca de trinta minutos.
PUTREFAÇÃO
Sinteticamente, é a decomposição da matéria orgânica pela ação de micro-organismos
presente ou não no corpo humano.
Varia, ainda, conforme as condições climáticas, do solo, acidificação do meio, flora
fauna etc. O processo é, ainda, afetado pela condição física, idade e causa da morte
(fatores intrínsecos) ou pela temperatura, umidade e ventilação (fatores extrínsecos).
A temperatura ambiente, como dito, influencia os fenômenos cadavéricos: a) acima de
25º, favorece ainda mais a putrefação; b) entre 5º e 10º, haverá putrefação; c) abaixo de
5ºC, a a putrefação por ação bacteriana ocorre, mas de maneira mais lenta; d) abaixo
de 0º, normalmente há conservação indefinida do corpo.
Alguns detalhes a mais são importantes sobre o processo de putrefação.
Em locares quentes, secos e muito arejados favorecem a mumificação. Lugares quentes,
úmidos e pouco arejados dificultam a putrefação e favorecem a saponificação. Em locais frios,
pode ou não ocorrer a substituição da putrefação pela mumificação ou por outros fenômenos,
como a adipocera (saponificação).
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O PULO DO GATO
Um método para se recordar das fases da putrefação do cadáver se dá pelo mnemônico: CO-
-GA-COLI-ES: 1ª) Cromática; 2ª) Gasosa; 3ª) Coliquativa; e 4ª) Esqueletização.
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MACERAÇÃO
Fase em que ocorre a transformação do corpo pela destruição dos tecidos moles me-
diante a ação prolongada de líquidos. A epiderme se descola da derme e a pele tende a
ficar esbranquiçada e enrugada.
Em indivíduos, pode apresentar duas possiblidades: uma séptica, resultante da exposi-
ção prolongada do corpo a líquidos contaminados normalmente por micro-organismos,
o que não impede a putrefação; e outra oposta, asséptica, comum em fetos que ficam
protegidos pelo líquido amniótico no útero.
Em fetos, possui graus: o primeiro se dá pela formação de flictenas, normalmente entre
três dias a uma semana da morte; o segundo é marcado pela presença de líquido amni-
ótico, hemorrágico e epiderme roxa, rompimento de bolhas, usualmente entre outo dias
a partir do óbito; e o terceiro se dá pela deformidade craniana e infiltração hemoglobí-
nica das vísceras, ganhando o feto tonalidade marrom escuro. Esse tipo de informação
é relevante para a responsabilidade penal, como nos casos de erros médicos, fraudes
no nascimento, entre outros.
MUMIFICAÇÃO
É processo de origem química, artificial (ou provocado, como no embalsamento),
geral ou local (uma só parte do corpo), ou espontâneo (natural), de maneira superficial
ou profunda.
Para que esse processo ocorra exige-se baixos índices de umidade, embora outros
fatores possam afetar (compleição física, altura, peso etc.). Ocorre em cerca de dois a
três meses a partir da morte.
SAPONIFICAÇÃO
Também chamada de adipocera, é marcado por odor de queijo rançoso e adoci-
cado (Ferreira, 2020). Comum de ocorrer em casos de covas múltiplas, cadáveres etc.
Não é processo inicial, ocorrendo por volta de um a três meses após a morte.
Cuida-se de fenômeno em que o tecido do corpo é transformado em substância
amarelo-acinzentada, untuosa, quebradiça ou mole.
Pode ocorrer de modo concomitante com a mumificação e a putrefação, além de
que os indivíduos com essa condição são encontrados em partes, segmentos, geral-
mente pequenos. Tanto a idade como a gordura do corpo, assim como o clima e ele-
mentos junto ao corpo (metais, por exemplo) influem no processo de saponificação.
Como a adipocera pode conservar características físicas do indivíduo, possibilida-
de a identificação, de lesões inclusive.
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CORIFICAÇÃO
Há autores que afirmam ser a corificação etapa do fenômeno da mumificação (Ro-
berto Blanco, citado por Ferreira, 2020). É processo em que o cadáver ganha aspecto
parecido com o coro e ocorre por causa da desidratação dos tecidos cutâneos.
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Portanto, é no local da prática da infração penal (conforme escrito no art. 6º, caput, do CPP)
que poderão ser encontrados (muito provavelmente serão) encontrados, identificados elemen-
tos e indícios que esclarecerão os fatos ou auxiliaram nesse esclarecimento.
Nesse contexto, o art. 6º, do CPP, relaciona as medidas preliminares e vitais que a autorida-
de policial deve tomar tão logo tenha conhecimento da prática da infração penal:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido
a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perí-
cias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quais-
quer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma defici-
ência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Destaque bastante relevante a ser feito diz respeito à expressão do caput do art. 6º, que men-
ciona a necessidade de atuação policial tão logo tome conhecimento da “prática da infra-
ção penal”.
Como se vê, a lei não fala em “conhecimento da infração penal”, mas de sua prática, dando
a entender que, a partir do que existir no local dos fatos, do trabalho de coleta dos elementos
e da posterior análise pericial, assim como da instrução do inquérito policial presidido pelo
Delegado, é que a autoridade decidirá se houve ou não a ocorrência de crime ou contravenção.
Por isso, atenção! Pode parecer, mas são colocações tratadas como se se referissem à
mesma situação. Local do fato é, a priori, expressão mais segura a se considerar que, somen-
te com a análise especializada é que se terá a certeza de que, em determinado local, houve
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infração penal, o que somente ocorre posteriormente e com a compreensão de todas as cir-
cunstâncias.
Assim, a determinação de preservação do local do crime é essencial. É por essas razões,
inclusive, que Genival França (2017) explica que, com relação ao exame onde tenha ocorrido
evento morte é apropriado se referir como “exame de local de morte”, uma vez que poderá se
constituir em homicídio (geralmente perceptível de imediato), suicídio ou morte natural ou por
razões fortuitas.
Continuando, temos que o local de crime é de suma importância para o sucesso de uma
investigação, pois, não raro, o que eventualmente for apurado nele ditará os rumos futuros
do trabalho policial, de modo que, se conduzido correta e adequadamente, respeitando-se os
procedimentos padrões e o que determinam as normativas aplicáveis (a começar pelo CPP).
Se analisado contextualmente, vê-se que as definições do dispositivo do CPP citadas não
se restringem aos trabalhos que podem e devem ser realizados no local da prática da infração,
mas, a partir dele, podem ser continuadas.
É o caso, por exemplo, da identificação de suspeitos, de possíveis testemunhas e de deta-
lhes outros acerca da dinâmica do ocorrido que não se restrinjam exatamente à circunscrição
de onde o fato efetivamente ocorreu.
Com efeito, o local de crime possui tal relevância que, no art. 169, do Código de Processo
Penal, reitera-se a necessidade acerca da sua preservação, a saber:
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade provi-
denciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Lembre-se, caro(a) aluno(a), que outra etapa de extrema importância corresponde ao res-
peito à cadeia de custódia da prova, com o que dispõe o CPP, em seu arts. 158-A a 158-F, inclu-
ído pela Lei n. 13.964/19, o Pacote Anticrime.
Isso porque se garantirá, especialmente em relação a esse momento preliminar do local
da prática da infração, a idoneidade e legitimidade dos elementos que eventualmente forem
encontrados (sobre o assunto, recomendamos a leitura e estudo do tópico próprio na Aula 1).
Normalmente, cada órgão policial detém protocolos de orientação de seus próprios agen-
tes e servidores sobre técnicas e métodos mais apropriados, os quais são formados a partir
de pesquisas e estudos acerca da padronização de ações mais eficazes a serem adotadas
por ocasião de investigações e, no caso, em exames em local de crime (ou de morte violenta
e suspeita).
Ademais, entende-se pelo art. 6º, do CPP, que é igualmente relevante que a autoridade
policial acompanhe e observe o trabalho dos peritos no momento da coleta dos elementos de
interesse, como as armas e outros instrumentos da infração penal, tendo em vista as rotinas
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Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examina-
rem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862,
de 28.3.1994) (grifo nosso)
Os peritos devem procurar perceber o ambiente. Verificar se as portas e janelas estão fechadas ou
abertas, se há ventilação, se mais alguém além da vítima tinha as chaves da casa etc. Se o ambien-
te estiver com peças tombadas ou fora de um lugar natural, ou utensílios quebrados, como copos,
pode-se presumir que houve luta corporal.
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Além disso, podem ser buscadas a presença de vegetação no próprio corpo, o que pode
apontar para o local onde tenha efetivamente ocorrido a provável ação criminosa (e não onde
foi encontrado).
Em termos de pesquisa e registros fotográficos, as lesões patognomônicas se sobressa-
em, uma vez que é a partir delas que se verifica possível identificar o instrumento provocador
da lesão, quiçá a forma como ocorreu o evento morte.
Por isso, esse primeiro contato com a prova é essencial.
Ferreira (2017) aponta para os seguintes elementos e circunstâncias que podem (na verda-
de, devem) ser verificados por ocasião do exame de local de morte, quais sejam:
Os sinais de morte a posição em que o corpo foi encontrado (por exemplo, decúbito ventral – abdô-
men para baixo – ou decúbito dorsal – adbômen para cima); o estado das vestes; observação para
identificar se há lesões de luta, de defesa ou de hesitação; posição de fluidos, tais como gotas de
sangue; as características morfológicas da lesão, bem como as suas dimensões; possível relação
com as lesões e os instrumentos encontrados; análise dos fenômenos cadavéricos para averigua-
ção aproximada da hora da morte, o sentido dos golpes nos casos de esgorjamento e de lesões
provocadas por armas brancas; o número de lesões; relacionar a incidência do tiro e o número das
lesões; vestígios que permitam afirmar a causa jurídica da morte dentre tantos outros, são dados a
serem observados durante a perinescroscopia (p. 463).
Doutro giro, com relação às lesões e mortes produzidas por projéteis de arma de fogo e à
balística, esses elementos possibilitam identificar a dinâmica do evento, bem como o modo
como o fato ocorreu, auxiliando a identificação da arma que efetuou os disparos e, quando
possível, a autoria.
Sobressai, nesse contexto da balística, a hipótese de suicídio cometido com emprego de
arma de fogo, em que a verificação da área e a distância do disparo permitem não só a con-
firmação da hipótese, como também se há sinais de disparo a curta distância, com o cano
encostado.
Em outros tipos de mortes, como nas defenestrações (quedas ou precipitações), aspecto
relevante relaciona-se com a distância do local da queda da vítima. no caso, considera-se essa
informação medindo-a com uma linha vertical do prédio, pois há maior chances de se tratar de
suicídio quando a distância for maior.
Importante elemento de investigação consiste nas chamadas lesões de defesa, porquanto
são importantes para apontar se a vítima foi surpreendida ou se teve alguma chance de defe-
sa, cuja análise deve ser, tanto quanto possível, cotejada com os demais elementos colhidos.
Lembrando que essa informação é relevante para os fins de enquadramento na hipótese
qualificada do homicídio, em que tenha sido difícil ou impossível a defesa por parte da vítima,
nos termos do art. 121, §2º, inciso IV, do Código Penal:
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Art. 121. Matar alguém:
[...]
§2º Se o homicídio é cometido:
[...]
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido; (grifo nosso)
Por fim, a pesquisa de DNA no local de crime tem se revelado recurso com extremo poten-
cial em investigações criminais. Esse exame se presta ao auxílio tanto na determinação da au-
toria, como nos casos de existência de vestígios de natureza biológica, como na identificação
de vítimas, em que, por vezes, a depender do estado em que se encontram, em que outros ele-
mentos normalmente utilizados são inviáveis ou não permitem o fornecimento de informações
seguras para o processo de identificação.
Comumente, utiliza-se as ferramentas como o CODIS (Combined DNA Indez System), ban-
co de dados envolvendo o DNA, e o PCR (polyerase chain reaction), técnica para realização
de exames.
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RESUMO
1. Tanatologia: ramo da medicina legal que estuda a morte e as implicações a ela relacio-
nadas, principalmente sobre o destino do cadáver ou de suas partes. É estudo da morte pro-
priamente dita, dos fenômenos relacionados ao diagnóstico da morte e dos exames de locais
de morte violenta ou suspeita (perinescroscopia).
2. Morte é a cessão dos fenômenos vitais pela parada das funções cerebral, respiratória e
circulatória. Classifica-se em anatômica, histológica, aparente, relativa, intermédia e real.
3. Tanatognose que avalia os chamados sinais de morte, classificados em duvidosos, pro-
váveis e certos. Pode também ser classificada em: a) morte circulatória; e b) morte cerebral.
4. Submetem-se a verificação por morte encefálica pacientes em coma não perceptivo,
com ausência de reatividade subpraespinhal e apneia persistente, além de outros requisitos
técnicos específicos.
5. Morte aparente: o indivíduo se assemelha-se ao morto, porém está vivo, em débil persis-
tência da circulação. Pode durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego de socorro
médico imediato e adequado.
6. Sinais tanatomiméticos são os que imitam a morte real: afogamento, catalepsia (ausên-
cia crônica de vontade), êxtase, ação do frio, transe, eletroplessão, estados gerais de coma e
abuso de barbitúricos (fármacos que deprimem o sistema nervoso central).
7. Tríade de Thoinot: a) imobilidade; b) ausência aparente de circulação; c) ausência apa-
rente de respiração.
8. Premoriência: quando é possível comprovar que uma pessoa, pelas circunstâncias exis-
tentes, morreu em momento anterior em relação a outra.
9. Comoriência: quando duas ou mais pessoas morrem na mesma ocasião, não sendo pos-
sível determinar com exatidão quem faleceu primeiro, presumindo-se que ambas faleceram
simultaneamente.
10. Morte natural: decorrente de causas patológicas ou por grave malformação, incompa-
tível com a vida extrauterina prolongada.
11. Morte violenta: resulta de ação exógena e lesiva, ainda que tardiamente, contra o corpo,
podendo ser causada por acidente, suicídio ou crime.
12. Morte súbita: é a ocorre de forma inesperada, que se produz inesperadamente, prece-
dida ou não de agonia, de modo que não é possível explicá-la ao tempo de evolução da cau-
sa da morte.
13. Morte agônica: é a considera lenta, sofrida, em tempo relativamente longo. Isso implica
na formação mais lenta dos livores hipostáticos. A fim de diferenciá-la da morte súbita, exis-
tem dois elementos consistentes nas docimásias hepáticas e suprarrenais, que se baseiam na
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e de adrenalina e sua dosagem nas glândulas
suprarrenais.
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14. Morte suspeita: ocorre em pessoas de aparente boa saúde e, inesperadamente, sem
causa evidente, ou com sinais de violência definidos (por exemplo, simulação de suicídio) ou
indefinidos, incute-se desconfiança sobre sua origem.
15. Sobrevivência: período entre o evento danoso até a morte.
16. Lesões intra vitam e post mortem: servem à determinação de se as lesões ocorreram
com a pessoa viva ou morta, algo que implica diretamente no enquadramento penal. Podem
ser verificadas através de seu aspecto externo, em que, no indivíduo vivo, apresentam crosta
nas escoriações e infiltração hemorrágica dos tecidos moles; bordas afastadas, em vista da
ação elástica dos tecidos superiores da pele.
17. Causas médicas da morte: verificadas pela análise do tipo de doença ou evento lesivo
que acometeu o indivíduo.
18. Causas jurídicas da morte: toda e qualquer causa violenta – homicídio e suicídio – ou
acidental capaz de determinar a morte. Isso é, estabelecer se a morte foi natural ou não, espe-
cialmente se violenta.
19. Homicídio: a morte voluntária ou involuntária causada por uma pessoa contra outra.
20. Suicídio: a deserção voluntária da própria vida, a morte por vontade e sem constrangi-
mento de si próprio.
21. Morte acidental: é causa jurídica representada por acidentes aeroviários, ferroviários,
marítimos.
22. Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): serviço para averiguar investigar as causas de
óbito por causas naturais.
23. O Instituto Médico Legal (IML): investiga mortes violentas e/ou acidentais.
24. Inumação: é o ato de sepultar o cadáver; é sepultamento, enterramento. Pode ser sim-
ples: aguardar período de cautela de 24 horas, não podendo ultrapassar 36 horas, salvo por
motivos excepcionais. Ou inumação com necropsia: ocorre nos casos de morte violenta.
25. Exumação: processo de desenterramento do cadáver, não importa o local onde esteja
sepultado. Previsão legal básica constante do art. 163 ao art. 168, do Código de Processo Penal.
26. Cremação: consiste na incineração do cadáver, reduzindo-o a cinzas.
27. Embalsamamento: procedimento que visa impedir a decomposição putrefativa do ca-
dáver e a consequente desconexão de suas partes ou permitir o sepultamento em prazo maior
que quatro dias após o falecimento.
28. Sinais de probabilidade da morte: podem ser imediatos ou tardios (consecutivos).
29. Fenômenos cadavéricos: podem ser transformativos e conservativos.
30. Sinais imediatos de probabilidade de morte: a) abolição do tônus muscular; b) imobili-
dade; c) relaxamento dos esfíncteres; d) perda da consciência; e) insensibilidade; f) face hipo-
crática; g) inexcitabilidade elétrica; h) morte encefálica; i) cessação da respiração; j) cessação
da circulação sanguínea.
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES DE CONCURSO
006. (UEG/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-GO/2018) Para o conhecimento estimado do tempo
de morte são utilizados os critérios preconizados pela cronotanatognose. Segundo o que dita
o artigo 162, do Código Penal Brasileiro, a autópsia deverá ser iniciada pelo menos seis horas
após a constatação da veracidade do óbito, ou antes, caso existam sinais de certeza da morte,
o que deverá ser anotado pelo perito no laudo. Segundo os conhecimentos da cronotanatog-
nose e atendendo ao preceito legal exposto, tem-se que:
a) a mancha verde, dependente de ação bacteriana, ocorre na fossa ilíaca e revela o início da
putrefação.
b) a midríase paralítica bilateral é um sinal abiótico consecutivo que servirá para a confirma-
ção da morte.
c) a algidez cadavérica segue os princípios da Lei de Nysten, tendo sentido de ocorrência
craniocaudal.
d) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico mediato que se inicia pelos músculos mais
volumosos.
e) os livores cadavéricos ou manchas de hipostase permitem o conhecimento da posição
do cadáver.
a) Errada. A mancha verde abdominal faz parte do processo de putrefação em sua primeira
fase (coloração ou cromática), surgindo geralmente na fossa ilíaca direita em decorrência da
ação bacteríana e concentração de gases, principalmente o sulfídrico. Mas, em afogados e
fetos mortos, a macha verde tem início no torax.
b) Errada. Trata-se de sinal abiótico imediato, de probabilidade ou de diagnóstico de morte,
indicando probabilidade da morte.
c) Errada. A Lei de Nysten trata da rigidez cadavérica, não algidez. A algidez é o esfriamento do
corpo, já a rigidez é o endurecimento dos músculos em decorrência do acúmulo de ácido lático.
d) Errada. Trata-se de sinal abiótico consecutivo, mediato, de certeza ou tardio, indicando cer-
teza da morte.
e) Certa. Livor mortis ou livor hipostático é um fenômeno físico que ocorre por influência da
gravidade. O sangue tende a migrar para as regiões baixas do corpo, gerando marcas vinhosas.
O livor se inicia entre 2 e 3 horas após a morte, fixando-se entre 8 e 12 horas após a morte.
Permanece na mesma posição caso se vire o cadáver e permite diagnóstico de alteração da
cena do crime
Letra e.
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ou para o SVO (Serviço de Verificação de Óbitos) respectivamente, quando a morte for de-
corrente de
a) acidente de trânsito – suicídio.
b) causa natural sem assistência médica – acidente de trânsito.
c) homicídio – suicídio.
d) suicídio – morte natural ou suspeita sem assistência médica.
e) causa externa ou morte suspeita – morte natural sem assistência médica.
a) Errada. Abaixo de 5ºC a putrefação por ação bacteriana ocorreria, porém mais lentamente.
b) Certa. A temperatura abaixo de 0ºC tende a conservar indefinidamente o corpo.
c) Errada. A temperatura entre 5 e 10ºC ocorrerá a putrefação.
d) Errada. A temperatura acima de 25ºC aceleraria a putrefação.
e) Errada. A temperatura entre 5 e 10ºC não seria suficiente para conservar o corpo da putre-
fação no prazo de 48 horas.
Letra b.
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e) Ocorre a putrefação quando há a desintegração tissular acompanhada pela ação dos fer-
mentos de acidificação, desorganizando as diversas estruturas.
a) Certa. A perda do peso corporal não é utilizado por ser um parâmetro praticamente inviável
na análise de cada caso, pois para sua utilização seria necessário se saber o peso exato do
indivíduo antes da morte.
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O sinal de Montalti corresponde à presença de fuligem nas vias áreas, indicando que a vítima
respirou quando em vida. Importante para a diagnose diferencial entre um evento de carboni-
zação in vitam ou post mortem. Assim, no contexto das queimaduras de quarto grau, fala-se
nos sinais de Devergie (ou sinal do saltimbanco/posição do boxeador, que é post mortem e
se dá pela retração dos tecidos em razão da carbonização) e de Montalti (intra vitam, repre-
sentado pela fuligem na mucosa da árvore respiratória, embora seja possível a carbonização
posterior da vítima).
Letra e.
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d) as características da fase coliquativa são: pele íntegra, abertura dos orifícios naturais e per-
da do volume do corpo. Ela tem início em 48 horas e pode durar até 3 semanas.
e) os livores de hipóstase são manchas que se formam nas partes em declive do cadáver, por
consequência da ausência de fluxo sanguíneo. Eles têm tonalidade violácea, surgem em torno
da 10a hora após a morte e fixam-se em torno da 20a hora.
a) Errada. Na hipótese de morte com violência oculta, as lesões apresentadas são ocultas
(traumatismos, envenenamentos, etc), inexistindo lesões externas discretas a moderadas.
b) Errada. A morte em que não há o diagnóstico de sua origem é denominada de “necropsia
branca”, porém não há na literatura médico-legal correlação quanto à porcentagem indicada
na alternativa.
c) Certa. A rigidez cadavérica ou “rigor mortis” se desenvolve das partes menos volumosas
para as massas musculares de maior volume.
d) Errada. A fase coliquativa, que é o período de dissolução pútrida do cadáver, inicia-se, nor-
malmente, com cerca de 3 semanas após a morte.
e) Errada. Os livores de hipóstase são um fenômeno consecutivo abiótico denominado “livo-
res cadavéricos” ou “livor mortis”, e se constituem em manchas que aparecem nas partes de
declive do corpo. As manchas de hipóstase fixam-se, em regra, a partir de 12 horas de morte
aproximadamente. Sua tonalidade é violácea (exceto nos afogado que possuem cor carmim).
Letra c.
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a) Errada. A putrefação possui quatro fases, sendo a primeira delas a fase da coloração ou
cromática.
b) Certa. Sobre os gases da putrefação, Brouardel, perfurando o abdome dos cadáveres com
trocarte e aproximando a chama de uma vela, observou: a) no 1º dia: gases não inflamáveis;
b) do 2º ao 4º dia: gases inflamáveis; c) do 5º dia em diante: gases não inflamáveis. Justificou
que no 1º dia estão em atividade as bactérias aeróbias produtoras de gás carbônico. Do 2º
ao 4º dia, surgem, além das bactérias aeróbias, as facultativas, de cuja ação se formam o hi-
drogênio e os hidrocarbonetos, de capacidade inflamável. Finalmente, do 5º dia em diante, se
produzem o azoto, o hidrogênio e amônias compostas não inflamáveis.
c) Errada. Na fase cromática temos a mancha verde abdominal. Já na fase gasosa a circulação
póstuma de Brouardel.
d) Errada. O odor intenso e marcante é característico da fase gasosa.
Letra b.
Item I – A temperatura de resfriamento diminui 0,5ºC nas três primeiras horas. Depois o de-
créscimo é de 1ºC a cada hora. Se o cadáver já perdeu 2,5ºC, podemos dizer que tem de 4 a 5
horas de morte.
Item II – Os livores surgem de 2 a 3 horas, ficam móveis até fixarem-se, o que ocorre entre 8 a
12 horas. Se tem livor, pelo menos 3 horas de morte.
Item III – A rigidez cadavérica dos membros superiores ocorre entre 4 a 6 horas.
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Não é incomum que em alguns casos ocorram equívocos em relação ao atestado de óbito,
como nessa notícia. O Art. 162 do Código de Processo Penal Brasileiro (CPPB) diz que “A
autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
auto (...)”.
Quanto aos sinais de certeza de morte que autorizam o médico legista a iniciar a autópsia an-
tes de seis horas, assinale a alternativa correta.
a) Os sinais de morte se dividem em fenômenos abióticos e consecutivos. A presença de qual-
quer sinal abiótico já é compatível com a realidade de morte e autoriza o início da autópsia.
b) São considerados como sinais de certeza de morte aqueles chamados de abióticos conse-
cutivos e que, quando presentes, autorizam a antecipação da autópsia.
c) O médico legista só está autorizado a realizar a autópsia antes de seis horas, caso já se en-
contrem sinais transformativos como a mancha verde abdominal ou rigidez cadavérica.
d) São sinais de certeza de morte, autorizadores de antecipação de autópsia, a presença de
abolição do tônus muscular, presença de midríase e perda de consciência.
e) É necessária a presença de todos os sinais abióticos consecutivos como rigidez cadavérica,
desidratação cadavérica, esfriamento cadavérico e manchas de hipóstases para a realização
da autópsia.
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c) Errada. A mancha verde abdominal e a rigidez cadavérica são fenômenos abióticos tardios,
e não fenômenos cadavéricos transformativos como indicado na alternativa. Os fenômenos
cadavéricos transformativos são autólise, putrefação e maceração.
d) Errada. A perda do tônus muscular e perda da consciência são sinais abióticos imediatos e
não dão certeza da morte.
e) Errada. Não, tendo em vista um caso de um cadáver decapitado, de acordo com o art.
162 do CPP.
Letra b.
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a) Errada. Os dados quanto ao lugar onde foi encontrado, as condições do corpo (aberto ou fe-
chado) e o tipo de sepultamento são necessárias para se analisar a decomposição do cadáver.
b) Errada. Entomologista é o quem estuda insetos e sua interação com o homem, plantas,
animais e meio ambiente. A interação dos insetos na decomposição do cadáver tem interfe-
rência direta.
c) Errada. As informações quanto à época do ano e à condição climática interferem na decom-
posição do cadáver.
d) Certa. Alternativa POLÊMICA! O carbono 14 não é mencionado nos manuais de medicina
legal como uma forma de análise na verificação do tempo de morte. Havendo a morte, a con-
centração de Carbono 14 decresce, no entanto, isso só ocorre a partir da sua meia vida que
se dá por volta de 5.730 anos. Trata-se de técnica muito utilizada na datação de fósseis de di-
nossauros. Buscando fazer uma correlação do tema, a questão traz a ressalva de que o corpo
encontra-se “parcialmente esqueletizado”.
e) Errada. A causa da morte possui relação direta com o processo de decomposição.
Letra d.
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a) Certa. Nas lesões ante mortem se verifica grande quantidade de sangue na cavidade intra-
-abdominal. Por outro lado, nas lesões pós mortem não se verifica infiltração nas malhas dos
tecidos. As demais alternativas trazem hipóteses de lesões ocorridas antes da morte.
Letra a.
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No que se refere à putrefação, são fatores que interferem na ocorrência do fenômeno: condi-
ções climáticas, condições do solo, quantidade de oxigênio, acidificação do ambiente, ação de
bactérias durante a decomposição, flora e fauna cadavéricas.
Além disso, verificam-se ainda os fatores intrínsecos (idade, “causa mortis” e constituição físi-
ca) e extrínsecos (umidade, temperatura e ventilação) que tem interferência direta no processo
da putrefação, agilizando-o ou retardando-o.
Por sua vez, o espasmo cadavérico (sinal de Kossu) é uma rigidez muscular instantânea que
ocorre imediatamente após a morte, permanecendo o corpo em rigidez na posição em que o
indivíduo morreu. Não existe qualquer relação com o processo de putrefação cadavérica.
Letra b.
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nuca e face. De 2 a 4 horas de morte: rigidez nos membros superiores. De 4 a 6 horas: rigidez
nos músculos do tórax e abdome. De 6 a 8 horas: atinge membros inferiores. A rigidez gene-
ralizada ocorre cerca de 8 horas após a morte. Após 24 horas da morte, a rigidez desaparece,
dando origem à flacidez e o início do processo de putrefação.
a) Errada. Tempo inferior a 1 hora.
b) Certa. Ao afirmar que o cadáver não apresenta rigidez após 24 horas da morte, a alternativa
aborda o início processo de putrefação, iniciado com a flacidez do corpo.
c) Errada. A exposição à luz solar não influencia o processo de rigidez cadavérica.
d) Errada. Não existe relação, uma vez que a não formação da rigidez cadavérica não pode ser
considerado um evento patognômico de tal evento – choque.
e) Errada. Não existe relação, tendo em vista que a rigidez cadavérica está compreendida den-
tre os eventos post-mortem.
Letra b.
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As manchas de hipóstases são manchas que se formam nas partes em declive do cadáver, por
consequência da ação da gravidade sobre o fluxo sanguíneo. Habitualmente têm tonalidade
violácea. Surgem em torno da segunda hora após a morte, fixando-se em torno da 10ª hora.
Letra c.
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Atenção! Trata-se de uma questão simples e objetiva, mas que pode induzir os candidatos de-
satentos ao erro quando da leitura apressada das alternativas.
A alternativa “E” utiliza o termo “higidez cadavérica”. A higidez ou estado hígido é uma carac-
terística de alguém ou alguma estrutura normalmente relacionada à boa saúde. Portanto, o
termo “higidez cadavérica” não existe.
Por outro lado, o termo se assemelha à rigidez cadavérica ou rigor mortis, que é um sinal reco-
nhecível de morte causado por uma mudança bioquímica nos músculos, causando um endu-
recimento dos músculos do cadáver e impossibilidade de mexê-los ou manipulá-los. Diferente
do rigor mortis, que se relaciona com a rigidez, o algor mortis se relaciona com o resfriamento
do cadáver.
Letra e.
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e) É considerada a “segunda” mais importante das perícias, pois é superada pelo exame de
corpo de delito.
a) Errada. A necropsia deverá ser feita pelo menos 6 horas depois do óbito, nos termos do art.
162 do CPP.
b) Errada. A necropsia nos casos de morte violenta é obrigatória por força de lei; todavia, fica
a critério do perito, diante de uma morte violenta, quando não houver infração penal que apu-
rar, ou se as lesões externas permitirem precisar as causae mortis e não houver necessidade
de exame visceral para a verificação de alguma causa relevante, fazer o exame interno do de
cujus, nos termos do art. 162, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
c) Certa. A necropsia é um exame (perícia médico-legal) que consiste na inspeção externa e
interna do cadáver, buscando identificá-lo, determinar o tempo da morte (cronotanatognose) e
atestar a causa jurídica do óbito, sendo indicada nos casos de morte violenta (homicida, suici-
da ou acidental) e nos casos de morte suspeita.
d) Errada. A necropsia não é utilizada apenas para estabelecer apenas a causa jurídica do
óbito, mas também para a identificação do cadáver e para determinar o tempo da morte.
e) Errada. A necropsia é conhecida como a “perícia das perícias”, sendo considerada a perícia
de maior importância.
Letra c.
a) Errada. As flictenas putrefativas são bolhas na pele que ocorre no início da fase gasosa da
putrefação.
b) Errada. O cogumelo de espuma é típico no caso de afogamentos, aparecendo na boca
do cadáver.
c) Certa. As lesões pós-morte não apresentam: a) infiltração de sangue; b) sangue coagulado;
c) retração dos tecidos, após algumas horas da morte; d) formação de equimose; e) reação in-
flamatória; f) crosta na região da escoriação, passa ao aspecto apergaminhado; e g) mudança
de tonalidade da equimose.
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d) Errada. A mancha verde abdominal indica o início do processo de putrefação, ocorrido cerca
de 24 horas após o óbito.
e) Errada. O destacamento da epiderme é característica do fenômeno cadavérico transforma-
tivo destrutivo maceração.
Letra c.
A comoriência é um termo do Direito Civil que indica presunção legal de morte simultânea de
duas ou mais pessoas ligadas por vínculos sucessórios. Quando não se sabe quem morreu
primeiro, presumem-se simultâneos, nos termos do art. 8º do Código Civil.
Letra e.
a) Certa. A perícia do tempo de sobrevivência é útil para determinar o tempo de morte, sendo
uma das principais perícias para diferenciar a morte agônica da morte súbita.
São suas principais espécies: 1) Docimásias hepáticas: o fígado tem reservas de glicose para
fornecer energia às células; se o fígado estiver espoliado (sem glicogênio) significa que ele
consumiu a glicose, e assim a morte foi agônica. 2) Docimásias suprarrenais: as glândulas su-
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prarrenais produzem adrenalina (epinefrina). Se a morte foi agônica, houve consumo de adre-
nalina, e assim as doses estarão baixas.
b) Errada. A entomologia é uma perícia usada para aproximar o tempo de morte do indivíduo
em si, mas não em relação ao tempo de sobrevivência, que é o período de tempo que o indiví-
duo demora para morrer após o evento traumático.
c) Errada. Trata-se de uma modalidade de perícia muito importante para a verificação da morte
desde a ocorrência do evento danoso.
d) Errada.
e) Errada.
Letra a.
A morte agônica ou tardia é aquela que se arrasta por dias/semanas, após a eclosão de sua
causa básica. Diferencia-se da morte súbita ou instantânea (morte de efeito imediato instantâ-
neo) e da morte mediata (possibilitou a sobrevivência de algumas horas).
Letra b.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) I, II e III.
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Item I – CORRETO. Costuma-se referir como natural a morte que ocorre por doenças e pelo
processo de envelhecimento. As demais causas de morte são consideradas não naturais, uma
vez que resultam de fatores externos não relacionados com a curva de vida.
Item II – CORRETO. As mortes causadas pela ação de energias externas são chamadas de
violentas e podem-se provocadas por acidente, suicídio ou crime/homicídio.
Item III – CORRETO. A morte pode ser natural ou violenta. A morte é considerada suspeita sem-
pre que houver a possibilidade de não ter sido natural a sua causa. Os motivos da suspeição
podem decorrer tanto das circunstâncias do local, quanto de características do próprio cadáver.
Letra e.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) I, II e III.
Item I – CORRETO.
Item II – INCORRETO. A corificação é um fenômeno muito raro, descrito por Della Volta em
1985, sendo encontrado em cadáveres que foram acolhidos em urnas metálicas fechadas her-
meticamente, principalmente de zinco.
Item III – INCORRETO. O litopédio é o fenômeno da calcificação que ocorre nos fetos mortos e
retidos na cavidade uterina, também chamados de crianças de pedra.
Letra a.
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A maceração asséptica ocorre no feto morto retido dentro do útero. O feto fica macerado em
razão da presença de líquido amniótico. A decomposição se inicia em ambiente líquido. Ocorre
normalmente no 6º ao 9º mês de gestação, inicia-se com 8 horas de retenção e torna-se muito
visível com 24/48 horas de morte. Os principais sinais são o descolamento da epiderme; a
derme vermelha, brilhante e visível; e o sinal de Spalding (cavalgamento dos ossos do crânio).
Letra e.
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O espasmo cadavérico (Sinal de Kossu) é uma rigidez intensa, violenta e abrupta em todos os
grupos musculares ao mesmo tempo, o cadáver fixa a última posição da pessoa em vida.
Letra e.
Hipóstase ou livores cadavéricos: É a perda de sangue nas áreas mais baixas do corpo pela
ação da gravidade. Quando o sangue para de circular, ele vai acumular nas áreas mais baixas
do corpo em razão da gravidade. Também são chamadas de manchas de posição.
Letra e.
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d) Certa. A tendência do cadáver é equilibrar sua temperatura com a do ambiente à sua volta.
Porém, fatores como o ar, a umidade e a ventilação são meios que roubam calor, influenciando
no esfriamento do cadáver.
e) Errada. Pode-se aferir a cronotanatognose pela temperatura do cadáver. Leva-se em consi-
deração o esfriamento médio de 1,5ºC por hora.
Letra d.
A morte relativa é o estado em que ocorre parada efetiva e duradora das funções circulatórias,
respiratórias e nervosas, associada à cianose e palidez marmórea, sendo possível a reanima-
ção com manobras terapêutica.
Atenção! A morte relativa não se confunde com a morte intermediária, que é aquela que pre-
cede a absoluta e sucede à relativa. As experiências de quase morte são associadas à morte
intermediária.
Letra e.
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a) Certa. Após a morte, a temperatura do corpo cai em torno de 0,5ºC em cada uma das três
primeiras horas e, da quarta hora em diante, o decréscimo é de aproximadamente 1,0ºC, até
que a temperatura do corpo entre em equilíbrio com a temperatura do meio ambiente, cerca de
12 horas após a morte.
b) Errada. A rigidez cadavérica é oriunda da supressão de oxigênio nas células e acúmulo de
ácido lático. Inicia-se entre 1 e 3 horas após a morte, em condições de temperatura ambiente
usual. A rigidez começa na mandíbula e na nuca e progride no sentido craniocaudal, desapare-
cendo após 24 horas, eventualmente após 36 a 48 horas.
c) Certa. As manchas de hipóstase ou livores cadavéricos surgem nas partes em declive do
cadáver, em razão do efeito da gravidade. Surgem em média 2 a 3 horas depois da morte, fixan-
do-se definitivamente em torno das 12 horas post mortem.
d) Certa. A mancha verde abdominal é um fenômeno transformativo destrutivo, e ocorre em
na primeira fase da putrefação. A mancha verde inicia-se na fossa ilíaca direta, se estendendo
por todo o corpo.
e) Certa. A fase gasosa ou fase enfisematosa da putrefação ocorre com a ação dos gases no
interior do corpo e se caracteriza pela circulação póstuma de Brouardel, em que gases da putre-
fação se espalham no interior dos vasos sanguíneos, causando o efeito de “terias de aranha”.
Letra b.
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GABARITO
1. e 38. b
2. e 39. e
3. b 40. a
4. b 41. e
5. c 42. e
6. c 43. e
7. a 44. e
8. e 45. d
9. c 46. e
10. c 47. e
11. b 48. b
12. c 49. a
13. b 50. d
14. b
15. d
16. b
17. c
18. b
19. a
20. d
21. b
22. a
23. c
24. a
25. a
26. b
27. b
28. b
29. b
30. d
31. c
32. d
33. e
34. c
35. c
36. e
37. a
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Penal. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 14 jan 2021.
BRASIL. Código Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 14 jan 2021.
CROCE, Delton; CROCE JR., Delton. Manual de Medicina Legal. 8. Ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2012.
DOUGLAS, William; GRECO, Rogerio. Medicina Legal à luz do direito penal e do processual penal.
14. Ed. Niterói: Editora Impetus, 2019.
FERREIRA, Wilson Luiz Palermo. Medicina Legal. 5. Ed. Salvador, BA: Editora Juspodivm, 2020.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 11. Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2017.
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