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N° 90 - Fevereiro 2020

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Revistapodologia.com n° 90
Fe ve r e i r o 2 0 2 0

Diretor
Alberto Grillo
revista@revistapodologia.com

ÍNDICE
Pag.

5 -La enfermedad de Alzheimer:


Una aproximación desde la Podología.
Podólogo Álvaro Carmona López. Espanha.
12 - A importância de uma avaliação qualificada realizada pelo
podólogo: Relato de caso de Melanoma Lentiginoso Acral.
Enfermera y Podóloga Clemilda Aguiar dos Santos Silva y
Podóloga Lucimélia Queiroz. Brasil.
15 - Algumas podopatías podológicas. A causa de dor e
desconforto para os pés.
Podóloga Aline Menegat. Brasil.

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do material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.
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Doença de Alzheimer: uma Aproximação desde a Podologia.
Podólogo Álvaro Carmona López - Espanha.

Resumo alguns anos, essa situação mudou drasticamente


e hoje nosso país está no topo (Espanha). A tran-
A doença de Alzheimer tornou-se um problema sição demográfica espanhola foi produzida com
nos últimos anos, com grandes e óbvias conse- retraso em comparação com a Europa, mas de
quências a nível social e sanitário. Intimamente forma acelerada. Nesta década, o envelhecimen-
ligada ao envelhecimento da população e seu to acelerará ainda mais, com a aposentadoria
aumento exponencial, é uma das grandes incóg- das gerações do “baby boom” nascidas nas déca-
nitas do nosso tempo. Existem inúmeros estudos das de sessenta e setenta do século passado. Em
e projetos que estão sendo realizados para deci- termos demográficos, esse cenário parece difícil
frar seu desenvolvimento e, é claro, sua cura. de corrigir, pois o comportamento natural da
Queríamos começar com esta pequena aproxi- população espanhola é muito restritivo e nos pró-
mação em uma Unidade Diurna de Demência ximos anos a capacidade de entrada da jovem
Senil, a primeira das etapas para saber como a população estrangeira será seriamente questio-
doença de Alzheimer afeta os pés e, assim, tra- nada devido a razões econômicas, barreiras
balhar nos mecanismos de prevenção e trata- comunitárias e dificuldades de integração sócio-
mento que melhoram a qualidade de vida e a política. O aumento da longevidade da sociedade
independência dessas pessoas. levará a um aumento nos custos sociais, princi-
palmente devido ao aumento na quarta idade o
Palavras-chave: Doença de Alzheimer, maiores de oitenta anos. (1)
Podólogo, Envelhecimento Ativo, Problemas nos A população espanhola continua um processo
Pés, Qualidade de Vida. progressivo de envelhecimento: a expectativa de
vida ao nascer mantém o crescimento sustenta-
Alzheimer's disease has become in recent years a do das últimas décadas e, em 2011, é de 82,1
problem with large and obvious consequences to anos (0,2 anos a mais que em 2010). na
health and social level. Closely related to the aging Espanha, são 82,1 anos em 2011, sendo mais
of the population and its exponential increase, is one velho para mulheres (85,0 anos) do que para
of the great mysteries of our time. Numerous studies homens (79,1 anos) e a idade média dos espan-
and projects are underway to decipher its develop- hóis é de 41,4 anos em 2011, 8,2 anos a mais
ment and of course, healing. We wanted, start with em média do que em 1975. (2)
this small unit approach in Senile Dementia Day, the
first of the steps to learn how Alzheimer's affects the No momento, a população acima de 64 anos
feet and thus able to work on prevention and treat- em nosso país é de 17,6%. Desses 8,1 milhões,
ment mechanisms that improve the quality of life 57,3% são mulheres. O maior crescimento popu-
and independence of these people. lacional estaria concentrado nas idades avança-
das. As tendências demográficas atuais levariam
Key Words: Alzheimer's disease, Podiatrist, Active a Espanha a perder um décimo de sua população
Ageing, Foot problems, Quality of life. em 40 anos. Especificamente, em 2052, a faixa
etária das pessoas com mais de 64 anos aumen-
Não fazem velhos os anos, taria 7,2 milhões de pessoas (89%) e constituiria
mas sim outros danos. 37% da população total da Espanha. (3)
Ditado popular.
2. Doença de Alzheimer
1. O envelhecimento da população
A doença de Alzheimer é uma doença neuroló-
Em 1987, a Espanha gozou junto com a Irlanda gica que causa degeneração progressiva do cére-
a menor taxa de envelhecimento na Europa. Em bro com comprometimento da memória, razão,
www.revistapodologia.com 5
comportamento e emoções. Descrito por Alois 3. O papel do podólogo
Alzheimer no início do século XX, entre seus mui-
tos sintomas, devemos destacar a perda de A doença de Alzheimer afeta os membros infe-
memória, a dificuldade em encontrar as palavras riores. O aparecimento de edema nas pernas é
certas ou entender o que os outros estão falando, frequente. Em certos estágios da doença, o
a dificuldade em realizar tarefas rotineiras habi- paciente caminha arrastando os pés e pode oco-
tuais e mudanças de humor e de personalidade rrer um envolvimento grave do sistema circulató-
rio, nervoso e linfático.
Na Espanha, a doença afeta cerca de 800.000 Se falamos diretamente sobre o relacionamen-
pessoas, com algumas (200.000 não diagnosti- to que ele tem com os pés, a diminuição da sen-
cadas), o que representa 1,36% da população. sibilidade vibracional aparece. Além disso, as
77% são mulheres e 13% homens. Afeta 6% das quedas são a principal causa de lesão nesse tipo
pessoas com mais de 65 anos e 4 de 10 com de paciente. A perda da capacidade ambulatorial
mais de 85 anos. Se a linha de incidência atual é o início de uma deterioração progressiva do
continuar, o número ultrapassará 1,5 milhão em estado de saúde e da mobilidade funcional. (8)
2050. Mais de três milhões de pessoas são afe-
tadas pela doença, incluindo pacientes, familia- A comunicação é a base do tratamento. Uma
res e cuidadores. Os pacientes com Alzheimer das principais dificuldades na avaliação dos
vivem rotineiramente em casa e são atendidos limiares e tolerância à dor nesses pacientes é a
por suas famílias, principalmente suas filhas, possibilidade de comunicação com eles. A tole-
com idades entre 45 e 55 anos, casadas e com rância à dor aumenta proporcionalmente à gravi-
filhos, que passam cerca de 732 horas por mês dade da doença. Dor e analgesia constituem
nessa tarefa (8 vezes mais que um cuidador). fenômenos complexos, onde nocicepção, vigilân-
profissional). 4) cia, cognição e emoções intervêm juntas para
gerar a experiência analgésica ou dolorosa glo-
Estima-se que existam cerca de 24 milhões de bal. (9)
pessoas com Alzheimer em todo o mundo e que
esse número chegue a 81 milhões em 2040. Esse Existem algumas referências na literatura que
aumento ocorrerá principalmente em áreas de falam sobre a importância da podologia em
rápido crescimento populacional e densamente pacientes que sofrem de Alzheimer.
povoadas, como China, Índia e América do Sul.
(5) Vicente Fernández, em "Alzheimer: um século
A cada sete segundos, um novo caso de demên- de esperança" (10) escreve:
cia surge no mundo. A "prevalência" de uma doen- “Não vamos esquecer de monitorar a condição dos
ça depende de sua incidência (ou seja, o número seus pés. É conveniente que, se a idade afetou nas
de novos casos por ano e a vida útil do paciente). plantas, leve o podólogo com alguma frequência. As
A prevalência das demências, independentemen- lesões impedem a deambulação com facilidade e
te da etiologia, aumenta exponencialmente entre complicam o ritmo da marcha nessas pessoas com
65 e 85 anos e se multiplica por 2 a cada 5 anos, tendência à instabilidade e rigidez corporal. E isso é
chegando a 20% para maiores de 80 anos e 25% melhor feito por um profissional, porque é muito fácil
para maiores de 85 anos , ou seja, uma em cada machucá-lo em locais onde eles demoram muito
quatro pessoas. (6) para curar.”

No último relatório publicado pelo Instituto Marcela Feria, em “Alzheimer: Uma experiência
Nacional de Estatística (INE-Espanha), o grupo humana” (11) reflete sobre os cuidados com os
que registrou o maior aumento de óbitos em pés: “Inspeção dos pés em busca de pés inchados
2011 em termos relativos foi o de doenças do ou bolhas. Evite o inchaço mantendo em alto e ins-
sistema nervoso (5,0%) que foram a quarta pecione o calçado como fator de risco.”
causa de morte mais frequente. A principal doen-
ça desse grupo é a doença de Alzheimer, que María Román, no “Manual do Cuidador de
causou 11.907 mortes, o que já é o dobro do Doentes com Alzheimer” (12), argumenta a
número de mortes em 2000. O aumento da mor- necessidade de cuidar dos pés diariamente
talidade feminina em doenças do sistema nervo- (observação, lavagem e secagem, hidratação). O
so (taxa de 53,0 em mulheres e 34,5 em uso de meias de fibra natural. Ela faz uma men-
homens), bem como em transtornos mentais ção especial ao corte das unhas: "As unhas dos
(42,9 versus 23,0). Entre o primeiro grupo, pre- pés serão cortadas retas e, em seguida, se limarão
dominam os mortos pela doença de Alzheimer e, as pontas deixadas os lados para impedir que
no segundo grupo, os decorrentes de outras machuquem o dedo próximo a eles".
demências (vascular, senil, etc.). (7)
www.revistapodologia.com 6
Domingo Palácios, em “Cadernos práticos Em elas se informavam os cuidados básicos
sobre a doença de Alzheimer e outras demên- com os pés, os principais problemas que afetam
cias. Resposta a problemas de enfermagem”. os idosos e as características dos cuidados podo-
(13), esclarece os cuidados básicos, fornecendo lógicos que seriam realizados dentro deste pro-
medidas preventivas para alcançar a manutenção grama, divulgando as funções e características
ideal do estado de saúde: “Aproveitaremos a lava- do podólogo.
gem para avaliar a condição da pele da pessoa -
principalmente na área dos calcanhares-, evite o 4. Estudo
aparecimento de úlceras e promova o fluxo sanguí-
neo massageando a pele. Existem pessoas que, 4.1 Metodologia
devido à doença, têm maior probabilidade de ter
problemas nos pés, como pacientes diabéticos. Este estudo foi realizado no Centro de Estancia
Nestes casos, faremos um cuidado mais profundo Diurna ARAPADES (Associação Ruteña de
com os pés e, às vezes, a ajuda do podólogo será Atenção a Pessoas com Demência Senil), na cida-
essencial para cuidar bem deles”. de de Rute, em Córdoba. Durante um período de
9 meses (Fevereiro a Novembro de 2012), foi
A interação com outros profissionais é uma rea- estabelecido um Serviço de Podologia, com uma
lidade cada vez mais consolidada em nosso subvenção concedida pela União Europeia.
ambiente. Os pacientes precisam que a integra-
ção dos cuidados com os pés em seu ambiente Foram estudadas 20 pessoas, o número total
seja rápida e especialmente bem feita. de idosos que frequentam o Centro diariamente.
Para isso, a criação de Programas de Um relatório sobre o estudo foi enviado aos seus
Promoção da Saúde é uma arma fundamental, familiares (tutores), uma vez que a aceitação foi
combinada com a ação cotidiana em consulta e recebida e com a colaboração do pessoal de
centros onde a profissão é exercida legalmente. saúde residente (enfermeira e fisioterapeuta) jun-
Os componentes básicos de uma equipe de cui- tamente com a gerência (psicóloga), foi prepara-
dados geriátricos incluem o geriatra, o enfermei- da uma ficha de coleta de dados entre eles,
ro especialista, o psicólogo e o assistente social, idade, sexo, antecedentes gerais, assistência a
com o apoio de outros profissionais, incluindo o dependências (SIM ou NÃO), tempo de perma-
fisioterapeuta, o podólogo, o nutricionista, o nência no centro, assistência (SIM ou Não) e fre-
estomatologista, etc. (14) quência (se houver) de assistência ao podólogo
antes da incorporação do Serviço ao Centro, ter-
Embora saibamos, pelas estatísticas, que mais minando com os Problemas e Alterações nos
de 84% das pessoas, com mais de 65 anos de pés.
idade, sofrem de alguma doença crônica, profis-
sionais de saúde, enfermeiras, podólogos, fisiote- 5. Resultados
rapeutas, médicos de família, geriatras ... e
outros especialistas, têm a obrigação e dever de A amostra é composta por 15 mulheres e 5
avaliar e prevenir a incapacidade que episódios homens, com idade média de 84,2 anos. A idade
patológicos do envelhecimento podem causar. média das mulheres é de 83,9 anos e nos
(15) homens de 85,2 anos.

Por meio da realização de atividades preventi- 75% da amostra recebeu assistência da


vas e de promoção da saúde, deve-se ter em Unidade. Eles são assistidos por um profissional
mente que o objetivo destes em idosos é aumen- de saúde 1 hora pela manhã e 1 hora à noite para
tar a expectativa de vida ativa ou livre de incapa- realizar o AVD (Atividades da Vida Diária).
cidade, ou seja, prevenir a deterioração funcional Nenhum dos sujeitos estudados mora sozinho,
e , quando isso ocorrer, recuperar o nível de fun- sendo o responsável normalmente um parente
ção anterior com o objetivo de que o idoso possa direto.
permanecer em casa com o maior grau possível
de independência (16). 30% sofrem de diabetes mellitus tipo 2.

Nesse sentido, dentro do “Programa Itinerante Tabelas


de Podologia para o atendimento a idosos com
dependências 2005” (17), foi realizada a realiza- Figura 1. Tipos de demência
ção de palestras informativas em cada um dos Figura 2. Tempo de pertença ao Centro
centros onde foram realizadas as atividades pre- Figura 3. Assistência ao podólogo (Frequência)
vias ao desenvolvimento do mesmo, era uma das Figura 4. Patologias
estratégias que eles executaram.
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Tipos de Demencia
Senil tipo- Alzheimer 15
Senil con Parkinsonismo 2
Senil Mixta con atrofia fronto-temporal moderada 1
Vascular 1
Senil 1

Figura 1. Tipos de demencia

Tiempo de pertenencia al Centro (Años)


1a5 12
5 a 10 6
Más de 10 2

Figura 2. Tiempo de pertenencia al Centro

Asistencia al Podólogo
FRECUENCIA
Si 8 2-4 MESES

No 12

Figura 3. Asistencia al Podólogo antes de la implantación del Servicio en el Centro.

Patología Hombre Mujer

Xerosis 80% 73%

Onicogrifosis 40% 40%

Onicomicosis 40% 20%

Deformidades
(Dedos en Garra,
10% 25%
HAV, Úlcera,
Callosidades)

Figura 4. Patología Podológica

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6. Conclusões

As mudanças demográficas e as perspectivas econômico-sociais exigem que nossa profissão come-


ce a acreditar verdadeiramente que tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento das con-
dições dos pés dos idosos.

Devemos adaptar nossas habilidades e conhecimentos para colocar na geriatria, o foco que a socie-
dade exige diariamente.
A realidade é bastante "encorajadora", os podólogos sabem que grande parte dos pacientes que vão
à clínica tem mais de 65 anos e isso nos torna especialistas na área.

Ainda temos um longo caminho a percorrer. Os alicerces da futura Podologia Geriátrica ainda pre-
cisam ser estabelecidos, de modo que esta especialidade seja totalmente integrada ao ramo da
saúde e possa resolver com sucesso e solvência os inúmeros casos clínicos que ocorrem diariamente.
Seria muito interessante trabalhar no estabelecimento de mecanismos e estratégias que melhorem
o conhecimento que os idosos têm sobre Podologia.

A doença de Alzheimer é o primeiro passo. Nas próximas décadas, o envelhecimento progressivo e


exponencial da população será maior, e portanto, maior ocorrência de casos de demência. É um
fenômeno que não para e, nesse campo, temos que implementar nossa filosofia de atendimento e
tratamento para problemas nos pés.

Bibliografía

1. Fernández JL, Herce JA. Los retos socioeconómicos del envejecimiento en España; 2009. [Online]
[Consultado: 5 de Agosto de 2013] Disponible en:
http://www.unespa.es/adjuntos/fichero_3009_20100125.pdf

2. Instituto Valenciano de Investigaciones Económicas (IVIE). Nota de Prensa. 22 de Enero de 2013.


[Online] [Consultado: 3 de Agosto de 2013]Disponible en:
http://www.ivie.es/downloads/2013/01/NP_tablas_mortalidad_Ivie_220113

3. Cifras INE. Boletín Informativo del Instituto Nacional de Estadística. Octubre 2012. [Online]
[Consultado: 7 de Julio de 2013] Disponible en: http://www.ine.es/prensa/np744.pdf

4. Ayudando a las personas con Alzheimer.[Online] [Consultado: 3 de Agosto de 2013]Disponible


en: http://www.alzheimers-support.com/es/alzheimers.html

5. The Global Voice on Dementia.[Online] [Consultado: 1 de Agosto de 2013] Disponible en:


http://www.alz.co.uk/

6. WHO (Word Health Organization). Dementia: a Public Health Priority; 2012. [Online] [Consultado:
9 de Julio de 2013] Disponible en:
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/75263/1/9789241564458_eng.pdf

7. INE (Instituto Nacional de Estadística). Nota de Prensa. 27 De Febrero de 2013. [Consultado: 5


de Agosto de 2013] Disponible en: http://www.ine.es/prensa/np767.pdf

8. Donoso A,Venegas P,Villarroel C, Vásques C. Deterioro cognitivo leve y enfermedad de Alzheimer


inicial en adultos mayores. Rev Chil Neuro-Psiquiat 2001; 39(3): 231-238.

9. Benedetti F, Vighetti S. Umbral y Tolerancia al Dolor en la Enfermedad de Alzheimer. Pain. 1999;


80: 377-382.

10. Fernández V. Alzheimer. Un siglo para la Esperanza. Madrid; EDAF: 2000.

11. Feria M. Alzheimer: Una experiencia humana. México DF; PAX MEXICO: 2006.

12. Román M. Manual del cuidador de Enfermos de Alzheimer. Madrid; EDITORIAL MAD: 2005.
www.revistapodologia.com 9
13. Palacios D. Cuadernos prácticos sobre la enfermedad de Alzheimer y otras Demencias.
Respuesta a los problemas de Enfermería. Madrid; AFAL: 2003.

14. Romero Cabrera AJ. Perspectivas actuales en la asistencia sanitaria al adulto mayor. Rev Panam
Salud Pública. 2008; 24(4): 288–94.

15. Sastre S, Raimondi P. Envejecimiento: patologías más frecuentes, prevención y tratamiento fisio-
terápico. Rev Esp Podol. 2007; 8(6): 300-304.

16. Regato P. A propósito del «envejecimiento activo» y de la II Asamblea Mundial sobre el


Envejecimiento: qué estamos haciendo y qué nos queda por hacer. Aten Primaria. 2002; 30 (2): 77-
79.

17. Gil P, Santalla F, Romero M, Mosquera A, Suárez MC, Romero M. Patología de los pies y carac-
terísticas sociodemográficas de la población usuaria de los centros Sociales de mayores de Galicia.
El Peu. 2010; 30(4):176-183.

Podólogo Álvaro Carmona López.

- Diplomado en Podología. Universidad de Sevilla (2007-2010).


- Máster Oficial “Nuevas Tendencias Asistenciales en Ciencias de la
Salud”. Universidad de Sevilla.
- Máster Propio “Biomecánica y Ortopodología”. Universidad de Sevilla.
- Experto Universitario en “Promoción de la Salud en la Comunidad” por
la Universidad de Educación a Distancia (UNED).
- Especialista Universitario en Pie Diabético por la Universidad de
Extremadura.
- Profesor del Máster en Podología Deportiva impartido en la Universidad
Católica de Valencia (2014/2015).
- Profesor del Grado en Podología en UCAM (Universidad Católica de
Murcia) .
- Coordinador del Prácticum del Grado en Podología.
- Profesor del Máster en Podología Clínica y Deportiva impartidos en la
Universidad Católica de Murcia (UCAM).

Dirección electrónica: acarmona2@ucam.edu

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>>> 1995 >>> 2020 = 25 anos >>>

>>> 2005 >>> 2020 = 15 anos >>>


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A importância de uma avaliação qualificada realizada pelo
podólogo: Relato de caso de Melanoma Lentiginoso Acral.
Clemilda Aguiar dos Santos Silva (1), Lucimélia Queiroz (2).
(1) Enfermera y Podóloga - (2) Podóloga - Brasil.

Resumo de de manchas, extensão e histórico familiar,


onde quanto mais dados forem positivos no
O melanoma apesar de ter menor incidência é somatória das letras preciso ele será.
o tipo de câncer de pele mais agressivo.
O tipo Melanoma Lentiginoso Acral (MLA) aco- No melanoma lentiginoso acral (MLA) que será
mete as partes palmoplantares e falanges, por o nosso tema os raios ultravioletas não chegam a
este fato saber reconhecer alguns sinais de que ser um fator de risco importante para seu surgi-
algo pode estar errado é de fundamental impor- mento, mas acredita-se que traumas consecuti-
tância para o profissional podólogo encaminhar o vos, ser de raça asiática ou negra, estar na sexta
paciente ao dermatologista para que a pesquisa década de vida estes sim devem ser considera-
seja feita. Quanto mais precocemente for realiza- dos como fatores importantes para seu surgi-
do diagnóstico, melhores serão os resultados dos mento. O MLA surge nas regiões palmoplantares,
tratamentos e para a qualidade de vida do nas falanges terminais, podendo ser peri ou
paciente. subungueais.
Ter conhecimento das patologias que podem
acometer os pés e saber distinguir seu limite de O objetivo deste relato de caso e demonstrar
atuação é fundamental para que sejamos recon- como uma boa avaliação podal pode ajudar a sal-
hecidos como podólogos de qualidade. var vidas. A avaliação dos pés ao receber o clien-
te muitas vezes é negligenciada pelo profissional
Introdução seja pela pressa em atender, por não levar em
conta a sua importância ou mesmo pelo descon-
O melanoma é originado pela multiplicação hecimento do que está diante de seus olhos.
descontrolada dos melanócitos localizados na
epiderme. Estas células são as produtoras de Relato de caso
melanina que é a responsável pela pigmentação
da nossa pele. Segundo Instituto Nacional do Paciente, PBF, masculino, cor parda, atualmen-
Câncer (Inca), o melanoma é a forma de câncer te com 69 anos, administrador aposentado, resi-
mais frequente no Brasil e no mundo e foi esti- dente em Brasília. Em 2016, com 66 anos quan-
mado para o biênio 2018/2019 o surgimento de do PBF foi atendido possuía o histórico familiar
em pouco mais de 6 mil novos casos deste tipo de câncer de próstata por parte de pai, já faleci-
de câncer de pele. O tipo melanoma é considera- do, não havia patologias pré-existentes e nem
do de maior letalidade, porém sua ocorrência é alergias, procurou atendimento podológico para
considerada baixa em relação ao câncer de pele realização de uma antissepsia e durante avalia-
não melanoma, sua identificação nos estágios ção podal, o paciente relatou que a mancha no
iniciais, é importante para que o tratamento dedão estava crescendo e achava que era fungo,
obtenha um prognostico positivo. apesar de não coçar e não doer.

O melanoma possui quatro classificações que O nevo tinha pigmentação amarronzada e esta-
são: melanoma extensivo superficial, nodular, va localizada na parte distal e subungueal do
lentigo maligno e lentiginoso acral. Alguns dos hálux esquerdo. O mesmo foi orientado pela
fatores de risco para o surgimento do melanoma podóloga a procurar um dermatologista, pois a
são as exposições solares (raio ultravioleta) mancha identificada não possuía bordas regula-
excessivas e sem proteção, ser de raça branca, res e sem simetria. Passados 03 anos, ou seja,
imunossupressão, idade, excesso de nevos (+50), agosto 2019, agora com 69 anos, aposentado,
hereditariedade e ou histórico pessoal entre residindo em Belo Horizonte em uma consulta de
outros. rotina de clínica médica foi confirmado a neces-
Para diagnósticos dos melanomas ungueais é sidade de procurar um dermatologista com
usado uma tabela em que se usa as letras A, B, urgência.
C, D, E, F onde é levado em consideração alguns O dermatologista após biopsia cutânea obteve
dados como: idade, coloração da mancha, o diagnóstico de melanoma “IN SITU”, Clark I,
mudança de tamanho e forma, local e quantida- em fase de crescimento radial, ou seja, o mesmo
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se encontra apenas na epiderme e sem metásta-
se para órgãos ou linfonodos dados em
24/09/19 e em 06/12/19 foi realizada amputa-
ção do hálux esquerdo.

Este tipo em especial de MLA é muito confun-


dido pelos profissionais da saúde como uma sim-
ples pinta ou até mesmo como uma onicomicose
(A.C.Camargo). Então como nosso objeto de
atenção são os pés, devemos obter conhecimen-
to suficiente para identificar as alterações que
podem acomete-lo. Temos que nos atentar para
onicomicoses que passados por vários tratamen-
tos realizados corretamente e não se curam,
manchas/ pintas que mudam de forma e de cor,
espessura, que descamam ou coçam. Ao descon-
fiar que algo não está dentro da normalidade fale
ao paciente com todo profissionalismo e mostre
a importância de estar procurando esclarecimen-
to de outro profissional. Nós podólogos devemos
ter ciência do nosso limite de ação e não fazer-
mos diagnostico pelo achismo e sem evidências
cientificas.

O paciente, neste período entre o diagnostico


até a cirurgia, entrou em contato com a podóloga
Lucimélia Queiroz que o atendia aqui em Brasília
e a parabenizou pelo seu profissionalismo por tê-
lo orientado a procurar um dermatologista e que
por sua atuação direta ajudou a aumentar a sua
qualidade de vida e reconhece que apesar dos
conselhos recebidos da podóloga demorou em
procurar ajuda.

Conclusão

Apesar de ter menor incidência o melanoma é http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/08/198


um câncer agressivo e o quanto antes for realiza- 584/revista-128.pdf.
do o seu diagnóstico pelo dermatologista, maio- Acceso en 22/12/2019
res serão as chances de sucesso do tratamento e
de vida para o paciente. Por este motivo, o profis- Melanoma Maligno: https://laderm-ba.webno-
sional podólogo deve fazer uma avaliação qualifi- de.com.br/news/melanoma-maligno/
cada das patologias que podem estar acometen- Acceso en: 22/12/2019.
do os pés do seu cliente e identificar quando o
problema deixa de ser de sua competência. Rivitti, Evandro A. Manual de dermatologia clíni-
ca de Sampaio e Rivitti
Referências Bibliográficas
Señales y síntomas del cáncer de piel
Acral Lentiginous Melanoma Melanoma http://www.oncoguia.org.br/conteu-
https://rarediseases.info.nih.gov/diseases/9570 do/sinais-e-sintomas-do-cancer-de-pele- melano-
/acral-lentiginous-melanom. ma/556/187/.
Acceso em 10/11/2019. Acceso em 22/12/2019.

Cáncer de pele Melanoma Tipo raro de cáncer de piel, o melanoma acral


https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer exige mayor atención al diagnóstico
Acceso em 22/11/2019. https://www.accamargo.org.br/noticias/tipo-
raro-de-cancer-de-pele-o-melanoma-acral-exige-
Melanoma lentiginoso acral com sinal de maior-atencao-ao-diagnostico.
Hutchinson: relato de caso Acceso en 22/12/2019.
www.revistapodologia.com 12
Algumas podopatías podológicas.
A causa de dor e desconforto para os pés.
Trabalho apresentado por Aline Menegat, como requisito parcial para a conclusão do curso de
Educação Profissional de Nível Técnico na área da Saúde com Habilitação de Técnico em Podologia
do INA – Instituto Brasileiro de Naturopatia Aplicada de Blumenau, Brasil.
Orientador: Professor Marcelo Kertichka.

LISTA DE FIGURAS menta-se num conjunto de abordagens e técni-


cas que visam manter e/ ou restabelecer a saúde
FIGURA 1: Formação da derme de pessoas, no que diz respeito aos membros
FIGURA 2: Estrutura Anatômica Ungueal inferiores, mais especificamente do tornozelo
FIGURA 3: Anatomia dos pés aos pés. Dessa forma, o podólogo/podologista é
FIGURA 4: Onicomicose um profissional de saúde que compreende o fun-
FIGURA 5: Unha encravada cionamento do corpo humano e da promoção da
FIGURA 6: Termos Técnicos na Prodoprofilaxia saúde, com ênfase nos membros inferiores
FIGURA 7: Joanete (BEGA; LAROSA, 2010, p. 19).
FIGURA 8: Pé diabético
O termo podologia se refere ao estudo e conhe-
SUMÁRIO cimento dos pés. O podólogo é o profissional
habilitado para tratar as afecções dos pés como
1. INTRODUÇÃO calosidades, onicomicoses, aplicação de órteses,
2. REVISÃO LITERÁRIA onicocriptose e diversas outras patologias.
2.1 Podologia Localizada nas extremidades dos dedos, a
2.4 Estrutura do aparelho ungueal lâmina ungueal tem como finalidade, proteger e
2.5 Estrutura do pé revestir o ponta dos dedos, além de possuir pro-
3. ONICOSES priedades estéticas. A formação da unha se inicia
3.1 Onicomicoses na nona semana de vida embrionáris. Ao nasci-
3.2 Onicocriptose mento as unhas são finas e transparentes.
3.2.1 Órtese Metálica
3.2.2 Órtese acrílica ou Fibra de Memória A lâmina ungueal é importante não só por seus
Molecular (FMM) atributos estéticos, mas também desempenha
3.2.3 Órteses Fotopolimerizáveis significativa função na proteção das falanges dis-
3.2.4 Ortoplastia tais, defesa prevenção do tato e revelador de
3.3 Distrofias Ungueais Parciais doenças sistêmicas. Suas estruturas constituem
3.4 Hálux Valgo um dos anexos cutâneos mais importantes para
3.5 Deformidade dos dedos o conhecimento do podólogo.
3.6 Esporão do Calcâneo As infecções fúngicas que acometem o sistema
3.7 Onicólise ungueal se devem basicamente a fungos denomi-
3.8 Hiperqueratose nados dermatófitos, estes se utilizam da micro-
3.9 Neuroma de Morton flora natural, composta por Scopulariopses brevi-
4. O PÉ DIABÉTICO caulis e Cândida albicans, para causar infecções
5. ÓLEOS ESSENCIAIS NA PODOLOGIA em hospedeiros debilitados ou predispostos a
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS tais afecções. Porém, não só por dermatófitos o
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS aparelho ungueal é prejudicado.

1. INTRODUÇÃO As onicoses, nome dado a qualquer alteração


do aparelho ungueal, podem ser de ordem con-
A podologia está alicerçada nas ciências bási- gênita e hereditária, traumática e infecciosa. O
cas de saúde, onde se apoiam outras ciências, tratamento consiste na maioria das vezes em
como a medicina, a enfermagem, a fisioterapia, diagnóstico médico, devido a diversidades de
a farmacologia, a biomedicina, a fonoaudiologia, patologias que envolvem o aparelho ungueal.
a odontologia, entre outras. A multidisciplinaridade é fundamental para o
Partindo de seu alicerce, a Podologia funda- sucesso do tratamento das onicoses, sendo o
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podólogo responsável pelo encaminhamento do de cuidado do ser humano como um todo (JUS-
cliente ao médico, se esse se fizer necessário, TINO; BOMBONATO; JUSTINO, 2011, p.17).
bem como, orientação quanto a prevenção de O podólogo é o profissional habilitado para tra-
possíveis onicoses. tar as afecções dos pés como calosidades, onico-
micoses, aplicação de órteses para correção da
O objetivo na construção desse artigo é avaliar lâmina ungueal deformada ou encravada, e diver-
o desenvolvimento de alguns tipos de patologias sas outras patologias (PEREIRA; MORETTO;
ungueais direcionado ao podólogo, facilitando PAULA, 2010, p. 10).
assim sua atuação na identificação de tais onico- O termo podologia origina-se do grego arcaico
ses, orientar o paciente qual o melhor tratamento tendo por prefixo podos = pé, pés e sufixo logos
e também como o profissional de podologia deve = tratado, estudo e conhecimento. Formando
se cuidar em relação aos materiais contamina- então podologia: nome da ciência que trata do
dos que está exposto diariamente e o uso obriga- estudo dos pés (MADELLA, 2010, p. 74).
tório dos equipamentos de proteção individual. Os pés são segmentos do corpo que podem ser
Para a realização desse estudo realizou-se uma completamente examinados, pois suas estrutu-
revisão bibliográfica nos bancos de dados: ras facilitam o acesso à inspeção, palpação e
Science Direct, Scielo, Bireme, Google movimentação. A consulta deve ser iniciada com
Acadêmico, nos idiomas Português, Inglês e a história clínica do paciente, que relatará seus
Espanhol. Utilizou-se os termos técnico de podo- sintomas e as alterações observadas (BIANCHI-
logia, patologias ungueias, podologia e podology, NI, 1997, p. 93).
onicocriptosis.
Nogueira (2008, p. 11) relata que a podologia
2. REVISÃO LITERÁRIA é uma ciência da saúde humana que além do
estudo dos pés, tem como objetivo o estudo do
2.1 Podologia tegumento, anexos cutâneos, nervos, músculos,
ossos e tendões, portanto, consiste no estudo da
De acordo com Madella (2010) o termo anatomia e fisiologia, bem como prevenção e tra-
Podologiaorigina-se do grego arcaico tendo por tamento das patologias que acometem todo o
prefixo podos=pé, pés e sufixo logos=tratado, conjunto podal.
estudo, conhecimento. Formando então, podolo- Compete ao podólogo orientar os pacientes, e
gia, nome da ciência que trata do estudo dos se necessário sugerir o acompanhamento de pro-
pés. Podólogo é termo designado à pessoa capaz fissionais de outras ciências. Sendo responsável
de aplicar terapias nos pés. Este profissional é apenas pelo que lhe cabe a oferecer ao paciente,
capacitado através de curso superior ou técnico respeitando seus limites de conhecimento e da
e seu conhecimento é aprofundado em anatomia, ética científica legal. Desta forma, define-se que
fisiologia, biomecânica e patologias dos pés tal ciência desenvolve o conhecimento biomecâ-
(MADELLA, 2010, p. 8). nico do tornozelo e dos pés, a fim de compreen-
der a marcha e os problemas que dificultam,
Dizem os que sabem que o pé é uma obra de podendo, dessa forma optar pelo melhor trata-
mestre, concedida para andar sem calçado e mento dentro de uma visão ampla, multidiscipli-
sobre qualquer terreno, mas também é o órgão nar (BEGA, 2006, p. 1).
que pior tratamos (PIATTI, 2006, p. 31).
Para adquirir conhecimento é preciso aprender. A atuação do podólogo se dá nos tratamentos
De nada adianta participar de congressos, semi- das afecções dos pés, tais como calos, onicocrip-
nários e cursos se o objetivo é dependurar certi- tose (unhas encravadas com ou sem infecção),
ficados em paredes, e não o aprendizado que onicomicose, aplicação de órteses para correção
deriva desses eventos. Aquele que só ouve e vê, da lâmina ungueal deformada ou encravada,
assimila e questiona, este sim aprende, este sim entre outras atividades, porém cabe também ao
sabe. Logo, título à parte, aquele que sabe é o podólogo encaminhar seus pacientes a acompan-
verdadeiro podologista (BEGA, 2014, p. 2). hamento médico, se esse se fizer necessário
(MADELLA, 2006, p. 74).
O podólogo pode atuar de forma, em clínicas Partindo de seu alicerce, a Podologia funda-
especializadas no cuidado com os pés ou em menta-se num conjunto de abordagens e técni-
home care; ou pode montar seu próprio negócio. cas que visam manter e/ou restabelecer a saúde
Também é possível fazer parte de uma equipe de pessoas, no que diz respeito aos membros
multiprofissional de saúde, trabalhando com inferiores, mais especificamente do tornozelo
médicos especialistas como ortopedistas, der- aos pés (BEGA; LOROSA, 2010, p. 19).
matologista, endocrinologista, vascular, etc.; O podólogo é o profissional habilitado para tra-
revisando sempre a uma atuação multidisciplinar tar as afecções dos pés como calosidades, onico-
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micoses, aplicação de órteses para correção da e lesões no ambiente do trabalho. Diante de uma
lâmina ungueal deformada ou encravada, e diver- realidade onde o mercado da beleza, de clínicas
sas outras patologias (PEREIRA; MORETO; de estética e os salões de beleza não param de
PAULA, 2010, p. 1). crescer, devemos redobrar a atenção, o cuidado
A profissão é considerada atividade afins da e alertar a sociedade quanto a essa questão
medicina e, o podólogo sendo legalmente recon- (MORENO, 2005, p. 5).
hecido pelos órgãos governamentais de sempre Durante o atendimento, o podólogo também
agir com o máximo de zelo com seu cliente e o não deve esquecer de utilizar sempre os equipa-
melhor de sua capacidade (MADELLA, 2010, p. mentos de proteção individual (EPIs): touca
251). (para proteção doa cabelos), óculos de proteção
Embora sua atuação esteja limitada ao nível (para proteger os olhos, evitando a contaminação
superficial, não invasivo aos tecidos, o podólogo por resíduos, principalmente do corte da unha e
deverá conhecer e saber diagnosticar todas as do pó do lixamento), máscara (para proteger a
afecções e patologias de origem interna, de boca e as vias aéreas, luvas de procedimento
modo a orientar e encaminhar o paciente a um (para evitar lesões de material contaminado),
médico especialista, quando for o caso (PIEDA- jaleco (para proteção da roupa) e sapato fechado
DE, 2002, p. 44). (JUSTINO, BOMBONATO; JUSTINO, 2011, p. 18).
Compreende, também, a proteção e a seguran-
Cabe ao podólogo trabalhar com biosseguran- ça na biotecnologia com organismos genetica-
ça, ou seja, higienizar o local de trabalho, fazer mente modificados. Conquanto, no segmento da
uso de equipamentos de proteção individual beleza e estética a biossegurança tem o objetivo
(EPI’S), esterilizar os instrumentos, fazer descar- de controlar e minimizar os riscos biológicos e
te de lixo biológico, químico e pérfuro-cortante químicos, validando a importância do uso de
de forma correta, utilizar materiais descartáveis, EPI, do descarte de material perfurocortante, da
armazenar corretamente produtos químicos e higienização das mãos, da cobertura vacinal e do
medicamentos, entre outros (VENTURI, 2009, p. processamento de dispositivos usados na prática
14). (NEVES et al, 2007, p. 32).
A podologia é a área da saúde que cuida espe-
cificamente da saúde e do bem-estar dos pés. O É necessário um consultório bem iluminado
profissional está capacitado para intervir nas para a acuidade visual e, com isso, previnem-se
lesões superficiais dos pés como calos, calosida- acidentes. Além disso, deve possuir paredes cla-
des, onicocriptoses (unha encravada), fissuras, ras e laváveis e piso antiderrapante e de cor clara
etc. E efetuar correções ungueais proporcionan- (para não haver acúmulo de micro-organismos)
do o alívio da dor e a melhora no aspecto das (BEGA, 2014, p. 274).
unhas contaminadas por fungos e outros micro- Dessa forma, além de colher dados para a his-
organismos (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, tória clínica, é importante fazer o exame do cal-
2011, p. 17). çado do paciente, que, por sua correlação com as
O podólogo deve também, orientar o paciente, queixas e com as alterações relatadas, muito
informando-o quanto aos cuidados necessários pode contribuir para o diagnóstico (BIANCHINI,
com a higiene, corte das unhas, sapatos e calosi- 1997, p. 93).
dades visando assim, prevenir as complicações A limpeza eficiente do instrumental podológico
crônicas dos pés, sendo necessário que o pacien- consiste na retirada total da matéria orgânica
te tenha consciência em manter a saúde dos pés (por exemplo, resíduos de pele, secreções, san-
(MARTINEZ, 2006, p. 157). gue, etc.) que ficou depositada em suas diversas
partes, por meio da limpeza mecânica e da des-
2.2 Biossegurança infecção (química). O instrumental deve ser
limpo imediatamente após o uso, inclusive as
O profissional deve tomar muito cuidado com a peças desmontáveis (JUSTINO; BOMBONATO;
limpeza, desinfecção e a esterilização dos instru- JUSTINO, 2011, p. 26).
mentos. Muitos podologistas não tem o devido
cuidado quanto a essas observações. Limpam O podologista deve entender que seu ambiente
seus instrumentos de trabalho com um chumaço de trabalho é um foco de contaminação para
de algodão embebido em álcool ou qualquer diversos microorganismos, em especial os fun-
outra substância que julgam ser suficiente para gos e bactérias patogênicas e, por isso mesmo,
preparar o material para um novo uso. Alguns deve realizar uma limpeza terminal entre um
acrescentam a esterilização a calor, nos mais atendimento e outro, porque os esporos dos fun-
variados tempos possíveis (BEGA, 2014, p. 272). gos podem ficar em suspensão no ar e em obje-
A biossegurança em estética exige a atenção e tos de uso do podologista, além dos móveis do
consciência para ações de prevenção de doenças consultório (BEGA, 2009, p. 6).
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O técnico em podologia tem condições de fazer namento de cada uma dessas funções, é preciso
uma coleta para o laboratório e indicar a higieni- compreender a anatomia e histologia da pele
zação correta dos calçados; habitat dos fungos (BEGA, 2014, p. 7).
(HAGINO, 2009, p. 14). O sistema tegumentar é formado pela epider-
O ambiente é fonte de contaminação, quando me, derme, hipoderme e anexos subcutâneos
os micro-organismos se encontram no ar, em (pelos e unhas). Tais estruturas “funcionam de
paredes, equipamentos, utensílios e objetos em forma sincronizada, na qual cada partícula des-
geral. O homem é fonte de contaminação no caso empenha uma importante função em prol da
de transmissões de pessoa para pessoa. Por homeostasia do todo. Sua principal função é a
isso, o podologista de trabalhar bem paramenta- proteção do organismo”, capaz de formar uma
do; estar sempre imunizado contra infecções gra- barreira protetora entre o organismo e o ambien-
ves, como a hepatite B (BEGA, 2014, p. 278). te (GOMES; GABRIEL, 2006, p. 24).
A disseminação desses microorganismos é O tegumento humano conhecido popularmente
denominada de transmissão cruzada, e pode como pele, é considerado por muitos o maior
ocorrer entre clientes e profissionais. Com o órgão do corpo humano. Por conta de seu fácil
intuito de diminuir o contato com o material bio- acesso, sob o ponto de vista clínico, ela oferece
lógico e proteger os profissionais e clientes, o um dos melhores indicadores de saúde. Por meio
Centers for Disease Control and Prevention suge- do seu exame inúmeras anomalias no funciona-
riu uma guia com recomendações a serem adota- mento fisiológico do organismo podem ser evi-
das no atendimento de todo e qualquer cliente denciadas, tais como alterações térmicas, resse-
ou paciente, independente de seu diagnóstico, camento, escamação, edema, e alterações de cor
sendo chamadas de Precauções Padrão (SIEGEL (SLEUTJES, 2008, p. 433).
et al., 2012, p. 45).
A pele impede a perda de água e proteínas para
As Precauções Padrão fazem parte das normas o exterior do organismo, é sensitiva ao calor, frio,
de biossegurança e se baseiam em ações que dor e tato, é termorreguladora, eficaz na síntese
devem ser tomadas por todo trabalhador de de vitamina D e excreção de eletrólitos e outras
saúde e estética diante de qualquer cliente ou substâncias e, resistente a impactos físicos
paciente, com o intuito de minimizar os riscos de (SOUSA; VARGAS, 2004, p. 3).
transmissão de agentes infecciosos, principal- A pele representa mais de 15% do peso corpó-
mente veiculados por sangue e fluídos corpóreos reo e apresenta grandes variações ao longo de
ou presentes em lesões de pele, mucosas, restos sua extensão, sendo ora mais flexível e elástica,
de tecidos ou de órgãos (HELBEL et al., 2014, p. ora mais rígida (SAMPAIO; RIVITTI, 2008, p. 1).
27). Quando à espessura, varia desde menos de
A esterilização consiste em destruir, geralmen- 1mm em regiões de face, até aproximadamente
te por meio da ação de produtos químicos ou de 2,2mm em região palmo-plantar (FANDOS, 2004,
uma temperatura elevada, as bactérias e outros p. 16).
micro-organismos patogênicos que possam exis- A pele é formada por reentrâncias e saliências
tir em objetos, superfícies, etc. (JUSTINO; BOM- comumente encontradas em regiões palmo-plan-
BONATO; JUSTINO, 2011, p. 30). tares. Tais saliências são denominadas dermató-
glifos e colaboram na identificação dos indiví-
As medidas de precaução que o profissional duos, pois sua disposição é peculiar e única
deve tomar são muito importantes para o contro- (BEGA, 2006, p. 8).
le das infecções: lavar as mãos antes e depois de Estruturalmente o tecido cutâneo é dividido em
atender cada paciente; usar luvas para todo e três camadas, epiderme, derme e hipoderme,
qualquer procedimento em que o profissional “esta última não é considerada por muitos auto-
entre em contato com o paciente ou com mate- res como parte integrante da pele, embora seja
rial contaminado; mostrar ao paciente que as estudada dentro do sistema tegumentar”
luvas são sempre novas, descartando-as diante (SOUSA, VARGAS; 2004, p. 3).
do próprio paciente etc (BEGA, 2014, p. 280).
O sistema tegumentar é formado pela pele
2.3 Anatomia e Fisiologia do Sistema (tegumento) e pelos anexos epidérmicos: pelo,
Tegumentar unha, glândulas sebácea e sudorípara. Formando
a pele temos a epiderme (tecido epitelial) e a
Por ser uma estrutura complexa, a pele apre- derme (tecido conjuntivo) apresentando espessu-
senta diversas funções: proteção, impermeabili- ra variada dependendo da região do corpo.
zação, sensibilidade, aderência, articulação, Abaixo da pele, encontra-se uma camada de teci-
absorção, secreção, excreção e termorregulação do adiposo, a hipoderme (BEGA; LAROSA, 2010,
da temperatura corpórea. Para entender o funcio- p. 241).
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A pele é um complexo formado por reentrân- A pele é um complexo formado por reentrân-
cias e saliências mais evidentes nas regiões das cias e saliências mais evidentes nas regiões das
palmas das mãos e das plantas dos pés. Esse palmas das mãos e das plantas dos pés. Esse
complexo de reentrâncias e saliências recebe o complexo de reentrâncias e saliências recebe o
nome de dermatóglifos e servem para identificar nome de dermatóglifos e servem para identificar
as pessoas, por apresentar-se de maneira única as pessoas, por apresentar-se de maneira única
em cada indivíduo (BEGA, 2014, p. 8). em cada indivíduo (BEGA, 2014, p. 8).
A epiderme é formada por um revestimento de
A epiderme é formada por várias camadas camadas de células sobrepostas, onde as células
celulares, sendo denominada estratificada. A superficiais são achatadas e compõem uma
camada mais profunda e interna é denominada camada rica em queratina, denominada córnea
epitélio germinativo, de onde nascem as novas (BORGES, 2006, p. 307).
células que irão substituir as velhas. É importan-
te destacar que a pele é o tecido de maior reno- A camada espinhosa ou malpighiana é assim
vação em todo o organismo. À medida que as denominada devido ao seu aspecto lembrar
células epiteliais envelhecem, aumentam pro- pequenos espinhos. Nesta camada as células de
gressivamente o acúmulo de uma proteína cha- Langherhans, responsáveis pelas reações imuni-
mada queratina. A queratina permanece após a tárias, estão distribuídas em maior quantidade
morte das células, formando um revestimento (GOMES; GABRIEL, 2006, p. 28).
resistente e impermeável, chamado córnea A pele impede a perda de água e proteínas para
(SLEUTJES, 2008, p. 435). o exterior do organismo, é sensitiva ao calor, frio,
dor e tato, é termorreguladora, eficaz na síntese
Nesta camada córnea, os ceratinócitos encon- de vitamina D e excreção de eletrólitos e outras
tram-se sem vida e anucleados, porém dão ori- substâncias e, resistente a impactos físicos
gem a uma mistura de lipídios e proteínas, evi- (SOUSA; VARGAS, 2004, p. 3).
tando assim a perda de água pela pele. Abaixo da
camada córnea encontra-se a camada lúcida, A camada da epiderme mais profunda, é deno-
esta é composta de células anucleadas e achata- minada basal ou germinativa, é formada pelos
das o que lhe confere um aspecto translúcido queratinócitos, melanócitos (responsáveis pelo
(GOMES; GABRIEL, 2006, p. 28). pigmento de melanina), células de Langherhans
A terceira camada é denominada granulosa. (sistema imunológico da pele) e, células de
Denomina-se assim porque aparecem granulaçõ- Merkel (responsáveis pelos impulsos sensoriais
es nos queratinócitos, produto da destruição de da pele) (FANDOS, 2004, p. 16).
sua cromatina nuclear (FANDOS, 2004, p. 18). A camada inferior à epiderme, denominada

Figura 1: Camadas da pele


Fonte: http://www.minutosaudeestetica.com.br/postagens/2017/12/10/epiderme-e-derme-cama-
das-da-pele/. Acessado em: 05 nov.2019.
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derme, é um tecido conjuntivo que contém fibras Ela é formada por uma queratina especial, cha-
protéicas, vasos sanguíneos, terminações nervo- mada de oniquia (dura), rodeada por todos os
sas, órgãos sensoriais e glândulas. Sua composi- lados, por uma queratina mole. Oniquia é uma
ção é de, principalmente, fibroblastos, células proteína rica em enxofre, cistina, arginina, (7 a
responsáveis pela produção de fibras e de uma 16%) de água, cálcio e ferro. Portanto, a lâmina
substância gelatinosa na qual as estruturas da ungueal e a prega cutânea ao redor, são os cons-
derme ficam mergulhados (SLEUTJES, 2008, p. tituintes ativos do órgão unha (VIANA, 2005, p.
435). 6).
O prato ungueal (ou lâmina ungueal) contém
A derme é a segunda grande camada da pele, diversos minerais, predominantemente, cálcio
localizada logo abaixo da epiderme e subdivide- que, juntamente com o fosfato, forma cristais de
se em derme papilar e derme reticular. É forma- hidroxiapatite. Apesar de o cálcio contribuir para
da por tecido conjuntivo, constituído basicamen- a dureza do prato ungueal, o maior contributo é
te por água e matriz extracelular e esta por sua dado pelo enxofre. Além do cálcio, há ainda o
vez é rica em proteínas fibrosas (colágeno e elas- ferro, zinco, cobre, manganês, sódio e magnésio.
tina) (GOMES; GABRIEL, 2006, p. 26). Contudo ainda se desconhece o seu papel (JIA-
Na derme também se encontram vasos, nervos RAVUTHISAN et al., 2007, p. 9).
e músculos eretores do pelo, além dos anexos Seu ritmo de crescimento, de 2-3 mm por mês,
cutâneos (SOUSA, VARGAS; 2004, p. 6). leva a renovação total da lâmina exposta em 6-9
A derme papilar é composta pelas papilas dér- meses, sendo um pouco mais lenta nas unhas
micas adjacentes à camada basal da epiderme, dos pododáctilos (CASHMAN; SLOAN, 2010, p.
que por meio de reentrâncias, permite a epider- 423).
me nutrição através dos vasos sanguíneos
(BEGA, 2006, p. 11). Sabe-se que vários fatores, fisiológicos ou não,
A derme reticular é mais espessa que a papilar influenciam o crescimento da unha, tendo como
e é composta por feixes de colágeno dispostos exemplo o crescimento mais rápido das unhas da
paralelamente à epiderme (SAMPAIO, RIVITTI; mão direita do que na mão esquerda, as unhas
2008, p. 20). também crescem mais durante o dia e, menos
durante a noite, mais nos homens do que nas
2.4 Estrutura do aparelho ungueal mulheres e também denotam mais crescimento
em portadores de hipertireoidismo e, naqueles
A formação da lâmina ungueal inicia-se a partir que necessitam imobilizar os dedos (NEVES;
da matriz, onde queratinócitos se multiplicam, NOVAIS; RIBEIRO, 1995, p. 569).
se diferenciam e se queratinizam. A queratina Os primeiros estudos sobre o crescimento
produzida se estabiliza por um padrão diferente ungueal datam de 1684, de Robert Boyle
de pontes de dissulfeto, que determinam as dife- (BOYLE, 1684, p. 69), físico e químico irlândes.
renças estruturais desse anexo (ADDNOR, 2016, Haller, em 1747, descreve a unha como unidade
p. 312). que cresce continuamente, torna-se endurecida e
A placa ungueal, que é constituída por células recobre a extremidade distal do dedo. Ele ainda
epiteliais queratinizadas densamente compacta- publica a primeira observação sobre o tempo do
das, é produzida pela matriz e evolui distalmente deslocamente da unha, período de 3 meses para
na direção da borda livre da unha, à medida que a unha ir da cutícula até a extremidade livre do
a placa recém-formada empurra lentamente para dedo (HALER, 1747, p. 93).
frente, na direção distal A formação e o cresci-
mento da placa ungueal são um processo contí- O aparelho ungueal exige cuidados básicos,
nuo (DEL ROSSO, 2012, p. 60). como corte adequado da lâmina ungueal e higie-
nização com água e sabão. É essencial para a
A onicologia, estudo das unhas, é uma subes- saúde manter o aparelho ungueal limpo. Deve-se
pecialidade que se ocupa do diagnóstico e do tra- atenção principalmente ao corte da borda livre,
tamento das doenças que acometem a unidade evitando cortes ovais, redondos e, pontiagudos,
ungueal (NAKAMURA; BARAN, 2018, p. 56). pois estes tendem a gerar um quadro de onico-
A unha constitui um dos anexos cutâneos mais criptose. Sua estrutura consiste basicamente na
importantes para o conhecimento do podólogo lâmina ungueal, nas pregas laterais, prega proxi-
(BEGA, 2006, p. 15). mal, prega periungueal (pele entre a lâmina
A função das unhas é representativa no ato de ungueal e a prega lateral), lúnula, eponíqueo,
proteger os dedos de traumatismos, defesa, hiponíqueo, sulcos ungueais e leito ungueal, este,
adorno, revelador de doenças sistêmicas e, prin- constituído por uma porção epidérmica e outra
cipalmente preservar o tato das mãos (MENDON- dérmica que abrange desde a lúnula até o hipo-
ÇA, 2004, p. 228). níqueo (BEGA, 2006, p. 16).
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O leito da unha é composto pela camada basal Desconhece-se o motivo pelo qual a unha cres-
(germinativa), esta camada é espessada abaixo ce de forma linear, plana e, nivelada, portanto,
da extremidade proximal da unha, formando algumas hipóteses analisam que isso se deve à
uma região esbranquiçada em forma de meia limitação dada pelas pregas ungueais ou pelo
lua, visível através da unha, denominada lúnula. fato de que as células se movem distalmente
Na extremidade proximal da unha encontra-se o (NEVES; NOVAIS; RIBEIRO, 1995, p. 569).
eponíquio (cutícula). Abaixo da ponta livre da Sobre o dorso das falanges distais dos dedos
unha, a camada córnea é espessada e denomina- encontra-se a unha, está, portanto, corresponde
da de hiponíquio. As unhas geralmente possuem ao espessamento da camada córnea. A região
uma coloração rosada em função da extensa rede espessada da camada basal (germinativa) é
capilar existente abaixo dela (SPENCE, 1991, p. denominada matriz ungueal, nesta, ocorrem
84). mitoses (divisão celular), portanto, as células
anteriormente formadas que já se corneificaram
Uma placa ungueal totalmente formada se são empurradas para frente, dando assim, o
estende a partir da parte debaixo da cutícula da crescimento da unha (SPENCE, 1991, p. 84).
prega da unha proximal para alé do hiponíquio, e
se estende lateralmente para baixo da cutícula A lâmina ungueal possui três camadas horizon-
das pregas laterais da unha. As anormalidades tais: uma fina lâmina dorsal, a lâmina interme-
de placa ungueal ocorrem com frequência de diária e, uma camada ventral. A lâmina dorsal é
forma secundária às alterações ou distúrbios que produzida pela porção proximal da matriz
afetam a função da matriz da unha, infecções (p. ungueal que, consiste em células achatadas e for-
ex., onicomicoe) ou traumatismo (DEL ROSSO, temente agrupadas, o que confere a característi-
2012, p. 60). ca de resistência da unha. A lâmina intermediá-
ria é mais espessa e é formada pela matriz dis-
As pregas das unhas consistem no tecido mole tal, consiste de células largas e irregulares, o que
cutâneo que abriga a unidade ungueal, invagi- confere a flexibilidade e elasticidade da unha.
nando-se proximal e lateralmente para englobar
a placa ungueal emergente. A prega da unha pro- A camada ungueal ventral, produzida pelo leito
ximal, com exceção da lúnula, cobre a matris ungueal, é formada por queratinócitos derivados
subjacente e é destituída de glândulas sebáces e do processo de queratinização do leito, esta
marcas cutânes dermatoglíficas (BARAN; DAW- camada se faz necessária para a adesão da placa
BER; TOSTI, 1996, p. 3). ungueal ao leito (GUEDES, 2009, p. 341).

A unha é o anexo cutâneo que se superpõe à A cutícula (eponíquio) é uma membrana quera-
face dorsal das falanges distais (GARDNER; tinizada delgada do estrato córneo modificado,
GRAY; O’RAHILLY, 1978, p. 52). que se estende da porção distal da prega da e se

Figura 2: Estrutura Anatômica Ungueal


Fonte: MONTEIRO, https://www.slideshare.net/mariaelizabetelimamo/estrutura-da-lmina-ungueal.
Acessado em: 05 nov.2019.
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reflete sobre a superfície ungueal. A cutícula 2.5 Estrutura do pé
intacta atua como uma vedação que protege o
espaço situado entre as pregas da unha e a placa Em primeiro lugar o pé é um órgão de amorte-
ungueal contra a exposição aos irritantes exter- cimento de choques ou impactos, adaptando-se
nos, alérgenos patógenos (DEL ROSSO, 2012, p. ao solo irregular, em segundo também precisa
61). ser uma alavanca rígida para permitir a deambu-
lação, e, para que o mesmo órgão consiga fazer
As bordas ou pregas ungueais são compostas estes dois trabalhos, o seu comportamento deve
por epitélio, nas bordas laterais esse epitélio é sofrer alterações dramáticas durante as diferen-
espesso, sem cutícula evidente, porém, com tes fases do seu ciclo mecânico (SILVA, 2006, p.
camada de queratina macia, que tende a perma- 6).
necer como uma membrana fina e rugosa em O pé possui uma estrutura complexa composta
contato com a superfície ungueal adjacente, for- por ossos, articulações, glândulas, terminações
mando assim os sulcos ungueais laterais. nervosas, entre outras que funcionam juntas para
Na borda ungueal próxima o epitélio é normal garantir a sustentação, carregando todo o peso
e, se justapõe à placa ungueal (unha), sua mar- do corpo, e permitir seu deslocamento.
gem distal é compreendida pelo eponíqueo (cutí- Quaisquer alterações nos pés mesmo que peque-
cula), este, é de grande importância biológica, na, afeta esse funcionamento e, por consequên-
pois, proporciona a selagem que impede o aces- cia, prejudica a mobilidade. Um calo ou uma
so de fragmentos e de microrganismos à área unha encravada podem dificultar grandemente
próxima à matriz, na falta dessa proteção, seu desempenho, levando o indivíduo a sentir
podem ocorrer infecções e distúrbios morfológi- dores insuportáveis (JUSTINO; BOMBONATO;
cos ao sistema (BARAN, BERKER, DAWBER; JUSTINO; 2011, p. 18).
2000, p. 2). O pé é um elemento importante para a estrutu-
ra corporal, principalmente para o sistema pos-
Preconiza que as unhas crescem aproximada- tural. A planta dos pés é rica em receptores cutâ-
mente 3mm por mês, a partir do epitélio engros- neos, exteroceptivos e proprioceptivos, que os
sado da matriz ungueal (FANDOS, 2004, p. 26). torna um captor ou adaptador podal; com isso,
Sua espessura varia de 0,5 a 0,75mm tanto no nível dos pés, diferentes informações podem
crescimento quanto espessura podem ser afeta- intervir (CANTALINO; MATTOS; 2006, p. 77).
dos por dermatoses e, doenças sistêmicas (SAM-
PAIO; RIVITTI, 2008, p. 441). Quando se fala de esqueleto, faz-se referência a
A composição química da unha se deve pela estruturas ósseas articuladas. Tais estruturas,
presença de nitrogênio, enxofre, cálcio, magné- responsáveis pela junção dos ossos, recebem o
sio, sódio, ferro, cobre, zinco, lipídios (0,1 a 1%, nome de articulação ou junturas e tem a finalida-
sendo o colesterol o principal devido ao seu de de coloca-los em contato, permitindo a mobi-
poder plastificante, quando na falta deste, a unha lidade. Essa união não é feita da mesma forma
torna-se quebradiça e seca) e, água (7% a 12% para todos os ossos, variando, portanto, com
também com poder plastificante, portanto, quan- maior ou menor possibilidade de movimento e
to menor o teor de água maior sua dureza) tipo de tecido interposto aos ossos (SLEUTJES,
(BEGA, 2006, p. 17). 2008, p. 143).
O osso não é completamente sólido; possui
A microflora normal da unha é composta prin- muitos espaços pequenos entre suas células e
cipalmente por Scopulariopses brevicaulis e componentes da matriz extracelular. Alguns
Cândida Albicans. As infecções se devem princi- espaços são canais para os vasos sanguíneos
palmente a incidência de fungos dermatófitos, que irrigam as células ósseas com nutrientes
em unhas aparentemente normais; neste caso, a (TORTORA, DERRICKSON; 2017, p. 119).
microflora desempenha papel oportunista servin- Quanto a estrutura óssea, o pé possui 26 ossos
do de reservatório para infecções em hospedei- e dois sesamoides que estão divididos em três
ros debilitados ou predispostos (MENDONÇA, grupos: calcâneo ou retropé; tarso ou mediopé e
2004, p. 229). metatarso ou antepé. Os ossos que compõe
esses grupos são: talo, calcâneo, ossos cuneifor-
Embora o podólogo tenha sua atuação limita- mes (medial, intermédio e lateral), cuboide, navi-
da, ele deverá conhecer cada patologia apresen- cular, metatarsos, falanges proximais, falanges
tada e, orientar o paciente sobre outras podopa- mediais e falanges distais (JUSTINO; BOMBONA-
tias, ou seja, sem calosidades, fissuras, onicofo- TO; JUSTINO, 2011, p. 18).
ses (excesso de pele), unha encravada, tínea
pedis (frieira), onicomicoses e micoses de pele, Em seguida, segundo Goldcher (2009, p. 9), o
entre outros (MADELLA, 2010, p. 52). pé apresenta uma rede de vasos superficiais
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muito ricos que nascem do revestimento cutâ- tornozelos e nos dedos, que funcionam para a
neo. Os vasos profundos são satélites dos vasos execução da marcha e a dinâmica do pé; e arti-
sanguíneos. Todos os linfáticos convergem para culações de amortecimento e adaptação, presen-
glânglios situados na parte superior da perna. tes nos ossos dos grupos tarso e metatarso que
Não existem linfonodos no pé. amortecem o choque do pé com o solo (JUSTI-
Anatomicamente, o pé se divide em quatro par- NO; BOMBONATO; JUSTINO, 2011, p. 19).
tes: artelhos, representados pelos dedos; antepé, Dessa maneira, os pés são estruturas funcio-
formado pelos cinco metatarsianos, que funciona nais de base de sustentação do corpo que pos-
como alavanca durante a fase da marcha; medio- suem 52 ossos (nos dois pés), que representam
pé, composto pelo navicular, três cuneiformes e 25% do total de ossos do corpo humano, 33 arti-
cuboide, que funciona como segmento para a culações, 107 ligamentos e 19 músculos e tendõ-
absorção de choques, desempenhando a função es em cada pé (JUSTINO; JUSTINO; NOGUEIRA,
chave na sustentação do arco longitudinal 2009, p. 28).
medial; e retropé, constituído pelo calcâneo, que
proporciona estabilidade durante a fase da mar- A harmonia entre as estruturas ósseas do pé,
cha na qual ocorre o contato do calcanhar com o juntamente com os ligamentos e músculos pro-
solo e funciona como braço de alavanca para o movem a estabilidade e flexibilidade dos arcos
tendão de Aquiles durante a flexão plantar do pé plantares. A falha na integridade articular ou de
(CANTALINO; MATTOS, 2006, p. 77). partes moles resultará em disfunções do pé
(CANTALINO; MATTOS; 2006, p. 77).
O metatarsso consiste no conjunto de ossos Cada dedo possui três falanges (proximal,
que unem o tarso às falanges, sendo numerados medial e distal), com exceção do hálux, que pos-
de I a V no sentido medial para lateral. Os quatro sui apenas duas (proximal e distal) (SLEUTJES,
metatársicos mediais articulam-se entre sí por 2008, p. 90).
meio de facetas em suas bases. Suas principais Enriquecidos por compostos de cálcio que pre-
estruturas são: base (extremidade proximal); enchem os intervalos de sua estrutura, os ossos
corpo; cabeça (extremidade distal) (SLEUTJES, do pé são extremamente fortes, pois além de nos
2008, p. 90). permitirem praticar todos esses movimentos,
ainda nos permitem exceder limites (PIEDADE,
São capazes de sustentar o peso do corpo de 2002, p. 55).
maneira adequada e transportá-lo por quaisquer
tipos de terrenos. Como decorrência da carga A planta dos pés é recoberta por uma pele
que suporta, podem sofrer inúmeras deformida- pouco flexível e fina região do arco longitudinal
des e patologias, que devem ser identificadas e interno e espessa e dura nas partes que servem
tratadas corretamente para que não ocasionem de apoio. A planta dos pés também possui um
maiores alterações (BIANCHINI, 1997, p. 80) elevado número de células adiposas que formam
Os pés tem basicamente duas funções distin- um coxim plantar, cuja função é amortecer o
tas: uma em estática (quando o indivíduo se peso do corpo, juntamente com os arcos que for-
encontra parado e de pé), e outra em dinâmica mam a abóboda plantar (JUSTINO; BOMBONA-
(quando o indivíduo se encontra em movimento) TO; JUSTINO, 2011, p. 19).
(BELO, 2011, p. 4).
Tendo visto que os pés contêm mais de 250 mil É a parte do corpo que contém mais termina-
glândulas sudoríparas e estão entre as partes do ções nervosas por centímetro quadrado (e é por
corpo que mais transpiram. Em um dia, cada pé isso que sentimentos cócegas tão facilmente)
pode produzir mais de meio litro de suor (MADE- (MAFRA, 2015, p. 23).
LLA, 2011, p. 10). É comum dizer que o esqueleto é capaz de rea-
lizar movimentos. Porém, tais movimentos estão
O esqueleto do pé, assim como o da mão, é associados a outras estruturas e órgãos, como
constituído por ossos articulados entre si, os tar- articulações, músculos, sistema nervoso central
sais, que se articulam com 5 ossos longos, um e periférico. Os ossos desempenham, portanto, o
conjunto denominado matatarso. Com os ossos papel de alavancas mecânicas que permitem os
do metatarso articulam-se com as falanges. O movimentos (SLEUTJES, 2008, p. 42).
tarso totaliza um conjunto de sete ossos, dos
quais um, o tálus, articula-se com os ossos da Quanto as estruturas dos arcos plantares, o pé
perna, além disso os ossos tarsais articulam-se pode ser classificado em normal, plano e cavo.
entre si (SLEUTJES, 2008, p. 90). No pé normal os dois arcos mediais devem ser
simétricos tanto na largura quanto no compri-
Cada pé conta com 33 articulações, divididas mento. O pé plano, caracteriza-se por um acha-
entre articulações de movimento, presentes nos tamento do arco longitudinal medial. O pé cavo é
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Figura 3: Anatomia dos pés
Fonte: https://planetabiologia.com/sistema-esqueletico-ossos-do-pe/.
Acessado em: 07 nov.2019.

caracterizado por um aumento do arco longitudi- Em seguida, Neto (2009, p. 8) diz que é sabido
nal medial. Esse tipo de deformidade resulta que os pés possuem 72.000 terminações nervo-
num pé rígido com muita pouca capacidade de sas e que passam por eles diariamente mais de
amortecer choques e adaptar-se aos esforços 18.000 quilos de sangue e líquidos extracelula-
(CANTALINO; MATTOS, 2006, p. 77). res, sangue este que transporta, entre outras
substâncias, [...] minerais e vitaminas e outros
Os ligamentos presentes no pé são: ligamentos nutrientes, isto através de uma cadeia vascular
cuneionaviculares plantares e dorsais, plantar de mais de 22 km de comprimento.
longo, tarsometatarsais plantares e dorsais,
tibiofibular anterior e posterior, talofibular ante- Os pés tem basicamente duas funções distin-
rior e posterior, calcaneofibular, colateral medial tas: uma em estática (quando o indivíduo se
(deltoide), talocalcaneo lateral e interósseo, encontra parado e de pé), e outra em dinâmica
bifurcado, medial do tornozelo (parte tibionavi- (quando o indivíduo se encontra em movimento)
cular e tibiocalcanea), calcaneonavicular plantar (BELO, 2011, p. 4).
e ligamento colateral medial (deltoide) do torno-
zelo (parte posterior) (JUSTINO; BOMBONATO; Desta forma, define-se que tal ciência desenvol-
JUSTINO, 2011, p. 19). ve o conhecimento biomecânico do tornozelo e
dos pés, a fim de compreender a marcha e os
Conforme o autor Bega (2014, p. 21), o pé é problemas que a dificultam, podendo, dessa
composto por 26 ossos e outros acessórios que forma optar pelo melhor tratamento dentro de
nem sempre estão presentes em todos os pés, uma visão ampla, multidisciplinar (BEGA, 2006,
sendo muitos deles causadores de problemas p. 1).
que impedem a perfeita deambulação. [...] consi- A função dos ossos é de proteção: os ossos
deramos também os ossos que se articulam com constituem verdadeiras armaduras que prote-
o pé para entendermos melhor a formação da gem os órgãos com funções importantes, como o
estrutura que conhecemos como tornozelo. cérebro, o coração e os pulmões, entre outros.
Sustentação e conformação: Além de proporcio-
As articulações ou junturas dividem-se, de nar a sustentação do corpo, os ossos permitem
acordo com sua estrutura e mobilidade, em três que os seres humanos tenham uma morfologia
grupos. São eles: fibrosas (sinartroses) ou imó- que os difere das demais espécies e os torna
veis; cartilaginosas (anfiartroses), ou com movi- semelhantes entre si. Armazenamento de íons de
mentos limitados e sinoviais (diartroses), ou jun- cálcio e fósforo: os ossos são compostos, em
turas de movimentos amplos (SLEUTJES, 2008, parte, por sais minerais (SLEUTJES, 2008, p.
p. 144). 41).
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3. ONICOSES

Chama-se de onicodistrofia ou onicose ou oni-


conose a toda e qualquer alteração que acomete
a lâmina, o leito e/ou a matriz ungueal. Gamonal
e colaboradores (2001) afirmam que, de um
modo geral, dois terços dos casos são causados
por fungos, as onicomicoses, e cerca de um terço
restante são quadros causados por doenças sis-
têmicas, síndromes e alterações tegumentares.
Já a palavra onicopatia refere-se a qualquer
enfermidade da unha (GAMONAL; CARVALHO;
MANSUR, 2001, p. 328).
Onicose, onicoatrofia ou onicopatia é qualquer
alteração relacionada ao aparelho ungueal, seu
diagnóstico clínico depende do aspecto macros-
cópico e caso necessário é ratificado por exames Figura 4: Onicomicose
complementares. O exame clínico do aparelho Fonte:
ungueal pode fornecer informações para diag- http://claudiopaguiar.blogspot.com/2015/09/o
nóstico de doenças dermatológicas bem como, nicomicose-quando-os-fungos-estao-
doenças sistêmicas (insuficiência renal, cardía- nas.html?spref=PI.
ca, pulmonar, hepática, endócrina, intoxicações, Acessado em: 05 nov.2019.
entre outros) (MENDONÇA, 2004, p. 227).
As doenças caracterizam-se por apresentar sin- 1829, p.59). E o estudo pioneiro sobre a bioquí-
tomas específicos, causados por agentes intrín- mica das unhas de Matecki, data de 1837
secos ou extrínsecos às células, interferindo na (MATECKI, 1837, p. 41).
sua homeostasia, portanto é uma condição anor-
mal do organismo. A compreensão do mecanis- As onicomicoses são causadas por fungos der-
mo de ação de cada doença é de grande impor- matófitos, oportunistas ou por leveduras. Os fun-
tância para fornecer bases racionais para a sua gos fazem parte do reino Fungi e são seres hete-
terapêutica (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1997, p. rotróficos, ou seja, que se nutrem de alimentos
262). das mais diversas fontes, porque não são capa-
zes de sintetizar seu próprio alimento. Aqueles
Para prevenir ou minimizar a fragilidade das que sintetizam seu próprio alimento são chama-
unhas recomenda-se evitar: contato direto com dos de autotróficos. Os fungos podem servir
detergentes; imersão em água (principalmente como alimento, medicamento ou veneno: contu-
em alta temperatura); retirada excessiva de epo- do, alguns causam doenças, como as micoses.
níquio (cutícula); uso excessivo de removedores As micoses são classificadas em: superficiais,
de esmalte (acetona) e unhas compridas (GUE- cutâneas, subcutâneas e sistêmicas (BEGA;
DES, 2009, p. 344). LOROSA 2010, p. 223).
Os fungos são protistas eucariotas, cujo núcleo,
unicelular ou pluricelular, é envolto por membra- As onicomicoses são infecções fúngicas
na celular com cromossomos em pares, pos- comuns nas unhas dos idosos, tanto nas mãos
suem paredes rígidas constituídas por polissaca- quanto nos pés. Sua prevalência pode ser expli-
rídeos (carboidratos), sua reprodução pode ser cada por fatores como aumento de incidência de
sexuada ou assexuada, esta última por sua vez, imunodeficiências relacionadas à idade da popu-
ocorre na maioria das vezes em fungos de grande lação (SILVA, 2000, p. 631).
importância médica (MORENO, 2005, p. 5). As onicoses causadas por fungos, denomina-
Um pé é considerado saudável apenas se esti- das onicomicoses são mais do que um problema
ver livre de qualquer patologia, ou seja, sem calo- estético e, acometem ambos os sexos (MENDON-
sidades, fissuras, onicofoses (excesso de pele), ÇA, 2004, p. 231).
unha encravada, tínea pedis (frieira), onicomico- O solo é certamente, o habitat natural de mui-
ses, e micoses de pele, entre outros (NOGUEIRA; tos fungos. Diante de suas paredes rígidas, os
2007, p. 80). fungos adquirem seus nutrientes de forma solú-
vel, por absorção ou por pinocitose (a célula
3.1 Onicomicoses engloba a substância em estado líquido), os fun-
gos de importância médica, podem viver de
As onicomicoses foram descritas pela primeira forma parasitária, obtendo assim, seus nutrien-
vez em 1829, por Mahon Le Jeune (MAHON, tes do hóspede (MORENO, 2005, p. 6).
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Existem fatores que facilitam a infecção causa- se; traumas de repetição; tomar banho descalço;
da pelos fungos, como as alterações vasculares usar banheiros públicos descalço; umidade; uso
arteriais e venosas. Um calçado pressionando os de piscinas com água contaminada e práticas
dedos e as unhas durante várias horas do dia é o não saudáveis de higiene dos pés, entre outros.
suficiente para provocar um processo isquêmico Os fungos invadem o corpo da unha utilizando
pela pressão externa, o que funciona como um várias portas de entrada e alguns artifícios,
facilitador para o surgimento das micoses, difi- como: Invasão da queratina do eponíquio; inva-
cultando, por exemplo, a nutrição dos tecidos e a são do hiponíquio distal ou do vale da unha; inva-
defesa por parte das células do sistema imunoló- são da superfície da unha e, invasão pelas bordas
gico que necessitam de oxigênio e de nutrientes, laterais (BEGA; LOROSA, 2010, p. 229).
bem como chegam ao sítio da agressão através As onicomicoses estão inseridas no grupo de
da circulação (BEGA, LOROSA, 2010, p. 228). micoses superficiais, as dermatofitoses, sua
De modo geral, os fungos podem causar três apresentação clínica mais comum é a subun-
tipos de afecções: micoses superficiais, interme- gueal distal/lateral e, seus principais agentes
diárias e profundas. O primeiro grupo constitui infecciosos são o T. rubrum e o T. mentagrophy-
em fungos que utilizam a queratina como subsis- tes (MENDONÇA, 2004, p. 236).
tência, portanto, parasitam em estruturas quera- Atingida a pele, o progresso da infecção depen-
tinizadas da epiderme, unha e cabelos. Os fungos de de vários fatores. A pele lesada facilita a infec-
intermediários, não possuem poder queratolíti- ção, enquanto a pele íntegra é uma barreira natu-
co, vivem sobre a pele e, utilizam como fonte de ral. A umidade é importante para a colonização
sobrevivência, restos epiteliais ou produtos de do dermatófito (SAMPAIO; RIVITTI, 2008, p.
excreção, estes, geralmente não tem afinidade 703).
micológica ou clínica. O terceiro grupo compre-
ende nas infecções cutâneo-mucosas, estes Os diagnósticos diferenciais das onicomicosese
podem atingir tanto a pele quanto mucosas que devem ser observadas são, principalmente,
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008, p. 703). onicólise, hiperqueratose subungueal, alterações
de coloração das unhas, como a leuconiquia e
Nos últimos anos, ocorreu um aumento signifi- melanoníquia e as distrofias ungueais. Há grande
cativo na busca por medicamentos alternativos, o dificuldade para se chegar ao diagnóstico de
que propiciou um avanço nas pesquisas relacio- infecção fúngica das unhas, mas essa diferencia-
nadas com o uso farmacológico das plantas ção no diagnóstico é importante, pois implica
medicinais para a cura dos mais variados tipos diferentes tratamentos (CHANUSSOT; ARENAS,
de doenças (OLIVEIRA et al., 2011, p. 492). 2007, p. 118).
O uso de calçados fechados e/ou úmidos, Pode-se utilizar óleos essenciais no tratamento
andar descalço em banheiros públicos e traumas de onicomicoses. Foi realizado um estudo na uni-
frequentes são fatores que influenciam essa ele- versidade Anhembi Morumbi com alguns óleos
vada taxa de prevalência (SILVA, 2000, p. 631). essenciais aplicados no combate aos fungos, foi
Existem fatores que facilitam a infecção causa- observado que alguns fungos são mais susceptí-
da pelos fungos, como as alterações vasculares veis a uma classe de óleos essenciais e que
arteriais e venosas. Um calçado pressionando os outros fungos são mais resistentes, foi constata-
dedos e as unhas durante várias horas do dia é da a afetividade dos óleos essenciais de cravo,
o suficiente para provocar um processo isquêmi- tomilho e melaleuca, como os principais antimi-
co pela pressão externa, o que funciona como um cóticos naturais (BEGA, 2009).
facilitador para o surgimento das micoses, difi-
cultando, por exemplo, a nutrição dos tecidos e a 3.2 Onicocriptose
defesa ´por parte das células do sistema imuno-
lógico que necessitam de oxigênio e de nutrien- A onicocriptose é uma condição comum que
tes, bem como chegam ao sítio da agressão atra- pode ocorrer em diferentes faixas etárias, desde
vés da circulação. recém-nascidos, crianças e adultos, e tem dife-
rentes causas predisponentes (TANG, 2010, p.
Outros fatores importantes são: diabetes, pela 28).
glicação dos tecidos e pelos processos isquêmi-
cos que podem causar; predisposição congênita; Onicodistrofia, conforme citado anteriormente,
uso de fármacos imunossupressores; idade avan- é qualquer alteração relacionada ao aparelho
çada, pela deterioração das células germinativas ungueal, seu diagnóstico clínico depende do
do corpo da unha; contato frequente com deter- aspecto macroscópico e é ratificado por exames
gentes que alteram a microbiota e agridem os complementares. O exame clínico do aparelho
tecidos epiteliais; uso de instrumentos contami- ungueal pode fornecer informações para diag-
nados; uso de calçados contaminados; hiperidro- nóstico de doenças dermatológicas e doenças
www.revistapodologia.com 28
sistêmicas (insuficiência renal, cardíaca, pulmo-
nar, etc.) (MENDONÇA, 2004, p. 232).

A onicocriptose é uma das patologias mais


comuns que ocorre no pé. O conhecimento dessa
doença e suas implicações é fundamental para o
estabelecimento de um correto diagnóstico e,
consequentemente de tratamento adequado
(CARMONA; MORATO, 2003, p. 33).

Nome científico da unha encravada, significa


unha em cripta. Pode ser unilateral ou bilateral e
caracteriza-se pela incrustação de uma espícula
(pedaço) do corpo da unha na pele adjacente,
podendo ser nas bordas dos dedos ou até no vale
da unha. Tem diversas causas: alterações podo-
posturais ou biomecânicas, má-formação, corte
inadequado, calçados apertados, bico fino, salto
Figura 5: Unha encravada
alto e acidentes (BEGA, 2014, p. 217).
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Onicocriptose.
Caracterizada em três os estágios clínicos da
Acessado em: 05 nov.2019.
unha encravada: Agressão da espícula ungueal,
com inflamação local, eritema, edema e dor; ção. Inicialmente utilizava-se a órtese ungueal
Espícula ungueal atua como corpo estranho, com metálica (ortoníquia metálica), o tratamento con-
processo inflamatório ativo causando frequente- siste em fixar um grampo metálico ajustando-o
mente infecções bacterianas, forte dor, dificulda- na curvatura da unha, este grampo tem a capaci-
de de usar sapatos; Ocorre formação de tecido dade de aplainar a lâmina ungueal. O grande
de granulação com proliferação carnuda, chama- desafio é manter a estabilidade da correção, ou
da granuloma piogênico (VIANNA, 2007, p. 36). seja, a manutenção da correção pós-tratamento
(MENDONÇA, 2009, p. 339).
O aparelho ungueal exige cuidados básicos, A onicocriptose pode causar dor e desconforto,
como corte adequado da lâmina ungueal e higie- sangramento e em alguns casos por tornar-se
nização com água e sabão. É essencial para a uma infecção ocorre a formação de pus e odor,
saúde manter o aparelho ungueal limpo. Deve-se podendo elevar ao granuloma piogênico (prolife-
atenção principalmente ao corte da borda livre, ração de vasos sanguíneos, formadores de uma
evitando cortes ovais, redondos e, pontiagudos, lesão tumoral), onde se faz necessário a remoção
pois estes tendem a gerar um quadro de onico- da espícula (BEGA; 2006, p 6).
criptose (MENDONÇA, 2009, p. 338). A pressão que a borda do sapato exerce sobre
o hálux, comprime o tecido macio contra a unha
Etimologicamente, onicocriptose provém de de tal forma que a unha se encrava (ESPINEL,
origem grega “onyx, onychos” que significa unha, 2000, p. 14).
e “keypteín” que significa ocultar. É uma patolo-
gia podológica que afeta a lâmina ungueal, pro- A onicocriptose pode ser adquirida por fatores
vocando dor e inflamação dos bordos ungueais exógenos, quando o indivíduo nasce com uma
(CARMONA; MORATO, 2003, p. 13). unha sadia e a adquire por diversos motivos. Ou
endógenos, quando a pessoa já nasce com defor-
A onicocriptose pode estar aliada ao granuloma midade no corpo da unha, ou a adquire por fato-
piogênico (com exsudato purulento) ou não, e res internos (VIANNA, 2007, p. 5).
seu trataemento se faz com a remoção da espí- Mas na grande maioria dos casos é formada
cula (o corpo estranho é a sua causa) e curativos por interferências externas, como o corte indevi-
à base de antissépticos (BEGA, 2014, p. 218). do das unhas executado por pessoas não habili-
O uso de meias e calçados apertados, de salto tadas, que não sabem como proceder diante do
alto e bico fino contribuem para a formação da formato ungueal, deixando na borda lateral da
onicocriptose, já que exercem pressão sobre a unha a espícula, que conforme o seu crescimento
lâmina, fazendo com que a mesma agrida o teci- penetra na extremidade do dedo (BANEGAS,
do (BANEGAS, 2006, p. 24). 2006, p. 26).

Na onicocriptose (unha encravada), utiliza-se Manter as unhas curtas diminui a área disponí-
além do corte adequado, as órteses para corre- vel para desidratação e evitar remover muita cutí-
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cula previne as infecções. Assim, impõe-se infor- com pressão na borda ungueal lateral (onicocrip-
mar o paciente sobre a higiene das unhas (corte tose grai I). Esses sintomas são provocados pelo
reto) e calçado adequado (largo e arejado) e nas avanço da placa ungueal com presença de espí-
unhas grossas, propor limpar o dorso da placa cula lateral para dentro do tecido periungueal,
ungueal três vezes por semana. Os pacientes desencadeando assim o processo inflamatório.
devem assegurar que hidratam as unhas com Se a injúria persiste, os sinais inflamatórios
hidratantes tópicos. Finalmente, não é aconsel- aumentam,e, assim, pode surgir exsudato, infec-
hável usar unhas artificiais e fazer manicura das ção secundária e drenagem no local (onicocripto-
cutículas (LEME, 2015, p. 31). se grau II). Se o processo persiste os sintomas
aumentam e ocorre a formação de tecido de gra-
Atualmente, faz-se frequente o uso das órteses nulação e hipertrofia da borda lateral da unha
acrílicas, estas são colocadas na lâmina ungueal (onicocriptose grau III) (IGNEZ; AZULAY, 2006, p.
deformada, e a sua pressão lateral tende a tra- 689).
cionar as bordas laterais da lâmina ungueal de
forma longitudinal, levando ao alívio da dor e a Outros fatores adicionais agravantes são:desvio
modificação progressiva da convexidade da medial do hálux, afinamento da placa ungueal,
mesma. O uso prolongado, geralmente mais de espessamento dos tecidos periungueais, hiperi-
seis meses, resulta na correção da curvatura exa- drose dos pés, corte convexo da borda livre distal
gerada da unha, as recidivas ocorrem quando o da placa ungueal e sapatos em ponta fina ou
tratamento for suspenso precocemente. O retor- excessivamente apertados (LUCARES; RODRI-
no do paciente se faz uma vez por mês, neste a GUEZ; LEVERONE; NAKAMURA, 2012, p. 1).
fibra é substituída por uma nova e o grau de cur-
vatura é medido (MENDONÇA, 2009, p. 339).

Na podologia, as órteses ungueais são disposi-


tivas utilizados para a correção de lâminas
ungueais que apresentam excesso de curvatura.
No mercado atual existem vários tipos de órtese,
os quais podem ser indicados para cada caso
apresentado (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO,
2011, p. 62).

A prática de alguns esportes ou danças que


causam microtraumatismos repetidos, como no
caso dos tenistas, jogadores de futebol, basque-
te, vôlei e bailarinas, também são causadores da
onicocriptose (VIANNA, 2007, p. 7).
Alterações posturais também estão entre as
causas da onicocriptose, muitas vezes por má Figura 6: Termos Técnicos na Prodoprofilaxia
habito na hora de descanso ou no ambiente de Fonte: https://www.slideshare.net/mariaelizabe-
trabalho. Por traumatismo violento, quando exis- telimamo/profilaxia-podal.
te um ou mais fatores presentes, assim a ação de Acessado em 11 de out. 2019.
um peso sobre o aparelho ungueal, ou até
mesmo uma queda, pode ser outro fator desen- A hiperidrose, excesso de transpiração ou cons-
cadeante da onicopatia (BANEGAS, 2006, p. 29). tante contato com a água e até mesmo pela falta
de transpiração no local, faz com que possivel-
Quando as unhas dos pés são curvas, não pla- mente uma parte da unha se incruste no tecido
nas, as suas bordas podem cavar para a polpa do que por tais motivos se encontra mais flexível
dedo. A borda medial da unha do hálux é afetada (BANEGAS, 2006, p. 13).
mais frequentemente e cavará na polpa do artel-
ho, causando uma lesão de partes moles. A área Se a onicocriptose voltar a ocorrer, as unhas
lesada poderá ficar infectada e produzir uma podem ficar extremamente acentuadas e profun-
lesão granulomatosa crônica infectada ao longo das nas bordas, o que impede o corte doméstico
do lado medial da unha (DANDY, 2000, p. 416). simples, causando dor e desconforto. Existem
recursos que podem ser aplicados sobre as lâmi-
O quadro clínico, classificado pela primeira vez nas, obtendo maior eficácia. Estes são afixados
por Heifetz em 1937, segundo o grau de severi- nas lâminas de unhas encravadas e funcionam
dade, caracteriza-se pela presença de sinais modificando o seu formato para que não haja a
inflamatórios como eritema, edema leve e dor penetração novamente (PIEDADE, 2004, p. 22).
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Para que o tratamento seja eficaz e o paciente que se suspeite de uma doença interna, se são
tenha uma boa recuperação é necessário que a todas as unhas que revelam alterações de cor ou
retirada da espícula seja feita, realizando a espi- forma (GUIBAL; BARAN; DUHART, 2009, p. 188).
culectomia. Quando ocorre a onicocriptose asso-
ciada ao granuloma piogênico, além da espicu- Sua aplicação é indolor, trata-se de um proces-
lectomia deve ser feito curativos com antissépti- so progressivo que requer manutenções periódi-
cos e, se indispensável a indicação de outro espe- cas, mas proporciona excelentes resultados e alí-
cialista para o uso de antibiótico tópico (BEGA, vio imediato da dor, fazendo com que a lâmina
2006, p. 9). deformada, volte a ter um formato normal. A
órtese atua com força de tração, como uma ala-
Diversos fatores determinam essa condição: vanca que força a unha em sentido contrário,
hereditariedade, constitucional, desproporção mudando sua curvatura. Tais procedimentos são
entre a largura da placa e leito ungueal e aumen- aplicados pelo podólogo, profissional habilitado
to da curvatura transversa da placa ungueal (PIEDADE, 2004, p. 26).
(LUCARES; RODRIGUEZ; LEVERONE; NAKAMU-
RA, 2012, p.1). 3.2.1 Órtese Metálica
O tratamento conservador geralmente é efetivo
e consiste de limpeza regular das unhas; coloca- A órtese metálica inclui o uso de brackets e fio
ção de uma bolinha de algodão abaixo da borda ortodôntico com vários tipos de dobradura –
da unha; permissão para que a unha cresça além ômega, eme (M) e quadrado. As dobraduras e o
da extremidade do dedo. Se as medidas conser- calibre dos fios ortodônticos definem as trações
vadoras falharem, poderá ser necessária uma exercidas na lâmina ungueal; quanto maior for a
intervenção cirúrgica (DANDY, 2000, p. 416). numeração do fio, maior sera o seu calibre e,
consequentemente, maior a pressão da lâmina
Realizar qualquer procedimento caseiro e sem ungueal (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO,
auxílio de um profissional especializado, motiva- 2011, p. 63).
rá uma piora do quadro. E mesmo após a cicatri-
zação da retirada do corpo estranho, em muitos Os tratamentos para as unhas requerem
casos é preciso haver a correção do arco da cur- paciência, disciplina e uma grande motivação
vatura da lâmina ungueal, obtido por órteses por parte do paciente, já que qualquer deles
para diminuir a convexidade e permitir o cresci- necessitará de, pelo menos, seis a dez meses
mento da nova unha (PIEDADE, 2004, p. 23). para evidenciar a sua eficácia, dado que o cresci-
mento das unhas é lento. Para assegurar o cum-
Antes do surgimento da adaptação das órteses primento, é essencial instruir o paciente cuidado-
no Brasil, eram utilizados outros materiais como samente sobre a aplicação apropriada e a dura-
flanela, feltro e espuma de látex como separa- ção do tratamento (TOSTI, 2015, p. 56).
dos. Após explicações, congressos e cursos com
profissionais conceituados, a importância das Na onicocriptose utiliza-se além do corte ade-
órteses tomou outro rumo e assumiu o espaço quado, as órteses para correção. Inicialmente
considerável na podologia (BEGA, 2006, p. 5). utilizava-se a órtese ungueal metálica (ortoníquia
metálica), o tratamento consiste em fixar um
Após o tratamento das causas básicas das alte- grampo metálico ajustando-o na curvatura da
rações ungueais, o risco de recaída pode ser unha, este grampo tem a capacidade de aplainar
reduzido mediante a aplicação de medidas pre- a lâmina ungueal. O grande desafio é manter a
ventivas. Reduzir consideravelmente o contato estabilidade da correção, ou seja, a manutenção
com água, químicos e detergentes pode ser efi- da correção pós tratamento (MENDONÇA, 2009,
caz. O uso de removedores de verniz com aceto- p. 339).
na também deve ser minimizado o máximo pos- A confecção da órtese metálica consiste no
sível. O cuidado com as unhas com mediadas mesmo material utilizado para correção denta
higiênicas preventivas e protetoras é importante, ria, por isso dificulta muitas vezes no uso de cal-
a fim de evitar a desidratação do prato ungueal. çados fechados e meias, já que os brackets e fios
Deve-se aconselhar-se o uso de luvas de algodão metálicos formam uma proeminência sobre a
sob luvas de borracha durante as atividades lâmina (MENDONÇA, 2004, p. 235).
domésticas e evitar a imersões repetidas em A órtese botton com mola flexível, corrente ou
água morna (LEME, 2015, p. 31). elástico é mais usada para manutenção, ou seja,
quando a lâmina já atingiu a curvatura adequada
Via de regra, se somente uma ou duas unhas e é preciso estabilizar a nova memória da lâmina
apresentarem uma anomalia, é provável que o e do leito ungueal (JUSTINO; BOMBONATO; JUS-
problema seja externo, ao passo que é razoável TINO, 2011, p. 63).
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3.2.2 Órtese acrílica ou Fibra de Memória lemia. Essa diminuição leva também as suas
Molecular (FMM) unhas a perderem água com mais facilidade.
Assim, a sua capacidade de reter líquido é
Para o tratamento conservador atual da onico- pequena, o que a torna mais suscetível à desidra-
criptose, autores como Tosti e colaboradores, tação e aos danos mecânicos (LEME, 2015, p.
relatam o uso de uma órtese de plástico, (fibra 32).
de memória ou Clip System). Esta, quando colo- O importante sobre a aplicação da FMM é a
cada sobre a unha deformada, tende a manter correta limpeza do corpo da unha: primeiro com
sua antiga estrutura retilínea, forçando a unha a fresa, para deixá-la sem ondulações, e depois
fazer o mesmo. Os autores afirmam ser esta a com álcool, para desengordurá-la (BEGA, 2014,
técnica conservadora de tratamento mais aceita p. 199).
e com melhores resultados (TOSTI et al., 2007,
p. 130-131). 3.2.3 Órteses Fotopolimerizáveis

O uso prolongado, geralmente mais de seis São feitas com resina fotopolimerizáveis e uni-
meses, resulta na correção da curvatura exagera- das a unha com uma substância não-aderente.
da da unha, as recidivas ocorrem quando o trata- Quando aplicada sobre a lâmina é necessário dar
mento for suspenso precocemente. O retorno do a forma desejada para assim aplicar a luz do
paciente se faz uma vez por mês, neste a fibra é fotopolimerizador, para que seque e fique aderi-
substituída por uma nova e o grau de curvatura é da sobre a lâmina ungueal (BEGA, 2006, p. 7).
médio (MENDONÇA, 2009, p. 339). Dependendo do seguimento do tratamento e do
Di Chiachio e colaboradores (2006, p. 1082) paciente, são observados ótimos resultados no
ressaltam que o uso de órtese é indicado para o tratamento conservador, no entanto, não se con-
tratamento de onicocriptose grau I e nos casos segue determinar o melhor método, pois ainda
em que a cirurgia não pode ser indicada. De acor- são encontradas recidivas. Talvez isto se deva à
do com os autores, a fibra de memória é coloca- cultura brasileira, onde é comum a prática de
da sobre a unha com cola de cianocrilato, mais cuidados com os pés com avulsão de cutículas e
próxima da borda distal, e mantida por 40 a 60 podas das unhas de forma inadequada (CORDEI-
dias. RO; HIRATA; ENOKIHARA, 2009, p. 28).

A onico-órtese desenvolvida apartir da fibra de Essa técnica pode ser utilizada em onicofoses,
memória molecular é uma fibra de vidro com após sua remoção, da mesma forma que se apli-
resina epóxi que, obedecendo a princípios da físi- ca a órtese confeccionada com o polímero e o
ca, tracionam o corpo da unha, diminuindo a sua monômero acrílicos (BEGA, 2014, p. 205).
curvatura. Estudos e pesquisas comprovam a sua
eficácia e, por ser uma técnica muito simples, 3.2.4 Ortoplastia
tem sido largamente utilizada na podologia bra-
sileira (BEGA, 2014, p. 198). É um material inodoro, insípido, incolor, antio-
São pequenas próteses acrílicas, formada por xidante, resistente a água e a outros produtos
camadas sintéticas, indicadas para casos mais químicos. O tipo utilizado na podologia pode ser
simples de onicocriptose. Posicionadas sobre a encontrado sob a forma de líquido ou pasta e sua
lâmina ungueal tem finalidade de tracioná-la, dureza é medida dentro da escala Shore A, sendo
modificando e suavizando a dor (MENDONÇA, que os silicones mais maleáveis apresentam uma
2004, p. 237). dureza Shore 3 e Shore 4 e os silicones menos
Todavia, como qualquer dispositivo médico maleáveis apresentam dureza Shore que varia de
ativo, ela tem efeitos colaterais. Uma órtese 11 a 16. Por meio dela é possível saber se o sili-
inadequada gera doenças iatrogênicas por sobre- cone é apropriado para proteção ou para corre-
carga ou por excesso de tração (GOLDCHER, ção, se deve ser usado em idosos, diabéticos,
2009, p. 262). crianças, atletas, etc (BEGA; LOROSA, 2010,
p.253).
Durante a vida, a morfologia das unhas varia, O simples uso de um compensador de silicone,
verificando-se grandes diferenças entre as unhas que melhora o alinhamento do artelho e paralisa
sãs de um lactante e as de um ancião. A taxa de o processo de degeneração articular, pode ser
crescimento, a cor, o contorno, a superfície, a classificado como uma profilaxia para uma boa
espessura, a composição química e histológica postura, assim como um compensador mal
da unha modificam-se. Por exemplo, o teor de adaptado que provoque dor e/ou limitação de
gordura, que já é baixo em condições normais, mobilidade articular, pode desencadear uma
sofre uma queda com a idade, que é independen- compensação postural patológica (ROMEIRO,
te da dieta ou de doenças como a hipercolestero- 2004, p. 10).
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A pegada plantar é um bom método de avalia-
ção para tipificar o tipo de pés, sendo od pés
mais planos aqueles que apresentam um maior Juanete
risco de lesões, assim como um maior número
de patologias associadas (AGUILERA; HEREDIA;
PEÑA, 2016, p. 20).
As órteses de silicone aplicadas no antepé são
muito versáteis, ou seja, podem ser confecciona-
das para vários problemas, tanto para correção
como para absorção de impacto. Servem para
calos interdigitais, hálux valgus, dedo em marte-
lo, calos dorsais dos dedos médios, etc. O bene-
fício é que não são desprezíveis, pois não perdem
a forma e a função com o uso cotidiano. São
hipoalergênicas e os cuidados solicitados são:
não devem ser usadas ao dormir; lavá-las com
água e sabão; secá-las com pano ou papel absor-
vente; e pulverizá-la com talco para não ficarem Figura 7: Joanete
pegajosas (BEGA, 2014, p. 207). Fonte:
https://alfenashoje.com.br/noticia.asp?id_noti-
3.3 Distrofias Ungueais Parciais cia=16746.
Acessado em 11 de out. 2019.
As unhas são placas de células queratinizadas,
localizadas na superfície dorsal das falanges ter- O calçado pode ser o maior contribuinte para
minais dos dedos. É na matriz da unha que se patologias nos pés, tais como hálux valgo, defor-
observa sua formação, graças a um processo de midades nos dedos e calosidades (FREY, 2000, p.
proliferação e diferenciação das células epiteliais 32).
que gradualmente se queratinizam, formando a O tratamento é conservador e consiste de pres-
placa córnea (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, crição de calçados com a frente mais larga e a
2011, p. 25). utilização de um separador de dedos para estabi-
Vão desde unhas frágeis, quebradiças, com fen- lização que deve ser usado à noite. Em casos gra-
das longitudinais ou transversais, chegando até a ves, o tratamento cirúrgico é indicado, contudo a
alteração completa na lâmina ungueal. As causas identificação de fatores que levaram àquela
das alterações leves são várias, desde um sim- deformidade é imprescindível para a atuação
ples processo relacionado a idade, exposição cirúrgica e também para se evitar a recidiva (SIL-
exagerada a detergentes, uso de esmaltes, remo- VEIRA, 1999, p. 503).
vedores e outras substâncias que ressecam as Trata-se de uma afecção complexa, que como
unhas. As formas graves com distrofias quase tal deve ser avaliada, para que se possa indicar
totais estão, em geral, associadas a outras doen- também a técnica cirúrgica mais adequada
ças e/ou infecções (SILVA, 2000, p.632). (IGNÁCIO et al., 2006, p.48).
Pittings (depressões cupuliformes e estriações) É de extrema importância que as atividades
são as alterações de superfície mais comuns da esportivas sejam modificadas para reduzir o
lâmina ungueal. A anatomia e a biologia da unha estresse causado no joanete. Deve-se evitar corri-
indicam que isto deve ocorrer a partir de uma da em terrenos irregulares (principalmente com
alteração da matriz mais proximal ou a chamada subidas), treinos de tiro e atividades que envol-
matriz dorsal. Alterações passageiras levarão a vam chutes (futebol e lutas marciais) ou posturas
lesões arredondadas ou ovaladas, e alterações ajoelhadas (MELLO, 2013, p. 18).
duradouras levarão a lesões longitudinais Estabeleceram-se os valores médios angulares
(BARAN, 2009, p. 1). da primeira articulação metatarsofalangiana
indicado para cirurgia, evitando ou diminuindo
3.4 Hálux Valgo ao máximo a porcentagem de correções insufi-
cientes e recidivas (NERY et al., 2001, p. 41).
O hálux valgo é uma subluxação estática da pri-
meira articulação metatarsofalangiana. É vulgar- 3.5 Deformidade dos dedos
mente chamado de joanete e leva a uma altera-
ção tanto na estabilidade estrutural como postu- Por razões ortopédicas, como artroses, encur-
ral dos pés, podendo ou não estar associada a tamentos de tendões, pés acentuadamente
outras deformidades naquela região (CARVALHO, cavos, fraturas mal consolidadas, etc., os peque-
2009, p. 365). nos dedos sofrem alterações estáticas e funcio-
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nais que provocam o surgimento de outras podo- (VIDAL; SANTOS, 1998, p. 50).
patias, como helomas e tilomas dos pequenos A infiltração é a técnica de aplicar um medica-
dedos, helomas e tilomas interdigitais, helomas mento diretamente na região lesionada mediante
nas bordas distais dos dedos e problemas futu- uma injeção. A região anatômica do pé onde se
ros, muito irrecuperáveis a não ser cirurgicamen- aplica a infiltração com maior frequência é o cal-
te (BEGA, 2014, p. 245). canhar afim de eliminar a dor de uma entesite no
esporão do calcâneo (MALDONADO; BUEIS;
As deformidades dos dedos apresentam-se GONZÁLEZ, 2014, p. 87).
basicamente de três formas: garra, martelo e As pessoas mais suscetíveis ao problema são
malho. São todas as formas rígidas ou flexíveis. mulheres com idade entre 40 e 50 anos, prati-
A causa mais comum é o uso de sapato inade- cantes de esportes como caminhada, corridas e
quado, mas pode também ser secundárias a maratonas. O tratamento é principalmente clíni-
fatores congênitos, ou alterações neuromuscula- co, realizados por meio de exercícios de alonga-
res. Nos casos flexíveis, pode-se tentar o trata- mento do tendão de aquiles e da fáscia plantar
mento conservador, com o uso de sapatos apro- (MAFRA, 2011, p. 16).
priados, com medidas de reabilitação da muscu- O surgimento do esporão do calcâneo costuma
latura, extensora e extrínseca do pé e uso de estar associado ao aumento do tônus muscular
tubos de esponja de plástico para proteger e evi- dos flexores curtos dos dedos (esporão infracal-
tar atritos nos dedos (MASCARÓ, 2003, p. 165). câneo), mais comuns em pés cavos, ou ao
Excessos, como peso acima do padrão ideal, aumento do tônus muscular do tríceps (gastroc-
pratica de esportes de grande impacto, uso de nêmios e sóleo) na sua inserção no tendão do
calçados inadequados, caminhadas muito longas calcâneo (esporão retrocalcâneo) (BEGA, 2014,
ou mesmo praticas profissionais que exijam a p. 246).
permanência em pé por longos períodos colocam As causas de dor no calcanhar podem ser clas-
os pés no limite de sua resistência mecânica sificadas em: doenças inflamatórias sistêmicas,
(PIEDADE, 2002, p. 48). doenças inflamatórias localizadas, compressão
de nervos, doenças metabólicas, infecções, sín-
Nos casos rígidos ou na falha do tratamento drome traumática e/ou uso abusivo (MARTONA-
conservador indica-se o tratamento cirúrgico RA, 2001, p. 360).
(COLLET, 2002, p. 281). Na maior parte dos casos de dor no calcanhar
O tratamento é muito disciplinar envolvendo a causa principal decorre do esporão do calcâ-
podologista e ortopedista. O médico trata cirur- neo, que se relaciona à fascite plantar.
gicamente e pode encaminhar o paciente ao Caracterizada por crescimento ósseo extra no
podologista, visando a um cuidado especializado calcanhar pode se formar quando a fáscia plan-
e completo. O podologista faz a avaliação podo- tar faz excessiva tração sobre o calcanhar. A quei-
postural e confecção de órteses de silicone, além xa típica de apresentação de um paciente com a
de órteses plantares podoposturais ou biomecâ- síndrome do esporão do calcâneo é a discinesia
nicas e remoção das afecções causadas por pós-estática, especialmente após se levantar de
estas deformidades (BEGA, 2014, p. 245). uma noite de descanso. A dor no calcanhar dimi-
nui após período de atividade (COLLET, 2002, p.
3.6 Esporão do Calcâneo 286).
No caso específico de higroma, a causa essen-
O surgimento do esporão do calcâneo costuma cial do calo são microtraumatismos de repetição.
estar associado ao aumento do tônus muscular Motivo muito comum observado pelos podólo-
dos flexores curtos dos dedos (esporão infracal- gos, os microtraumatismos estão sempre ligados
câneo), mais comuns em pés cavos, ou ao a causas secundárias (VAGLI, 2012, p. 8).
aumento do tônus muscular do tríceps (gastroc- Nesses casos, o uso de órteses podoposturais
nêmios e sóleo) na sua inserção no tendão do e exercícios de alongamento costumam surtir
calcâneo (esporão retrocalcâneo) (BEGA, 2014, bons resultados. Além do quadro clínico, uma
p. 246). radiografia é suficiente para mostrar o esporão
O esporão de calcâneo é uma patologia ortopé- de calcâneo (espinha subcalcânea ou retrocalcâ-
dica caracterizada pela formação de espiculas nea), definida como um osso supernumerário
ósseas na face plantar ou posterior do osso cal- (BEGA, 2014, p. 247).
câneo. As principais causas predisponentes são
os traumatismos de repetição, devidos a um tipo 3.7 Onicólise
de marcha que força demais a região calcânea,
ao peso excessivo ou mesmo ao uso de calçado A separação da lâmina ungueal da porção dis-
com palmilha dura, que não amortece adequada- tal do leito é chamada de onicólise, enquanto a
mente a pressão do calcâneo durante a marcha separação a partir da matriz e do leito ungueal
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proximal é chamada de onicomadese. A onicólise núcleo, central, doloroso, onde há maior quanti-
é um fenômeno comum e ocorre em quase todos dade de células (VAGLI, 2009, p. 10).
os pacientes com hiperqueratose subungueal A parte mais importante na formação da lâmi-
(BARAN, 2009, p. 61). na ungueal é sua irrigação sanguínea. E a partir
Caracteriza-se por um deslocamento da unha do momento que houver uma interferência inter-
de seu leito na sua região, criando um espaço na ou externa desta irrigação, haverá alterações
subungueal onde se acumulam germes, sujeira, em sua formação, tanto em espessura como em
queratina e outros detritos. Nesses casos é pre- crescimento (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO,
ciso ter certos cuidados, como evitar traumatis- 2011, p. 26).
mos. Ouso de detergentes e certos medicamen-
tos tentar erradicar os fungos e bactérias porven- É importante ressaltar que, tanto nos casos de
tura presentes (SILVA, 2000, p. 627). tiloma quanto de heloma, uma avaliação biome-
Após um trauma de proporção significativa, a cânica e podopostural são importantes, pois são
unha pode se tornar involuta em consequência as principais formas de se identificar com segu-
de lesões que afetam a matriz ou leito ungueal, e rança as causas (BEGA, 2014, p. 237).
muitas vezes os dois, leito e matriz, podem ser As calosidades tratadas recidivam frequente-
afetados. Em ambos os casos, pode ocorrer mente e precocemente se, paraleleamente, os
espessamento, mudança da curvatura, fissuras, transtornos estáticos do antepé, que os ocasio-
deslocamentos, podendo evoluir para onicomico- nam, não forem compensados. Os calos pouco
se (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, 2011, p. consistentes devem ser tratados colocando-se
45). algodão ou pequena proteção macia no espaço
interdigital. Os sapatos abertos são também
O tratamento consiste em um diagnóstico da muito úteis. O desenvolvimento dos calos diminui
causa, em conjunto com o médico, preferencial- ou desaparece ao se protegerem as proeminên-
mente, que pode ser um trauma ocasionado por cias ósseas (PINTO, 2002, p. 221).
calçado apertado, procedimentos incorretos pra-
ticados por empíricos (manicures, pedicures, 3.9 Neuroma de Morton
etc.) e aitrogenias (causadas por podologistas,
médicos, enfermeiros, etc.) (BEGA, 2014, p. Localiza-se entre a terceira e a quarta cabeça
222). dos metatarsos. A predileção pelo sexo feminino
As causas mais comuns de onicólise são as sugere que a lesão seja desencadeada pelo uso
inflamações agudas e crônicas, paraqueratose e de sapatos de salto alto, com o que ocorre um
trauma. Como a maioria dos casos inicia-se a aumento da pressão na cabeça dos metatarsos e,
partit do hiponíquio e se estende na direção pro- consequentemente compressão do nervo (BAR-
ximal, não há envolvimento primário da matriz BOSA et al., 2005, p. 258).
(BARAN, 2009, p. 61). O tratamento inicial é direcionado à mudança
de hábito quanto ao uso de calçados, dando-se
3.8 Hiperqueratose preferência ao uso de salto menor e bico mais
largo; também é instituído o uso de anti-inflama-
São zonas de calosidades que ocorrem em tórios não hormonais e fisioterapia com alonga-
locais de proeminência óssea depois de muito mento da fáscia plantar e flexores dos dedos e
tempo de hiperpressão e de atrito. Podem oca- ultrassom (HIGGINS et al., 1998, p. 404).
sionar dor e dificuldade para deambular e tam- Segundo Vianna (2007, p. 19), é uma enfermi-
bém podem ulcerar e infectar (PINTO, 2002, p. dade que aparece sob a cabeça do 3º e 4º meta-
219). társicos cuja principal característica é dor, quei-
A pressão contínua do sapato produzirá o mação ou descarga elétrica, na região dos pés.
espessamento e hiperqueratose reativas do leito, Patologia conhecida como Neuroma de Morton.
a hipertrofia e deformação da matriz, podendo
ter, como resultado, a onicogrifose. A infecção É causa comum de metatarsalgia, desencadea-
produzida por fungos também pode provocar dis- do frequentemente pela compressão mecânica
trofias e até mesmo, a queda das unhas (VIAN- de ramos digitais dos nervos plantares, com a
NA, 2007, p. 34). formação de uma pequena massa ao redor do
nervo plantar comum que passa embaixo do pé,
O calo se desenvolve em virtude de pressões no ponto em que este se divide em dois ramos,
exercidas por agentes externos, com maior inci- que se dirigem aos dedos (BARRÔCO; NETTO;
dência nas saliências ósseas da parte de cima NERY, 1998, p. 532).
dos dedos, na pele entre os mesmos e na planta O neuroma causa dor lancinante no antepé,
do pé. Podendo ser duros ou moles, sensíveis ao levando o paciente, em certas ocasiões, a retirar
toque e arredondados. Geralmente possui um os sapatos e massagear os dedos. A dor irradia-
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se para os dedos, podendo ocorrer fenômenos vascular periférica no membro inferior (LOPES,
parestésicos nas áreas inervadas por seus 2003, p. 1).
ramos, com a sensação de queimação (BARBOSA
et al., 2005, p. 258). No paciente diabético de longa data, ou que
Podem ser usadas como coadjuvantes, palmil- está em constante descontrole glicêmico, desen-
has para supressão de carga na região metatar- volve-se a neuropatia diabética seguida de vascu-
sal acometida. Também podem ser utilizadas lopatia, comprometendo os movimentos dos pés
infiltrações com esteroide e anestésico local para e das pernas, o que gera dificuldades e alteraçõ-
um alívio mais prolongado (HIGGINS et al., es na marcha (GUIMARÃES, 2011, p. 49).
1998, p. 404). Devido à alta taxa de glicose no sangue os
vasos sanguíneos podem ficar lesionados, cau-
4. O PÉ DIABÉTICO sando a redução de circulação no membro, por-
tanto o paciente com pé diabético tem sintomas
A diabetes é uma doença metabólica crônica como dormência, dores lancinantes (dores agu-
que, acarreta grandes complicações aos pacien- das), sensação de queimação, perda de sensibili-
tes portadores deste mal (FILHO, 2006, p. 2). dade e, apresenta dificuldade na cicatrização de
A obesidade, o sedentarismo e a inatividade lesões ou cortes (NEGRATO, 2006, p. 19).
física, dentre outros, se constituem como fatores Uma unha mal cortada, calo tratado de forma
associados ao desenvolvimento do Diabetes errada, uma lesão provocada por um profissional
Mellitus e suas complicações. Há evidências e, a demora no diagnóstico e atendimento pode
científicas de que esses fatores causam a maio- causar gangrena, necrose de um membro e até
ria dos novos casos de Diabetes Mellitus e óbito (BEGA, 2008, p. 249).
aumentam o risco de complicações em pessoas
que tem a doença (MENEZEZ et al., 2014, p. O diagnóstico da patologia é feito pelas compli-
831). cações tardias em face da lentidão da instalação
da doença e pela ausência de sintomas caracte-
Existem diversos tipos distintos de diabetes, rísticos, permitindo a evolução da doença entre 7
podendo diferir-se na etiologia, evolução e trata- e 10 anos (FILHO, 2006, p. 2).
mento. As principais classificações de diabetes A idade pode influenciar na complicação devido
são: Tipo 1 (insulino-dependente); Tipo 2 (não aos problemas inerentes do envelhecimento,
insulino-dependente); Diabetes Mellitus associa- como alterações cardiovasculares e deficiência
do a outras condições ou síndromes e Diabetes na produção de insulina, ou atuando como fator
Mellitus gestacional (SILVA et al., 2003, p. 110) dificultador para o autocuidado, nesse caso o
Os tipos mais comuns de diabetes são o tipo 1 idoso pode ter deficiências visuais ou articulares
e o tipo 2, caracterizadas por hiperglicemia e que o impeçam de realizar o cuidado com os pés
intolerância à glicose, devido a pouco produção (GUIMARÃES, 2011, p. 53).
de insulina a não produção desta ou da má- O tratamento em pé diabético é multidiscipli-
absorção pelo organismo (BEGA, 2008, p. 247). nar, associando conhecimentos de médicos vas-
culares, endocrinologistas, dermatologistas,
O pé diabético é a infecção, ulceração e/ou ortopedistas, cirurgião vascular, fisioterapeutas,
destruição dos tecidos profundos associados a podólogos, entre outros (ALMEIDA, 2006, p.
anomalias neurológicas e vários graus de doença 222).

Para evitar a má cicatrização, o paciente deve


controlar a taxa de glicose e efetuar a assepsia
adequada nas lesões (NEGRATO; 2006, p. 19).
O podólogo tem como objetivo no tratamento,
reduzir as incidências de problemas graves de
infecção, ulceração, gangrena e, perda dos mem-
bros inferiores. Deve investigar os sintomas de
dor, ardor, formigamento, parestesias (sensações
cutâneas como: frio, calor, formigamento), pele
seca, entre outros (BEGA, 2008, p. 251).

O podólogo deve também, orientar o paciente


diabético, informando-o quanto aos cuidados
necessários com a higiene, corte das unhas,
Figura 8: Pé diabético sapatos e calosidades visando assim, prevenir as
Fonte: Banco da Saúde complicações crônicas nos pés, sendo necessá-
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rio que o paciente tenha consciência em manter nal (CAVAGLIERI; PADILHA; PRADO, 2018, p.
a saúde dos pés (MARTINEZ, 2006, p. 157). 197).
De acordo com Price e Parr (1996), alguns
5. ÓLEOS ESSENCIAIS NA PODOLOGIA óleos considerados seguros para crianças e
bebês, sendo eles: Bergamota, Cedro, Camomila
As plantas medicinais despertam cada vez romana, Cipreste, Olíbano, Gerânio, Gengibre,
mais o interesse de pesquisadores que buscam Lavanda, Limão, Tangerina, Tea tree, Laranja
estudar seu uso terapêutico. Nos últimos anos, doce, Rosas, Alecrim, Sândalo e Ylang ylang
ocorreu um aumento significativo na busca por (PRICE; PARR, 1996, p. 84).
medicamentos alternativos, o que propiciou um
avanço nas pesquisas relacionadas com o uso Os óleos essenciais são constituídos de peque-
farmacológico das plantas medicinais para a nas glândulas que estão presentes em cada ele-
cura dos mais variados tipos de doenças (OLIVEI- mento da planta – no caule, folha, fruto, casca ou
RA et al., 2011, p. 492). na flor. Na natureza, são liberados naturalmente,
Os óleos essenciais são substâncias naturais, porém, para sua extração artificial, é necessário
presentes nas plantas, que possuem proprieda- romper estas glândulas, seja aquecendo-as ou
des bioquímicas, eletromagnéticas, hormonais esmagando-as. A extração pode ocorrer de
muito similares e compatíveis com a natureza maneiras diferentes (prensagem ou pressão a
humana, desta forma agem metabolicamente, frio, enfloragem, maceração, extração por solven-
tanto quanto fisicamente, para harmonizar e for- te, destilação a vapor e a vácuo) (BOORHEM,
talecer a natureza humana, no âmbito emocio- 1997, p. 203).
nal, medicinal e dermatológico (MALUF; AJAUS-
KAS, 2007, p. 21). O quadro apresenta os principais óleos essen-
ciais utilizados na podologia, bem como suas
Desde os primórdios, as plantas são utilizadas propriedades, cuidados e formas de uso, confor-
internamente, incluindo todos os seus elementos me sugerido por Maluf e Ajauskas (2007, p. 23).
(raízes, folhas, flores e frutos), sendo considera- Os óleos essenciais podem ser orientados para
das desde então, altamente benéficas, com pro- pessoas que buscam terapias alternativas natu-
priedades curativas (CAVAGLIERI; PADILHA; rais, para alívio de dores, cura alternativa de
PRADO, 2018, p. 195). doenças, tratamentos estéticos ou até mesmo
para estimular habilidades como a criatividade,
Apesar do uso dos óleos essenciais iniciar e tranquiloidade ou sensação de bem-estar (CAVA-
repercutir nas antigas civilizações, o termo soli- GLIERI; PADILHA; PRADO, 2018, p. 196).
dificado foi aparecer apenas no século XVI, intro-
duzido por Paracelso (1494 – 1541). O termo 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
“óleo” provém do termo árabe Az-zait que signi-
fica azeite e o termo “essencial” surgiu com os Quando comecei a fazer esse curso, percebi o
alquimistas, no qual acreditam que os óleos con- quanto a podologia é vasta e imensa, através
tinham a “alma da planta” (SILVA, 2001, p. 41). deste trabalho pude enxergar o quanto é impor-
Apesar da sua rápida evaporação, os óleos tante termos cuidados com os nossos pés, por
essenciais conseguem entrar na corrente sanguí- esse motivo busquei me especializar no técnico
nea ao penetrarem na pele humana e é isto que de podologia, para apresentar a importância que
os torna tão terapêuticos (BORELLI; LAUNTENS- devemos ter em relação com a nossa saúde, prin-
CHLAGE, 2013, p. 633). cipalmente a saúde de nossos pés.

O fato de revelarem diversas propriedades bio- Atualmente o campo de atuação da podologia


lógicas e efeitos positivos no organismo humano, cresce consideravelmente, inúmeras capacitaçõ-
tornam estes óleos uma possível opção de pres- es são oferecidas na área da educação, como por
crição para um elevado leque de problemas de exemplo, a podologia esportiva, a podologia
saúde. São, não só, agentes antimicrobianos geriátrica e a podologia infantil, embora ainda
naturais contra bactérias, fungos e até vírus haja certa carência de profissionais habilitados
como também, antissépticos, antidiabéticos, no mercado de trabalho.
antiinflamatórios, inseticidas e sedativos (ABDU-
LLAH; ABBAS, 2011, p. 177). O aprimoramento técnico científico é impres-
cindível para o podólogo, o conhecimento de ana-
Os métodos para utilização dos óleos essen- tomia e fisiologia permite ao profissional o enten-
ciais são variados e versáteis, nos quais depen- dimento das podopatias diversas que desenca-
dem da necessidade expressa por parte do pró- deiam alterações no sistema ungueal e também
prio indivíduo ou de indicações de um profissio- no formato dos pés.
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Diante no exposto, é possível perceber que a ges and desordens in older people: Diagnosis
atuação do podólogo vai muito além de diagnos- and management. Can Fam Physician. V. 57, n.2,
ticar e tratar alterações ungueais. Reconhecer o p.173-81, Feb. 2011.
processo doloroso, bem como elencar os melho- ADDNOR, F. A. S. Efeito de suplementação
res protocolos de avaliação da dor, são elemen- nutricional no fortalecimento e crescimento das
tos fundamentais em uma consulta podológica. lâminas ungueais. Surgical & Cosmetic
O podólogo não deve esquecer as questões éti- Dermatology, Editorial Sociedade Brasileira de
cas, não ultrapassando seus limites de atuação Dermatologia. V.8, n.4, 2016.
profissional, pois muitas alterações do aparelho AGUILERA, J.; HEREDIA, JR.; PEÑA, G. Pegada
ungueal são destinadas a especializações médi- plantar, biomecânica do pé e tornozelo: proposta
cas. de avaliação. 2016. Edição nº 69. Disponível em
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Os conceitos de biossegurança fazem parte da ALMEIDA, Naijla Zambelle El Habali. Como
competência do podólogo, riscos físicos, biológi- montar um serviço para tratar o pé diabético.
cos, químicos e ergonômicos estão inseridos dia- São Paulo, 2006.
riamente em sua rotina profissional. Assim como BANEGAS, Carlos Alberto. Tratamento podoló-
a utilização dos equipamentos de proteção indi- gico não invasivo da onicocriptose e sua elevada
vidual (EPIs), a esterilização dos materiais, a eficácia. São Paulo, 2006.
postura ergonômica adequada e o correto des- BARAN, R.; DAWBER, R. P. R.; TOSTI, A. Science
carte dos resíduos diminuem as contaminações of the nail apparatus and relationship to foot
que são expostos. Manter o ambiente sempre function. In: BARAN, R.; DAWBER, R.P.R.; TOSTI,
limpo, deixar seu paciente bem acomodado, A. editors. A test atlas of nail desordens. London;
paredes e chão de cor clara e teto com uma boa Martin Dunitz, 1996.
iluminação, facilita o atendimento podológico e BARAN, Robert. Diagnóstico diferencial da
passa para o cliente uma autoconfiança no seu unha. São Paulo, 2009.
trabalho. BARAN, Robert; BERKER, David de; DAWBER,
Rodney. Doenças da unha: tratamento clínico e
As patologias podais são causadas por uma cirúrgico. Rio de Janeiro, 2000.
série de fatores que costumam interferir signifi- BARBOSA, G. G. et al. Estudo retrospectivo do
cativamente na qualidade de vida da população, tratamento cirúrgico do neuroma de morton por
quando não tratadas propriamente, elas também via plantar. Acta. Ortop. Bras., v.13, n.5, 2005.
podem acarretar ou agravar diversos males, BARRÔCO, R. S.; NETTO, A. A.; NERRY, C. A. S.
como infecções, úlceras, entre outros. A atuação Tratamento de Neuroma de Morton pela via plan-
da podologia, portanto, faz-se necessária na tar: avaliação dos resultados cirúrgicos. Rev.
medida em que promove a prevenção de muitas Bras. Ortop., v.33, n.7, 1998.
doenças e garante cuidado efetivo dos pés. BEGA, Armando. O universo das micoses e a
O podólogo em certos casos é responsável pela Podologia. Evolução dos pés. São Paulo, 2009.
prevenção de algumas onicoses, promovendo a BEGA, Armando. Ortopodologia no Brasil –
saúde do aparelho ungueal e a orientação ao uma visão do futuro. Revista Evolução dos Pés.
cliente, informando este quanto a necessidade Edição nº 2, 2008.
dos cuidados necessários com a higiene, corte BEGA, Armando. Tratado de podologia. 2. ed.
correto da lâmina, sapatos adequados, visando ver. e ampliada. São Caetano do Sul, São Paulo:
assim prevenir as complicações crônicas nos Yendis, 2014.
pés, sendo que o paciente tenha consciência em BEGA, Armando. Tratado de podologia. São
manter a saúde dos mesmos. Caetano do Sul: Yendis, 2006.
BEGA, Armando; LOROSA, Paulo R. R.
A diversidade de onicopatias e onicodistrofias, Podologia Bases Clínicas e Anatômicas. São
muitas vezes dificulta o correto diagnóstico por Paulo, 2010.
parte do profissional qualificado, por isso é BELO, C. C. Alterações nos pés provocam pro-
imprescindível a realização de uma anamnese blemas na coluna. Como o podólogo pode ajudar
que leva a escolha do tratamento adequado. No no diagnóstico precoce. Revista Evolução dos
entanto, torna-se evidente, a partir da literatura Pés. Edição nº 13, 2011.
estudada, que mais do que tratar, o podólogo é o BIANCHINI, M. L. Anatomia e fisiologia para
profissional apto a orientar medidas de preven- podólogos. São Paulo. Editora SENAC-SP. 1997.
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