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Diante de uma situação como essa, esqueça o que

diz a crença popular e jamais tente abrir a boca de


alguém que esteja tendo uma convulsão. “A mandíbula é
muito forte. A orientação é virar a pessoa de lado para
que ela não aspire saliva”, alerta Gisele Sampaio Silva,
gerente médica do Programa Einstein de Neurologia.
Essa posição evita que a língua obstrua a passagem do
ar e também que a pessoa se engasgue.
A coloração arroxeada é resultado da forte
contração dos músculos respiratórios. “Em alguns
casos, a pessoa pode gritar, também resultado dessa
contração. Colocar a mão na boca não vai resolver e
quem está ajudando ainda corre o risco de se machucar
seriamente.
Outra medida importante é tirar a pessoa de
perigo. Para isso, coloque-a deitada no chão, mantenha-
a afastada de objetos cortantes e móveis, e, se possível,
retire colares e óculos e proteja a cabeça com uma
almofada, travesseiro ou algo macio. Não jogue água no
rosto da pessoa.
As crises em geral duram cerca de dois minutos,
mas podem se estender por até cinco. “Se o tempo for
superior a esse, acione uma ambulância ou leve a
pessoa a um hospital. A crise convulsiva é sintoma de
uma condição neurológica aguda ou de epilepsia e deve
ser abordada como urgência médica em quem nunca a
teve”
Quando a crise termina, é normal haver
sonolência, dor de cabeça e confusão mental. Esse
estado, chamado de pós-ictal, pode durar de uma a
duas horas. Nesse período, evite dar de comer ou beber
à pessoa, pois os movimentos ainda podem estar
descoordenados.
No caso das convulsões febris, em algumas crianças o
surgimento de febre provoca uma alteração momentânea cerebral
que provoca a crise convulsiva. Observa-se que não
necessariamente ocorre com altas temperaturas corporais, como
o senso comum indica, e sim quando a temperatura corporal
varia muito rapidamente. Este é um dos motivos pelos quais os
pais, muitas vezes são tomados de surpresa pelo episódio de
convulsão – antes mesmo de perceber a febre na criança.
Em geral, os episódios apresentam duração de poucos
segundos a minutos. Porém, a aparência é angustiante para o
observador: a criança perde a consciência, apresenta em geral
desvio dos olhos para cima, postura de rigidez do corpo e
movimentos clônicos dos membros, semelhantes a um tremor
grosseiro, seguidos de um período de sonolência. A criança
acometida, entretanto, não se lembra do ocorrido.
A causa deste tipo de convulsão está ligada a alterações
cerebrais momentâneas provocadas pela síndrome febril. Em
algumas crianças pode ser a primeira crise de origem epiléptica. A
avaliação neurológica, mesmo que após a resolução do episódio, é
importante para descartar alterações cerebrais através de exames
complementares – em geral, os mesmos utilizados na investigação
de epilepsia.
No momento da crise, é importante lembrar-se de deitar a
criança de lado, pois isto melhora a respiração ao evitar
a obstrução da via aérea. Não é necessário segurar a língua,
tentar abrir a boca ou evitar os movimentos, basta afastar a
criança de objetos e aguardar, pois os episódios tendem a cessar
espontaneamente. Caso isto não ocorra, é necessário dirigir-se ao
atendimento médico mais próximo, onde procedimentos
adequados podem ajudar e medicações que interrompem a crise
podem ser utilizadas.
Tão importante quanto tratar a crise, é determinar
a causa da febre; qualquer febre pode levar à convulsão
febril, mas o tratamento da causa da febre pode ser
bastante variado. Pode ser desde um simples resfriado,
uma infecção respiratória mais grave (pneumonia) ou
uma meningite. Por isto, mesmo que a crise tenha
cessado ao chegar no atendimento médico, a avaliação
médica é imprescindível.
A prevenção de novos episódios compreende o tratamento
medicamentoso da febre e outras medidas antipiréticas, para
diminuir a temperatura elevada do corpo. Em alguns casos de
recorrência frequente, medicações que controlam crises
convulsivas podem ser necessárias.
Nem toda crise convulsiva, ao contrário do que
muitos pacientes acreditam, é sintoma de epilepsia
Outros fatores como febre alta, tumor cerebral,
hipoglicemia, acidente vascular cerebral (AVC),
meningite, intoxicação, traumatismo crânioencefálico,
reações adversas a medicamentos e abuso de drogas ou
álcool podem ocasionar uma crise.
A convulsão só caracteriza um quadro de epilepsia
caso se repita por mais de duas vezes. Essa doença é
um distúrbio neurológico crônico que afeta pessoas de
todas as idades. A estimativa da OMS é que 50 milhões
de pessoas em todo o mundo tenham a doença. A crise
acontece quando há uma falha nos impulsos elétricos
do cérebro.
As crises epilépticas podem ser parciais (focais) ou
generalizadas. A primeira é provocada por alterações em
qualquer parte do cérebro e, por isso, pode apresentar
sintomas diversos, que vão desde o formigamento ou
náusea até ouvir barulhos estranhos ou sentir cheiros
diferentes. As crises parciais podem, em sua evolução,
ter generalização. Nesse caso, definem-se as crises
secundariamente generalizadas.
A crise generalizada é a mais conhecida da população e
envolve todo o cérebro e os sintomas são a inconsciência e as
contrações musculares involuntárias e bruscas. “Essa distinção é
muito importante, porque as drogas antiepilépticas usadas para
tratar crises focais e crises generalizadas normalmente são
diferentes. No caso de uma crise secundariamente generalizada, a
escolha deve ser por uma droga para tratar crises focais, uma vez
que a crise efetivamente começa focal, e só depois se torna
generalizada.
A epilepsia aumenta em até três vezes o risco de morte
prematura. Esse aumento deve-se a uma série de fatores,
incluindo complicações de crises prolongadas, coexistência de
doenças associadas e acidentes relacionados às crises (como
afogamento, por exemplo). “E, ainda, devido a uma condição
denominada Sudep (do inglês “sudden unexplained death in
epilepsy patients” – morte súbita não explicada em pessoas com
epilepsia) que, como o nome já diz, define situações de morte
súbita em pacientes com epilepsia, aparentemente não ligada à
ocorrência de crises”.
Não há cura para epilepsia. Por isso, o objetivo do
tratamento é evitar a ocorrência de crises. Para tal, é importante
reconhecer a condição e saber que, com a medicação adequada,
70% das pessoas terão vida normal. Para a parcela que não
responde aos tratamentos disponíveis atualmente, a ciência tem
apresentado boas esperanças com o avanço na busca por
alternativas. Novos medicamentos estão em teste e há também a
investigação de outras linhas de procedimento, como dieta
específica e a neuromodulação do cérebro, como soluções
possíveis para o problema
1. O individuo, em tratamento para epilepsia, apresenta perda da
consciência, contração involuntária dos músculos com
movimentos descoordenados, dentes travados e excesso de
salivação. Nesta situação, uma das medidas de primeiros
socorros a ser prestada, pelo segurança, ao individuo, é :
a) Estimular a circulação cerebral oferecendo-lhe álcool para
inalar.
b) Afastá-lo de local que ofereça perigo e deixá-lo debater-se.
c) Ministrar o comprimido contra a epilepsia com um pouco de
água.
d) Tentar conter as contrações musculares, apertando-lhe as
roupas e segurando-o firmemente
2. Convulsão é a contratura involuntária da musculatura, que
provoca movimentos desordenados. Geralmente é
acompanhada pela perda da consciência. As convulsões
acontecem quando há a excitação da camada externa do
cérebro. Assinale a alternativa incorreta sobre como agir
nestas situações.
a) Mantenha a cabeça voltada para o lado, para evitar aspiração
de vômitos e outras secreções
b) Afrouxe as roupas
c) Levante o queixo para facilitar a passagem de ar
d) Segure a pessoa firmemente
3. Não é uma medida de primeiros socorros adequada, frente à
uma pessoa com convulsão:
a) Acionar o serviço de urgência móvel.
b) Afastar curiosos do local.
c) Abrir a boca da criança e desenrolar a língua.
d) Afrouxar as roupas.
4. Enquanto aguarda a liberação de uma paciente para ser
levada à unidade de internação, o maqueiro Jorge percebe que
uma paciente que está na sala de espera do pronto- -socorro
inicia uma crise convulsiva. Nessa situação, a conduta correta
é:
a) Jogar água fria no rosto da paciente para interromper a crise.
b) Colocar a mão dentro da boca da paciente e puxar a língua
para fora, evitando que ela engasgue.
c) Transferir a paciente para uma maca e restringir o corpo com
um lençol.
d) Dar espaço para a paciente, afastando objetos que estejam
próximos, como mesas ou cadeiras.
5. Imagine esta situação: ao chegar ao local de trabalho, você se
depara com uma vítima caída no chão, sofrendo uma crise
convulsiva, qual o procedimento mais adequado a ser realizado
inicialmente?
a) Manter-se calmo, proteger a vítima, acionar socorro
especializado.
b) Gritar desesperadamente por socorro aos demais presentes.
c) Jogar água na vítima para que saia da crise
d) Gritar até que a vítima volte a si, saindo da crise.

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