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1. INTRODUÇÃO
A palavra tanatologia advém do grego tanathos que quer dizer morte e logus,
estudo. “Morte” provém do latim mors, mortis, advindos de mori (morrer). O campo de
atuação da Tanatologia compreende as causas da morte, as circunstâncias em que
ocorreu, os fenômenos cadavéricos, e as repercussões jurídico-sociais.
Entende-se por morte a cessação total e permanente das funções vitais, de forma
assíncrona, ou seja, é um processo de velocidade variável e não um fenômeno isolado e
instantâneo. Nem todas as células morrem ao mesmo tempo, o que dá origem a uma
série de questões de ordem ética, médica e legal. Do ponto de vista jurídico, é a extinção
do sujeito de direito.
Segundo o Código Civil (CC), pode ser declarada a morte presumida se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida ou se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra, por exemplo.
b) Ausência de respiração;
Individualmente, esses sinais não têm valor absoluto, apenas insinuam a morte.
Livores são manchas cutâneas; hypo, do grego em baixo, e estase, parado. Como
a pressão nos vasos após a morte é zero, o sangue contido dentro dos vasos sanguíneos
se deposita nas partes mais baixas do cadáver por ação da gravidade, exceto nas regiões
comprimidas ou de apoio uma vez que nessas áreas os vasos estão fechados.
As hipóstases surgem de trinta minutos a três horas após a morte e se fixam nos
tecidos após, aproximadamente, 8 (oito) a 12 (doze) horas. Têm coloração azul-violácea
ou vinhosa, podendo variar do róseo claro (intoxicação por monóxido de carbono ou
cianeto) ao roxo enegrecido, dependendo da causa mortis.
Os pontos da pele que se encontram pressionados pelo solo ou por objetos, tais
como marcas do piso, pedras, uma arma ou qualquer outro objeto, não permite a
formação dos livores, formando, por contraste, desenhos onde se pode claramente
identificar estes objetos. Uma arma de fogo, por exemplo, que fora, indevidamente,
removida do local, pode se encontrar desenhada na região das hipóstases cadavéricas,
sem que o responsável por esta ação se dê conta disso.
Seu valor médico legal: avaliação do tempo da morte (fixação em oito a doze
horas), identificação da posição primitiva do corpo (dá indícios de adulteração da cena do
crime) e diagnóstico da causa da morte (variação da coloração das hipóstases).
Eletrocussão / eletroplessão;
Robustez física.
3.1- AUTÓLISE: consiste na destruição das células (desintegração tissular) pelas próprias
proteínas (enzimas proteolíticas) que produzem, promovendo ação digestiva (lisossomos)
em virtude da liberação das mesmas pela ação lesiva do ácido lático (acidificação dos
tecidos – queda do pH).
Parto pós mortem – eliminação do feto morto, quando houver gravidez, por
compressão do útero pelos gases;
3ª FASE – COLIQUATIVA:
4ª FASE – DE ESQUELETIZAÇÃO:
3.3- MACERAÇÃO
Ocorre nos corpos mantidos submersos. É chamada séptica (com germes) quando
e meio líquido contaminado e de asséptica (sem germes) no caso de feto morto retido no
útero materno a partir do quinto mês.
Decomposição das gorduras, por hidrólise, formando glicerina e ácido graxo, que,
em seguida reagem com um álcali, formando sais de ácido graxo (sabão), cujo efeito
bactericida paralisa o processo da putrefação. A saponificação cadavérica ocorre quando
o corpo permanece por longo tempo em meio líquido ou é inumado em terreno úmido,
argiloso e sem ventilação.
4.2- MUMIFICAÇÃO
Infiltração dos tecidos do cadáver por sais de cálcio, gerando aparência pétrea.
Fenômeno extremamente raro, que ocorre principalmente com embriões ou fetos mortos
retidos no útero (abaixo do quinto mês de gestação). Esse feto calcificado é chamado
litopédio (“criança de pedra”).
4.4- CORIFICAÇÃO
Livores hipostáticos: surgem na primeira hora após o óbito, mas apenas se tornam
evidentes entre a segunda e a terceira hora. Podem ser modificadas pela ação da
gravidade, até tornarem-se fixos, após um período de seis a 15 horas;
Volume de líquido intraocular: perda de cerca de 0,02ml a cada hora, após corrida
a morte, num limite de 24 horas;
Nível de potássio no humor vítreo: nas primeiras 12 horas após o óbito, aumenta
progressivamente, em média em 120%, variando entre 4,7mEq K/L e 10,4 mEq
K/L, aproximadamente;
Conteúdo gástrico: quando exibe alimentos não digeridos, pode-se inferir que
alguma refeição foi realizada nas últimas horas antes do óbito. Dependendo do tipo
de alimento, o tempo de permanência no estômago do indivíduo vivo pode variar
entre uma e cinco horas. Desde que conhecidos os hábitos alimentares da vítima
ou o horário da sua última refeição, e
As lesões in vita são aquelas que têm sinais de reação vital do organismo,
apresentam:
secreção);
As lesões produzidas após a morte não apresentam reação vital, podendo ser
causadas por queda acidental ou arrastamento do cadáver.
b) Prova histológica: consiste no exame dos tecidos, com técnicas próprias através da
retirada, fixação, montagem e coloração para posterior análise anatomopatológica.
horas entre o óbito e a necropsia, salvo se o perito, pela evidência dos sinais de morte,
julgar que possa ser feita antes daquele prazo. Não existe limite para sua duração.
Pode ser solicitada por autoridade judiciária, por autoridade policial ou pelo
Ministério Público. Deve ser realizado em local apropriado, com instrumental, pessoal
auxiliar, exames complementares e recursos para documentação fotográfica e
radiográfica.
Após a necropsia, o médico legista deve, sem sair de sua postura científica, redigir
o laudo do exame.
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Ib.: Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o
simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. A rt. 164 - Os
cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
______________________________________________________________ Marcelo Ayan – Médico Legista _______________________________________________________
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MEDICINA LEGAL Tanatologia Forense
defesa (afasta o elemento surpresa), lesões que denotam luta (equimoses e escoriações
nas partes expostas do corpo), resíduos de pólvora nas mãos da vítima; sinais de
manipulação do cadáver (manchas de hipóstase no lado oposto ao esperado pela posição
do corpo, ausência de rigidez nos braços, quando ainda presente na nuca e membros
inferiores).
Reação vital: determinar se uma lesão foi feita antes ou após a morte pode ser
difícil nas proximidades do evento letal (pouco antes ou pouco depois). Esse intervalo é
chamado de período de incerteza (Tourdes).
O terceiro: foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou por
O quarto: se a vítima é menor de 14 anos e/ou teve outro motivo que diminuísse
sua capacidade de defesa?
b) Inumação com necropsia: a necropsia está indicada de forma obrigatória nos casos
de morte violenta (homicídio, suicídio e acidente) ou suspeita. Nos casos de morte
natural temos ainda a indicação clínica de necropsia para aquelas situações em
que há dúvida ou interesse científico no diagnóstico da morte, devendo ser
assinado um termo de permissão dos familiares ou responsáveis para a execução
do procedimento;
10. EXUMAÇÃO
Do latim ex, para fora + húmus, solo, terra é o ato de retirar da sepultura o cadáver
humano ou seus restos mortais. É o ato de desenterrar um cadáver a fim de submetê-lo,
em geral, a uma segunda necropsia (necropsia pós-exumação). É importante o fato de
que quanto mais se processa a decomposição do cadáver, menos elucidativo e mais
difícil é o exame necroscópico.
Referências Bibliográficas
3. GRECO, Rogério e cols. Medicina Legal à Luz do Direito Penal e do Direito Processual
Penal, editora Impetus, 2009
5. ROBERTO, Eduardo; DEL-CAMPO, Alcântara. Curso & Concurso – Medicina Legal II,
editora Saraiva, 2009
7. VAZ, Márcia; BENFICA, F.S. Medicina Legal, editora livraria do advogado, 2008