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Introdução
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Tabela 1. Diferenças entre crises agudas sintomáticas e
crises não provocadas
Crises agudas
sintomáticas Crises não provocadas
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astrocitomas benignos e meningiomas, oligodendroglio-
mas, linfomas primários do sistema nervoso central e
metástases de carcinomas pulmonar, mamário, estomacal
e urogenital, e melanomas (tumores de pele malignos).4
Quadro clínico
As crises tônico-clônicas generalizadas (TCG), conheci-
das como convulsões, são mais comuns em distúrbios tóxi-
cos e metabólicos e as crises focais, nos casos de origem
vascular ou outro tipo de lesão circunscrita. As crises focais
disperceptivas (com alteração da percepção do meio) são as
mais comumente vistas (50%), seguidas pelas TCG (25%) e
crises focais sem alteração da percepção (15%). A manifes-
tação em idosos de outro tipo de crise, chamada ausências,
que no EEG mostram complexos de espícula-onda, geral-
mente está associada a um estado de mal não convulsivo.4
Diagnóstico
Muitas vezes o diagnóstico de crises epilépticas torna-
-se difícil no idoso, pelo fato de muitos não contarem com
acompanhantes que presenciem os episódios, pela presença
de dificuldades cognitivas associadas e, ainda, pelas demais
causas de quedas e episódios de perda da consciência nessa
5
população. O EEG pode mostrar alentecimento focal, ati-
vidade irritativa e, ainda, o padrão de descargas periódicas
lateralizadas. Exame de imagem cerebral torna-se man-
datório para descartar patologias focais, especialmente a
ressonância nuclear magnética e, quando não disponível,
a tomografia computadorizada contrastada.4 Deve-se lem-
brar que eventos não epilépticos (de origem psicogênica,
cataplexia, que é um distúrbio do sono, queda de pressão
arterial etc.) podem levar ao diagnóstico errôneo, espe-
cialmente em indivíduos com crises epilépticas anterio-
res, sendo importante em alguns casos a investigação com
vídeo EEG, em que o paciente é filmado durante o exame.5
O diagnóstico de epilepsia de início recente na população
idosa requer avaliação especializada. Os planos de trata-
mento precisam ser adaptados para acomodar doenças
associadas, medicamentos concomitantes e estado geral
de saúde de um indivíduo.6
Tratamento
Pelas modificações fisiopatológicas ocorridas no idoso
(diminuição da absorção de medicamentos no tubo diges-
tório e de sua motilidade, alterações vasculares, dimi-
nuição da atividade enzimática e síntese de proteínas no
fígado, com mudança na metabolização dos medicamen-
tos, atrofia renal etc.), usualmente a dose de medicação
antiepiléptica é reduzida, iniciando-se com doses meno-
res, aumentando-as paulatinamente, preocupando-se mais
com os efeitos adversos do que com a eficácia, visto o fácil
controle de crises nessa faixa etária. O tratamento deve
ser individualizado, considerando doenças concomitantes.
Os fármacos mais utilizados são carbamazepina, fenitoína,
que são evitadas em pacientes com arritmias cardíacas
e/ou em uso concomitante de outros fármacos, pelo
potencial efeito acelerador do metabolismo
hepático (especialmente carbamazepina),
além de ácido valproico, assim como, mais
recentemente, lamotrigina, gabapen-
tina e levetiracetam. Carbamazepina
e oxcarbazepina podem desenca-
dear queda de sódio no sangue em
idosos, além de deficits cognitivos,
assim como fármacos sedativos
como fenobarbital e primidona.4,7,8
6
Em recente metanálise, foi observado em idosos com
epilepsia que: a lamotrigina foi mais bem tolerada que a
carbamazepina; o levetiracetam demonstrou maior proba-
bilidade de liberdade de convulsões em comparação com a
lamotrigina, sem diferenças significativas nas medidas de
tolerabilidade; não houve diferenças significativas entre
carbamazepina e levetiracetam em termos de eficácia e
tolerabilidade; dados adicionais são necessários para ava-
liar a mais nova geração de fármacos antiepilépticos e com-
parar diferentes doses e esquemas de titulação.9
Até o momento, poucas investigações clínicas conside-
ram especificamente a população idosa, apesar do aumento
dos fatores de risco. Há necessidade de dados experimen-
tais de qualidade para avaliar o impacto dos mais recentes
fármacos antiepilépticos no controle de crises e na quali-
dade de vida nessa população com necessidades comple-
xas.6 Um sistema prático foi desenvolvido para ajudar a
orientar os prescritores na tomada de decisões sobre quais
fármacos antiepilépticos prescrever.10
Qualidade de vida
Em estudo sobre qualidade de vida, nenhuma diferença
clara foi encontrada entre pessoas idosas e mais jovens
com epilepsia. A esfera energia/fadiga foi o fator mais
impactado negativamente. A frequência de crises influiu
muito na qualidade de vida, e doenças associadas e depres-
são a influenciaram moderadamente. O pequeno número
de estudos disponíveis nessa faixa etária reflete lacunas na
literatura atual sobre esse tópico.11
Referências bibliográficas
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As opiniões emitidas nesta publicação são de inteira responsabilidade da autora e não refletem, necessariamente, a opinião da editora.
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