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20.1.2 Fisiopatologia
Essa alteração pode ocorrer por excesso de estímulos excitatórios – mediados pelos
neurotransmissores glutamato e aspartato – ou ainda mais comumente por
deficiência nos mecanismos inibitórios – mediados principalmente pelo ácido gama-
aminobutírico.
• Subtipos:
#importante
É fundamental reconhecer, pela descrição do caso
clínico, se a crise é generalizada ou focal. Lembrando
que, em quadros sistêmicos, as convulsões são
tônico-clônicas generalizadas, e o objetivo é tratar a
etiologia do processo.
• 0 a 2 anos:
• Injúria neonatal;
• Infecção;
• Metabólicas;
• Congênitas.
• 2 a 10 anos:
• Idiopática;
• Infecção;
• Trauma;
• Malformação arteriovenosa.
• Adolescentes:
• Idiopática;
• Trauma;
• Drogas;
• Malformação arteriovenosa.
• Sintomáticas remotas: ocorrem nos pacientes que sofreram algum insulto prévio
ao SNC, que se sabe estar associado a aumento do risco de epilepsia subsequente,
como sequela de AVC, TCE ou infecções do SNC. Como o próprio nome sugere, as
crises remotas ocorrem após um bom tempo do insulto desencadeador;
#importante
Convém observar as descrições dos casos clínicos e a
faixa etária, lembrando que o tratamento visa
proteger o sistema nervoso central e tratar a
etiologia do processo.
Para crianças com mais de 18 meses sem alterações do exame neurológico, sem
sinais meníngeos e sem crises complicadas, o liquor pode ser postergado e a criança
deve ser mantida em observação de seis a 12 horas. Abaixo desta idade, a literatura é
controversa. Geralmente entre 12 a 18 meses a decisão será baseada na avaliação
clínica da criança e na experiência médica. Já para as crianças entre 6 a 12 meses,
com episódio convulsivo associado a febre, mesmo na ausência de sinais
meníngeos, é recomendada a coleta do liquor.
Sempre que se opta pela não coleta de líquido cerebrospinal, o paciente deve ser
observado de modo atento nas primeiras 12 horas.
#importante
A tríade característica da Síndrome de West é
espasmos infantis, retardo mental e hipsarritmia no
EEG.
As principais drogas utilizadas para cada tipo de crise estão descritas a seguir:
• Crises parciais:
• Carbamazepina;
• Fenobarbital;
• Primidona;
• Fenitoína;
• Valproato;
• Benzodiazepínico.
• Crises generalizadas:
• Tônico-clônica:
■ Valproato;
■ Fenobarbital;
■ Carbamazepina;
■ Primidona.
• Tônica:
■ Fenobarbital;
■ Fenitoína;
■ Benzodiazepínico.
• Ausência:
• Valproato;
• Etossuximida;
• Clonazepam.
• Mioclônica:
• Valproato;
• Benzodiazepínico.
#importante
O valproato pode ser utilizado em quase todos os
tipos de crise.
20.2 CONVULSÃO FEBRIL
20.2.1 Definição
A Convulsão Febril (CF) é uma crise epiléptica que ocorre na infância entre os 6
meses e 6 anos de idade – de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
–, associada a episódios de febre e na ausência de infecção do Sistema Nervoso
Central (SNC) ou outra doença neurológica de base que curse com episódios de
crise convulsiva.
As CFs ocorrem geralmente nas primeiras 24 horas após o início dos quadros febris
e se correlacionam mais com a rápida velocidade de ascensão da temperatura do
que com os valores propriamente ditos.
#importante
O exame do líquido cerebrospinal está indicado nas
seguintes situações: crianças menores de 6 meses
de idade, sinais e sintomas sugestivos de infecção do
sistema nervoso central (meningite, encefalite),
persistência de alterações neurológicas no período
pós-ictal ou recuperação lenta do estado
neurológico; crianças que estão em uso de
antibiótico (pode mascarar os sintomas da
meningite); crises complexas em criança sem
diagnóstico prévio.
20.2.3 Evolução
A CF tem caráter benigno. De modo geral, 70% das crianças apresentam apenas um
episódio durante a vida; 30% terão duas CFs; apenas 10% terão chance de várias
CFs. A chance de evolução para epilepsia é pequena.
• Duração prolongada;
• Intensidade da febre.
O risco de evolução para epilepsia depois de uma CF é baixo, em torno de 6 a 7%.
Aproximadamente 13% dos pacientes com diagnóstico de epilepsia têm histórico de
CF. Os fatores de risco para evolução para epilepsia são atraso do desenvolvimento e
crise febril complexa.
20.2.4 Tratamento
• Acalmar os pais;
#importante
Convém lembrar-se de tranquilizar os pais ou
responsáveis de que a crise convulsiva febril simples
tem caráter benigno.