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Conceito de morte:
Morte celular – ocorre a cessação dos fenômenos vitais celulares, por ação de
agentes patogênicos ou fisiológicos. Pode ocorrer isoladamente ou em grupo
(necrose), nesse caso dependendo da extensão e da localização da necrose pode
ocorrer apenas uma cicatriz, ou a insuficiência funcional, ou a morte de um
organismo como um todo.
Morte do corpo – o corpo é composto por células, que formam tecidos, que
constituem órgãos, que integram aparelhos e sistemas. Cada segmento tem
funções. O corpo pode sobreviver sem algumas de suas funções. Há funções vitais,
que não podem ser suprimidas, sem que resultem na morte do indivíduo. Podemos
citar a respiração e a circulação.
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Diagnóstico de morte – parada irreversível da respiração e da circulação ou
quando seja necessário diagnosticar a morte cerebral, afastando a possibilidade de
uma morte aparente. São preconizados testes para demonstrar a ausência das
funções cerebrais, ou parada cardíaca e respiratória.
Morte Aparente – Thoinot (1913) define como sendo um estado transitório em que
as funções vitais são “aparentemente” abolidas, em conseqüência de uma doença,
de um estado mórbido, acidentes, abuso de drogas depressoras do SNC que simula
a morte. Ocorre a queda da temperatura corpórea, rebaixamento das funções cárdio
respiratórias que oferecem ao simples exame clínico a aparência da morte.
Ex. Sabe-se que a morte não foi natural, mas não é possível classificar qual
das três formas de morte violenta ocorreu.
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Necessidade da realização das necropsias forenses – oferecer o diagnóstico da
causa jurídica da morte (se é natural ou violenta). Mesmo nos casos em que restam
poucas dúvidas, tem de ser feitas obrigatoriamente, e por peritos oficiais, por
determinação do CPP. Não é atribuição do médico legista estabelecer o diagnóstico.
Uma causa jurídica pode corresponder a várias causas médicas e que uma
causa médica pode ser provocada por qualquer causa jurídica. Ex. Pode-se morrer
assassinado com um tiro no coração, pulmão, pela ação de outros instrumentos, ou,
ainda, envenenado. Pode-se morrer assassinado, ou de forma acidental, como
também, tratar-se de um suicídio.
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TANATOGNOSE
Outros sinais:
PERDA DA CONSCIÊNCIA;
IMOBILIDADE,
INSENSIBILIDADE,
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Ausência de circulação
Provas:
Magnus: torniquete ao redor do dedo, se houver circulação, a parte distal
fica arroxeada e congesta.
Hallun: gota de éter na conjuntiva, se vivo: congestão
Rebouillat: injeção de éter no subcutâneo, se morte o éter reflui para a
pele, se vivo absorve com reação inflamatória
Icard: injeção de endovenosa ou intramuscular de fluoresceína: coloração
verde esmeralda na esclerótica
Fluoresceína: quando há circulação, esta se espalha com tonalidade
amarela na pele.
Fundo de Olho: desaparecimento da papila e das artérias retinianas;
mudança da cor da coroide (avermelhado para cinza amarelado)
Compressão do globo ocular: desaparecimento do desenho arterial
Ausência de respiração
Provas:
Winslow: movimentos mínimos das costelas
Espelho na narina e boca
Ausculta
HIPÓSTASE – devido à ação da gravidade, o sangue que não mais circula ocupa
as posições mais baixas do corpo. A localização da hipóstase depende da posição
do cadáver. Inicia-se precocemente, após aproximadamente 10 minutos após a
morte. Cerca de duas a três horas já é bem visível e sua fixação se dá entre oito e
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onze horas. Depois da fixação, a sua posição pode revelar se houve deslocamento
do cadáver.
Fenômenos Oculares
Tela Viscosa - Sinal de Stenon-Louis
Película que substitui o brilho da córnea, constituída por líquido
transudato e corpusculos de poeira
Opacificação da córnea
Córnea opaca e leitosa (após 10-12 horas não é possível
realizar exame de fundo de olho)
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Mancha Negra Esclerótica: Sommer e Larcher
Modificação que ocorre quando os olhos permanecem
entreabertos após a morte
Surge inicialmente na metade temporal, de coloração
amarelada, passando para azulada e negra, aumentado de
tamanho. Enquanto cresce na metade temporal, surge na
metade nasal.
Aparece 1-3 horas, tornando-se negra em 6 horas (condições
de evaporação intensa)
Hipotensão do globo ocular – Depressão do globo ocular
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Não fixos: com a mudança da posição do cadáver, os livores se
deslocam. Comprime-se o local com objeto rígido, se ficar claro, os
livores não estão fixos.
Fixação dos livores: atualmente acredita-se que ocorra devido ao
extravasamento do plasma para o tecido, deixando as hemácias
aglomeradas, impendido seu deslocamento.
Acomete também vísceras
Coloração da hipóstase
Monóxido de carbono: vermelho carmim (carboxihemoglobina –
coloração veremelho cereja); quando há 30% de
carboxihemoglobina
Cianeto e fluoroacetato: vermelho intenso vivo (oxihemoglobina)
Asfixia: arroxeado escura
Nitrobenzenos, anilinas, clorados, nitratos: pardo-avermelhados
(metahemoglobina)
Cadáveres em ambientes frios: vermelho mais claros (retenção do
oxigênio, falta de dissociação da hemoglobina ou maior pressão de
difusão de oxigênio).
Morte por anemia aguda: pálidos, quase imperceptíveis. Indivíduos da
cor negra: não reconhecíveis.
Tempo de morte
Trabalho em 430 corpos (Suzutani)
Fixação – 6-12 horas em 30%
12-24 horas em 50%
1-3 dias em 70%
Knight
Livores iniciam de 30 minutos a 4 horas
Maximo com 12 horas
Persistem até a putrefação
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França: Início da hipóstase em 2 a 3 horas após a morte
Rigidez Cadavérica
Falta de oxigênio.
↓
Diminuição da recomposição de ATP
↓
Depende apenas da via anaeróbica, com acumulo de
acido láctico e acidificação
↓
Complexos actino-miosina não se desfazem
↓
Músculos enrijecidos
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FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS
DESTRUTIVOS –
C) Putrefação
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Causa mortis e constituição do indivíduo.
Períodos da Putrefação
Mumificação – pode ser total ou parcial. Ocorre quando o cadáver está exposto em
ambiente seco, quente e bem ventilado. A desidratação é rápida e não umidade
adequada para o desenvolvimento das bactérias de putrefação. O corpo apresenta
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peso reduzido em até 70%, com pele apergaminhada, de coloração cinza
escurecida, endurecida, assemelhando a couro curtido.
NECROSCOPIA
A - inspeção externa – exame das vestes (cor, forma manchas, inscrições, ...), dos
objetos que acompanham o cadáver. Após a remoção das vestes passa a descrever
as características identificatórias (sexo, cor, estatura, idade aproximada, biótipo,
sinais característicos, impressões digitais), os sinais de morte observados e
descrição detalhada de cada parte do corpo (cabeça, pescoço, abdômen, membros,
órgãos genitais) descrevendo os sinais de violência que porventura encontrar.
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B – inspeção interna – pesquisa nas cavidades tóraco-abdominal, cavidade
craniana, pescoço;canal raquidiano e medula.
1º Houve morte?
Dispositivos legais:
Art. 162: A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feitas
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
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