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CENTRO PAULA SOUZA

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL


VASCO ANTÔNIO VENCHIARUTTI

Técnico em Segurança do Trabalho 1ºP

Suporte Emergencial a Vida

Orientadores: Carlos Eduardo Ienne e Mara Silvia Negrini

Giovanna Caroline
Larissa Machado
Lívia Vitória
Maria Clara
Rayla Milena
Samuel Junior

Crise Convulsiva e Epilepsia

Jundiaí 2022
Introdução

O Trabalho a seguir tem por finalidade abordar os temas, crise convulsiva e


epilepsia. Neste trabalho falaremos um pouco sobre a definição de cada um dos dois
temas, o que é cada um, quais os tipos existentes, quais sinais e sintomas. Também
será mostrado alguns casos reais, dados estatísticos, e o que fazer se caso
necessário a pessoa precise prestar os primeiros socorros a uma vítima com epilepsia
ou crise convulsiva.
Definição de Epilepsia

Epilepsia é o nome de uma doença neurológica que têm diversas formas e com a
ocorrência de crises. A epilepsia se dá em função de uma ativação brutal que
concerne um grande número de neurônios cerebrais. Ela se manifesta em geral por
perda momentânea da consciência acompanhada por vezes de espasmos
involuntários e repetidos de um ou mais membros.
Pela grande diversidade de áreas do cérebro atingidas e dos tipos de anomalias
encontradas, as manifestações clínicas variam e podem tomar a forma de uma
simples ausência, suspensão brusca e fugaz da consciência, ou formas mais
complexas e impressionantes com tremores do corpo e olhos revirados, ausência de
consciência e perda de conhecimento após a parada dos movimentos. Em formas de
epilepsia parciais, os sinais podem ser motores ou sensitivos e não envolvem mais
que uma parte do corpo.
A doença epiléptica aparece frequentemente na infância ou no adulto jovem e um
eletroencefalograma, e uma imagem do cérebro permitem confirmar a doença e de
tratá-la. A epilepsia pode ser controlada por tratamentos antiepiléticos na maioria dos
casos e procedimentos para evitar a ocorrência de novas crises devem ser
conhecidos.
Definição de crise convulsiva

O que é?
A crise convulsiva se caracteriza pela aparição repentina e inesperada de espasmos
musculares involuntários sobre um músculo isolado ou em todo corpo, provocada por
um aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais. Os
sinais e sintomas dependem do tipo de convulsão e da região do cérebro envolvida.

Quais são os tipos de crises convulsivas?


Segundo a Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE), existe 27 tipos de convulsões,
porém consideramos 3 principais grupos de crises convulsivas, que são:
• Crises Focal/Parciais;
• Crises Generalizadas;
• Crises de Origens Desconhecidas.

Crises Focal/Parciais:
Recebe esse nome pois apenas uma parte do hemisfério cerebral é atingida por uma
descarga de impulsos elétricos desorganizados.

Crises Generalizadas:
É uma crise que tem origem global, ou seja, acomete mais de uma área cerebral, é
quando os dois hemisférios cerebrais são afetados.

Causas:
Há vários fatores que desencadeiam uma crise convulsiva, esses são:
• Febre alta (hipertermia) em crianças abaixo de 4 anos;
• Intoxicações (Exemplo: Álcool, medicamento, entre outros);
• Infecções (Exemplo: Por HIV, meningites, entre outros);
• Epilepsia;
• Traumatismo craniano;
• Tumor cerebral.
Sinais e sintomas:
• Perda da consciência e queda ao solo;
• Contração musculares violentas;
• Podem ocorrer palidez intensa e lábios azulados;
• Dentes travados e salivação abundante (Baba);
• Tremores.
Conceitos de convulsão e epilepsia

Qual é a diferença entre epilepsia e convulsão?


A convulsão é apenas um tipo mais intenso de ataque epilético, no qual a pessoa
perde os sentidos e se debate, podendo morder a língua e urinar na roupa. No entanto,
existem crises mais fracas, caracterizadas por breves desligamentos, formigamentos
ou contrações restritas a alguns grupos musculares.

Toda convulsão é epilepsia? MITO


A crise convulsiva é uma crise epiléptica na qual existe abalo motor. Para considerar
que uma pessoa tem epilepsia ela deverá ter repetição de suas crises epilépticas,
portanto a pessoa poderá ter uma crise epiléptica (convulsiva ou não) e não ter o
diagnóstico de epilepsia.

A Epilepsia: conceitos importantes

A Epilepsia não é uma entidade singular, havendo uma certa variação na definição
dos termos crises convulsivas, epilepsia e crise epiléptica.
Epilepsia: é uma doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e
caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas.
Crise epiléptica: Crise epiléptica é um episódio em que há perturbação no processo
de comunicação entre os neurônios. Para trocar informações, essas células cerebrais
transmitem impulsos elétricos. A crise epiléptica ocorre quando existe um descontrole
nesse processo, levando a reações anormais.
Crise convulsiva: é uma atividade elétrica anormal, a qual gera sinais e sintomas
específicos, como abalos musculares.
Crise provocada: é uma crise epiléptica decorrente de uma causa imediata
identificada, como distúrbio metabólico, intoxicação aguda, abstinência de drogas
sedativas ou insulto neurológico agudo. Deve existir uma relação temporal entre o
desencadeante e a crise, geralmente, nos últimos 7 dias. Entre 1 e 10% da população
terá uma crise provocada na sua vida.
Crise não provocada: quando não há uma causa conhecida para a crise, após
investigação clínica, laboratorial e de imagem.
Primeiro Caso

Identificação do paciente: Pré-escolar, 4 anos e 7 meses, masculino, natural de


Vassouras.
Queixa principal: Paciente foi atendido na emergência com queixa principal
“convulsionando”.
História da doença atual (HDA): Mãe refere que o pré-escolar iniciou há 1 dia,
quadro de odinofagia e hiporexia e hoje aferiu febre de 38.8ºC, cedendo ao uso de
dipirona, porém, houve retorno da febre esta tarde, sendo está não medicada,
decidindo assim, procurar o pronto-socorro.
Refere que próximo ao hospital, há aproximadamente 1 minuto, houve piora do estado
febril sendo aferida Temperatura axial de 40,2ºC e em seguida, iniciou quadro de
hipertonia e sialorreia, dando assim, entrada pela porta de emergência do hospital.
No momento, pré-escolar encontra-se em crise convulsiva tônico-clônica
generalizada, sialorreia, desvio conjugado do olhar, cianose labial e presença de urina
em fralda.
Segundo Caso

Relato de caso: Paciente masculino, 47 anos, atendido em 26/07/2012 no Hospital


Geral do Exército de Belém; iniciou quadro clinico, em sua residência, de crise
convulsiva parcial complexa com generalização secundária, que durou poucos
segundos. Internado para investigação do quadro, quando realizou Ressonância (RM)
de encéfalo, que demonstrou nódulos subcorticais com área de edema perilesional;
também foi feita Tomografia Computadorizada (TC) de tórax, que apresentou infiltrado
alveolar difuso bilateralmente. Nos exames laboratoriais, a análise do liquido
cefalorraquidiano, revelou crescimento de Cryptococcus sp., diagnosticando-se,
assim, neuro criptococose. O paciente foi tratado com anfotericina B, na dose de
50mg/dia, durante sete dias, porém apresentou reações adversas, sendo adequado o
uso para três vezes por semana e mantido por trinta dias, com piora clinica
neurológica, quando foi retirado e introduzido Fluconazol 800 mg/dia, endovenoso
durante noventa dias. Até o presente momento, o paciente mantém o uso do
Fluconazol endovenoso, não apresentando boa resposta ao tratamento.
Tratamento Emergencial Propedêutica

Passos para reconhecer uma crise epiléptica

1º Passo - Avaliar história de crise epiléptica e classificar o tipo de crise;


2º Passo - Identificar fatores agudos ou potencialmente reversíveis que
desencadeiam uma crise epiléptica;

3º Passo - Reconhecer diagnósticos diferenciais de crises epilépticas;


4º Passo - Exames complementares para avaliação etiológica de crise epiléptica não
provocada;
5º Passo - Encaminhar paciente para o serviço especializado.

Primeiros cuidados ao lidar com uma crise epilética

1. Mantenha-se calmo;
2. Tente proteger a pessoa em crise epilética, evitando que sofra acidentes tirando
objetos pontiagudos ou cortantes de suas mãos e retirando objetos cortantes de locais
próximos;
3. Não o imobilize: se estiver indo em direção a algo perigoso, leve-o com tranquilidade
para um local seguro, coloque-o deitado de lado e afrouxe as roupas para que ele
possa respirar melhor, se possível coloque um travesseiro ou uma almofada apoiando
a cabeça do paciente, não tenha receio da saliva, pois não é contagiosa. O contato
com a saliva do paciente não oferece qualquer tipo de risco;
4. Não dê nada para a pessoa em crise epilética beber ou cheirar;
5. Não passe nada no pulso do paciente;
6. Não coloque nada dentro da boca do paciente e não segure a língua, pois ela não
enrola;
7. Ligar para SAMU em casos que necessitam de avaliação emergencial, como crise
que dura mais que 5 minutos ou paciente não apresenta recuperação completa da
consciência.
Primeiros Socorros Convulsão

Na maioria dos casos, as convulsões duram alguns segundos. Porém, já tiveram


casos que se estenderam por 2 a 5 minutos.
Por isso, quando falamos em primeiros socorros para convulsão, todo cuidado é
pouco!

Veja abaixo o que fazer:

• Deite a pessoa no chão, para evitar uma queda durante a crise convulsiva;
• Coloque a pessoa deitada de lado, para evitar que possa se engasgar com a
própria língua ou com vômito;
• Dê espaço para a pessoa, afastando objetos que estejam próximos e que possam
causar lesões, como mesas ou cadeiras;
• Desaperte roupas apertadas, especialmente na região do pescoço, como camisas
e gravatas;
• Mantenha a calma e espere que a crise passe.
Dados Estatísticos

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 10% da população


mundial tem, ao menos, uma crise convulsiva durante toda sua vida.

Dados estatísticos sobre a epilepsia

Embora possa atingir pessoas de qualquer idade, a doença é normalmente


diagnosticada em pessoas menores de 20 anos e maiores de 65 anos. As causas
mais comuns de maior incidência na infância são as dificuldades durante o
nascimento/parto, infecções ou acidentes e em idosos o acidente vascular cerebral.
Atualmente, mais de 50 milhões de pessoas possuem a doença no mundo, enquanto
75% delas sequer recebem tratamento. Todos os dias, cerca de 87 pessoas são
diagnosticadas com epilepsia e 70% dos afetados que se tratam conseguem viver
normalmente.
Quase 80% dos casos registrados globalmente estão em países de baixa e média
renda. Os dados revelam que três quartos das pessoas com a doença que vivem
nessas localidades não recebem tratamento adequado.

Qual a porcentagem de pessoas com epilepsia no Brasil?

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a epilepsia afeta


aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo. Estima-se que mais de 8 milhões
de pessoas sofram com o problema somente na América Latina e no Brasil esse
número chega a cerca de 2,5 milhões de pessoas.
Conclusão

Após a apresentação do trabalho, conclui se que tanto a crise convulsiva, quanto a


epilepsia são doenças que requer muita atenção e cuidados por parte do portador da
doença. Após os primeiros sinais ou até mesmo manifestação da doença, o paciente
deve procurar auxilio médico o mais rápido possível para fazer exames mais
detalhados, afim de obter diagnósticos mais preciso para ter certeza do que pode estar
acontecendo consigo mesmo. Por mais que seja considerada uma doença comum, o
paciente nunca deve deixar de se importar com a doença. O quanto antes ele
descobrir o que ele tem, melhor será a qualidade de vida que ele vai poder ter no
futuro.
Referências Bibliográficas

https://www.hospitalanchieta.com.br/entenda-o-que-sao-crises-convulsivas-e-como-
ajudar-durante-um-episodio/

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/tipos-de-convulsao

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/convulsao/

https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/neurologia_resu
mo_crise_epiletica_epilepsia_TSRS.pdf

https://telemedicinamorsch.com.br/blog/crise-
epileptica#:~:text=Crise%20epil%C3%A9ptica%20%C3%A9%20um%20epis%C3%B
3dio,processo%2C%20levando%20a%20rea%C3%A7%C3%B5es%20anormais.

https://www.epilepsia.org.br/mitos-
verdades#:~:text=3.,ter%20o%20diagn%C3%B3stico%20de%20epilepsia.

https://www.acare.com.br/pt/saiba-mais-sobre-a-epilepsia-tipos-de-crises-impacto-
no-mundo-e-estatisticas/#:~:text=Atualmente%2C mais de 50 milhões,se tratam
conseguem viver normalmente.

https://eurofarma.com.br/artigos/diferencas-entre-epilepsia-e-convulsao
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-02/cerca-de-50-milhoes-de-
pessoas-em-todo-o-mundo-tem-epilepsia-alerta-oms

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