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PROPEDÊUTICA CLÍNICA
Arthur Tomazelli
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ARTHUR TOMAZELLI – MEDICINA UFRJ M4/2020.2
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
1- TERMOS FUNDAMENTAIS
1.1- CONSCIÊNCIA
Uma pessoa consciente está (1) desperta (de olhos abertos), (2) tem conhecimento do
meio ambiente externo e suas necessidades internas e (3) é capaz de interagir e
fornecer respostas cognitivamente reconhecidas.
1.2- INSCONSCIÊNCIA
É o oposto da consciência, tendo vários estados em que a consciência não atua:
1.2.1- SONO
Estado fisiológico de inconsciência, regulado pelo ciclo sono-vigília.
1.2.3- ESTUPOR / torpor: paciente já está inconsciente, mas é possível superficializar até a situação
em que há resposta
É um estágio um pouco mais grave no qual é realizado um estímulo (tátil, auditivo,
doloroso, etc.) no qual a pessoa responde de alguma forma enquanto há estímulo, mas,
quando cessado o estímulo, a pessoa volta a ficar sem reações.
1.2.4- COMA
É um estado no qual o paciente não reage de forma alguma. O paciente se encontra
inconsciente permanentemente. O estado de coma pode ser patológico ou não: existe
o coma induzido, que não é patológico.
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Nao existe um clara delimitação entre esses processos de consciência, existe um fluxo entre um
estado e outro
2- FISIOPATOLOGIA
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As áreas mais metabolicamente
ativas do cérebro consomem mais
glicose e as menos ativas
consomem menos. A seguir,
observa-se um pet-scan no qual o
maior consumo é vermelho e o
menos consumo está mais próximo
do roxo.
O pet-scan se dá pela
administração de glicose marcada
com um isótopo radioativo. O córtex
parietal medial demonstra a maior
atividade (em vermelho). Aparentemente esse é o ponto de convergência da n
3- TOPOGRAFIA
O paciente, quando fica em coma, ou tem lesão bilateral no cérebro, ou ocorre lesão
no tronco encefálico.
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• Diasquise: na maioria das vezes, ocorre quando há trombose aguda da carótida
de algum dos lados. Isso pode causar uma inconsciência transitória. Esse
acontecimento é relativamente raro.
4.1- HISTÓRIA
Geralmente é dada por terceiros, uma vez que o paciente provavelmente está
inconsciente de fato.
4.3- VIGÍLIA
Observa-se se o paciente está acordado (com olhos abertos) ou desacordado.
4.4- COGNIÇÃO
Observa-se se é possível interagir e obter respostas do paciente.
4.5- RESPIRAÇÃO
O centro respiratório no tronco encefálico
coordena a respiração. A respiração pode ser
involuntária ou voluntária.
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A) No diencéfalo existe um controle autonômico e existem quimiorreceptores que vao perceber o estado de oximetria e capnia no sangue,
mas o principal é a quantidade de gás carbônica, a qual é utilizada no dia a dia para regular se deve respirar mais ou menos. Quando existe
um descompasso entre os níveis de gases no sangue e da capacidade de perceber o aumento ou a diminuição deles surge aa respiraçao de
Cheyne Stokes. Em casos de insuficiência cardíaca grave, a velocidade com que o sangue se desloca do pulmão até o cérebro é menor do
que o normal e, assim, o paciente pode estar com o sangue mais oxigenado e mais livre de gás carbônico do que o sangue no diencéfalo.
B) Hiperventilaçao neurogênica central: paciente não responde mais a níveis de CO2, não percebe a diminuição de pCO2 (aumento do
volume corrente e da FR
• B) alteração no mesencéfalo alto: o paciente não responde mais a níveis de CO2.
• C) lesão mais baixa: paciente com respiração de peixe fora da água. É uma
respiração apneica.
4.6- PUPILAS
Devem ser analisadas para
perceber, principalmente, a
possibilidade uma hérnia. É
importante que, ao fazer
exame de fundo de olho no
paciente, seja colocado no
prontuário que houve o uso
de colírio para dilatar a
pupila. Intoxicação por
opioides pode causar,
também, pupilas
puntiformes.
Pupilas fixas na posição média. Disfunção do mesencéfalo decorrente de lesão estrutural
MOTRICIDADE: Se há uma lesão no mesencéfalo na parte mais alta, ocorre uma reação estereotipada chamada de postura de decorticação, na qual a
flexão dos membros. Uma lesão mais grave é na ponte alta em que ocorre a extensão dos membros, postura chamada de descerebração.
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6- CONDUTA DIAGNÓSTICA
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TEMPERATURA CORPORAL E FEBRE
1- INTRODUÇÃO
O organismo humano é
homeotérmico, tendo uma
temperatura central estável entre
36,5ºC e 37,5ºC. O sistema
termorregulador é um balanço entre a
produção e a perda de calor.
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1.1.1- AFERIÇÃO AXILAR
Termômetro a 35ºC: colocar em cavum axilar
(seco) e manter por pelo menos 3 minutos.
Após 3 minutos, avaliar a temperatura
marcada e recolocar mais 1 minuto para
avaliar se ainda há avaliação de temperatura
(isso só é possível no termômetro de mercúrio,
se estiver sendo usado o digital, é necessário
realizar outra aferição “do zero”.
1.1.2- ORAL
Muito usada na Europa e nos EUA, sendo MEIO
GRAU ACIMA DA AXILAR. A boca precisa estar
completamente fechada durante a aferição. O
termômetro deve ir embaixo da língua.
Limitações: paciente hiperventilando faz com
que haja uma aferição falsa com a
temperatura reduzida.
1.1.3- TIMPÂNICA
Muito usada na pediatria, sendo um referencial
muito bom para a temperatura central. É
indicado aferir nos dois ouvidos e, caso haja
diferença, pode ser sinal de que um ouvido
apresenta processo inflamatório.
2- FEBRE
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2.1- CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE
2.1.1- INÍCIO
2.1.2- INTENSIDADE
2.1.3- DURAÇÃO
2.1.5- TÉRMINO
• Termogênese: fígado e
músculos;
• Diminuição das perdas:
vasoconstrição
periférica;
• Comportamento
humano: roupas e
cobertas, bem como
diminuição das
atividades;
Contudo, também é sabido que o hipotálamo realiza processos para que ocorra a
perda de calor:
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• Transpiração e vasodilatação;
• Mudança comportamental: retirada de roupas;
2.3.1- PIRÓGENOS
São quaisquer substâncias que causem febre:
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O platô reflete a
temperatura que o
hipotálamo definiu (há uma
fase de aquecimento
anteriormente e uma fase
de arrefecimento
posteriormente).
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2.7- PADRÕES CLÁSSICOS DE FEBRE
Algumas doenças febris apresentam padrões característicos, mas na prática não são
tão exatos e tem sido usado cada vez menos na clínica.
Associada à doença de Hodgkin, mas tem sido cada vez menos usada para
diagnóstico clínico.
Os demais padrões estão em desuso cada vez maior e, portanto, não serão citados
aqui,
2.8- INVESTIGAÇÃO
• Hemograma
• Velocidade de hemossedimentação (VHS)
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• Proteína C reativa e demais marcadores de resposta aguda
• Imagem
• Exames laboratoriais dependendo do caso clínico e da hipótese inicial
Existem alguns casos clínicos importantes na febre de origem obscura (FOO), como os
presentes na tabela abaixo:
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3- HIPERTERMIA
4- CONCLUINDO
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DOR
1- INTRODUÇÃO
A dor é um misto de sensação e sentimento: nem sempre o que grita de dor está sentido
mais dor. É relacionada com a cultura, com o estado emocional.
As vias de transmissão do
estímulo doloroso podem
influenciar na tolerância à dor. A
inflamação faz com que ocorra diminuição de sensibilidade do limiar de excitabilidade
dos neurônios carreadores do estímulo doloroso.
3- TIPOS DE DOR
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A dor referida geralmente tem origem visceral. Os locais de dor referida e suas
respectivas vísceras estão exemplificados abaixo:
A dor referida ocorre por conta de uma projeção convergente, onde duas vias distintas
compartilham o mesmo neurônio secundário ascendente.
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3.3- DOR IRRADIADA
4- PROPEDÊUTICA DA DOR
4.1- INÍCIO
Quando e como a dor começou? Início abrupto está relacionado a eventos mais
graves.
Onde dói mais? A dor é em um ponto só ou é espalhada? A dor corre (irradia) para
outro local?
4.4- INTENSIDADE
Talvez um dos aspectos mais difíceis, pois depende muito dos aspectos pessoais da
família.
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DOR ABDOMINAL
É uma dor abdominal que tem início no centro do abdome ou umbigo e migra para o
lado direito com o passar das horas devido à passagem de inflamação do peritônio
visceral ao peritônio parietal por contiguidade. Portanto, antes a dor era uma dor
visceral e agora é uma dor superficial profunda, ou seja, mais localizada. Essa dor é
muito comum na APENDICITE.
2.1- INÍCIO
2.2- LOCALIZAÇÃO
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Ao lado, temos a
localização das dores
e os acometimentos
mais comuns. Em
vermelho, é possível
observar os locais
característicos da dor
em dois tempos da
apendicite.
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2.3- TIPO DE DOR
Podem existir diversos tipos, como caracterizados na aula anterior. As dores mais comuns
no abdome são as do tipo cólica e queimação.
2.4- INTENSIDADE
Duração: tempo que a dor dura. Frequência: de quanto em quanto tempo a dor se
repete. A dor pode ser contínua ou intermitente.
2.6- RITMO
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3- FINALIZAÇÃO
A dor abdominal é a causa mais comum de internação nos EUA. 5 a 10% dos
atendimentos de emergência são de dor abdominal. É muito importante o diagnóstico
correto.
4- EXAME FÍSICO
• Geral:
o Fácies;
o Padrão respiratório e habilidade para conversar;
o Postura (antálgica?)
o Sinais vitais
o Aparelhos cardiovascular e respiratório;
• Genital, retal e pélvico;
• Inspeção;
• Ausculta;
• Palpação
• Percussão
• Manobras especiais;
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Ao lado, observamos uma
importante distensão gasosa a
ponto do cólon transverso onde
observam-se as haustrações. As
setas indicam a presença de ar
no interior dos folhetos da
parede do cólon.
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DOR LOMBAR - LOMBALGIA
1- INTRODUÇÃO
Ocorre por lesão de estruturas sensíveis à dor que comprimem ou irritam as terminações
nervosas sensoriais. O local da dor é próximo à região de acometimento.
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Localizada nas costas ou referida nas nádegas ou nas pernas. Os acometimentos da
coluna lombar superior, a dor geralmente é referida na região lombar, virilha ou face
anterior das coxas. Já os acometimentos da coluna lombar inferior tendem a causar dor
referida nas nádegas e na face posterior das coxas.
Bem definida, irradia da região das costas para uma perna dentro do território da raiz
nervosa em questão. A tosse, o espirro ou uma contração voluntária dos músculos
abdominais (levantamento de objetos pesados ou esforço à defecação) podem
provocar dor irradiada.
2- CAUSAS DA LOMBALGIA
A espondilolistese caracteriza o
deslizamento anterior do corpo
vertebral, dos pedículos e das facetas
articulares superiores, deixando para
trás os elementos posteriores. A
espinha bífida oculta é uma falha no
fechamento de um ou vários arcos
vertebrais posteriormente.
2.2- TRAUMATISMO
A dor pode ser localizada na região lombar ou na região referida do membro inferior,
da nádega ou do quadril.
2.4- ARTRITE
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A espondilose ocorre na velhice e acomete as colunas cervical e lombossacral. Os
pacientes apresentam queixa de dor nas costas que aumenta com o movimento e está
associado à rigidez.
2.5- NEOPLASIAS
2.6- OSTEOPOROSE
A osteoporose é assintomática
até ocorrer alguma fratura
(fratura de compressão) e ocorre
em pequenos esforços. Afeta a
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região dorsal média e inferior e
lombar alta (raramente ocorre nas
vértebras lombares inferiores), sendo
que o colapso vertebral ocorre
lentamente e sem sintomas.
Esse caso apresenta sintomas gerais de síndrome de consumo (perda de peso e perda
de apetite),
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2.8- PIELONEFRITE AGUDA
Lombalgia à direita
(localizada), que se irradia
para a fossa ilíaca direita (FID)
seguindo trajeto de ureter
(diferente do primeiro caso,
nessa paciente a dor
“desceu” e não foi pra frente).
2.9- NEFROLITÍASE
A lombalgia está
LOCALIZADA, despertando o
paciente com uma dor
orgânica (não de origem
mental). O paciente
apresenta uma dor que
IRRADIA PARA A REGIÃO
GENITAL E PARA A FACE
ANTERIOR DO ABDOME.
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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
1- PESO
O peso é o somatório das massas muscular, gordurosa, óssea, hídrica e outras massas.
Os principais elementos a serem investigados são a massa muscular (gasta caloria) e a
massa gordurosa (acumula caloria).
1.1.1- LENTA
Se for lenta, a perda de peso ocorreu de forma adaptativa, portanto, a principal perda
do paciente foi perda de massa gordurosa.
1.1.2- RÁPIDA
Se for rápida, a perda de peso não ocorre de forma adaptativa e, portanto, a principal
perda do paciente foi perda de massa muscular.
Qual é o seu peso usual (dos últimos 6 meses, que a pessoa costumava ter)? Qual é o
seu peso atual? Houve mudança em seu peso nos últimos 6 meses? Essa modificação
de peso foi rápida ou lenta? Tudo que é rápido a pessoa lembra, logo, responde mais
rapidamente. Se a pessoa demora a responder, se ela não lembra, provavelmente, se
ocorreu mudança de peso, ela foi adaptativa.
O ganho de peso lento é de gordura periférica (que pode ser vista) e a de ganho rápido
causa um aumento da gordura abdominal (indicadora de inflamação).
2- APETITE
Pergunta: Imagine se o sr(a) pudesse estar onde mais gosta... E pudesse estar sem
qualquer doença ou incômodo... E pudesse comer o que mais aprecia sem restrição...
Você comeria?
• SIM: come com prazer tudo ou quase tudo que lhe é oferecido: APETITE
PRESERVADO;
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• SIM: o paciente ou acompanhante referem que está comendo pouco, apesar de
responder sim à hipótese (HIPOREXIA);
• NÃO: o paciente diz que não comeria (ANOREXIA);
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ICTERÍCIA
1- INTRODUÇÃO
2- METABOLISMO DO HEME
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A bilirrubina indireta é absorvida e, no interior do hepatócito, ela é carregada para o
retículo endoplasmático. A solubilização por conjugação da bilirrubina é catalisada
pela enzima GLUCORONIL TRANSFERASE. Agora, a BILIRRUBINA DIRETA/CONJUGADA,
para ser libera no
canalículo biliar,
necessita de um fosfato
e, portanto, gasta ATP.
Quando houver
acometimento do
metabolismo do
hepatócito, poderá,
portanto, ocorrer
acúmulo da bilirrubina
direta no hepatócito e
seu posterior refluxo
para o sangue.
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O fígado apresenta uma dupla vascularização: o sangue da veia porta leva um sangue
rico em nutrientes e pobre em oxigênio, enquanto o sangue da artéria hepática própria
é rico em oxigênio. Os vasos arteriais, venosos e as vias biliares formam a TRÍADE PORTAL.
A drenagem do fígado se faz pelas veias hepáticas, as quais drenam para cima. É
importante saber as zonas do ácino hepático: ZONA 01 (mais próxima à tríade portal,
recebendo mais sangue/nutrição e, também, recebe primeiro um agente agressor),
ZONA 02 e ZONA 03 (no enterno da veia centrolobular, sendo a região mais propensa a
receber um insulto isquêmico mas mais protegida contra a ação de drogas que podem
afetar o fígado).
A ZONA 01, MAIS IRRIGADA, SOFRE MENOS COM ISQUEMIA, MAS SOFRE MAIS COM
DROGAS. A ZONA 03, MENOS IRRIGADA, SOFRE MAIS COM ISQUEMIA, MAS SOFRE
MENOS COM OS DANOS RELACIONADOS A DROGAS.
5- CLASSIFICAÇÃO DA ICTERÍCIA
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o Esteatose: doença hepática gordurosa – tem aumentado cada vez mais
por conta da alimentação e dos hábitos sedentários;
• Homens: 20-25g/dia
• Mulheres: 15-20g/dia
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Se a colestase se dá ainda no polo excretor do hepatócito, tem-se uma ICTERÍCIA
COLESTÁTICA NÃO-OBSTRUTIVA.
A GAMA-GT, em
contrapartida, é uma
enzima que não está presente no osso e, portanto, se houver elevação da fosfatase
alcalina e da gama-gt, temos uma grande chance de se tratar de uma colestase.
Contudo, algumas doenças hepáticas gordurosas e drogas podem aumentar GAMA-
GT, apesar de não haver colestase.
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6- CONDUTA NA ICTERÍCIA
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6.3- ANAMNESE E EXAME FÍSICO
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CEFALEIAS
1- INTRODUÇÃO
A cefaleia é uma das queixas mais frequentes na prática clínica e mais de 90% da
população apresentará, ao menos uma vez na vida, um episódio. Cerca de 50% da
população tem ao menos uma crise ao ano. Enxaqueca ocorre em cerca de 15% das
mulheres e 6% dos homens no mundo.
3- ANAMNESE
Quando começou? Com que frequência ela ocorre? Quanto tempo ela dura?
Qual é o local da dor (pedir para apontar)? Essa dor irradia? Essa dor é superficial ou
profunda?
A dor é pulsátil? A dor é em aperto? A dor é em choque? A dor, de 0 a 10, tem qual
intensidade? Existem fatores que acompanham essa dor como náusea, vômito, coriza,
fonofobia, fotofobia?
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3.5- O QUE ACHA QUE TEM? COMO JÁ TRATOU? COMO SE SENTE?
4- PAPILEDEMA
O papiledema indica uma perda da nitidez dos bordos do nervo óptico. O papiledema
é um sinal de hipertensão intracraniana. Isso ocorre pois a bainha do nervo óptico
continua com o resto do SNC e a hipertensão intracraniana chega a atingir o nervo
óptico e leva ao papiledema.
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5- CEFALEIAS PRIMÁRIAS
5.1- ENXAQUECA
5.1.1- PRÓDROMO
São alguns sintomas que alguns pacientes sentem antes da dor: diarreia, cansaço, dor
no corpo, etc.
5.1.2- AURA
A aura ocorre geralmente “colada” ao início da dor, sendo um fenômeno temporário
que ocorre pouco antes (ou durante) da dor ter início. Geralmente dura de 5 min a 1
hora. Podem ser sintomas visuais, sensitivos, de linguagem ou motores
• Estresse
• Alimentos (incluindo álcool)
• Sono (dormir muito ou pouco)
• Ambiente (temperatura e pressão)
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• Cafeína
• Mudanças hormonais (principalmente em mulheres)
Sintoma da aura à
esquerda e exemplo de
depressão alastrante à
direita.
Dura de 30 minutos a 7 dias (podendo ser aguda, crônica, etc.). É uma dor menos
intensa que a dor do tipo enxaqueca, além de ser holo craniana.
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periorbitário, congestão, secreção nasal ou agitação. Nesse tipo de dor, o paciente fica
incontido/agitado de tão dolorosa que essa dor é.
Existem diversos outros tipos de cefaleias primárias, mas que não serão discutidos agora.
6- CEFALEIAS SECUNDÁRIAS
6.2- ANEURISMAS
Essa dor pode ocorrer, por exemplo, por uma fístula liquórica. Pode ocorrer uma cefaleia
que piora em ortostasia e melhora ao se deitar. Alguns pacientes apresentam líquor
pingando pelo nariz, por exemplo.
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6.4- HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA
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DOR TORÁCICA
1- INTRODUÇÃO
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1.3- EXAMES COMPLEMENTARES
1.3.1- ELETROCARDIOGRAMA
Sua realização, interpretação e conduta (fazer ou não trombolíticos) devem ocorrer em
até 10 minutos após o primeiro contato médico. Uma supra do segmento ST (elevação
do ponto J) sugere fenômeno oclusivo das coronárias. A isquemia começa a se
manifestar com ondas T altas e apiculadas evoluindo para ondas T simétricas (isquemias
subepicárdicas) até infra desnivelamento do segmento ST (isquemias subendocárdicas).
2- DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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3- CAUSAS DE DOR TORÁCICA POTENCIALMENTE GRAVES
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• Copeptina
• H-FABP
• Adrenomedulina
• Outros
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ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS I – PIROSE E DISFAGIA
1- INTRODUÇÃO AO ESÔFAGO
As duas principais
funções esofagianas são
o transporte do bolo
alimentar da boca para
o estômago e prevenir o
fluxo retrógrado do
conteúdo gástrico. A
função de transporte
esofágico começa com
a transferência do
alimento da orofaringe
através do esfíncter
esofagiano superior
(EES) para o interior do esôfago, bem como envolve a peristalse e o relaxamento do
esfíncter esofagiano inferior (EEI). Esses são esfíncteres de defesa, sendo que o EES
impede a aspiração de conteúdo esofágico, enquanto o EEI impede o refluxo
gastroesofágico.
• Disfagia:
• Azia e regurgitação;
• Globus: sensação de bolo na garganta;
• Dor torácica;
• Odinofagia: dor à deglutição;
• Eructação: arroto;
• Soluços;
• Queixas extra-esofágicas: asma, tosse crônica, rouquidão, laringite, fibrose
pulmonar;
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2- PIROSE (AZIA)
A associação desses dois sintomas é tão intensa que, com tais sintomas, a terapia
empírica para a DRGE tornou-se uma estratégia aceita na presença destes sintomas.
Contudo, é necessário ter cuidado com o sintoma referido como azia pelos pacientes,
uma vez que a azia pode ser frequentemente confundida com queimação epigástrica
ou dispepsia (desconforto na parte superior do abdome).
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A junção esofagogástrica
apresenta uma barreira
antirrefluxo formada por:
• Pilares diafragmáticos;
• Pressão do EEI;
• Porção intra-abdominal do
EEI;
• Ângulo de His (incisura
cárdica);
• Ligamento frenoesofágico
2.1.2.2- PHMETRIA
É o padrão-ouro para o diagnóstico da DRGE, no qual se identifica e quantifica os
episódios de refluxo e o relaciona ou não a sintomas durante 24h.
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A impedâncio-pHmetria identifica refluxos não-ácidos e fracamente ácidos. A pHmetria
usa uma sonda, que entra pelo nariz do paciente e vai até a junção esofagogástrica e
tal sonda fica no paciente durante as 24h do exame.
Todas as vezes que o pH indicar ser inferior a 4, é sinal de que houve refluxo. Agora é o
momento de analisar se esses momentos foram relacionados a momentos de sintoma
do paciente (se houve sintoma, é sinal de que não está relacionado à DRGE, mas sim
ao refluxo fisiológico).
2.1.2.3- MANOMETRIA
Exame realizado antes da pHmetria para localizar o ponto de transição esofagogástrico
e, assim, identificar o local onde o cateter de pHmetria deve ser posicionado. Esse
exame serve para descartar doenças motoras do esôfago e é usado no pré-operatório
de cirurgia antirrefluxo.
• Falência terapêutica;
• Diagnóstico incerto;
• Tratar ou prevenir complicações;
Diagnóstico conclusivo:
Tratamento medicamentoso:
Tratamento cirúrgico:
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Sinais de alarme: paciente idoso, com perda de peso súbita, hemorragia digestiva, etc.
3- PIROSE FUNCIONAL
Alguns pacientes com pirose podem revelar, durante a investigação, EDA e pHmetria
prolongada normais, sendo então classificados como portadores de pirose funcional.
Corresponde a 10% dos pacientes com pirose, sendo que tais pacientes respondem
parcialmente ao tratamento medicamentoso. Esse sintoma está associado à
hipersensibilidade visceral, em que a pirose é deflagrada por alterações sutis de pH ou
mesmo por outros fatores, como distensão luminal ou alterações motoras como
contrações sustentadas da camada muscular do esôfago.
4- DISFAGIA
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Uma vez que o bolo alimentar é deglutido e chega ao esôfago, ocorre um estímulo de
abertura do EEI e das contrações peristálticas para direcionarem o bolo alimentar.
Existem dois tipos de peristalse:
Causas: são diversas, mas as mais comuns são as que estão a seguir:
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o Estudo endoscópico funcional da deglutição;
o Manometria (avalia valores pressóricos da faringe);
4.2.2.1- CAUSAS
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Alguns pacientes referem a disfagia ao nível da fúrcula esternal (disfagia alta referida),
diferenciando-se da disfagia orofaríngea por ocorrer após o ato da deglutição e não ser
acompanhada de engasgos.
ANAMNESE
Localização
Tipos de alimentos e/ou líquidos
Progressivo ou intermitente
Duração dos sintomas
4.2.2.3- DIAGNÓSTICOS
• Disfagia progressiva com importante emagrecimento em curto espaço de
tempo, com antecedentes de tabagismo e etilismo: neoplasia malgina.
• Disfagia exclusiva para sólidos de longa duração ou lentamente progressiva:
estenoses benignas. Muitas vezes se adapta a outras consistências alimentares.
• Antecedentes de pirose e regurgitação ácida: estenose péptica.
Exames:
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ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS II – DIARREIA E CONSTIPAÇÃO
1- INTRODUÇÃO
Não existe uma definição correta para o ritmo intestinal normal. Esse ritmo é individual,
mas o espectro para ser considerado normal varia de 3 vezes ao dia até 3 vezes na
semana.
Os tipos 5, 6 e 7 provavelmente
estão relacionados a pacientes
com um ritmo intestinal mais
rápido – diarreia.
A cor das fezes pode variar entre preta, amarela, marrom, vermelha, verde, abóbora
ou esbranquiçada. A cor mais normal é a marrom.
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O tempo normal para evacuar é cerca de 10 a 15 minutos, mas depende de cada
indivíduo. O odor normal é forte, mas pode ser pior em casos de sangramentos, por
exemplo.
3- DIARREIA
Tomar cuidado sob o ponto de vista do paciente para as coisas que ele pode relatar
como diarreia, mas que, na verdade, não são:
3.1.1- FREQUÊNCIA
• Evacuações líquidas em pelo menos 3x no período de 24h;
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• Lembrar que a maior frequência pode ser evacuação completa, incontinência
fecal, etc.
• Vontade de evacuar com eliminação de muco, sem pus ou sangue e sem fezes
não é diarreia.
3.1.3- VOLUME
• Pode sugerir a localização e o mecanismo fisiopatológico.
• Grandes volumes (maiores que 750 mL/d) – doença do intestino delgado ou
secretória;
• Pequenos volumes (maiores que 350 mL/d) – doença colônica e desordens
funcionais;
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3.2.2- SEGUNDO MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
1) Secretória: qualquer condição que aumente a secreção de eletrólitos e água para
o lúmen intestinal.
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3.2.3- SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO
DIARREIA BAIXA DIARREIA ALTA
Muito frequente Pouco frequente
Pouco volume Grande volume
Presença de muco e pus Líquida
Puxo, tenesmo Mal cheirosa e explosiva
Presença de sangue nas fezes Presença de gordura (esteatorreia)
Infrequente associação com dor Associada a flatulência, dor abdominal
abdominal tipo cólica, eliminação maior de gases
Presença de alimentos não digeridos
3.3- DISENTERIA
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4- ANAMNESE
• Sexo;
• Cor;
• Nacionalidade;
• Idade de início;
• Religião;
• Local de moradia;
• Ocupação;
• Antecedentes pessoais e familiares;
• História sexual;
• Aspectos emocionais;
• Etilismo;
• História de viagem;
• Atividade física;
• Consumo de carne crua;
• Tempo de evolução
• Características: formada, sem forma, semi-formada, líquida, pastosa ou sólida;
• Pouco frequente? Volumosa? Oleosa? Espumosa? Tem alimentos digeridos? É
explosiva?
• Dor abdominal associada? Localizar a dor
o Flanco e hipogástrio (intestino grosso)
o Centralizada (intestino delgado)
• Presença de sintomas associados sistêmicos ou não: perda de peso não-
intencional, febre, anemia, MEI, flatulência, dor abdominal.
• A diarreia alterna com constipação?
• Ocorre no período noturno? O paciente levanta para evacuar?
• Fez alguma viagem recentemente? Para onde?
• Usa chás caseiros?
• Se iniciou na infância?
• Cirurgia?
• Doença crônica?
• História familiar de diarreia ou doenças do TGI?
• Associada à ingestão de certos alimentos ou bebidas? Medicamentos?
• Radioterapia?
5- CASOS CLÍNICOS
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Essa paciente tem uma diarreia crônica (dura mais de 4 semanas), essa diarreia é:
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Diarreia com incontinência fecal associada a incontinência urinária (provavelmente,
por conta dos múltiplos partos que levarão a uma alteração no assoalho pélvico). A
diarreia é crônica, funcional, mista (osmótica [intolerância à lactose e uso de
hipoglicemiante], secretória [colecistectomia], motora [diabetes e hipoglicemiante
oral]), sendo uma diarreia alta (volumosa, líquida, pouco frequente, explosiva e
associada à flatulência).
6- CONSTIPAÇÃO
o Faço esforço;
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o Demoro muito pata evacuar;
o Não evacuo todos os dias;
o Desconforto abdominal;
o Distensão abdominal;
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• Desordem evacuatória retal: dificuldade ou inabilidade de expulsão das fezes por
incoordenação da musculatura pélvica e abdominal, podendo ter efeito
estrutural ou funcional (disfunção do assoalho pélvico ou distúrbios de defecação
funcionais como prolapso retal e retocele).
• Constipação de trânsito normal ou funcional: maioria;
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6.2- FATORES DE RISCO
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6.4.2- CASO CLÍNICO 02:
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ECTOSCOPIA E SINAIS VITAIS
1- INTRODUÇÃO
A ectoscopia vai além de uma impressão geral sobre o paciente, mas busca a presença
de sinais físicos que podem ser indicadores objetivos de doença. A
ectoscopia/somatoscopia/exame físico geral é a primeira etapa do exame físico
iniciada ao primeiro contato com o paciente. O seu objetivo é identificar dados gerais,
independente da queixa. Essa avaliação deve ser desarmada e craniocaudal.
2- ROTEIRO DA ECTOSCOPIA
1. Estado geral
2. Estado de consciência
3. Fala e linguagem
4. Postura
5. Higiene pessoal
6. Nível de dependência
7. Biotipo, peso e altura
8. Fácies
9. Pele e fâneros
10. Marcha, atividade motora e movimentos involuntários
É verificado o grau de resposta aos chamados e estímulos: sabe dizer onde está? Qual
o dia da semana?
2.4- POSTURA
5.6- DEPENDÊNCIA
A análise do ângulo costal/de Charpy (junção dos repordos costais com o apêndice
xifoide) ajuda nessa caracterização.
5.8- FÁCIES
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5.9- AVALIAÇÃO DE PELE E MUCOSAS
a) Coloração (+/++++):
a. Normocoradas, hipocoradas, hiperemia de conjuntiva;
b. Anictéricas/ Ictéricas
c. Acianóticas/ Cianóticas
Algumas lesões podem ser vistas em pele e mucosas, como na região dos lábios,
telangiectasia hemorrágica hereditária ou síndrome de Peutz Jeguer (polipose familiar).
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g) Presença de lesões elementares da pele
5.10- FÂNEROS
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6- EXEMPLO DE DESCRIÇÃO DE ECTOSCOPIA
7- SINAIS VITAIS
A verificação dos sinais vitais é de extrema importância clínica, uma vez que eles
refletem o equilíbrio das funções orgânicas. Os sinais vitais fornecem informações críticas
iniciais que frequentemente influenciam o tempo e a direção da avaliação clínica.
• Pressão arterial;
• Frequência cardíaca;
• Frequência respiratória;
• Temperatura;
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Quanto ao ritmo, se houver alguma irregularidade, verificar o ritmo auscultado o ápice
cardíaco com o estetoscópio: o ritmo é regular ou irregular?
7.3- TEMPERATURA
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7.4- FREQUÊNCIA E RITMO RESPIRATÓRIOS
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ALTERAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL
1- INTRODUÇÃO
A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Sua
aferição é muito importante pois:
É uma doença sistêmica, com alta prevalência na população (cerca de 35%). 50% dos
eventos cardiovasculares podem ser atribuídos à hipertensão arterial.
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Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2020
2.2- EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência (EUA):
o Negros: 40%
o Brancos: 25 a 35%
o Idade acima de 65 anos: 70%
• Causa:
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o Essencial: 95 a 97% (sem causa específica, tendo causas multifatoriais)
o Secundária: 3 a 5%
▪ Renovascular
▪ Induzida pelo estrogênio
▪ Hiperaldosteronismo, feocromocitoma, Cushing e hipertireoidismo
2.3- DIAGNÓSTICO
3.2- INDIRETOS
4- ESFIGMOMANOMETRIA – SEMIOTÉCNICA
4.1- EQUIPAMENTOS
• Estetoscópio
• Esfigmomanômetro: manguito com bolsa
pneumática, manômetro, pera e
mangueiras.
o Proporção ideal da bolsa:
envolvendo toda a circunferência
do braço com relação
comprimento-largura de 3-1;
o Manômetros de mercúrio, aneroides
ou digitais;
89
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1. Explicar o procedimento ao paciente, orientar que não fale e deixar que o mesmo
descanse por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável e
conforto. Promover relaxamento do paciente para atenuar o efeito do avental
branco (súbita elevação da pressão arterial por conta do ambiente
ambulatorial).
2. Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou
exercício físico há 60-90 minutos, não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos
ou fumou até 30 minutos antes e não está com as pernas cruzadas.
3. Utilizar o manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, cerca de 2 a 3
cm acima da fossa ante cubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria
braquial. A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40% da
circunferência do braço e o seu comprimento envolver pelo menos 80%.
4. Manter o braço do paciente na altura do coração, livre de roupas, com a palma
da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.
5. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do
manômetro aneroide.
6. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento a fim de estimar
a pressão sistólica; desinflar rapidamente e aguardar um minuto antes de inflar
novamente – MÉTODO PALPATÓRIO.
7. Posicionar a campânula do estetoscópio
suavemente sobre a artéria braquial na fossa
ante cubital, evitando a compressão excessiva.
8. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até
ultrapassar de 20 a 30 mmHg o nível estimado
na pressão sistólica pelo método palpatório.
Proceder a deflação, com velocidade
constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo.
Após a identificação do som que determina a
pressão sistólica (primeiro som), aumentar a
velocidade para 5 a 6 mmHg para evitar congestão venosa e desconforto para
o paciente.
9. Determinar a pressão sistólica no momento do primeiro som (fase I de Korotkoff),
seguido de batidas regulares que se intensificam com o aumento da velocidade
de deflação. Determinar a pressão diastólica no aparecimento do som (fase V
de Korotkoff). Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para
confirmar seu desaparecimento e depois proceder a deflagração rápida e
completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a
pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff), anota valores
da sistólica/diastólica/zero. Pode ocorrer o hiato auscultatório, no qual há
desaparecimento e reaparecimento do som (que é uma falsa determinação da
pressão arterial diastólica). - MÉTODO AUSCULTATÓRIO.
90
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10. Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica, completando com a
posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a
medida. Não arredondar os valores de pressão arterial para dígitos terminados
em zero ou cinco.
11. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
12. O paciente deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão arterial e a
possível necessidade de acompanhamento.
• Do examinador:
o Preferência por um dígito final;
o Ângulo de leitura do manômetro;
o Emprego inadequado da técnica;
• Do equipamento:
o Calibragem do manômetro e ajuste do ponto zero;
o Bolsa/manguito desproporcionais;
• Do método:
o Endurecimento dos vasos no idoso
▪ Manobra de Osler
▪ Estados de vasoconstrição acentuada
6- PULSO PARADOXAL
• Causas:
o Tamponamento cardíaco;
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o Pericardite constritiva;
o Outras, como asma grave, embolia pulmonar, etc.
7- PULSO ALTERNANTE
8- HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
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• Queda da PAS maior ou igual a 20mmHg ou da PAD maior ou igual a 10mmHg
após 3 minutos em ortostasia.
• Sintomas:
o Hipoperfusão cerebral: tonteira, náusea, visão turva, cegueira transitória,
lipotimia e síncope.
o Isquemia coronariana;
o Intensifica-se no período pós-prandial
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EDEMA
1- CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
2- FISIOPATOLOGIA
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• Pressão hidrostática intersticial (tensão tecidual)
• Pressão coloidosmótica intersticial
• Permeabilidade capilar
• Drenagem linfática
A pressão hidrostática intersticial, à medida que se forma edema, vai aumentando. Esse
é um dos importantes mecanismos para que o edema pare. Esse novo equilíbrio de
forças é o responsável por fazer que os edemas parem.
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2.1.1- AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA CAPILAR
Faz com que haja maior passagem de líquido para o interstício e, consequentemente,
forme edema quando esse líquido ultrapassa a capacidade de drenagem linfática.
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leva frequentemente a um derrame pleural por conta da drenagem
das pleuras.
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2.1.3- AUMENTO DA PERMEABILIDADE CAPILAR
• Local: (dor, calor e rubor)
o Agentes infecciosos: erisipela
o Agentes imunológicos: angioedema
o Agentes físicos: queimaduras
• Sistêmico: mais raro, pacientes criticamente doentes – sepse grave, pancreatite
aguda grave
3- SEMIOLOGIA DO EDEMA
• Há edema?
o Distribuição, características e curso evolutivo
• Causa local ou sistêmica?
o Se sistêmica, doença cardíaca, hepática ou renal?
• Sinais e sintomas de doença sistêmica
• Cuidado com alterações de volume e cor da urina
4- TRATAMENTO DO EDEMA
• De causa básica
• Sintomático
o Diuréticos (aumento da excreção de sódio e água)
o Inibidores da ECA ou bloqueadores da angiotensina 2
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o Antagonista da aldosterona
• Cuidado com a HIPOVOLEMIA: o paciente já está levemente hipovolêmico
quando tem edema e, dependendo das doses de diuréticos, pode haver uma
hipovolemia intensa e grave. O tratamento do edema deve ser lento, geralmente,
e acompanhado por meio do peso do paciente.
• Tratamento de emergência: Edema agudo de pulmão, edema de glote e edema
cerebral.
5- CASOS CLÍNICOS
5.1- CASO 01
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Alterações importantes: edema, hipertensão e alterações urinárias.
100
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DISPNEIA E CIANOSE
1- INTRODUÇÃO
2- ASPECTOS CLÍNICOS
• Queixas mais frequentes: cansaço, falta de ar, fome de ar, fôlego curto, canseira,
respiração difícil, ar que não chega, etc.
• Existem diferentes tipos de dispneia e diferentes mecanismos, a depender dos
fatores desencadeantes.
2.1- MECANISMOS
• Duração
• Condições de aparecimento, melhora e piora
• Postura, decúbito, repouso, exercício
• Etapa da respiração
• Modo de instalação
• Intensidade
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3- FISIOPATOLOGIA DA DISPNEIA
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4- DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Cifoescoliose severa;
• Obesidade, ascite;]
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4.7- ANSIEDADE
• Sinais de hiperventilação;
• Dor torácica e alterações eletrocardiográficas de repolarização (astenia
neurocirculatória);
• Suspiros e padrão ventilatório irregular;
5- EXAMES COMPLEMENTARES
6- CIANOSE
6.1- FISIOPATOGENIA
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ARTHUR TOMAZELLI – MEDICINA UFRJ M4/2020.2
6.2- CLASSIFICAÇÃO
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ARTHUR TOMAZELLI – MEDICINA UFRJ M4/2020.2
• Cianose periférica: devido à lentidão do fluxo sanguíneo e a uma elevada
extração de oxigênio de um sangue arterial com saturação dentro da
normalidade – mucosa oral e freio da língua poupados.
o Ex: choque, frio, doença vascular periférica e ICC
1. História clínica
2. Caracterizar a cianose como central ou periférica ao exame físico
3. Verificar presença ou ausência de baqueteamento digital
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4. Determinação da tensão de oxigênio arterial ou saturação de oxigênio,
espectroscopia e outras pesquisas de anormalidade na hemoglobina.
5. Investigar por métodos complementares outras causas de cianose central ou
periférica.
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ANEMIAS
1- INTRODUÇÃO
É necessário fazer uma boa anamnese, seguida de um exame clínico adequado que
mostre os sinais clássicos de anemia e, posteriormente, uma avaliação laboratorial.
2- ANEMIAS
3- HEMOGRAMA
Causas da pancitopenia (diminuição das três séries) que pode ser aplasia medular,
leucemia aguda, mielodisplasia ou anemia megaloblástica. Também pode ser
hiperesplenismo e quimioterapia e radioterapia. O definidor de anemia é a redução dos
níveis normais de hemoglobina.
• Causas:
Volume Globular Médio - VGM
o Deficiência de ferro • Anemias microcíticas (VGM<80)
▪ Baixa ferritina • Anemias macrocíticas (VGM>100)
• Anemias normocíticas (VGM entre 80-100)
o Talassemias
o Anemia de doença crônica
▪ Ferritina normal ou aumentada
• Causas:
o Drogas/substâncias
o Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico (anemia megaloblástica)
o Hipotireoidismo e doença hepática
o Anemias hemolíticas
o Doenças primárias da medula óssea: mielodisplasia, mieloma múltiplo
O desvio à esquerda pode ser definido como aumento de neutrófilos não segmentados ou imaturos
(mielócitos, metamielócitos e bastões) no sangue periférico. Está associado principalmente a infecções
bacterianas, quando há consumo de neutrófilos, de modo que a medula óssea é estimulada a liberar células
imaturas.
OLHAR SLIDES!!!!
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