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FARMACOLOGIA

PROFESSOR(a): _____________________________________________

ALUNO(a): __________________________________________________

LOCAL:_____________________________________________________
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DISCIPLINA: FARMACOLOGIA
EMENTA:
Conceitos básicos de Farmacologia Geral. Princípios gerais de farmacocinética. Princípios
gerais de farmacodinâmica. Medicamentos: origem, natureza química e posologia Relação
dose-efeito. Fórmulas farmacêuticas: absorção e eliminação. Antiinflamatórios,
analgésicos e antitérmicos. Interação entre drogas e nutrientes.

OBJETIVO:
Compreender os mecanismos envolvidos na interação droga-organismo (receptor), bem
como os possíveis efeitos indesejáveis das drogas.

METODOLOGIA:
• Aula expositiva dialogada;
• Leitura e debates sobre os textos;
• Seminários;
• Atividades reflexivas: individuais e em grupo;
• Produção textual

AVALIAÇÃO
A avaliação do acadêmico será contínua, processual e acumulativa, considerando a postura
ética, a participação, o interesse e apresentação de trabalhos em sala de aula. Sendo que a
frequência também passa ser pré- requisito relevante na avaliação do professor.
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LEGISLAÇÃO E PREPARO DE MEDICAMENTOS DOS


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

O Código de Ética dos profissionais de Enfermagem traz aspectos que direcionam


a atuação frente à execução do preparo e da administração dos medicamentos, segundo a
resolução COFEN 311/2007.

Dos Princípios fundamentais


A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e a
qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.
O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde das pessoas, com autonomia e em consonância (respeito) com os
preceitos éticos e legais.

Seção I
Das relações com as pessoas, família e coletividade
Direitos

Artigo 10º
Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica,
científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e
coletividade.

DAS RESPONSABILIDADES
Artigo 12°
Assegurar ao cliente, família e coletividade uma assistência de enfermagem livre
de danos decorrentes de imperícia, negligência e/ou imprudência.

Artigo 13°
Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e
somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro de si e para
a outrem.
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Artigo 14°
Manter-se atualizado, ampliando e aprimorando seus conhecimentos técnicos,
científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da
profissão.

DOS DEVERES
Artigo 21°
Prestar serviços de assistência de Enfermagem de forma a proteger a pessoa,
família e coletividade a fim de assegurá-los livre dos riscos/danos decorrentes de
Imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde.

Artigo 25º
Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao
processo de cuidar.

Artigo 26°
Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito de assistência de
enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequências possam ocorrer.

DAS PROIBIÇÕES
Artigo 30°
Administrar medicamentos sem certificar-se a ação que a droga que compõe e da
possibilidade de existência de risco para o cliente.

Artigo 31º
Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na
legislação vigente e em situação de emergência.

Artigo 32°
Executar prescrições terapêuticas, de qualquer natureza, que comprometam a
segurança do cliente.
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Seção II
Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros
Direitos

Artigo 37º
Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a
assinatura e o numero de registro do profissional, exceto em situações de urgência e
emergência.
Parágrafo único: O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar
prescrição medicamentosa e terapêutica em aso de identificação de erro ou ilegibilidade.

Proibições

Artigo 42º
Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas
ações sejam assinadas por outro profissional.

Seção III
Das com as organizações da categoria
Responsabilidades e deveres (deveres disciplinares)

Artigo 48º
Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão (do Conselho Federal e
Regional de Enfermagem).
O profissional de enfermagem que prepara e administra uma medicação deve
conhecer bem a Legislação que regulamenta o exercício de sua profissão, as normas da
instituição em que trabalha, realizando assim a medicação conforme a Prescrição Médica
garantindo a segurança e bem estar de sua clientela.

FARMACOLOGIA
A farmacologia é definida como a ciência que estuda a natureza e as propriedades
dos fármacos e principalmente a ação dos medicamentos.
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Estudo dos fármacos: fonte, solubilidade, absorção, destino no organismo,


mecanismo de ação, efeito, reação adversa (RAM).

Fármaco: estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica


já existente.
Medicamento: (medicamentum = remédio) fármaco com propriedades benéficas,
comprovadas cientificamente.
Droga: (drug = remédio, medicamento, droga) substância que modifica a função
fisiológica com ou sem intenção benéfica.
Remédio: (re = novamente; medior = curar) substância animal, vegetal, mineral ou
sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença;
influência: usados com intenção benéfica.
Placebo: (placeo = agradar) tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o
sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na
sua ausência), a figura do médico (feiticeiro).
Nocebo: efeito placebo negativo. O "medicamento" piora a saúde.

DIVISÕES DA FARMACOLOGIA
Farmacocinética: destino do fármaco. É o caminho que o medicamento faz no organismo.
Não se trata do estudo do seu mecanismo de ação, mas sim as etapas que a droga sofre
desde a administração até a excreção, que são: absorção, distribuição, biotransformação e
excreção.
Farmacodinâmica: mecanismo de ação. É o campo da farmacologia que estuda os efeitos
fisiológicos dos fármacos nos organismos, seus mecanismos de ação e a relação entre
concentração do fármaco e efeito. De forma simplificada, podemos considerar
farmacodinâmica como o estudo do efeito da droga nos tecidos.
Farmacognosia: estudo das substâncias ativas animais, vegetais e minerais no estado
natural e sua fontes.
Farmacoterapia: orientação do uso racional de medicamentos.
Fitoterapia: uso de fármacos vegetais (plantas medicinais).
Farmacotécnica: arte do preparo e conservação do medicamento em formas
farmacêuticas. A farmacotécnica é um ramo da farmácia, praticada por profissionais
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farmacêuticos, e tem como objeto a manipulação dos princípios ativos para a fabricação de
medicamentos. Nesta área estuda-se o desenvolvimento de novos produtos e sua relação
com o meio biológico, técnicas de manipulação, doses, as formas farmacêuticas, as
interações físicas e químicas entre os princípios ativos e entre os princípios ativos e os
excipientes e veiculos.
Farmacovigilância: validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica,
industrialização, comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já
aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde.

ORIGEM DOS MEDICAMENTOS


Os medicamentos são originados de fontes natural (o reino animal, vegetal e
mineral) e sintética (industrializado).
Os pesquisadores passaram a utilizar os conhecimentos tradicionais e químicos
para desenvolver fontes sintéticas, com a vantagem de os fármacos quimicamente
desenvolvidos serem desprovidos de impurezas geralmente encontradas nas substâncias
naturais.
Pode-se através da indústria manipular a estrutura molecular da
substância química do medicamento, ocasionando modificações na estrutura química da
droga, tornando-a mais eficaz contra diferentes microrganismos.

AÇÃO DO MEDICAMENTO
Farmacoterapia é o uso dos medicamentos no tratamento, prevenção, diagnostico e no
controle de sinais e sintomas das doenças.

Farmacodinâmica: É o estudo dos mecanismos relacionados às drogas, que


produzem alterações bioquímicas ou fisiológicas no organismo. Interação, a nível celular,
entre um medicamento e certos componentes celulares – proteínas, enzimas ou receptores-
alvo, representa a ação do fármaco. A resposta decorrente dessa ação é o efeito do
medicamento.
Um medicamento pode alterar a função da célula-alvo ao:
• Modificar o ambiente físico ou químico da célula.
• Interagir com um receptor.
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É a ação química que pode ser profilática, curativa, paliativa e diagnóstica:

Profilática: O medicamento tem ação preventiva contra doenças.


➢ Exemplo: As vacinas podem atuar na prevenção de doenças.

Curativa: O medicamento tem ação curativa, pode curar a patologia.


➢ Exemplo: Os antibióticos tem ação terapêutica, curando a doença.

Paliativo: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas da doença,


mas não promove a cura.
➢ Exemplo: Os anti-hipertensivos diminuem a Pressão Arterial, mas não curam a
Hipertensão Arterial; os antitérmicos e analgésicos diminuem febre e dor, porém
não curam a patologia causadora dos sinais e sintomas.
Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames radiográficos.
➢ Exemplo: Os contrastes são medicamentos que associados aos
exames radiográficos, auxilia em diagnósticos de patologias.

Quanto ao destino de ação

Ação Local: A ação age no local onde é administrada, sem passar pela corrente sanguínea.
➢ Exemplo: Pomada e Colírios

Ação Sistêmica: Significa que a medicação é primeiramente absorvida, depois entra na


corrente sanguínea para atuar no local da ação desejado.
➢ Exemplo: Antibióticos

Natureza química dos medicamentos

Desde tempos imemoriais a humanidade aprendeu a utilizar as propriedades


biológicas de substâncias químicas exógenas, em rituais festivos, na cura de doenças e
mesmo como veneno. A maioria destas substâncias era empregada em poções, preparadas
na maioria das vezes a partir de plantas.
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A maior parte das pessoas pode ficar surpreendida ao saber que 25% dos
medicamentos que adquire na farmácia foram desenvolvidos a partir de compostos
químicos isolados a partir de plantas, subindo o número para 40%, se forem considerados
também aqueles medicamentos que têm a sua origem em compostos produzidos por
microrganismos. Dificilmente se reconhecem hoje nos comprimidos que tomamos, os chás,
as tinturas e os xaropes associados aos ervanários. No entanto, foi através do
reconhecimento pelo Homem do poder curativo de certas plantas que nasceu e se
desenvolveu a farmácia tal como hoje a conhecemos.
No entanto, os medicamentos NATURAIS: podem ser de origem:
Animal: as substâncias medicamentosas são extraídas de glândulas ou peçonhas de
animais.
➢ Exemplo: peçonha de cobra

Vegetal: as substâncias são obtidas das diversas partes das plantas.


➢ Exemplo: maracugina, canabidol.

Minerais: as substâncias são extraídas das fontes de minérios e empregadas sob a forma
de elementos simples como: cloro, ferro, cálcio ou elementos compostos como sulfato de
magnésio, bicarbonato de sódio, permanganato de potássio.
➢ Exemplo: Halicare (enxaguante bucal) a base de dióxido de cloro. Sulfato Ferroso
(parara tratar anemia) a base de ferro

Sintéticos: São os obtidos em laboratórios. Podem também ser preparados com auxílio de
matéria prima natural.
➢ Exemplo:

Semi-Sintéticos: Alteram-se as substâncias naturais objetivando modificar as


características exercidas por elas.
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➢ Exemplo: Cocaína e Crack – A cocaína é o pó produzido a partir da folha de coca,


e o crack é a versão petrificada dessa droga. Merla – produzida a partir da pasta de
coca. Cocaína – a partir da folha de coca.

Posologia relação dose-efeito

Os medicamentos são produtos tecnicamente elaborados que contêm, em sua


composição, tais substâncias "especiais", as quais são responsáveis pelo efeito desejado,
sendo, portanto, conhecidas como o "princípio ativo" destes.
Com o desenvolvimento da química, foram notados avanços nas diversas áreas de
obtenção desses "princípios ativos" ou fármacos, valendo ressaltar as pesquisas em
Química de Produtos Naturais (extraindo muitas substâncias e enviando-as para testes
biológicos e farmacológicos) e em Síntese Química (produzindo, muitas vezes, aquilo que
a natureza não produz).
A introdução de um medicamento novo, no mercado, é um processo trabalhoso,
caro e sofisticado. Após a síntese química ou isolamento do fármaco, este deve ser
caracterizado (determinação estrutural: espectroscopia de infravermelho, ressonância
magnética nuclear, espectrometria de massas; propriedades físicas: ponto de fusão, rotação
específica, solubilidade; propriedades químicas: possíveis reações com outras substâncias,
que venham a interagir, caso sejam utilizadas em uma terapia multimedicamentosa;
outros).
Depois da fase de caracterização, vem a fase dos testes de atividade biológica
(que, também, podem envolver a farmacologia), tais como: ação sobre um agente
patológico ou sobre um sistema biológico, entre outros. Também, são realizados testes
toxicológicos, que garantem a segurança do produto.
Posteriormente, são realizados testes clínicos "voluntários", onde os pacientes são
rigorosamente acompanhados, sendo necessários, por tanto, estudos de Farmacologia
Clínica, Análises Clínicas e Patologia.
Com a aprovação do medicamento (incluindo a do fármaco), são desenvolvidos
estudos sobre técnicas de fabricação e de controle de qualidade, que garantam a produção
contínua e segura do produto. Mais uma vez, nota-se a influência da química, tratando do
desenvolvimento de técnicas para análise e controle da qualidade (métodos instrumentais
de análise químicas, por exemplo).
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Por fim, após dispensação do medicamento, nas farmácias, o farmacêutico faz o


acompanhamento, ou melhor, o seguimento farmacoterapêutico, atentando para estudos de
farmacovigilância. É, nesta etapa, onde se encontra o "berço" da Atenção Farmacêutica.
Sabe que um medicamento é seguro quando o mesmo é aprovado no teste da
bioequivalência, onde consiste na demonstração de que o medicamento genérico e seu
respectivo medicamento de referência (aquele para o qual foi efetuada pesquisa clínica
para comprovar sua eficácia e segurança antes do registro) apresentam a mesma
biodisponibilidade no organismo. A bioequivalência, na grande maioria dos casos,
assegura que o medicamento genérico é equivalente terapêutico do medicamento de
referência, ou seja, que apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em
relação ao mesmo.
Deste modo os medicamentos, no mercado, estão disponíveis da seguinte
maneira:
• Medicamento De Referência: é conceituado como o produto inovador
registrado no órgão federal responsável pela Vigilância Sanitária e comercializado no País,
cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão
federal competente, por ocasião do registro. Quando o fabricante registra um medicamento
original, o laboratório (fabricante) é beneficiado pela Lei das Patentes (Lei Nº 9.279, de
14/05/1996) que inclui todos os produtos comerciais originais, assim como os
medicamentos, tornando a fórmula do medicamento uma propriedade exclusiva do
fabricante, portanto, não podendo ser reproduzida sem a sua licença durante certo período
de tempo. Após o vencimento do prazo legal (estabelecido pela Lei das Patentes), a
fórmula torna-se um patrimônio público podendo ser reproduzida por outros laboratórios.
• A especialidade farmacêutica é o medicamento industrializado, cuja
fabricação é regulamentada por normas governamentais, com fórmula conhecida e de ação
terapêutica comprovada, embalado de modo uniforme e comercializado com um nome
convencional, sendo, portanto, o produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na
ANVISA, e, disponível no mercado.
• Medicamento Genérico consiste no medicamento semelhante a um produto
de referência ou inovador, que pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido
após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade,
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua
ausência, pela DCI. No Brasil, os medicamentos genéricos para serem comercializados
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devem ser identificados na embalagem com uma tarja amarela, contendo uma grande letra
G, e, a inscrição Medicamento Genérico, conforme a Lei dos Medicamentos Genéricos
(Lei Nº 9.787, de 1999), e, a Resolução–RDC Nº 102 de 30/11/2000 (publicada pela
ANVISA) que regulamenta todas as formas de propaganda de medicamentos neste País.
Os médicos e os demais prescritores do Sistema Único de Saúde tem a obrigação
legal de receitar pelo nome genérico os medicamentos relacionados na lista publicada pela
ANVISA.
Quando a ANVISA autoriza que uma especialidade farmacêutica possa ser
comercializada como medicamento genérico, previamente são realizados testes de
qualidade com o fármaco assegurando que a velocidade e extensão de absorção dos dois
medicamentos (a especialidade farmacêutica e medicamento genérico) sejam semelhantes,
ou seja, tenham a mesma biodisponibilidade.
A biodisponibilidade corresponde à fração do fármaco administrada que alcança
a circulação sistêmica, incluindo a sua curva de concentração, e, de tempo na circulação
sistêmica (podendo depender também da sua excreção urinária). Quando dois fármacos
têm a mesma biodisponibilidade são também citados como bioequivalentes. Portanto,
podendo ser substituído um fármaco pelo o outro, sendo considerados intercambiáveis.
• Bioequivalência é o estudo comparativo entre as biodisponibilidades do
medicamento de referência (geralmente a especialidade farmacêutica), e, do genérico
correspondente, sob a mesma forma farmacêutica, e, contendo idêntica composição
qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s). Dois fármacos são bioequivalentes
quando apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos para alcançar picos de
concentração sanguíneas semelhantes.
• Medicamento Similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos
princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do
medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância
sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo
sempre ser identificado por nome comercial ou marca. No registro dos medicamentos
similares não são exigidos os testes de bioequivalência.
• Medicamento oficinal corresponde ao fármaco preparado na própria
farmácia de acordo com as normas e doses estabelecidas pela Farmacopéia, apresentando
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uma denominação uniforme. Portanto, todo medicamento oficinal deve ser oficial (constar
na Farmacopéia), mas, nem todo fármaco oficial é oficinal. As farmácias autorizadas a
manipular medicamento, inclusive o que contém psicotrópicos ou entorpecentes, cuja
atividade requer autorização especial de funcionamento expedido pelo órgão competente
do Ministério da Saúde, são denominadas de Farmácias Magistrais.

DOSE E EFEITO

Posologia - significa o estudo da dosagem ou um sistema de dosagem.


Dose: É a quantidade prescrita do medicamento.
Dose mínima: É a menor quantidade da droga capaz de produzir efeito
terapêutico.
Dose máxima: É a maior quantidade de uma droga, capaz de produzir efeito
terapêutico, sem apresentar efeitos indesejáveis.
Dose de manutenção: É a dose necessária para manter os níveis desejáveis de
medicamento na corrente sanguínea e tecidos durante o tratamento.
Dose letal é a consiste no efeito observado da morte dos animais de experiência
com drogas.
Efeito adverso ou indesejado – consiste na ação provocada pelo fármaco
diferente do efeito planejado. Alguns autores denominam de efeito colateral este efeito
imprevisível, e, que não se encontra relacionado à principal ação do medicamento.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS


Sólida: Pó, comprimido, drágeas (tem revestimento gelatinoso), óvulos, pílulas,
supositório (semi-sólido), cápsulas (invólucro gelatinoso), pérola
Líquidos: Soluções, xarope, elixir, suspensão (agitar antes de usar), colírio,
tintura, emulsão (combinação de dois líquidos que não se misturam totalmente)
Gasosos: Aerossol, vapores, gasosos
Semi-sólidos: Pomadas, cremes, geléia.
Drogas irradiantes: Cobalto, césio, raios laser, iodo radioativo.
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Cápsulas: é constituído de invólucro de gelatina com medicamentos internamente de


forma sólida ou líquida, sendo usada para facilitar a deglutição e a liberação do
medicamento na cavidade gástrica.
Comprimido: é o pó comprimido com um formato próprio, sendo redondo ou ovalado,
pode trazer uma marca, como sulcos que facilitam sua divisão em partes.
Drágea: o comprimido é revestido por uma solução de queratina composta por açúcar e
Corante, proporcionando melhora na sua liberação entérica, sendo usado para facilitar a
deglutição e evitar sabor e odor característicos do medicamento.
Elixir: é uma solução que, além do soluto, contém 20% de açúcar e 20% de álcool.
Emulsão: é composta por dois tipos de líquidos imiscríveis, sendo caracterizado pelo óleo
e a água.
Gel: é uma forma semissólida, coloide, que proporciona pouca penetração na pele.
Loção: são líquidos ou semilíquida que podem ser usados como uso externo.
Creme: tem forma semissólida, possui consistência macia e mais aquosa, com boa
penetração na pele.
Pomada: possui forma semissólida de consistência macia e oleosa, proporcionando pouca
penetração na pele.
Pó: O pó apresenta-se de forma a ser diluído em líquido e dosado em colher ou em
envelopes em quantidades exatas.
Suspensão: é uma mistura não homogênea de uma determinada substância sólida e um
líquido, em que a parte sólida fica suspensa no líquido.
Xarope: é uma solução que contém um soluto e um solvente e 2/3 de açúcar.

FÓRMULAS FARMACÊUTICAS
Farmacocinética - é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o sítio
de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam
na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os processos
metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas.

Absorção do medicamento
Absorção – É a absorção do medicamento ocorre quando esse atravessa barreiras
até atingir a circulação sanguínea. Pode ser definida como o transporte da droga do local
de absorção até a corrente sanguínea.
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Em nível celular eles são absorvidos de diversas maneiras:


• Transporte passivo – o medicamento se desloca de uma área de maior
concentração para outra de menor concentração sem gasto de energia celular.
• Transporte ativo – necessita de energia celular para transportar o medicamento de
uma área de menor concentração para outra de maior concentração.
• Pinocitose – forma peculiar de transporte ativo que ocorre quando uma célula
ingere uma partícula do fármaco. É geralmente empregada para o transporte de
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).

Velocidade de Absorção: Mais rápida quando administrados pelas vias


sublingual, intravenosa (cai direto na corrente sanguínea – biodisponível) ou por inalação.
Mais lenta por via oral, intramuscular ou subcutânea (membranas da mucosa
gastrointestinal, do músculo e da pele).
São considerados fatores importantes na velocidade da absorção:
• Idade: Os idosos por terem função hepática diminuída, menos massa muscular,
função renal diminuída – precisam de doses menores com espaços maiores para
evitar intoxicação.
• Recém-Nascido: tem função renal inadequada, sistema metabólico diminuído. É
necessário que se faça dosagem individualizada e monitoração cuidadosa.
• Outros: inanição, cardiopatas, alteração de função renal e hepática, etc.
❖ OBSERVAÇÃO: LOCAIS COM MAIOR SUPRIMENTO SANGUÍNEO
ABSORVEM MELHOR OS MEDICAMENTOS. OS FÁRMACOS
LIPOSSOLÚVEIS SÃO MELHOR ABSORVIDOS.

Distribuição dos Medicamentos


Distribuição - é a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os
tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-
químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa
capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua
distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido
adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às
proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso à
locais de ação intracelular.
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Metabolização dos Medicamentos


Biotransformação ou metabolismo - é a transformação do fármaco em outra(s)
substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas
inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões
e no tecido nervoso. Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos
estão às características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da
indução e da inibição enzimáticas. Capacidade de o corpo transformar um fármaco em
determinada formulação numa forma mais hidrossolúvel, capaz de ser excretada. Em sua
maioria os medicamentos são metabolizados por enzimas presentes no fígado, todavia
pode ocorrer no intestino, plasma, rins.
Eliminação dos fármacos
Excreção ou eliminação - é a retirada do fármaco do organismo, seja na forma
inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes
vias que são em sua maioria pelos rins - através da urina, pelos pulmões, glândulas
exócrinas (sudoríparas, salivares e mamarias), da pele e do tubo digestivo.
As principais vias de eliminação dos medicamentos são: rins, pulmões, sistema
hepatobiliar, suor, saliva, leite materno, outros.

Tolerância e dependência
A administração prolongada e repetida de um medicamentos resulta em
tolerância. Essa ocorre quando o organismo adapta-se à contínua presença de drogas.
O termo resistência é utilizado para descrever a situação em que uma pessoa não
mais responde satisfatoriamente a um medicamento.
➢ Exemplo: pode ser um antibiótico, um antiviral, um quimioterápico.
A dependência se relaciona com uma necessidade física ou psicológica de um
medicamento pelo paciente.

Anti-Inflamatórios – Ação e efeitos colaterais


Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) são uma das classes de
medicamentos mais usadas no mundo, sendo especialmente eficazes no tratamento das
inflamações a nível osteoarticular.
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Todos os anti-inflamatórios apresentam três efeitos básicos: Antipirético (abaixa a


febre), analgésico (reduz a dor) e anti-inflamatório. As diferenças costumam estar na
potência de cada uma das 3 ações e nos efeitos colaterais, alguns indesejáveis, outros úteis
em algumas patologias de origem não inflamatória.
Existem mais de 20 drogas anti-inflamatórias diferentes, sendo as mais famosas:
Diclofenaco.
Ibuprofeno.
Naproxeno.
Nimesulida
Indometacina.
Cetoprofeno.
Acido mefenâmico.
Piroxican.
Colecoxib.
AAS (ácido acetilsalicílico)

Todos os anti-inflamatórios citados acima são drogas que apresentam mecanismos


de ação semelhantes, mas com particularidades entre cada uma delas.

Ação dos anti-inflamatórios

Os AINES agem inibindo uma enzima chamada ciclooxigenase que produz outra
chamada prostaglandina. São essas as substâncias responsáveis pela inflamação e dor.
Porém, existem mais de um tipo de prostaglandina e ciclooxigenase, apresentando outras
funções além de mediar processo inflamatórios. Como a inibição realizada pelos anti-
inflamatórios é não seletiva, além de abortar a inflamação, ocorre também uma alteração
nos efeitos benéficos dessas substâncias.
As prostaglandinas são responsáveis pelos seguintes efeitos no organismo:
Proteção do estômago contra ácidos produzidos no seu interior = Quando as
prostaglandinas são inibidas, aumenta-se o risco de formação de gastrite e úlceras.
Uma das principais causas de hemorragia digestiva é uso indiscriminado de
AINES. O Colecoxib é de uma classe chamada inibidores da COX2 que não afeta as
prostaglandinas do estômago e por isso causam menos lesões gástricas.
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Fluxo de sangue no rins = Pessoas normais conseguem tolerar essas alterações,


mas pacientes com problemas renais dependem muito das prostaglandinas para função dos
rins, e sua inibição pode levar a um quadro de insuficiência renal aguda. Não existe
nenhum anti-inflamatório que não piore a função renal em pacientes com insuficiência
renal. São todos contra-indicados neste caso.
Coagulação sanguínea = Todos os AINES atuam nas plaquetas, diminuindo sua
atividade. O AAS é a substância que mais inibe a função das plaquetas. Esse efeito
colateral é frequentemente aproveitado em doentes com risco de infarto e AVE. É o que os
leigos chamam de “afinar o sangue”. Neste caso, o efeito colateral é benéfico. Mas essa
inibição das plaquetas e da coagulação pode ser perigosa em doentes que se submeterão a
cirurgias ou que apresentem algum traumatismo. Deve-se sempre suspender o AAS
sete dias antes das operações.

Efeitos colaterais dos anti-inflamatórios


Os AINES são drogas seguras se administradas com indicação médica. O
problema é que esta talvez seja a classe de drogas mais auto-prescrita pela população.
Existem inúmeros efeitos colaterais e interações com outros medicamentos que devem ser
levados em conta antes de tomá-los.
Além dos efeitos já descritos acima, também podem ocorrer:
✓ Piora da hipertensão
✓ Inibição da ação dos diuréticos
✓ Piora da insuficiência cardíaca
✓ Piora da função renal em pacientes com doença avançada de fígado.
✓ Síndrome nefrótica
✓ Hepatite medicamentosa
✓ Interação com Varfarina
✓ Reação alérgica.
✓ Perda de audição nos idosos
Portanto, apesar de ser uma droga muito usada e segura, ela está longe de não
apresentar complicações. Seu uso sem critérios pode levar a consequências graves.
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Analgésicos – Ação e efeitos colaterais

Denominam-se analgésicos todos os remédios capazes de reduzir ou aliviar


as dores (sejam de cabeça, musculares, referentes à artrite, etc). Existem muitas variedades
de analgésicos e cada um possui suas vantagens e riscos. Há dores que respondem melhor
a certos medicamentos do que a outros. Além disso, cada pessoa pode responder de forma
diferente a cada remédio.

Ação dos analgésicos

Os analgésicos bloqueiam as substâncias (receptores sensoriais) do corpo que


enviam a mensagem ao cérebro dizendo que há um foco de inflamação ou algum outro
problema. Quando o cérebro deixa de receber esse aviso, a dor cessa. A origem da palavra
analgésico já diz tudo: em grego, an significa "sem" e algós, "dor".
Um exemplo simples é o da queimadura. Assim que colocamos a mão em um
local quente, antes mesmo de sentirmos a dor já desencostamos dali. Isso acontece porque
as células nervosas do local queimado emitem um sinal imediato ao cérebro dizendo que
há algo errado. Só então ele "envia" a sensação de dor.
Os analgésicos comuns, desses comprados em comprimidos na farmácia, são
chamados de periféricos, porque depois de ingeridos vão por todo o organismo pela
circulação sanguínea. "O medicamento não detecta onde está a dor. Como ele está
espalhado pelo sangue, o local que tem a dor absorve o remédio", explica o médico e
farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP).
O analgésico demora de 30 minutos a uma hora para começar a agir e cessa
depois de três ou quatro horas. "Por isso, para dor crônica é preciso um tratamento mais
longo", diz o médico.

Efeito Colateral dos analgésicos

Os analgésicos devem ser sempre consumidos com água, nunca com café, bebidas
alcoólicas ou refrigerantes, pois podem causar danos ao fígado. Às pessoas com distúrbios
estomacais recomenda-se o paracetamol, que não irrita a mucosa gástrica. Mulheres
20

grávidas não devem tomar analgésicos porque sua ação pode danificar o mecanismo de
coagulação do bebê. Devem ser evitados por pessoas com problemas nos rins, ou com
antecedentes de alergia. Crianças com gripe ou varicela não devem consumir aspirina, pois
isto está relacionado com a síndrome de Reye, doença rara e séria que surge depois de uma
infecção viral. Esta doença danifica o cérebro, fígado e rins.
Os tipos de analgésicos são:
✓ Acetaminofen (paracetamol): é um calmante que não contém aspirina (ácido
acetil-salicílico). Pode ser utilizado para diminuir a febre, como para aliviar as
dores de cabeça ou dores comuns. Contudo este remédio não é capaz de
diminuir o inchaço (inflamação). Este tipo de analgésico é mais suave para
o estômago, especialmente para as crianças, mas pode danificar o fígado
quando as doses são ministradas com exagero.

✓ Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINE): aqui estão contidos a


aspirina, naproxeno e ibuprofeno. Estes fármacos reduzem a dor e também
reduzem a inflamação causada por uma lesão, artrite ou febre. Este tipo de
remédio reduz a produção de substâncias similares aos hormônios que causam
a dor.
✓ Opiáceos menores: é um conjunto de substâncias sintéticas como o tramadol
que imitam, com menor poder analgésico, a ação dos opióides.
✓ Opiáceos maiores: composto por um grupo de fármacos, alguns deles naturais
(opiáceo, ou seja, derivado do ópio) como a morfina e outros artificiais como o
fentanilo, que atuam sobre os receptores opióides das células do sistema
nervoso, imitando o poder analgésico dos opiáceos endógenos. Podem ser
associados aos AINEs e potencializam sua ação, mas não é biologicamente
correto associá-los aos opiáceos menores. O problema desta categoria de
remédio é que deprime o sistema nervoso central nas primeiras doses.
✓ Outro tipo de analgésico é o chamado central, utilizado em casos de dor intensa
e contínua, em casos mais graves como infarto e câncer, por exemplo. Entre os
analgésicos desse tipo está a morfina, que atua diretamente no sistema nervoso
central (cérebro e medula espinhal), alterando a percepção de dor para o corpo
todo.
21

É importante salientar que dor é sempre um sinal de que algo não está bem. Pode
ser uma simples dor de cabeça, um pequeno corte ou até um infarto. Por isso, tomar
analgésicos sem saber a causa da dor é perigoso, pois eles podem "esconder" sintomas de
um problema sério. Na dúvida, o correto é sempre procurar um médico.

Antitérmicos – ação e efeito

A febre sempre é um sinal de que há algo errado com a saúde: seja uma infecção,
uma inflamação ou uma lesão no sistema nervoso. Nesses casos, o corpo humano passa a
produzir uma quantidade maior da enzima prostaglandina endoperóxido sintase. Em
excesso, essa substância acaba desequilibrando o funcionamento do hipotálamo, região
cerebral encarregada de controlar a temperatura do corpo. Assim, o organismo passa a
produzir mais calor do que consegue perder: é a febre. Ela não apenas não é prejudicial
como tem sua razão de ser. Pequenas elevações na temperatura do corpo aumentam o
metabolismo, ajudando a combater as infecções. Aos antitérmicos, portanto: alguns tipos
desses remédios agem no início do processo, inibindo a produção da prostaglandina,
enquanto outros atuam diretamente sobre o hipotálamo, impedindo que ele seja
influenciado.
As prostaglandinas, enzimas causadoras da febre, atuam no hipotálamo, centro
cerebral que regula a temperatura do corpo. Medicamentos como o paracetamol (Tilenol) e
a dipirona (Novalgina) agem diretamente no hipotálamo para baixar a febre
A febre é causada por enzimas chamadas prostaglandinas, produzidas pelo
organismo quando há infecções. Outros remédios, como o ácido acetil salicílico (Aspirina),
inibem a produção dessas substâncias.
O combate à febre deve ser feito por meio de medidas gerias e mediante o uso de
medicamentos antitérmicos.
Na prática pediátrica, a febre sempre foi motivo de frequentes consultas aos
serviços de emergência. Ela gera ansiedade aos pais e aos cuidadores, decorrente da
percepção de que a criança está doente ou possa apresentar crise convulsiva.
As medidas gerais resumem-se na hidratação adequada do paciente, que é feita
com oferta frequente de água, para repor a perda líquida que ocorre nos processos febris. A
importância da reposição hídrica é tanto maior quanto menor for à idade do paciente, a fim
de manter a hidratação do organismo do paciente.
22

Outra medida a ser adotada em casos de elevadas temperaturas febris, é o banho


ou compressas de água em temperatura ambiente como medida paliativa, não eximindo o
uso de antitérmicos.
Muitos dos analgésicos podem ter propriedades antitérmicas também.

INTERAÇÃO ENTRE DROGAS


Quando um fármaco modifica a ação do outro. Um fármaco pode diminuir ou
potencializar a ação do outro. Pode alterar a forma como um fármaco é absorvido.
Sinergismo: Quando o efeito de dois fármacos combinados é maior que quando
dados separadamente.
Antagonismo: Há antagonismo entre 2 drogas quando a intensidade do efeito de
uma é reduzida pelo efeito da outra.

CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS


Podem se classificados da seguinte forma:

Antibióticos
São substâncias produzidas por células vivas que inibem ou matam
microrganismo, podem ser produzidas a partir de fungos, bactérias, leveduras e de forma
sintética. Os antibióticos podem ser de amplo aspectro (eficaz contra muitos M.O.) ou de
aspectro limitado (eficaz contra alguns M.O.)
Os antibióticos podem ser também bactericidas, quando destroem diretamente as
bactérias, ou bacteriostáticos, quando impedem a multiplicação das mesmas, facilitando o
trabalho do nosso sistema imune no controle da infecção.
Exemplo:
Nome Origem Tipos
São de amplo espectro, são eficazes
Tetraciclina contra muitos M.O. em especial os que ➢ Cloridrato de tetraciclina.
invadem o sistema respiratório e os
tecidos moles
Inibe o crescimento do M.O., e é de ➢ Eritromicina
espectro relativamente limitado, em ➢ Estolato de Eritromicina
23

Eritromicina geral é eficaz contra os mesmos M.O. ➢ Azitromicina


afetados pelas penicilinas. ➢ Claritromicina
➢ Diritromicina
Antimicóticos
É um grupo de medicamentos que combatem as infecções causadas por fungos.
Tipos:
Nome Indicação
Cetoconazol Eficaz para infeções por fungos grave.
Fluconazol Eficaz em Candidíase vaginal.
Nistatina Indicado vaginal e tópico para infecções por leveduras Sistêmica para
grandes infeções
Miconazol Indicado oral para monílias cutâneas.

Antivirais
É um tipo grupo de medicamentos que combatem ou controlem as doenças virais.
Tipos:
Nome Indicação
Aciclovir sódico Indicado para Herpes simples Varicela Zoster oral ou genital,
Varicela (Catapora) em pacientes imunodeprimidos.
Cloridrato de amantadina Profilaxia e tratamento de infeções por Influenza A.
Fanciclovir Indicado para Herpes Zoster e Herpes Genital.
Foscarnet Sódico Indicado em Retinite por citomegalovírus, Herpes simples e
varicela zoster.
Zalcitabina Indicado para o tratamento da AIDS
Zidovudina É indicado no tratamento da AIDS e CRA (Complexo
Relacionado a AIDS)

Antiparasitários
É um grupo de medicamentos que combatem ou controlam as doenças parasitárias.
Tipos:
Nome Indicação
Indicado para lesões ativas do Sistema Nervoso Central causado por Taenia
24

Albendazol Solium, para doença hidática cística que envolve os pulmões, fígado e
peritôneo causado pela forma lavar da Taenia do cão.
Mebendazol Indicado para Áscaris, Ancilóstomos, Triquinas, Oxiúrios, e muitos
parasitas tropicais.
Lindano Indicado para piolhos
Permetrina Indicado para piolhos (creme rinse) e para escabiose (tópico)

Sulfononamidas
Também chamados de Sulfas, age no combate da infeção, impedindo o
crescimento das bactérias e de outros M.O.; são drogas sintéticas que se assemelham ao
ácido para-aminobenzoico (PABA).
Tipos:
Nome Indicação
Sulfisoxazol Indicado em infecção urinária agudas ou recorrentes.
Sulfametizol Indicado em infecção renais e infecção urinária.
Sulfonamidas de Ação Prolongadas
Sulfametoxazol Indicado em infecção urinária agudas ou recorrentes.
Sulfazalasina Indicado para Colite Ulcerativa e para doença de Crohn.
Cotrimoxazol Trimetoprim Indicado para infecções urinárias, Otite Média Aguda.
e Sulfametoxazol

PRESCRIÇÃO MÉDICA
A prescrição dos medicamentos é uma ordem escrita por profissional capacitado
para ser preparada por um farmacêutico ou profissional da enfermagem; deve conter:
1. Data, nome do paciente, hospital, UBS ou centro médico.
2. Nome do medicamento.
3. Dose do medicamento e horário em que deve ser ingerido e/ou intervalo entre
as doses.
4. Via de administração do medicamento.
5. Assinatura e carimbo do médico, odontólogo ou outro profissional qualificado,
contendo seu registro ou conselho regional.
25

6. O nome do medicamento deve ser legível e em alguns hospitais, UBS ou centro


médico, pode ser encontrado informatizado.

Tipos de Prescrição Médica (PM)


Prescrição Padrão: deve conter quanto do medicamento o cliente deve receber e
por quanto tempo indefinido ou período especificado.
Prescrição Única: deve conter a prescrição do medicamento a ser administrado
apenas uma vez.
Prescrição Imediata: deve conter a prescrição de um medicamento que o cliente
deve receber imediatamente, no geral para uma situação de urgência.
Prescrição Permanente: contém a prescrição médica de forma permanente, no
geral essas prescrições são elaboradas executadas por equipe de uma determinada
instituição, sendo hoje bem difundidas como protocolos de Prescrição de Medicamentos
para tratamento de determinadas patologias.
Prescrição Verbal ou por via telefônica: não é o tipo de Prescrição Médica
ideal, deve ser evitada sempre que possível, pois traz riscos iminentes de erros, pode
ocorrer em situação de urgência e deve ser transcrita pelo médico o quanto antes.

Cuidados de Enfermagem na leitura da prescrição médica e no preparo de


medicamentos
✓ Obter a Prescrição Médica, realizar a leitura e compreendê-la, caso haja
dúvida, esclarecê-la antes de iniciar o preparo dos medicamentos.
✓ Lavar as mãos e preparar o material, conforme a via de
administração: bandeja, copo se via oral, seringa e agulha do tamanho
indicado para via injetável, algodão, álcool a 70%.
✓ Preparar a etiqueta de identificação do medicamento, contendo o nome do
cliente, quarto, leito, nome do medicamento, quantidade do medicamento, via
do medicamento e hora do medicamento.
✓ Ao ler a Prescrição Médica, 1º certo é identificar o medicamento, separe-o,
lendo o rótulo três vezes, ao retirar do armário, ao prepará-lo, ao desprezar a
embalagem, ou ao guarda-lo novamente.
✓ No preparo de medicamentos, evite distrações e/ou conversas paralelas e
certifique-se do 2º certo: a validade do medicamento.
26

✓ Não toque no medicamento com as mãos, quando em comprimido, mantenha-


o em blíster, ou coloque-o em copo, se liquido, coloque-o em copo, evitando
que molhe o rótulo do frasco, se injetável, utilize técnica asséptica durante
sua aspiração.
✓ Após prepara-lo com técnica, siga com a bandeja até o quarto para
administração, certificando-se de todos os certos antes: Inicie a administração
chamando o cliente pelo nome e conferindo o cliente: o 3º certo, conforme a
prescrição médica conferindo o medicamento: 4º certo, a dose 5º certo, a
via: 6º certo e a hora: 7º certo.
✓ É imprescindível conhecer a técnica adequada de cada via.
✓ Em todo preparo de medicamentos, siga atentamente os 7 certos no preparo e
administração dos medicamentos, são eles 1º Prescrição certa, 2º validade
do medicamento certo, 3º cliente certo, 4º Medicação certa, 5º Dose certa,
6º Via de administração certa, 7º Hora certa.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Seringas

A seringa é um recipiente utilizado para o preparo e administração do


medicamento. Seus componentes básicos são:

- Êmbolo (local onde "puxamos" para aspirar e "empurramos" para injetar);


- Corpo (local que será preenchido pela medicação ou outro líquido);
- Bico (local onde se conecta a agulha).
A escolha da seringa deve ser realizada considerando-se o volume e via de
administração.
27

Seringa de 20ml:

É graduada e dividida em mm3 (milímetros cúbicos), que significa que 20ml


foram divididos em partes iguais com graduação de identificação. Uma seringa de 20ml
possui números inteiros pois: 20/20 = 1 ou 1 ml, ou seja, essa seringa é dividida de 1 em
1ml.

Seringa de 10ml:

É graduada e dividida em mm3 (milímetros cúbicos), que significa que 10ml


foram divididos em partes iguais com graduação de identificação, divididos em 10/50
= 0,2ml, ou seja, essa seringa é dividida de 1 em 1ml e cada 1ml é dividido em 0,2ml.

Seringa de 5 ml:

É graduada e dividida em mm3 (milímetros cúbicos), que significa que 5ml foram
divididos em partes iguais com graduação de identificação, que correspondem a 5/25 =
0,2ml, ou seja, essa seringa é dividida de 1 em 1ml e cada 1ml é dividido em 0,2ml.

Seringa de 3ml:

É graduada e dividida em mm3 (milímetros cúbicos), que significa que 3ml foram
divididos em partes iguais com graduação de identificação, que correspondem a 3/30 =
0,1ml, ou seja, essa seringa é dividida de 0,5 em 0,5ml e cada 0,5ml é dividido em 0,1ml.
28

Seringa de 1ml (geralmente usada para insulina e subcutâneas):

A seringa de 1ml é dividida em 100 partes iguais, que correspondem a: 1/100,


pois 1ml = 100UI.
AGULHAS
Os componentes básicos da agulha são:
- Canhão (local onde se encaixa na seringa);
- Haste (corpo da agulha);
- Bisel (ponta com óstio em diagonal).
A escolha da agulha deve ser realizada levando em
consideração a via de administração, o local a ser
administrado, o volume e a viscosidade do medicamento e o próprio cliente, avaliando as
condições da musculatura, peso, da pele, local, etc.
Agulha 40/12 e 40/10
Utilizadas para preparo e aspiração de medicações (usualmente com o canhão na
cor ROSA).

Agulha 30/7e 25/7


Utilizadas para aplicação EV em adultos (usualmente com o canhão na
cor CINZA).

Agulha 30/8 e 25/8


Utilizadas para aplicação IM em adultos (usualmente com o canhão na
cor VERDE).

Agulha 13/4,5 e 13,4


Utilizadas para aplicação ID e SC (usualmente com o canhão na cor MARROM).
29

No mercado há outras numerações utilizadas nas mesmas vias em neonatologia e


pediatria.
É de suma importância que o profissional de saúde realize uma avaliação da
massa muscular para escolha do material.

Vias de Administração dos Medicamentos.


As principais vias de administração dos medicamentos são:
Via Oral – VO
A administração por essa via é segura e em sua
preparação não é necessário usar técnica estéril. É importante
lembrar que a medicação por esta via não é indicada para
clientes que tenham dificuldade para deglutir ou que estejam
apresentando náuseas, vômitos e diarreia.

Via Sublingual
Esta via é semelhante a via oral, a diferença é que
a medicação deve ser colocada sob a língua do cliente. As
medicações administradas por esta via são absorvidas
rapidamente. O cliente deverá ficar com a medição sob a
língua até que seja totalmente absorvida.
Os medicamentos sublinguais seguem o mesmo procedimento empregado para
aqueles de via oral, exceto que a medicação deve ser colocada sob a língua.
Nesse procedimento, solicita-se que o cliente abra a boca e repouse a língua no
palato; a seguir, coloca-se o medicamento sob a língua (em comprimidos ou gotas), o
cliente deve permanecer com o medicamento sob a língua, até a sua absorção total.
Nesse período, o cliente não deve conversar nem ingerir líquido ou alimentos. As
medicações administrativas por via sublingual promovem uma rápida absorção da droga
em curto espaço de tempo, além de se dissolverem rapidamente, deixando pouco resíduo
na boca.
Via Inalatória
A medicação por esta via é imediatamente absorvida e atua rapidamente devido à
rica rede vascular alveolocapilar encontradas no tecido pulmonar. Seus efeitos podem ser
30

locais ou sistêmicos. Podem ser administradas por via nasal, orais ou por tubos colocados
dentro da boca do cliente até a traqueia.
Refere-se à administração através da narina, com a finalidade de desobstrução das
vias aéreas ou drenagem de secreções nasais.
Para inaloterapia, utiliza-se a mucosa broncopulmonar como meio de absorção do
medicamento, restringindo-se à administração de aerossóis.

Vias Tópicas
São elas: Nasal; Ocular; Auricular; Vaginal; Retal. São aplicados localmente,
em pele íntegra e em mucosas.

Via Injetável

É uma via mais rápida e que utilizada quando há contraindicação da via oral. Esta
via pode ser classificada em 4 tipos: Intradérmica, Subcutânea, Intramuscular,
Endovenosa.

1.Administração Via Intradérmica (ID):


A administração intradérmica (ID) de medicações é empregada sobretudo para
fins diagnósticos, quando se testam alergias ou reação para tuberculose. Essa via resulta
em pouca absorção sistêmica produz efeito principalmente local. Ao realizar a técnica de
aplicação, deve- se certificar de não injetar o medicamento profundo, evitando iatrogenia
na administração ID. O volume indicado para essa via é de 0,1 até 0,5ml.
31

Técnica da ID
➢ Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento e disponibilizar bandeja
contendo:
▪ Luva de Procedimento;
▪ Seringa de 1ml = 100UI ou 3ml;
▪ Agulha para aspiração de medicação 25/6 ou 25/8;
▪ Medicação a ser aspirada;
▪ Agulha para aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0;
▪ Bolas de algodão e álcool a 70%.
Evolução do procedimento:
▪ Orientar o cliente quanto ao procedimento;
▪ Calçar as luvas de procedimento;
▪ Escolher local de fácil visualização, como região anterior de antebraço, livre de
vasos sanguíneos. Para testes de alergia pode ser utilizada a região dorsal;
▪ Realizar antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool no
sentido distal para proximal, virando os lados do algodão;
▪ Aguardar secar o local da aplicação;
▪ Realizar aplicação no ângulo de 10 a 15°, introduza em torno de 3mm da agulha,
não realize aspiração, aplique o medicamento de forma lenta e suave, observando a
forma da pápula;
▪ Caso seja um teste, faça uma demarcação da área para futura avaliação;
▪ Descarte o material, seguindo as precauções padrão, higienize as mãos e proceda à
anotação de enfermagem;
▪ Vacina BCG ocorre pela Intradérmica.

2. Administração Via Subcutânea (SC)


Na administração via subcutânea (SC), o líquido é absorvido lentamente, a partir
do tecido subcutâneo, prolongando assim seus efeitos. Essa via não pode ser usada quando
o cliente tem doença vascular oclusiva e má perfusão tecidual, pois a circulação periférica
diminuída retarda a absorção da medicação.
É uma via utilizada com frequência na aplicação de medicamentos em tratamentos
de longa duração (Diabetes), em pós-operatórios na profilaxia de ocorrências vasculares
obstrutivas. O volume indicado para essa via é de 0,5ml até 2,0ml.
32

Material necessário para preparo do medicamento e injeção SC


Bandeja Contendo:
▪ Luva de procedimento
▪ Seringa de 1ml
▪ Agulha para aspiração da medicação 25/6 ou 25/8
▪ Medicação a ser aspirada
▪ Agulha para a aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0
▪ Bolas de algodão e álcool a 70%
Evolução do Procedimento
▪ Lavar as mãos antes e após o procedimento;
▪ Preparar o medicamento;
▪ Orientar o cliente quanto ao procedimento
▪ Calçar as luvas de procedimento;
▪ Escolher local de fácil visualização como região de braço, antebraço, abdômen,
região anterior, posterior e lateral da coxa, glúteo bilateral. Atenção: nessa via
deve ser realizada rodízio dos locais de aplicação com rigor, evitando assim
iatrogenias.
▪ Realizar antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool no
sentido distal para proximal, virando os lados do algodão;
▪ Com a sua mão não dominante, segure a pele ao redor do local da injeção e leve
firmemente o tecido subcutâneo para formar uma dobra adiposa;
▪ Realize a aplicação no ângulo de 90°, com agulha 13x4,0 ou 13x 4,5 e ângulo de
45°, com agulha 25x7, 25x8;
▪ Não realize aspiração, no caso de Heparina, pois pode ocorrer a formação de
hematomas no local de aplicação.
▪ Para outras medicações, inclusive Insulina, é recomendada a aspiração, após a
introdução da agulha, certificando-se de que não houve punção de vaso sanguíneo.
Caso tenha ocorrido, deve ser interrompida a aplicação, desprezado o
medicamento, novamente preparado e aplicado;
▪ Realize a aplicação do medicamento após aspiração local;
▪ Não realize massagem no caso de Insulina, pois pode ocorrer aceleração no
processo de absorção do medicamento;
▪ Não realize massagem no caso de Heparina, pois pode ocorrer hematomas loacis;
33

▪ Medicamentos que não tenham ação prolongada e que não atuem na coagulação
sanguínea, uma massagem leve pode proporcionar melhor distribuição e absorção
do medicamento.
▪ Descarte o material, seguindo as precauções padrão, higiene as mãos e proceda à
anotação de Enfermagem, descrevendo o local da aplicação, para rodízio na
próxima aplicação.

Locais de administração SC

3. Administração Via Intramuscular (IM)


A administração via intramuscular (IM) permite que seja injetado medicamento
diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usada para administrar
suspensões aquosas e soluções oleosas, garantindo sua absorção a longo prazo.
Devemos estar atentos à quantidade a ser administrada em cada músculo, um
cliente adulto em massa muscular dentro de parâmetros de normalidade pode tolerar 3ml e
idosos ou crianças podem tolerar bem 2ml; as literaturas indicam que no deltoide, o
volume máximo é de 2ml, a região glútea e o vasto lateral da coxa podem tolerar bem até
5ml. É necessário que o profissional realize uma avaliação da área da aplicação,
certificando-se do volume que esse local possa receber.
ATENÇÃO: Não esquecer que esse volume irá depender da massa
muscular do cliente; quanto maior o volume maior os riscos para danos
no local da aplicação.
Material necessário para preparo do medicamento e injeção IM
Bandeja contendo:
▪ Luva de procedimento;
▪ Seringa de 3ml ou 5ml;
▪ Agulha para aspiração da medicação 40/12;
34

▪ Medicação a ser aspirada;


▪ Agulha para aplicação da medicação 25/8 ou 30/8;
▪ Bolas de algodão e álcool a 70%;
Evolução do Procedimento da aplicação Intramuscular
▪ Higienizar as mãos antes e após o procedimento;
▪ Reunir o material para a aplicação IM;
▪ Explicar ao cliente o que será realizado;
▪ Deixar o cliente em posição confortável, escolher o local de aplicação se possível
permitir que o cliente faça a escolha com você, deixe a área de aplicação relaxada.
▪ Calçar as luvas de procedimento;
▪ Fazer antissepsia do local;
▪ Com a sua mão não dominante, segure firmemente o músculo para aplicação da
injeção;
▪ Realizar aplicação no músculo escolhido, sempre com bisel lateralizado, introduzir
a agulha no ângulo de 90º;
▪ Realize aspiração, é recomendada após a introdução da agulha, certificando- se de
que não houve punção de vaso sanguíneo. Caso tenha ocorrido, deve ser
interrompida a aplicação, desprezado o medicamento, novamente preparado e
aplicado.
▪ Realizar a aplicação do medicamento após aspiração local.
▪ Realize massagem leve para proporcionar melhor distribuição e absorção do
medicamento;
▪ Não realize massagem em medicamentos com contraindicações por ação
prolongada (Exemplo: anticoncepcionais injetáveis);
▪ Descarte o material, seguindo as precauções padrão, higienize as mãos e proceda à
sua anotação de enfermagem, descrevendo o local da aplicação, para rodízio na
próxima aplicação.
35

Locais de administração IM

4. Via Endovenosa (EV)


A administração via endovenosa EV permite a aplicação de medicações
diretamente na corrente sanguínea através de uma veia. A administração pode variar desde
uma única dose até uma infusão contínua.
Como o medicamento ou a solução é absorvido imediatamente, a resposta do
cliente também é imediata. A biodisponibilidade instantânea transforma a via EV, na
primeira opção para ministrar medicamentos durante uma emergência. Como a absorção
pela corrente sanguínea é completa, grandes doses de substâncias podem ser fornecidas em
fluxo contínuo.
Indicam-se diluições em seringas de 20 e 10ml, ou seja, com 20 ou 10ml de água
destilada ou para injeção. Para medicamentos com altas concentrações, indicam- se
diluições em frascos de soluções salinas (Solução Fisiológica 0,9%) ou glicosadas
(Solução Glicosada 5%).
ATENÇÃO: clientes com restrição hídrica podem ter PM com
diluições menores.
Material necessário para punção venosa
Bandeja contendo:
▪ Luva de procedimento;
▪ Garrote;
▪ Bolas de algodão e álcool a 70%;
▪ Cateter periférico (cateter agulhado – (tipo escalpe) para punções de curta duração
em torno de 24 horas, cateteres periféricos sobre agulha (tipo gelco) para punções
de curta duração em torno de 72 horas);
▪ Adesivo para fixação do cateter.
36

Evolução do procedimento da punção periférica


▪ Higienizar as mãos antes e após o procedimento;
▪ Reunir o material para punção;
▪ Explicar ao cliente o que será realizado;
▪ Deitar o cliente em posição confortável com a área de punção apoiada;
▪ Escolher o local para punção, se possível permitir que o cliente faça a escolha com
você;
▪ Calçar as luvas de procedimento;
▪ Garrotear o local para melhor visualizar a veia;
▪ Realizar antissepsia do local com algodão embebido em álcool 70% no sentido
proximal para distal;
▪ Realizar punção com o cateter escolhido, sempre com o bisel voltado para cima,
introduzir a agulha no ângulo de 45°;
▪ Após a punção, realizar fixação adequada com adesivo disponível;
▪ Realizar dobraduras nas laterais do adesivo para facilitar a sua troca;
▪ Identificar o adesivo com data, nome do realizador do procedimento e hora, para
controle de uma nova punção ou para troca de fixação do cateter;
▪ Reunir o material e deixar o ambiente em ordem;
▪ Realizar higiene das mãos e anotação de enfermagem do procedimento,
descrevendo local e intercorrências.

4.1- Administração de medicação por via endovenosa: A terapia endovenosa é


um método utilizado para introduzir líquidos diretamente na veia, quando o cliente
encontra-se impossibilitado de recebê-los por via oral; precisa-se de uma ação mais rápida
do medicamento; quando há necessidade da injeção de grandes quantidades de líquidos e
na administração de substâncias irritantes que poderiam causar necrose tecidual.
4.2 - Locais de aplicação mais indicados para punção endovenosa: Antes da
realização da punção venosa – o exame vascular é importante. Este exame deve englobar a
inspeção estática que verifica o estado nutricional geral do cliente, presença ou não de
edema, palpação e percussão dos trajetos venosos que permitem avaliar a tensão e o
sentido das veias.
37

1. Região cefálica e cervical – muito utilizada


em pediatria.

2. Região dos membros superiores

• Mão – Veias marginais (Basílica e Cefálica)


– Rede do dorso da mão (metacarpianas
dorsais)

• Antebraço – Veia cefálica, veia cefálica


acessória, veia basílica e veia intermediária do
antebraço.
• Braço – Veia basílica e veia cefálica.

CÁLCULO DE MEDICAÇÃO
Cálculo para as Vias SC e ID
O cálculo para medicações ID e SC pode ser realizado pela regra de três simples; veja a
seguir:

Exemplo:
PM de Heparina 2.500UI SC de 12/12 horas.
➢ Disponível Heparina 5.00UI/ml, quanto administrar?
Realize o cálculo utilizando o seguinte modelo:
Medicamento Disponível ---------------------------------- volume para administrar
Prescrição Médica (PM)------------------------------------- X da questão
38

Resposta: Aspirar 0,5ml que equivale a 2500UI de Heparina.

Cálculo para Insulinas


Para realizarmos o cálculo de Insulina, utilizamos também a regra de três,
considerando que a seringa de 100UI é igual a 1ml e que os frascos de Insulina
apresentam-se também em 100UI. Quando não dispusermos de seringa de 100UI, deve-se
trabalhar com seringa de 3ml (ideal), considerando que 1ml = 100UI; veja a seguir:
Exemplo:
1. PM Insulina Simples 25UI SC. Disponível Frasco de Insulina Simples
100UI e seringa de 3ml, quanto aspirar para administrar 25UI de Insulina
Simples?
Realizar a regra de três da seguinte forma:
Frasco disponível --------------------------------- Seringa Disponível
Prescrição Médica -------------------------------- X (quanto aspirar)

Resposta: Aspirar 0,25ml = 25UI de Insulina Simples na seringa de 3ml.


2. PM Insulina NPH 35UI SC. Disponível Frasco de Insulina NPH 100UI e
seringa de 100UI, quanto devo aspirar para administrar 35UI de Insulina
NPH?
100UI-------------100UI
35UI---------------Xml
39

100 . x = 35 . 100
100 . x = 3500
X = 3500
100
X = 35UI
Resposta: Aspirar 35UI de Insulina NPH em seringa de 100UI.
ATENÇÃO: quando temos seringa de 100UI e frascos de 100UI, não é
necessária a realização do cálculo, aspire a PM.

Cálculo para administração IM


O cálculo para medicações IM é realizado pela regra de três simples; veja a
seguir:

Exemplo:
1. PM de Garamicina 30mg IM de 12/12 horas. Disponível Garamicina
120mg/2ml, quanto administrar?

Resposta: Devo administrar 0,5ml = 30mg de Garamicina IM.

Cálculo de medicações EV
O cálculo para medicações EV é realizado pela regra de três simples, veja:
Exemplo:
1. PM de Vancomicina 300mg EV de 6/6h.
➢ Disponível Vancomicina 500mg, em quanto você deve diluir e quanto deve
administrar?
Disponível ---------------------------------------- volume para diluir, medicação EV
. diluir em 10ml 0u 20ml.
Prescrição Médica -------------------------------- X (da questão)
40

Resposta: Deve ser realizada diluição com 10ml de AD, devendo ser aspirado após
a diluição 6ml = 300mg de Vancomicina.

2. PM de Keflin 600mg EV de 6/6h.


➢ Disponível Keflin 1,0 grama, em quanto você deve diluir e quanto administrar?
1° Passo:
1,0g = 1000mg
2° Passo:

Resposta: Deve ser realizada diluição com 20ml, devendo se apirarda após a diluição
12ml = 600mg de Keflin.

Cálculo de concentrações dos medicamentos


Na realização do preparo de medicamentos, temos em determinados momentos a
necessidade de infundirmos ou diluirmos o medicamento em uma solução; as soluções são
compostas pela associação de um soluto a um solvente. Quando precisamos saber qual a
concentração de uma solução ou prepararmos uma solução, devemos realizar o cálculo de
sua concentração por meio de percentagem com regra de três simples como segue abaixo:

Exemplo:
1. Quanto(s) grama(s0 de cloreto de sódio há em ampola de 10ml a 20%?
41

Resposta: X = 2g de cloreto de sódio que temos na ampola de 10ml a 20%.

2. Temos uma Solução Fisiológica a 0,9% 125ml para diluirmos um determinado


antibiótico, qual a concentração de sódio dessa solução?

Resposta: 1,125g de sódio temos no SF 0,9% de 125ml.

Gotejamento e Soluções
O cálculo de gotejamento deve ser realizado para controle dessa infusão contínua,
que no geral é prescrita em horários que determinarão seu tempo de infusão e quantas
gotas deverão ser infundidas por minuto. Esse gotejamento pode ser me gota ou em
microgota.
As medidas importantes para esse cálculo são descritas juntamente com as
fórmulas aplicadas para a realização do cálculo de gotejamento.

Medidas e Equivalências
1 gota = 3 microgotas
1ml = 20 gotas
1ml = 60 microgotas
Fórmula de gota e microgota para infusão em horas
42

Exemplo:
1. PM SF0,9% 100ml em 12/12h, quantas gotas por minuto?

Resposta: deverão ser infundidas 28 gotas por minuto.

2. PM SF0,9% de 500ml de 4/4h, quantas microgotas por minuto?

Fórmula de gota e microgota para infusão em minutos


Existem situações em que as soluções fisiológicas ou glicosadas podem ser
utilizadas como diluente ou veículo de transporte de alguns medicamentos, os quais devem
ser diluídos em volume maior e infundidos gota a gota. O tempo de infusão deve ser em
minutos, sendo determinado pelo médico na prescrição da droga.
Exemplo:
PM Flagyl 500mg EV em 100ml para infundir em 50 minutos, quantas gotas e
microgotas por minuto?
43

ANEXO A - PERFIL DE USO DE ANTIMICROBIANOS E SUAS INTERAÇÕES


MEDICAMENTOSAS EM UMA UTI ADULTO DO RIO GRANDE DO SUL

Use profile of antimicrobial and the medicine interactions in an Adult ICU in Rio
Grande do Sul

Carla Neves,¹ Christiane Colet¹


¹Universida de Regional do Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS, Brasil.

Justificativa e Objetivos: Em hospitais, especificamente nas UTI’s, há uma maior


possibilidade de seleção e disseminação de cepas microbianas resistentes, em função do
uso excessivo de antimicrobianos e o não cumprimento dos protocolos. Com isso, o
objetivo desse estudo foi de analisar os antibióticos utilizados, a indicação terapêutica, as
interações medicamentosas em potencial, entre estes medicamentos e os demais utilizados
pelos pacientes. Métodos: Foi realizado um estudo transversal descritivo em um hospital
nível IV do Rio Grande do Sul, a partir de prescrições medicamentosas da Unidade de
Terapia Intensiva do período de abril a maio de 2011, que receberam pelo menos um
antimicrobiano durante o período de internação. Todas as prescrições foram avaliadas
todos os dias. Resultados: 54% dos pacientes eram do sexo feminino, a média de idade foi
de 61,8 anos. 63% dos pacientes tiveram alta da UTI. A média de medicamentos prescritos
por paciente foi de 12,5 (± 3,6). Os antibióticos mais prescritos foram vancomicina,
piperacilina+tazobactam e cefepime. Entre as possíveis interações, as de maior gravidade
foram: Levofloxacino x Haloperidol e Levofloxacino x Insulina regular. Conclusão:
Embora nem todas as interações medicamentosas possam ser prevenidas, a propagação do
conhecimento entre os profissionais de saúde, através do profissional farmacêutico, quanto
aos principais fatores de risco de interações medicamentosas, constitui um dos principais
instrumentos de prevenção das interações medicamentosas.

INTRODUÇÃO
Os antimicrobianos são muito importantes no atendimento à saúde, contudo seu
emprego ocorre, por vezes, em infecções não-sensíveis e doenças não-infecciosas, sob
esquemas inadequados, especialmente em profilaxia, gerando resistência microbiana,
decorrente da capacidade infinita de muitos microrganismos desenvolverem mecanismos
de defesa.1
Os hospitais, especificamente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que são
locais críticos, oferecem uma maior possibilidade de seleção e disseminação de cepas
microbianas resistentes. Nestes locais, os antimicrobianos são amplamente utilizados,
necessitando de prescrição racional, para a diminuição das taxas de resistências, e
aumentando a eficácia no tratamento das infecções hospitalares.2
O manejo clínico dos antibióticos em ambiente hospitalar provoca efeito
individual e coletivo, pois além de afetar o paciente, que faz uso do medicamento, atinge
também de maneira significativa a microbiota do ambiente hospitalar, sendo que sua
utilização pode estar relacionada com a seleção de cepas microbianas resistentes.3
A escolha do antimicrobiano adequado deve se embasar em vários critérios,
como: o histórico clínico do paciente, os resultados dos exames laboratoriais bioquímicos e
microbiológicos e, dos exames de imagem, somados ao grau de evidência sobre os
desfechos associados a estes dados. Estas informações devem ser observadas na elaboração
da prescrição inicial de um agente antimicrobiano ou para a necessidade de mudança de
44

um esquema terapêutico, já iniciado. O uso racional de antimicrobianos beneficia os


pacientes internados na medida em que reduzem os riscos de complicações e
consequentemente o tempo de internação, os custos econômicos e organizacionais do
hospital, além de proporcionar um serviço com melhor qualidade.4
Nessa perspectiva, a avaliação da prescrição médica é de extrema importância
para a análise de interações medicamentosas. Nessas unidades, a grande maioria dos
pacientes é submetida a múltiplos medicamentos, o que aumenta o risco de interações
medicamentosas, de consequências graves para o paciente.5 Assim, se faz necessário
escolher agentes antimicrobianos, que maximizem a atividade antibacteriana e minimize o
risco potencial de interações e de efeitos colaterais.6
Os riscos de interação aumentam com a idade, com o número de medicamentos
prescritos e em decorrência da gravidade do quadro clínico e instabilidades apresentadas
pelos pacientes internados em UTI, além de comorbidades que podem estar associadas.7
Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi de analisar os antibióticos
utilizados, no que se refere à indicação terapêutica, a identificação de interações me-
dicamentosas em potencial, entre estes medicamentos e os demais utilizados pelos
pacientes.

MÉTODOS
Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo, em um hospital nível IV
localizado no estado do Rio Grande do Sul, a partir de prescrições medicamentosas da
UTI. A classificação do hospital em nível IV foi realizada a partir da Portaria 2.224/2002,
que atribui pontos aos hospitais de acordo com os serviços prestados e os classifica entre
nível I a IV, entre os serviços avaliados consta: número de leitos de UTI, tipo de UTI,
serviços de alta complexidade, serviços de urgência e emergência, gestão de alto risco e
salas cirúrgicas.8
Foram incluídas no estudo as prescrições dos pacientes internados na UTI Adulto,
no período de abril a maio de 2011, que receberam pelo menos um antimicrobiano durante
o período de internação. Todas as prescrições foram avaliadas todos os dias. O hospital
pesquisado possui dez leitos de UTI adulto.
Os dados foram coletados através do acesso ao banco de dados do hospital. Para
tanto, foi utilizado um instrumento de coleta de dados para o registro de dados referentes à
idade, sexo, Classificação Estatística Internacional de Doença (CID), antibiótico utilizado,
outros medicamentos e evolução.
Para a análise dos dados foi utilizada estatística descritiva. Todos os
medicamentos foram classificados de acordo com a classificação Anatômica Terapêutica e
Química (ATC), adotada pela Organização Mundial de Saúde.9 O nível ATC utilizado
neste estudo foi o nível 1, que classifica os fármacos pelos sistemas orgânicos no qual
atuam e nível 3, que classifica subgrupo farmacológico para os antimicrobianos. E as
possíveis interações medicamentosas foram verificadas através de fontes primárias e bases
de dados e Mycromedex® (2012).10,11
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer
consubstanciado número 154/2011.

RESULTADOS
De abril a maio de 2011 foram internados na UTI adulto, 50 pacientes destes, 9
foram excluídos do estudo devido ao fato de não utilizarem antibióticos, resultando em um
total de 41 (82 %) pacientes dos quais foram analisadas as prescrições médicas.
45

Em relação às características dos pacientes, 54 % era do sexo feminino, a média


de idade foi de 61,8 anos (mínimo de 14 e máximo de 90 anos), 19 (48 %) dos pacientes
estava entre 61-80 anos.
Quanto à evolução dos pacientes, 27 (63 %) apresentaram boa evolução e foram
transferidos para outra unidade; 5 (12 %) foram a óbito; 1 (2 %) foi transferido para outro
hospital; 1 teve alta hospitalar; e 1 paciente foi transferido para o leito e retornou a UTI
ainda no período de estudo. Os demais pacientes permaneceram na Unidade além do
período estudado.
De acordo com o CID, as patologias mais prevalentes foram doenças do trato
respiratório (17 %), neoplasias malignas (17 %), doenças do trato geniturinário (15 %), e
enfermidades relacionadas ao sistema neurológico (15 %), seguidas de outras doenças que
apareceram com menor frequência, e representaram 36 %.
A média de medicamentos prescritos por pacientefoi de 12,5 ± 3,6, variando de 7
a 18. Para análise dos medicamentos foram considerados todos aqueles prescritos durante o
tempo de permanência do paciente na UTI.
Entre os antibióticos, os mais prescritos foram vancomicina, seguido por
piperacilina+tazobactam e cefepime (Tabela 1).

Tabela 1. Antimicrobianos prescritos para pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva de um hospital nível IV localizado no
estado do Rio Grande do Sul, no período de abril a maio de 2011.

Tabela 2. Classes de medicamentos usados em associação aos antimicrobianos prescritos para pacientes internados em Unidade
de Terapia Intensiva de um hospital nível IV no estado do Rio Grande do Sul, no período de abril a maio de 2011, segundo 1º nível
ATC.

A - Aparelho digestivo e Metabolismo; B - sangue e órgãos hematopoiéticos; C - aparelho cardiovascular; D - medicamentos dermatológicos; H –
Hormônios de uso sistêmico; J - Anti-infecciosos gerais para uso sistêmico; L- agentes antineoplásicos; M - sistema músculo esquelético; N - sistema
nervoso; P – produtos antiparasitários; S – órgão dos sentidos; R - aparelho respiratório; V - vários.
46

As classes de antibióticos mais prescritas foram os glicopeptídeos encontrados em


22 prescrições (54%), seguido das penicilinas 21 (51%) e das cefalosporinas com 20
(48%). A classe dos glicopeptídeos teve como principal representante a vancomicina.
Esquemas terapêuticos com a associação de dois antibióticos foram realizados em
26 (63%) pacientes. Houve somente dois casos em que se empregou três antibióticos
associados.
Os outros medicamentos usados em associação aos antibióticos foram ordenados
de acordo com ATC.9 O uso de tais medicamentos justifica-se, em função das doenças
mais prevalentes, de acordo com CID em nosso estudo que foram: doenças do trato
respiratório, neoplasias malignas, doenças do trato geniturinário e sistema neurológico
(Tabela 2).
Os medicamentos mais prescritos, em associação aos antibióticos, estão
apresentados na tabela 3.
Foram encontrados neste estudo, 31 casos de possíveis interações
medicamentosas, com média de 0,75 de interações/paciente. Entre os antibióticos mais
envolvidos entre as possíveis interações destacam-se: levofloxacino (41,93%), seguido do
cefepime (32,26%) e vancomicina (19,35%). As interações em potencial encontradas nas
prescrições estão descritas na tabela 4.
Tabela 3. Medicamentos mais prescritos em associação aos antibióticos para pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva de
um hospital nível IV localizado no estado do Rio Grande do Sul, no período de abril a maio de 2011.

DISCUSSÃO
Observou-se que a maioria dos pacientes admitidos no período estudado
apresentava média de idade elevada, sendo que mais da metade possuía 60 anos ou mais.
Isto pode estar relacionado ao aumento da frequência de comorbidades associadas, que
acometem os pacientes com idade avançada, e ao fato de que o paciente idoso encontra-se
mais susceptível a alterações fisiológicas e a procedimentos invasivos.2
Quanto ao CID, sendo as mais prevalentes, doenças do trato respiratório,
neoplasias malignas, doenças do trato geniturinário, e enfermidades relacionadas ao
sistema neurológico. Dados semelhantes foram encontrados, em estudo realizado em UTI
da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, no qual 28,7% dos pacientes foram
acometidos por infecções do trato respiratório.12
A média de medicamentos prescritos por paciente neste estudo, está de acordo
com estudo realizado em 3 UTI’s na cidade de Joinvile na qual a média de medicamentos
por paciente ao final da observação foi de 13,10 (± 5,95).13 Destaca-se que, este elevado
número de medicamentos prescritos simultaneamente aos pacientes, está fortemente ligado
ao risco de ocorrência de interações medicamentosas, pois esta possibilidade aumenta, com
o aumento do número de medicamentos prescritos.14
47

Entre os antibióticos mais prescritos destacou-se vancomicina, e


piperacilina+tazobactam. Resultados semelhantes mostraram prevalência de infecções hos-
pitalares em UTI de um hospital universitário de São Paulo, e demonstrou um alto índice
(45,8%) de uso de vancomicina.15 De forma adicional estudo aponta que em ambiente de
cuidados intensivos, a maioria dos agentes patogênicos são mais resistentes, necessitando
de tratamento com antibióticos, muitas vezes com associação de fármacos.16 Com isso, o
uso elevado dos fármacos, verificados na tabela 1, pode trazer problemas futuros em
relação à seleção de cepas resistentes, uma vez que o cefepime, por exemplo, uma
cefalosporina de 4ª geração, deveria ser de uso mais limitado.12
A vancomicina, o antimicrobiano mais prescrito neste estudo, tem seu uso
disseminado e, enterococos resistentes à vancomicina (VRE) estão sendo encontrados com
maior frequência, principalmente em UTI, e opções de tratamento de infecções causadas
por estes microrganismos são limitadas.1 O cefepime possui boa atividade contra P.
aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e Staphylococcus pneumoniae. É altamente
ativa contra Haemophilus e Neisseria, sendo indicado para uso em infecções graves do
trato respiratório inferior e do trato urinário, pele e tecidos moles, trato reprodutivo
feminino e em pacientes neutropênicos febris.17 As indicações, acima apresentadas,
justificam a prevalência de uso, já que as doenças do trato respiratório foram uma das que
mais acometeram os pacientes neste estudo.
A piperacilina+tazobactam é indicada principalmente nas infecções hospitalares
respiratórias, urinárias, intra-abdominais cirúrgicas, celulites e abcessos causadas por
germes resistentes aos antibióticos betalactâmicos, como P.aeruginosa, Acinetobacter,
Proteus, E. coli, outros Gram-negativos e anaeróbios; possui, portanto, bom potencial
como monoterapia no tratamento de infecções polimicrobianas.1
Assim como no presente estudo, o uso elevado de vancomicina foi relatado em
estudo realizado por outros autores, relacionando este uso com fenótipos de resistência em
microrganismos epidemiologicamente importantes, como MRSA, Pseudomonas
aeruginosa resistentes ao imipenem e Enterobacteriaceae resistentes as cefalosporinas de
terceira e quarta gerações.16
Por outro lado, em estudo realizado em UTI adulto de um hospital da cidade de
Passo Fundo, a classe de antibiótico mais prevalente foi a das penicilinas, encontradas em
12 casos (30,8%).2 As penicilinas são medicamentos de primeira escolha, porém não são
mais comumente utilizadas na prática clínica, mais especificamente em UTI, devido ao
fato da evidência do crescimento da resistência bacteriana a esse antibiótico.18 O emprego
de variados grupos de antibióticos justifica-se pela alta complexidade dos casos clínicos
dos pacientes internados em UTI e pela presença de microrganismos resistentes aos
principais antibióticos prescritos.19
Neste estudo observou-se a associação de antibióticos em x% dos casos, prática
comum na clínica médica, que pode resultar em sinergia de efeito sobre um mesmo
microrganismo, prevenindo de emergência de resistência, tratando infecções
polimicrobianas e diminuindo as doses que conduzem a menos efeitos tóxicos, de cada um
dos fármacos associados.1 O mesmo foi observado em estudo, no Pará, em que 68,3% dos
pacientes utilizaram o tratamento em politerapia (2 a 5 antimicrobianos).20 A seleção e
uma combinação apropriada, exigem o conhecimento da potencialidade de interações entre
os agentes antimicrobianos. Essas alterações podem ter consequências tanto para o micro-
organismo quanto para o hospedeiro. As mais evidentes, incluem o risco de toxicidade,
proveniente de dois ou mais agentes, e a seleção de microrganismos resistentes a
antibióticos.22
48

A morfina e o tramadol, 7º e 10º medicamentos mais prescritos, produzem


analgesia e sedação, podendo aliviar a resposta ao estresse e reduzir complicações em
pacientes criticamente doentes em UTI. Entretanto, esses medicamentos podem provocar
náuseas e vômitos, em alguns pacientes. Com isso, o uso de metoclopramida,
especialmente em UTIs, pode ser empregado para tratamento de náusea e vômitos
induzidos pela administração de morfina.23
Na prática clínica, os benzodiazepínicos, representado pelo midazolam, em nosso
estudo, são comumente usados em UTI, por serem medicamentos de primeira escolha para
auxiliar na sedação e indução do coma. Os quadros clínicos associados à internação em
UTI justificam a utilização destes medicamentos em relação à existência de quadros de
dor, que na maioria das situações é proveniente do desconforto fisiológico, associado com
a doença e procedimentos invasivos.24
A furosemida, é amplamente utilizada em UTI para estimular a diurese e/ou obter
balanço hídrico negativo, especialmente no tratamento de doenças cardiovasculares,
insuficiência respiratória aguda e como adjuvante no tratamento de edema pulmonar
agudo, sendo administrada por via intravenosa. Nessas situações clínicas ocorrem
alterações da composição e volume de líquidos corporais, resultando em retenção hídrica,
o que contribui para a ocorrência de congestão pulmonar e edema periférico.23
A insulina esteve presente em 92,68% das prescrições, e é utilizada para tratar
hiperglicemia em pacientes de cuidados intensivos na UTI. A presença de hiperglicemia
induzida por estresse em pacientes criticamente doentes, especialmente naqueles sem
evidência de diabetes antecedente, é um indicativo de resultados não-satisfatórios.24
O risco de interações medicamentosas é proporcional ao aumento de
medicamentos prescritos para os pacientes. Estima-se que interações farmacológicas
ocorram em 3 a 5% dos pacientes que recebem poucos fármacos, aumentando esse índice
para 20% quando são usados de 10 a 20 fármacos simultaneamente.6 Embora nosso estudo
tenha avaliado interações medicamentosas em potencial, existe realmente a chance das
mesmas terem ocorrido. As interações relatadas, não foram checadas nos prontuários
destes pacientes, tratando-se de uma limitação deste estudo.

Cabe salientar, que a via de administração intravenosa, habitualmente utilizada


em UTI, considerada via de escolha quando se deseja um início rápido de efeito
farmacológico ou da impossibilidade de utilização da via oral, favorece a ocorrência de
interações medicamentosas, especialmente quando da incompatibilidade entre as
substâncias e/ou da não consideração dos intervalos de administração.24
49

As interações em potencial, as de maior gravidade foram: Levofloxacino x


Haloperidol, podendo ocorrer um efeito aditivo, com riscos de arritmias ventriculares; e
Levofloxacino x Insulina regular, na qual há risco de hipoglicemia ou hiperglicemia.
Evidências apontam a hiperglicemia como fator de risco para o aumento da mortalidade
hospitalar, falência de múltiplos órgãos, infecções sistêmicas, o tempo de hospitalização e
a permanência em unidades de terapia intensiva, além dos custos de hospitalização.25
Algumas possíveis interações acontecem por mecanismos aditivos, resultando em
aumento da nefrotoxicidade de alguns antibióticos, podendo produzir efeitos tóxicos ao
paciente. Destacam-se as seguintes associações: Cefepime x Furosemida, Vancomicina x
Cefepime, Amicacina x Cefazolina e Vancomicina x Cefuroxima. A nefrotoxicidade
geralmente é reversível com a retirada do medicamento, entretanto, quando não há
possibilidade de troca do antimicrobiano, é preciso que haja monitoramento de função
renal destes pacientes, a fim de evitar intensidade de danos.25
Além disso, devem ser destacadas duas situações nas quais os medicamentos
associados diminuem a excreção do antibiótico, como é o caso da possível interação entre
Ciprofloxacino x Omeprazol e Vancomicina x Ibuprofeno. A redução da excreção resulta
em um aumento da concentração sérica dos antibióticos, superando os níveis terapêuticos,
levando à toxicidade.10
Referente às interações em potencial envolvendo a metoclopramida (endovenosa),
a literatura aponta sua participação, em casos de aceleração da absorção das quinolonas, o
que pode ser uma interação benéfica, quando se espera um efeito mais imediato.10 Nesse
caso foi observado Levofloxacino x Metoclopramida em 12,9% das prescrições e
Ciprofloxacino x Metoclopramida em 3,23%. Assim, na pretensão de um efeito imediato,
temos uma interação medicamentosa benéfica, entretanto, a única encontrada em nosso
estudo.
Diante do exposto, a avaliação de interação medicamentosa vem se tornando uma
atividade clínica cada vez mais importante dentro dos hospitais, para detectar possíveis
interações indesejáveis, que podem prolongar o tempo de internação de um paciente.6
Neste contexto, a Farmacovigilância desempenha importante papel no âmbito
hospitalar, no aprimoramento do cuidado ao paciente e segurança em relação ao uso de
medicamentos. Além disso, realizando as intervenções necessárias para a melhoria da
saúde e segurança em relação ao uso de medicamentos, contribuindo para a avaliação dos
benefícios, danos, efetividade e riscos dos medicamentos, incentivando sua utilização de
forma segura e mais efetiva. Agindo através de estudos, que buscam a prevenção dos
riscos na exposição aos antimicrobianos. Como princípio da prevenção o anteceder ao
efeito, é sem dúvida atuando sobre as situações-problema e no contexto de nocividade.
Essa atuação, abrangendo todos os níveis da hierarquia da causalidade e não somente sobre
a exposição direta aos fatores de risco.27
O uso irracional de antimicrobianos alimenta desperdício de recursos financeiros,
gera profundas desigualdades de acesso aos medicamentos e pode comedir de maneira
negativa a qualidade de vida dos pacientes. Estudos demonstram que medidas preventivas,
restritivas, de controle e educativas, através de uma maior interação entre os profissionais
de saúde, seja ele o prescritor ou dispensador podem contribuir de forma relevante para a
otimização dos recursos financeiros e uso racional de medicamentos.28
Embora nem todas as interações medicamentosas possam ser prevenidas, a
propagação do conhecimento entre os profissionais de saúde, através do profissional
farmacêutico, constitui um dos principais instrumentos de prevenção das interações
medicamentosas. Esse conhecimento permitirá aos profissionais de saúde optarem por
regimes terapêuticos mais seguros. Conduzindo assim à assistência de qualidade e livre de
50

danos para o paciente. Contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no que se refere
à otimização da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos.
Diante disso são necessários estudos mais aprofundados sobre os fatores
associados à prescrição de antimicrobianos, e a revisão constante de protocolos clínicos
para racionalizar o uso de antimicrobianos em UTI’s, e sobre as interações que podem
estar ocorrendo nesses pacientes e que podem ocasionar piora no quadro clínico, aumento
do tempo de internação hospitalar e aumento dos custos da instituição.

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Exercícios:
1. PM Liquemine 500 UI SC de 12/12 horas. Disponível Liquemine 1000UI/ml em ampola
de 1ml, quanto devo aspirar?

2. PM Heparina 1000UI SC de 12/12 horas. Disponível Heparina 5000UI/ml, quanto devo


aspirar?

3. PM Heparina 10.000UI So 8/8 horas. Disponível frasco 5000UI/ml, quanto devo


aspirar?

4. PM Insulina NPH 50UI SC cedo. Disponível Frasco de Insulina NPH de 100UI e sringa
de 3ml, quanto devo aspirar?

5. PM Dipirona 250mg IM. Disponível ampola de Dipirona 500mg/2ml, quanto


administrar?

6 PM Garamicina 50mg IM. Disponível ampola de GAramicina 80mg/2ml, quanto


administrar?

7 PM Lasix 30mg IM. Disponível ampola de Lasix 40mg/2ml, quanto administrar?

8. PM Dipirona 400mg IM. Disponível ampola de Dipirona 500mg/2ml, quanto


administrar?

9. PM Vancomicina 350mg EV. Disponível frasco ampola de Vancomicina 500mg, diluir


em 10ml de AD, quanto administrar?

10. PM S.Ringer de 750 ml de 6/6h EV, quantas gotas e microgotas por minuto?

11. PM SF 0,9% 500ml de 8/8h EV, quantas gotas e microgotas por minuto?

12. PM SG 10% 1000ml de 7/7h, quantas gotas e microgotas por minuto?

13. PM Amicacina 1,0g EV diluída em SF0,9% 50ml para infundir em 45 minutos, quantas
gotas e microgotas?

14. PM Clindamicina 2,0g EV diluída em SG5% 100ml para infundir em 55 minutos,


quantas gotas e microgotas?

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