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MORTE

ENCEFÁLICA
O CÉREBRO
 Você já se perguntou para que serve a sua cabeça?

 A cabeça guarda a parte mais sofisticada do nosso corpo: O cérebro, o órgão mais importante do sistema
nervoso que controla o corpo todo. Ele é responsável pelas ações voluntárias e involuntárias do nosso
corpo.
 As ações voluntárias são aquelas que nos permite ter vontade própria, como comer, falar, brincar, mexer
o dedão do pé e muitas outras. Já as ações involuntárias são aquelas que fazemos sem perceber, como
bater o coração, respirar, aquelas que o corpo faz mesmo quando você está dormindo.
 As células nervosas ou neurônios processam todas as informações fazendo com que o cérebro execute
todas as suas tarefas. É como se o cérebro fosse uma empresa, e essas células, as operárias.
 Ao contrário da maioria das células do nosso corpo, que morrem e logo são substituídas por outras, os
neurônios não se regeneram, ou seja, quando eles morrem não aparece ninguém para ficar no seu lugar.
 O cérebro é formado por diferentes estruturas, com funções diferentes. Vamos conhecer as principais :
Córtex cerebral
Essa é a parte externa, que todos chamam de ‘massa cinzenta’, (por causa de sua coloração acinzentada). É responsável pela nossa
capacidade de Pensamento, Movimento voluntário, Linguagem, Julgamento e Percepção.
Cerebelo
Responsável pelas funções de: Movimento, Equilíbrio e Postura. Sem ele nós sairíamos por aí como ‘marionetes ambulantes’.
Tronco Encefálico
Este é responsável pelas funções involuntárias de: Respiração, Ritmo dos batimentos cardíacos e Pressão Arterial.
Hipocampo
É responsável pelas funções de: Aprendizado e Memória. O Hipocampo é um área muito importante na memória e aprendizado.
Os dois lados do cérebro
O cérebro humano é dividido em duas metades: lado direito e lado esquerdo.
Embora essas metades tenham uma estrutura muito parecida, algumas funções são de responsabilidade de um único lado.
Geralmente, o hemisfério (lado) dominante de uma pessoa se ocupa da linguagem e das operações lógicas, como fazer contas, estudar,
escrever, etc. já o outro hemisfério controla as emoções e a criatividade.
A metade esquerda do cérebro comanda o lado direito do corpo, e a metade direita do cérebro comanda o lado esquerdo do corpo.
Desta forma, nós conseguimos pensar e nos movimentar ao mesmo tempo.
O QUE É MORTE
ENCEFÁLICA?
 A morte encefálica, também conhecida como morte cerebral, é um tópico de grande confusão,
devido aos critérios que devem ser seguidos estritamente.
 E ainda, por causa da grande responsabilidade que é de determinar este estado, que por definição
é definitivo, irreversível, e não permite ambiguidades.
 Esse diagnóstico tem grandes impactos na família do paciente, mas ultrapassa esta esfera, e pode
impactar outros pacientes que estão precisando de transplantes de órgãos. Isso porque, pacientes
em morte encefálica são elegíveis para doação de órgãos.
 É a morte determinada por critérios neurológicos. Ela ocorre quando há ausência de função do
cérebro e tronco encefálico, de caráter irreversível. É um estado legalmente reconhecido como
definidor de morte pela Constituição Brasileira, desde 1992.
 E, de fato, a morte neurológica se seguirá da falência dos demais sistemas orgânicos, até
culminar com a parada cardiorrespiratória, fazendo parte de um fluxo que não é possível de ser
revertido e inexorável.
QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS
DA MORTE ENCEFÁLICA?
 Este diagnóstico é a causa de cerca de 2% das mortes por ano, nas estatísticas norte-
americanas.
 Ela pode ser provocada por diversas doenças, mas que precisam necessariamente acometer o
tronco encefálico, seja de forma direta (como encefalopatia hipóxico-isquêmica), seja de
forma indireta (como nas síndrome de herniação cerebral por aumento da pressão
intracraniana).
 As principais causas são:
• Traumatismo Cranioencefálico
• AVC hemorrágico
• AVC isquêmico
• Lesão hipóxico-isquêmica pós parada cardiorrespiratória
COMA X MORTE ENCEFÁLICA
 A morte encefálica ocorre quando se torna impossível reverter a perda das funções cerebrais e
do tronco encefálico.
 Já o coma é um estado de irresponsividade, em que o paciente não consegue interagir com o
meio, e não responde a estímulos vigorosos.
 Ele compõe o espectro de estados de redução do nível de consciência, que inclui a vigília, a
obnubilação e o estupor, por exemplo.
 Diferente da morte cerebral, o coma tem a possibilidade de reversão e tem preservação das
funções cerebrais e do tronco encefálico (como por exemplo, reflexos de tronco, como o
pupilar, vestíbulo-cefálico e corneano responsivos).
EUTANÁSIA X MORTE
ENCEFÁLICA
 Eutanásia é crime no Brasil.
 Se o paciente já morreu – não se está meio vivo, nem meio morto – apresenta morte
encefálica, não há que se falar em eutanásia e sim em mudança de estado – de vivo para
morto.
 Dado o conceito de que a morte encefálica é um estado IRREVERSVÍVEL, não há eutanásia,
apenas a morte cerebral.
 Ainda que os órgãos estejam funcionando, mas as funções neurológicas se perderam, o
paciente se encontra em óbito.
PROTOCOLO PARA MORTE
ENCEFÁLICA
 O protocolo de morte encefálica é considerada, pelo Conselho Federal de Medicina, de caráter
urgente. Por esse motivo, ele é preciso e padronizado, para que possa ser realizado por todos
os médicos no Brasil.
 Ter conhecimento sobre esse processo é indispensável para todo médico, sobretudo quando
atuante em Unidade de Terapia Intensiva, lidando quase que constantemente com a finitude da
vida.
 Pensando nisso, é importante saber que as maiores causas que levam à morte encefálica no
Brasil são o AVC e o TCE, eventos de frequência no país.
DOENÇAS QUE SE
ASSEMELHAM À MORTE
ENCEFÁLICA
 Algumas doenças possuem “mímicas” de morte encefálica, mas não o são.
 Como vai ser detalhado mais à frente, 3 condições em que se realiza os testes para a Morte Encefálica:
coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
• Bloqueio neuromuscular:
• Síndrome de Guillain-Barré (de evolução desfavorável);
• Botulismo;
• Hipotermia
• Intoxicação por drogas:
• Tricíclicos;
• Lidocaína;
• Sedativos, incluindo barbitúricos;
• Ácido volproico;
• Bupropiona.
• Lesão de coluna/medula alta;
• Síndrome de Locked-in (paciente somente tem movimento ocular preservado).
A DETERMINAÇÃO DA MORTE
ENCEFÁLICA
 Antes que a avaliação da morte encefálica tenha início, a família do paciente deve
ser notificada. Assim, é possível que ela tenha o direito de acionar um médico que seja de
sua confiança, que pode acompanhar todos os procedimentos.
 os procedimentos que atestam a morte encefálica podem ser realizados apenas em pacientes
que estejam em coma não perceptivo, ou seja, quando não há um despertar. Além desse
caso, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
 Para verificar a existência dessas situações, avaliar o não despertar do paciente (coma não
perceptivo), teste dos reflexos de tronco (reatividade supraespinhal) e o teste de apneia.
 A determinação da morte encefálica pode ser dividida didaticamente da seguinte maneira:

1. Fase preparatória:
1. Identificar a causa da morte
2. Afastar diagnósticos conflitantes

2. Fase de exame:
1. Otimização do paciente
2. Pré-oxigenação
3. Exame neurológico inicial: a tríade coma, arreflexia e apneia
4. Repetição dos itens anteriores dessa fase após um intervalo adequado

3. Fase de exame documental:


1. Preenchimento dos formulários
2. Comunicação à família do resultado
3. Comunicação aos órgãos de saúde responsáveis

. Na fase preparatória, ao identificar a causa da morte e afastar diagnósticos conflitantes é


obrigatório que fatores de confusão e diagnóstico diferencial sejam excluídos. Por isso, é importante
que distúrbios metabólicos, em especial, já que podem levar a um coma reversível, sejam
identificados e afastados.
QUAIS SITUAÇÕES DE
DESTAQUE NO PROTOCOLO?
 Duas situações que merecem destaque na determinação de morte encefálica são
a hipotermia e o uso recente de medicamentos.
 Hipotermia
 A hipotermia é uma situação comum em possíveis doadores de órgãos. Apesar disso, a
temperatura do paciente se mantém próximo à niveis normais.
 A sua causa é atribuída à destruição de termorreguladores do hipotálamo. Essa condição provoca
efeitos negativos para o organismo do doador como, por exemplo, variação na atividade cardíaca,
além da dissociação de hemoglobina também ser diminuída.
 Por isso, é importante que o paciente seja reaquecido à 35°C. Assim, outras consequências da
hipotermia, como hiperglicemia e distúrbios de coagulação sejam revertidos.
 Uso recente de medicamentos

 O uso de sedativos e alguns anestésicos podem simular a ME. Dessa forma, você deve afastar seus
efeitos ao suspeitar de morte encefálica.
 Em doses altas, essas drogas podem levar a uma perda parcial dos reflexos do tronco cerebral.
Entretanto, não é possível não haver nenhuma circulação dessas drogas, e nem mesmo mensurar a
quantidade de droga circulante no corpo do paciente.
 Por isso, é interessante ter conhecimento sobre a meia-vida das medicações que foram administradas
no paciente. Geralmente, elas levam até cinco meia-vidas para que sejam eliminadas pelo organismo.
 Para pacientes em estado crítico e em uso de drogas para hipertensão intracraniana, você e a equipe
devem observar o paciente por 24h para que seja realizada a avaliação de morte encefálica.
PREPARAÇÃO
 A preparação do caso acontece após o afastamento de diagnósticos diferenciais.
 Devem ser realizados então alguns exames clínicos e complementares, com intervalos
definidos para cada faixa etária, da seguinte maneira:
• 7 dias a 2 meses incompletos – intervalo de 48 horas.
• 2 meses a 1 ano incompleto – intervalo de 24 horas.
• 1 ano a 2 anos incompletos – intervalo de 12 horas.
• Acima de 2 anos – intervalo de 6 horas.
 É importante que essa avaliação seja realizada por médicos diferentes, que não sejam da
equipe de transplantes. Além disso, pelo menos um dos médicos deve ser neurologista ou
neurocirurgião.
 Exame neurológico na Morte Encefálica se baseia em:
• Coma
• Ausência de reflexos supraespinhais
• Hiperpneia
 A única informação que interessa para diagnosticar a morte encefálica é a reatividade supraespinhal.
 O estímulo ao paciente deve ser feito nos membros, na face. Isso tem como objetivo se evitar o erro
de diagnóstico nos indivíduos que possuem lesão medular alta.
 Ao final do exame neurológico, o paciente deve apresentar a pontuação 3 na escala de coma
de Glasgow, que é a escala mais aceita para avaliação de grau de alerta comportamental.
 Todos os reflexos do tronco encefálico devem ser avaliados os reflexos:
• Fotomotor (direto e consensual)
• Corneopalpebral (direto e consensual)
• Oculocefálico
• De tosse
• Vestíbulo-ocular (prova calórica): com cabeceira elevada a 30°, tendo sido avaliada a ausência de
qualquer coisa que obstrua o conduto auditivo, como sangue ou cerume. Deve-se instilar 50mL de
soro fisiológico ou água, a 0°C.
 A última fase é a de apneia diante da hipercarbia, afim de provocar uma resposta respiratória
habitual, caso o paciente não esteja em morte encefálica.
 Para isso, é realizada uma oxigenação contínua por 10 minutos. Em seguida, o ventilador é
desconectado, e é inserida uma sonda com O2, garantindo a oxigenação durante o exame. Por fim, é
observado durante 10 minutos possíveis movimentos torácicos e abdominais.
 Caso o paciente não tenha movimentos respiratórios, fala a favor da morte encefálica. Em 6 horas,
outro médico deve repetir o teste, provando que não houve mudanças com o tempo.
 Exame complementar
 Essa fase visa comprovar a ausência de perfusão cerebral, atividade elétrica ou atividade metabólica.
 Para que isso seja comprovado, podem ser realizados exames como:
• Angiografia cerebral
• Tomografia por emissão de fóton único (SPECT)
• Cintilografia isotópica
• Eletroencefalograma (EEC)
PROCEDIMENTOS MÉDICOS
LEGAIS
 Terminadas as realizações dos exames, devem ser anotados no prontuário do paciente os
achados. A declaração de morte encefálica devem ser assinados por todos os médicos que
participaram do processo diagnóstico.
 Além disso, hora do óbito é assinada como o horário em que foi completado o processo de
morte encefálica.
 Por último, comunicação à família deve ser feita pelos membros das Organizações de
Procura de Órgãos ou das Centrais de Transplante.
DOAÇÃO DE
ÓRGÃOS
 A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de uma
pessoa viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas
(receptores), com a finalidade de reestabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. A
doação é um ato muito importante, pois pode salvar vidas.
 O indivíduo que esteja necessitando do órgão ou tecido o receberá por meio da realização
de um processo denominado transplante. O transplante é um procedimento cirúrgico em
que um órgão ou tecido presente na pessoa doente (receptor), é substituído por um órgão ou
tecido sadio proveniente de um doador.
 De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante.
Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas
cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os
órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador. Na maioria das vezes, o transplante de
órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas
que precisam da doação. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto.
 O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de
transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do
mundo, atrás apenas dos EUA. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência
integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e
medicamentos pós-transplante.
QUERO SER DOADOR DE
ÓRGÃOS. O QUE FAZER?
 No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só será realizada após a autorização familiar.
• Autorização familiar
 Depois da confirmação da morte encefálica a família é entrevistada por uma equipe de
profissionais de saúde, para informar sobre o processo de doação e transplantes e solicitar o
consentimento para a doação. Após a manifestação do desejo da família em doar os órgãos do
parente, a equipe de saúde realiza outra parte da entrevista, que contempla a investigação do
histórico clínico do possível doador. A ideia é investigar se os hábitos do doador possam levar
ao desenvolvimento de possíveis doenças ou infecções que possam ser transmitidas ao
receptor.
 Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis podem acabar
comprometendo o órgão que seria doado, inviabilizando o transplante. A entrevista é essencial
para a que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos
profissionais de saúde. para a que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos
receptores e dos profissionais de saúde.
QUAIS OS TIPOS DE DOADOR?
 Existem dois tipos de doador:
 1. O primeiro é o doador vivo: é a pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que concorde com a doação,
desde que não prejudique a sua própria saúde. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula
ou parte dos pulmões, a compatibilidade sanguínea é necessária em todos os casos. Para doar órgão em vida, o médico
deverá avaliar a história clínica do doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges
podem ser doadores. A doação de órgãos de pessoa vivas que não são parentes, só acontece mediante autorização judicial.
 2. O segundo tipo é o doador falecido: é qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica (vítimas de traumatismo
craniano, ou AVC (derrame cerebral), anóxia, etc), ou com morte causada por parada cardiorrespiratória (parada
cardíaca). O doador falecido pode doar órgãos como: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos:
córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.
 Qual o tempo de isquemia de cada órgão?
 O tempo de isquemia é o período entre a interrupção de fluxo sanguíneo do doador para o órgão e o novo aporte de
sangue após o implante no receptor (transplante), ou seja, é o tempo máximo que cada órgão resiste à falta de circulação e
oxigenação sanguínea. A tabela abaixo demonstra o tempo de isquemia aceitável a ser considerado para transplante para
cada órgão:

Órgãos Coração Pulmão Rim Fígado Pâncrea Instestin


s o

Tempo 04 horas 04 a 06 48 horas 12 horas 12 horas 04 a 06


de horas horas
isquemi
a
PROCESSO DE DOAÇÃO E
TRANSPLANTE
 Quem pode se beneficiar do transplante? Pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos
tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e que cuja única alternativa seja a
substituição do órgão ou tecido afetado e para as quais o transplante seja uma indicação formal
e uma possibilidade terapêutica vantajosa.
 Quem pode ser inscrito em lista de espera? Pacientes avaliados por equipes
transplantadoras, que confirmem a necessidade do transplante e que apresentem doenças
reconhecidamente transplantáveis. Essas doenças e condições de saúde estão elencadas no
Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, definido pela Portaria de
Consolidação GM/MS Nº 4. de 28 de setembro de 2017.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
 https://portal.cfm.org.br/artigos/eutanasia-aspectos-juridicos/

 https://www.sanarmed.com/morte-encefalica-como-aplicar-o-protocolo-posti

 https://www.eumedicoresidente.com.br/post/morte-encefalica

 https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt/doacao-de-orgaos
#:~:text=A%20doa%C3%A7%C3%A3o%20de%20%C3%B3rg%C3%A3os%20%C3%A9,um%20%C3%B3rg%
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