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O EXAME NECROSCÓPICO E SUA

CONTRIBUIÇÃO PARA A ÁREA


CIENTÍFICA FORENSE
Publicado em 26 de May de 2015 por ADEMIR LUKE

O EXAME NECROSCÓPICO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ÁREA


CIENTÍFICA FORENSE

¹ Ademir Luke,  ² Leandro Valendorf

¹ Pós-graduando: Biólogo, Título de Especialista em Gestão Ambiental;


Farmacologia; Análises Clínicas. Estudante de Pós-Graduação em Ciências
Forenses – Unic Sinop Aeroporto.

E-mail: ademirluke@hotmail.com

² Orientador:  Perito Oficial Criminal, Judicial e Parecerista, Bacharel em


Administração, Teologia, Ciências Contábeis e Direito, professor da pós em
Ciências Forenses, Títulos de Especialista em Criminologia; Gestão Pública;
MBA Executivo em Gestão Empresarial; Ciências Forenses. Professor de
Ciências Forense Unic Sinop Aeroporto.

E-mail: Leandro_valendorf@yahoo.com.br

RESUMO:

O presente artigo procura demonstrar de forma clara e objetiva o conceito e a


importância das necropsias, através de análise de tipos de provas periciais
aceitas em nosso ordenamento jurídico e como ocorre sua formalização, a
autopsia é toda série de observações e intervenções efetuadas no cadáver
com o objetivo de esclarecer a sua morte, podendo ser oriunda de causas
naturais (patológica), de causas violentas ou suspeita de violência. A necropsia
tem se mostrado uma técnica fundamentalmente eficaz no entendimento das
causas de óbito, tanto na área médica, bem como na ajuda de elucidação da
causa e motivo de óbito na Perícia Médico-Legal.

PALAVRAS CHAVE: necropsia clínica, necropsia forense, autopsia.

ABSTRACT:

This article shows clearly and objectively the concept and the importance of
autopsies, using analysis of types of expert evidence accepted in our legal
system and how is its formalization, the autopsy is whole series of observations
and interventions made in the body with in order to clarify his death, may have
come from natural causes (pathological), of violent causes or suspected
violence.  The autopsy has shown to be an effective technique in understanding
the causes of death, both in the medical field and in helping to elucidate the
cause and death reason in the Medico-Legal Expertise.

KEYWORDS: Clinical autopsies, forensic autopsies, autopsy.

INTRODUÇÃO:

O exame Necroscópico vem sendo utilizado pelo homem desde tempos


remotos. A procura pelo entendimento das causas que geram a morte
estimulou o estudo fazendo com que se e procurasse identificar no cadáver a
causa mortis. O estudo de dissecação de cadáveres atualmente é conhecido
como Necroscopia, sendo uma importante ferramenta de investigação para
descoberta de patologias e causas que levaram á óbito. No âmbito da Justiça
Legal, tem sido usado para ajudar a entender o porquê e as causas que
levaram á morte, sendo indispensável em ciências criminais.

O Código de Processo Penal (artigo 162), determina que o exame


necroscópico ou cadavérico deva ser efetuado pelo menos 6 horas após o
óbito, para  evitar que o exame seja realizado com á vitima viva, como ocorre
na catalepsia ou outros estados letárgicos similares como a ingestão de
tóxicos. Porém, nem sempre é necessário o exame interno, bastando o exame
externo do cadáver, nos casos de morte violenta em que não houver infração
penal para apurar como é o caso da morte acidental. Considerada também
desnecessária, quando as lesões externas permitirem precisar a causa morte e
não houver exame interno para averiguar alguma circunstância que seja
relevante. Está previsto também que no artigo 169 do Código de Processo
Penal, que a autoridade providenciará para que não se altere o estado de
coisas no local onde houver sido praticada a infração até a chegada dos
peritos, que podem instruir seus laudos, necroscópicos ou quaisquer outros,
não só com fotografias, mas também com desenhos ou outros esquemas.

A exumação é realizada para comprovar laudos anteriores ou se surgirem


novas evidências com relação ao crime praticado. Para exumação, a
autoridade policial deve providenciar para que em dia e hora previamente
marcados, se realize a diligência na qual deve ser lavrado um auto
circunstanciado. O administrador do cemitério deve indicar o local da sepultura.
No caso de recusa ou falta de quem indique a sepultura, a autoridade deve
proceder às pesquisas necessárias. Havendo duvida sobre a identidade do
cadáver exumado, deve ser procedido a sua identificação, ou por assim dizer,
seu reconhecimento, pelo Instituto de Identificação. Os peritos deverão lançar
mão de impressões digitais, fotografias, radiografias, fichas dentarias, onde
será lavrado um auto de reconhecimento pelo Instituto de identificação.

 METODOLOGIA:

 O trabalho é uma revisão bibliográfica. Logo, a metodologia é constituída


essencialmente em uma coleta de dados. Esta pesquisa foi realizada
levantando dados  por meio de pesquisas documentais, livros publicados e por
pesquisas bibliográficas na internet. A metodologia utilizada na pesquisa se
caracterizou como uma descrição teórica a respeito do tema, a qual foi
alicerçada em autores que se reportam ao tema.

NECROPSIA

A partir do século XVIII os exames necroscópicos começaram a serem usados


para correlacionar as patologias e condições clínicas que levavam as pessoas
a óbito (AMAT, 2005). Porém, o exame Necroscópico está ligado diretamente á
história da anatomia humana na medicina, quando por volta de 4000 anos A.C.
foram descritos em livros de medicina em observação á carcaças de animais
mortos por caçadores (FINKBEINER, 2006). Desde então o estudo anatômico
foi evoluindo lentamente até os dias contemporâneos, tento recebido maior
ênfase nos últimos séculos.

Conceitos de Necropsia

A palavra necropsia se origina do grego nekrós, que significa morte,


e ópsis que significa vista, portanto, é um exame realizado após a morte de um
indivíduo. Terminologias como autópsia, do grego autos, que quer dizer “de si
próprio” e ópsis que significa “vista”, e tanatopsia, também do
grego tanatos: morte e ópsis: vista, são outras derivações da palavra com
significado semelhante. (FERNANDEZ et al, 2004; ESPINOSA, 2008).

A Necrópsia é uma série de observações e procedimentos organizados e


hierarquizados, realizados no cadáver com o objetivo de determinar o que
provocou a sua morte.

Há dois tipos de necropsia.  A necropsia clínica (anatomopatológica) que é


realizada por médico patologista e visa esclarecer a fisiopatologia e a
patogenia da doença e tem como principal finalidade estudar as alterações
morfológicas dos órgãos e tecidos com o objetivo de adquirir informações sobre
a causa de origem da patologia, complicações, abrangência e consequências
(ESPINOSA, 2008; GALLO & FERNANDEZ, 2003).  A necropsia fetal é o
exame necroscópico realizados em fetos que foram a óbito antes do
nascimento. É considerado um subtipo da autopsia clinica, sendo para a sua
realização considerado a viabilidade, critérios biológico e temporal. (GALLO &
FERNANDEZ, 2003).

Já a necropsia forense é realizada por um médico legista e tem como objetivo


esclarecer os mecanismos, tempo, efeitos e causas que levaram o indivíduo á
morte, se tornando um dos principais componentes na investigação criminal. As
circunstâncias que precederam e circundaram a morte, inspeção e coleta de
provas no local onde o corpo foi encontrado são incluídas neste processo
(FINKBEINER, 2006). De acordo com o Código de Processo Penal, no artigo
162, a autopsia médico-legal visa atender aos quesitos formulados no laudo de
exame cadavéricos tais como: Se houve morte; Qual foi a causa da morte;
Qual o instrumento ou meio que produziu a morte; Se foi produzida com o
emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso ou
cruel.

Técnicas de Necropsia

Na atualidade são utilizados diferentes métodos de necropsias que são


variações das técnicas de Virchow, Ghon, Letulle e Rokitansky.

Na técnica de Rokitansky, há retirada dos órgãos isoladamente logo após


terem sido dissecados, abertos e examinados no local e favorecem as
condições, geralmente necessárias, nos casos em que a autopsia autorizada é
parcial ou restritiva e o limite de tempo é escasso para a realização do
procedimento. (Manual de Necropsia).

No método de Virchow, os órgãos são retirados e examinados posteriormente


em laboratório. Este método é recomendado para mostrar as alterações de
cada órgão, porém a relação topográfica entre eles é prejudicada
(FINKBEINER, 2006).

A técnica de Ghon onde a retirada dos órgãos se realiza com monoblocos de


órgãos com função anatômica e funcional relacionados.  Na técnica de Letulle,
os órgãos das cavidades cervical, torácica e abdominal são retirados em
monobloco. (Manual de Necropsia). Os métodos de Ghon e Letulle preservam
as relações entre os órgãos e sistema linfático.

Necropsia Clínica e Necropsia Forense                                                     


A realização da necropsia pode ser qualificada em Necropsia Facultativa onde
se exige autorização prévia do representante legal da vítima e sua realização
deve ser realizada um por médico patologista (ALCÂNTARA, 2006), e
Necropsia Obrigatória, que não depende da autorização por se tratar de morte
como consequência de violência ou de suspeita e sua realização compete ao
médico legista; quando os óbitos são suspeitos de ter sido causado por
doenças infectocontagiosas, competem às autoridades sanitárias executarem o
exame cadavérico e tomar medidas que se fizerem necessárias à elucidação
do diagnóstico (Art. 13. Código Nac. de Saúde, Decreto nº 49.974-A de
21/01/61) (BECKER, 1977).

Necroscopia Clínica ou Autópsia

 Uma autopsia é um exame post-mortem, realizado por um médico que consiste em um


exame minucioso de um cadáver para determinar a causa e a forma da morte de um
indivíduo. A autopsia clínica é geralmente realizada em hospitais para determinar a causa
da morte de uma pessoa com propósito de investigação e estudo.

A autopsia é necessária para adquirir maior conhecimento de doenças


conhecidas como novas doenças que surgem e com isso beneficiar o melhor
atendimento aos pacientes. Também contribui como diagnóstico apontando
possíveis erros, causas e buscando suas correções para um eficaz controle de
qualidade de e de tratamento.  A realização de necropsias pode servir como
fonte de material de ensino e pesquisa para médicos residentes, alunos e
professores, contribuir para a elaboração de estatísticas precisas quanto às
mortes e patologias, reconhecer quadros de novas doenças e padrões de
lesão, revelar a eficácia do tratamento, esclarecer os casos sem diagnóstico
clínico firmado ou no quais a morte do paciente foi inesperada (FERNANDEZ,
2009). O médico legista que realiza a autópsia é geralmente um patologista.
Segundo Espinosa (2008) “a necropsia clínica é realizada por iniciativa dos
médicos que atenderam ao paciente, para esclarecer a natureza, a extensão e
as complicações da patologia e, como visto, é realizada por um patologista. O
patologista é um médico com formação específica trazendo no currículo três
anos de experiências dentro eles em sua maioria dedicada à realização de
autopsias”.

Segundo Leite (2014) “a necropsia clínica inicia-se pela inspeção externa ou


ectoscopia, verificando-se a identificação e revisando-se a autorização da
autopsia. São removidos todos os curativos, cateteres superficiais e periféricos,
preservando estruturas (tubos endotraqueais, sonda etc.). Estes devem ser
retirados após a confirmação de sua localização no interior do órgão. Na
ectoscopia relata-se o sexo, a idade, a altura, o peso, o diâmetro, e a cor das
pupilas, o comprimento e o aspecto do cabelo, a distribuição dos pelos, o
estado geral de nutrição e de arcada dentaria, a inspeção da pele, as incisões,
cicatrizes, tatuagens (se presente), as deformidades, e a presença de
fenômenos cadavéricos (rigidez e hipóstase). Além do mais, são inspecionados
todos os orifícios naturais (pavilhão auricular e o conduto auditivo externo,
cavidade naval, oral uretral e anal), na busca de alterações, bem como da
presença de secreções. Examina-se ainda a região cervical através da
apalpação na busca de nódulos, variações morfológicas na tireoide e da
traqueia. Em cadáveres do sexo feminino é feita a apalpação das mamas e das
regiões axilares, bem como o exame de genitália externa”.

Necroscopia Médico-Legal

 Como um objeto de exame, o material do corpo humano tem sido usado para ajudar á
elucidar crimes no âmbito legal e á descobrir novas patologias, que ajudam a melhorar o
diagnóstico e tratamento na área médica. Em ciências forenses, ajudam a descobrir de
quem era o corpo, á elucidar crimes, a forma, como ocorreu o óbito (FERNANDEZ et al.,
2004).

A Necropsia Médico Legal é um tipo de exame post-mortem ordenada ou autorizada por


autoridades governamentais ou legais em casos de mortes acidentais, assassinatos,
negligência ou suicídio repentino, para proteger e garantir a justiça. A autópsia médico-
legal pode revelar informações que serão valiosas para fazer justiça.

.O registro dos achados no cadáver é feitos normalmente através de fotografias. Coleta e


armazenamento de sangue, secreções e urina também são necessários em vários casos
para exames toxicológicos e bacteriológicos posteriores, caso haja necessidade de futuras
investigações (HERCULES, 2005).

O Perito (do latim peritus), significa aquele que sabe por experiência, hábil,
instruído, portanto, peritos são pessoas qualificadas ou experientes em certos
assuntos. Na área Médico-Legal é a quem incube a tarefa de esclarecer um
fato de interesse da justiça ou da medicina, quando solicitado (FRANÇA, 2004).

A formação profissional do médico patologista ou do perito médico-legal se dá


através de pós-graduação (especialização), conforme Decreto nº80. 281 de 05
de setembro de 1977, na Lei nº 6.932, de 07 de julho de 1981 e na resolução
CNE/CES nº 2 de 17 de maio de 2006, que estabelece os programas de
Residências Médicas credenciáveis pela Comissão Nacional de Residência
Médica. (Resolução CNE/CES).

Para o caso da Medicina Legal, a Comissão Nacional de Residência Médica


estabelece que o programa deva ser desenvolvido em Instituições que tenham
Programas de Residência Médica nas áreas de Clinica Médica, Cirurgia Geral,
Obstetrícia e Ginecologia, Pediatria, de comum acordo com os Institutos
Médicos Legais e com outros centros de treinamento.

Para o perito médico legista, muito embora a Comissão Nacional de Residência


Médica já tenha estabelecido um programa, esse não tem sido exigido devido a
poucos centros de formação no Brasil. Porém, as academias de polícias civis e
Institutos Médicos Legais, adotaram curso de formação previsto em editais
normativos. (Resolução CNE/CES).

Realização da Necropsia Forense

 A perícia se faz necessária no contexto Jurídico Legal por necessidade do Juiz ter de
julgar as mais diversas e complexas causas, necessitando do conhecimento de
especialistas e técnicos que realizem exames periciais.  Esses profissionais, por seus
conhecimentos, descrevem e afirmam os fatos tentando elucidar e auxiliar na tomada de
decisões no julgamento. A Necropsia Forense vem com o conhecimento do profissional
médico, ajudar na formulação do esclarecimento do óbito.

O artigo 162 do Código de Processo Penal e o Decreto-Lei nº 3.689/4


regulamentam a obrigatoriedade da necropsia forense, e pela resolução CFM
nº 1.290/89, amplia essas necropsias às mortes ditas suspeitas. (FRANÇA,
2004).

A necropsia forense é realizada por médico legista, e ou Técnico em


Necropsia, habilitados e aprovados por exame público.

Necropsia Externa do cadáver

Sua execução é realizada em duas fases: a inspeção externa que tem início
com o exame das vestes e todos os objetos que acompanham o cadáver
(GOMES & HERCULES, 2004).

No exame necroscópico externo o perito deve fazer descrições de


identificações e dos achados no cadáver para visar o esclarecimento da causa
mortis. Segundo Voelfert (2003) há necessidade de descrever:

 Elementos de identificação tais como sexo, cor, peso, altura, idade,


sinais particulares, estado nutricional;
 Sinais post-mortem como rigidez cadavérica, putrefação e livores;
 Na cabeça, examinar cabelo, nariz, orelha, olhos (diâmetro, tela viscosa,
manchas);
 No pescoço, examinar movimentos anormais (possíveis fraturas) e
manchas;
 No tórax procurar por tatuagens, forma e lesões;
 No abdômen, leões, tatuagens, cicatrizes e forma abdominal;
 No ânus procurar por sinais de violência (fissuras, lacerações,
espermatozoides), doenças;
 Na genital feminina: descrever a anatomia (pequenos e grandes lábios,
hímen), sangue vaginal, corrimento, espermatozoides; no homem, bolsa
escrotal, escoriações e doenças;
 Nos membros inferiores, superiores e região dorsal, procurar por
tatuagens, lesões e deformidades.

Necropsia Interna do cadáver

 Na inspeção interna segundo, as incisões, a remoção dos órgãos, os planos e linhas de
secção dos órgãos e ao modo de examina-los. A técnica forense empregada vai depender
de fatores em que se encontra o cadáver. Normalmente em corpos embalsamados, utiliza-
se a técnica de Letulle. Para exames de abertura da cavidade craniana e raqui-medular se
faz uso da técnica de Virchow. Outras técnicas utilizadas são as de Rokitansky e Ghon
(ALCÂNTARA, 2006).

Na necropsia interna, a incisão para a abertura da cavidade torácica e


abdominal mais utilizada é a biacrômio-esterno-pubiana em forma de Y. Tem
inicio nos ombros, na altura do acrômio de cada escápula e se estende pela
linha média do manúbrio de esterno até a sínfise púbica. Realiza-se a medição
do panículo adiposo no tórax e no abdômen na altura do mamilo e da cicatriz
umbilical (Autopsy manual chapter 2).

Com a cavidade torácica exposta, em seguimento, examina-se:

 Na cavidade craniana, examinar os retalhos, abrir a calota e verificar as


meninges, fraturas e encéfalo. Examinar os ventrículos. Procurar por
hemorragias e edemas;
 A cavidade raquidiana é sempre aberta após a abertura da cavidade
craniana e procura-se por fraturas, lesão medular, infiltrações
sanguíneas;
 Os órgãos do pescoço devem ser retirados junto com a língua.
Pesquisar se há infiltrações de sangue, fraturas (hioide e cartilagens);
 Na cavidade tóraco-abdominal, é feito uma incisão mento pubiana,
retirando o plastrão condro-esternal. É feito descrição de cada órgão e
cavidade em particular, e líquidos com volume aproximado. Quanto aos
órgãos, é feito um exame preliminar da cor, forma e a consistência. Na
área cardíaca, é examinada detalhadamente os vasos da base do
coração, desfazem-se aderências existentes entre os pulmões e a
parede.
 Sangue e urina são retirados para exames posteriores no caso de
suspeita de envenenamento, drogas e álcool. O estomago e seu
conteúdo, fragmentos do fígado, rim, coração e encéfalo, são colhidos
no caso de suspeita de envenenamento. Para Leite (2014), “em certas
ocasiões é necessário colher materiais como sangue, urina, conteúdo
estomacal, esperma, liquido vaginal, resíduos sub-ungueais e pelos,
para a realização de exames como alcoolemia, toxicologia, gravidez,
DNA”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o conceito mais amplo de necropsia, esta deve ser vista como
uma fonte multidisciplinar de conhecimento quer no âmbito médico-legal ou
anátomo-clinico. Em sua origem a necropsia revela ter sido o berço da
anatomia e medicina, cujo êxito profissional por notório saber em anatomia e
dissecação de cadáveres.

Na atualidade a anatomia, a dissecação e a patologia não têm o seu devido


valor reconhecido na medicina moderna. Há de se pensar que a função da
necropsia não se restringe apenas ao diagnóstico da morte ou padrões de
doenças, mas engloba perspectivas futuras para avanço da medicina
influenciando programas de saúde e de investigação epidemiológica, bem
como em apoio à “Justiça Legal”, em casos de suspeita de homicídio ou morte
violenta, necessitando assim retomar o seu papel primordial de ciência médica
quer na esfera da anatomia patológica ou médico-legal.

Entretanto o médico legista, o patologista e o técnico em necropsia não podem


deixar de considerar o trauma que representa a necropsia para os familiares do
morto, e a eles toda atenção e respeito devem ser dados, incluindo a
preocupação de não mutilar o cadáver.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- ALCÂNTARA, H. R. Pericia médica judicial. Atualizadores Genival Veloso de


França (coordenador)... [et al.]. 2º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2006. P 251-312.

 2- AMAT, José. H. M. El futuro de La Autopsia. REA, La Habana, EJAutopsy, 2005. P. 3-


10.
 3- Autopsy manual chapter 2. Technique of the Autopsy. Department of The Army
Technical Manual AFIP. July 1960.

 4- BECKER, P. F. L. Manual de patologia cirúrgica. São Paulo: Guanabara Koogan. 1977.
P. 76-149

 5- CPP - Art. 162 - Do exame do corpo de delito, e das perícias em geral. Conteúdo
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<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=3.5065&seo=1>. Acesso
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 6- ESPINOSA, Benjamin. G. Generalidades sobre las autopsias, REA: EJ Autopsy, p4-18,
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 7- FERNÁNDEZ, Fidel. F. GALLO, ÁNGEL. E. FERNÁNDEZ, Marta M. & MERINO, Isabel.
G. Objetivos e indicadores de La autopsia clínica. Revista Eletrônica de Medicina
Intensiva, Arículo especial nº 11. Vol. 4 nº1 Enero 2004. Disponível em:
http://remi.uninet.edu/2004/01/REMIA011.htm  Acesso em: 20 de abril de 2015. 21:50

 8- FINKBEINER, W. E. URSELL, P. C. & DAVIS, R. L. Autopsia em patologia Atlas e


Texto. São Paulo: Roca, 2006.

 9- FRANÇA, G. V. Medicina Legal 7. Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2004. P
327-404.

 10- GALLO, Angel E & FERNÁNDEZ, Fidel. F. La autopsia clínica em la web. Aspectos
generales. Ver. Esp. Patol., Vol. 36 nº3 P. 267-282. 2003. Disponível em:
<http://www.patologia.es/volumen36-num3/36-3n04.htm> Acesso em: 21 abril de 2015.

 11- GOMES, H. Medicina legal/ Hélio Gomes [atualizador: Hercules]. 33 Ed. Rio de
Janeiro. Freitas Bastos, 2004. P.79-103.

 12- HERCULES, H. C. Medicina Legal texto e Atlas. São Paulo: Atheneu, 2005. P.103-
105.

 13- LEITE, Dinaldo de Lima. Autópsia Clínica e Autópsia Forense Semelhanças e


Divergências. Especialista em Biociências Forenses. Instituto de Estudos Farmacêuticos,
IFAR - Universidade Católica do Goiás, UCG, Brasil, 2011. Disponível
em: http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE
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 14- Manual de Necropsia –UFF. Disponível em: http:


http://www.ufrgs.br/cdpa/images/documentos/manual_de_necropsia.pdf  Acesso em 18 de
maio de 2015.
 15- MATEOS, Felix. P. A, FERNÁNDEZ, Fidel. A. F. FERNÁNDEZ, Marta M. M. ROMAN,
Javier. G. & BERNAL, José. F. 2009. La autopsia clínica, REA, Santander, EJAutopsy, nº 7
. P.3-12.

16- VOLFERT, A.J.T. Introdução á Medicina Legal. Canoas: Ed. Ulbra, 2003. P 76-78.

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