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APOSTILA ATENDENTE DE

FARMÁCIAS E DROGARIAS
BOAS PRÁTICAS NO ATENDIMENTO E MEDICAMENTOS

2021
ATENDENTE DE FARMÁCIAS
ATENDENTE ECONCEITOS GERAIS

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ATENDENTE DE FARMÁCIAS
ATENDENTE ECONCEITOS GERAIS

APRESENTAÇÃO

Olá querido Aluno e estimada Aluna,

Estamos honrados por sua presença com a gente. Você é muito especial.

Não viemos para lhe ensinar, na verdade, viemos aprender com você. É isto mesmo, ao compartilhar
conhecimento que aprendemos, nós aprendemos muito mais do que você possa imaginar.

Queremos deixar para você informações que possam contribuir para a melhoria da sua vida pessoal e, quem
sabe, proporcionar-lhe uma qualificação profissional que lhe permita estar em condições de competir neste
mercado de trabalho, acredite, cada vez mais exigente.

Viemos aqui para conhecer você!


Então, muito prazer... vamos começar a conhecer a função do Atendente de Farmácias e Drogarias bem como
o funcionamento dos estabelecimentos e a diferença e os tipos de medicamentos?

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Sumário

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA ............................................................................................................ 5


Conceitos e Definições ...................................................................................................................................... 5
RECEITA OU PRESCRIÇÃO .......................................................................................................................... 7
Composição da receita ....................................................................................................................................... 7
FORMAS FARMACÊUTICAS ........................................................................................................................ 9
FATORES QUE MODIFICAM O EFEITO FARMACOLÓGICO ............................................................... 11
EFEITOS INDESEJÁVEIS DAS DROGAS .................................................................................................. 12
POSOLOGIA .................................................................................................................................................. 13
USOS TERAPÊUTICOS DOS MEDICAMENTOS ...................................................................................... 15
VITAMINAS ................................................................................................................................................... 17
COMO ORGANIZAR UMA FARMÁCIA .................................................................................................... 18
Quem é o Farmacêutico, o Balconista e a sua Equipe de Trabalho? ............................................................... 18
ATENDENTE E BALCONISTA: O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE ..................................... 19
O TRABALHO DO BALCONISTA .............................................................................................................. 21
BULA: APRENDA A CONHECÊ-LA ........................................................................................................... 22
ORIENTAÇÃO AO PACIENTE .................................................................................................................... 24
LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................................ 26
BOAS PRÁTICAS DE DISPENSAÇÃO EM FARMÁCIAS E DROGARIAS ............................................ 26
MEDICAMENTOS GENÉRICOS.................................................................................................................. 28
MEDICAMENTOS DE USO CONTROLADO ............................................................................................. 29
RECEITAS ESPECÍFICAS PARA O COMÉRCIO DE FARMÁCIA........................................................... 30
NOÇÕES DE MANIPULAÇÃO .................................................................................................................... 31
O que é a Manipulação de remédios ................................................................................................................ 32
Informações sobre os Medicamentos Manipulados ......................................................................................... 32
Informações sobre Medicamentos Controlados............................................................................................... 33

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INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

História
Desde a pré-história os povos já conheciam os efeitos
benéficos ou tóxicos de muitas substâncias de origem
vegetal ou animal. Os primeiros registros escritos da
China e Egito relacionam muitos tipos de remédios
inclusive alguns que são reconhecidos ainda hoje como
compostos farmacologicamente ativos como exemplo o
ópio (morfina), a beladona(atropina), a dedaleira
(digitalis), a casca de quina (quinina e quinidina), folhas
de coca (cocaína), etc. Esta relação continha várias
drogas úteis, no entanto muitas eram consideradas
inúteis ou até mesmo prejudiciais. Nos 2500 anos,
aproximadamente, que precederam a época Moderna, os
métodos medicinais aplicados fracassaram, pois
tentavam explicar as doenças sem recorrer a experimentação e observação cuidadosas. Além disso,
promulgavam noções bizarras como a ideia de que as feridas poderiam ser curadas aplicando-se um unguento
à arma causadora do ferimento, de que as doenças eram causadas por excesso de sangue no corpo, etc.
No final do século XVII, a Medicina passou a utilizar a experimentação como base para toda formulação de
teorias. Entretanto, o conhecimento dos mecanismos de ação das drogas ainda era impedido pela falta de
métodos para isolamento dos princípios ativos e pela falta de métodos para execução dos testes das drogas nos
seres vivos. Ao final do século XVIIII e início do século XIX, porém, François Magendie e Claude Bernard
começaram a desenvolver métodos experimentais em animais, devido aos avanços observados na Química e
no desenvolvimento da Fisiologia. Paradoxalmente, os avanços da farmacologia básica durante o século XIX
foram acompanhados de uma explosão de propaganda não científica por parte de fabricantes e vendedores de
inúteis “remédios patenteados”. Foi só a cerca de 50 anos com a introdução da terapêutica racional e da
introdução de novos conceitos e técnicas ensaio que se tornou possível a compreensão de vários mecanismos
de ação de drogas e consequentemente avaliar corretamente as alegações terapêuticas.

Conceitos e Definições

A Farmacologia é uma das ciências que mais tem se


desenvolvido nos últimos tempos. Etimologicamente,
deriva do grego: Pharmakon = fármaco e Logos =
estudo. Portanto, Farmacologia é a ciência que estuda
os fármacos (medicamentos) e seus efeitos nos seres
vivos sejam eles benéficos ou maléficos. Como
derivação dentro dessa ciência é preciso entender
alguns conceitos, a saber:

1. Autofarmacologia: Estuda todas as substâncias


de interesse farmacológico que existem no
organismo, tais como hormônios, enzimas e
mediadores químicos.
2. Fármaco: Uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade
farmacológica.
3. Remédio: Esta palavra é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada a todos os meios usados
com a finalidade de prevenir ou de curar doenças. Deste modo são remédios não só os medicamentos,
mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que recorre na terapêutica. A ideia de remédio
não está, portanto, obrigatoriamente ligada à composição farmacêutica a que constitui o medicamento.
4. Farmacocinética: Estuda os princípios cinéticos do medicamento como absorção, distribuição,
biotransformação e eliminação.

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5. Farmacodinâmica: Estuda os mecanismos de ação e efeitos bioquímicos e fisiológicos que os agentes


medicinais (vegetais, animais, minerais, semissintéticos e sintéticos) produzem nos seres vivos.
6. Farmacogenética: Estuda a influência das drogas nos mais diferentes campos da transmissão genética.
7. Farmacognosia: É o ramo da farmacologia que estuda os princípios ativos naturais sejam animais,
minerais ou vegetais.
8. Farmacotécnica: É a ciência que estuda os métodos de preparo dos medicamentos.
9. Farmacoterapia: É a aplicação dos medicamentos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das
doenças. Estuda as ações e efeitos dos medicamentos sobre o organismo em condições patológicas. É o
ramo da farmacologia que, juntamente com a Farmacodinâmica, mais interessa à Medicina.
10. Droga: Substância ou matéria-prima com atividade farmacológica ou não que tenha finalidade
medicamentosa ou sanitária.
11. Entorpecente: Substância que pode determinar dependência física ou psíquica relacionada, como tal,
nas listas da Portaria 344.
12. Correlato: A substância, produto, aparelho ou acessório, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa
e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos ou
analíticos, os cosméticos ou perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, óticos, de acústica médica,
odontológicos e veterinários.
13. Farmácia: Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficiais, de comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento
privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.
14. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.
15. Ervanaria: Estabelecimento que realize dispensação de plantas medicinais.
16. Dispensação: Ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos
e correlatos, a título remunerado ou não.
17. Distribuidor, representante, importador e exportador: Empresa que exerça direta ou indiretamente
o comércio atacadista de drogas, medicamentos em suas embalagens originais, insumos farmacêuticos e
de correlatos.
18. Loja de conveniência e “drugstore”: Estabelecimento que, mediante autosserviço ou não,
comercializa diversas mercadorias, com ênfase para aquelas de primeira necessidade, dentre as quais
alimentos em geral, produtos de higiene e limpeza e apetrechos domésticos, podendo funcionar em
qualquer período do dia e da noite, inclusive nos domingos e feriados. (Redação dada pela Lei nº 9.069,
de 29/6/95).
19. Medicamento: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.
20. Medicamento de Referência - Medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. A eficácia e a segurança do
medicamento de referência são comprovadas por estudos clínicos.
21. Medicamento Similar - Contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica. Desde 2003
passou a comprovar a equivalência com o medicamento de referência registrado na Anvisa.
22. Medicamento Genérico - O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e com a mesma indicação
terapêutica do medicamento de referência.
23. MIP: Medicamento Isento de Prescrição
24. Medicamento homeopático: Toda preparação farmacêutica segundo os compêndios homeopáticos
reconhecidos internacionalmente, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações
sucessivas, para ser usada segundo a lei dos semelhantes de forma preventiva e/ou terapêutica.
25. Medicamento magistral: É aquele preparado na farmácia a partir de uma prescrição de profissional
habilitado, destinada a um paciente individualizado, e que estabeleça em detalhes sua composição, forma
farmacêutica, posologia e modo de usar.
26. Medicamento oficinal: É aquele preparado na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no formulário
nacional ou em formulários internacionais reconhecidos pela Anvisa.

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27. Placebo: É uma substância inerte, ou cirurgia ou terapia “de mentira”, usada como controle em uma
experiência, ou dada a um paciente pelo seu possível ou provável efeito benéfico.
28. Psicofarmacologia: Estuda as drogas que alteram o estado psíquico de organismos normais ou
doentes.
29. Psicotrópico: Substância que pode determinar dependência física ou psíquica e relacionada, como tal,
nas listas da Portaria 344.
30. Supermercado: Estabelecimento que comercializa, mediante autoserviço, grande variedade de
mercadorias, em especial produtos alimentícios em geral e produtos de higiene e limpeza (Redação dada
pela Lei nº 9.069, de 29/6/95).

RECEITA OU PRESCRIÇÃO

É uma ordem escrita com detalhadas instruções sobre o


medicamento que deve ser dado ao paciente, e quantidade
determinada, indicando via administração e a duração do
tratamento.
A prescrição ou receita adequada baseia-se em três áreas do
conhecimento médico: diagnóstico correto e compreensão de
fisiopatologia da doença a ser tratada e domínio da farmacologia
do medicamento indicado.

Composição da receita
1. Cabeçalho: Nesta parte encontram-se impressos, na porção
superior do papel, o nome completo do médico, veterinário
ou cirurgião dentista, sua especialidade, número de
inscrição no Conselho Regional da classe (CRM, CRO e
CRMV), endereço, podendo ainda ser acrescentados o CPF
e a inscrição municipal.
2. Nome do Paciente: Em alguns casos, além do nome podem
ser colocados endereço e a idade do paciente, informações
úteis para o farmacêutico monitorar o uso dos
medicamentos.
3. Indicação da via de administração: Antes da inscrição, usam-se os seguintes termos para definir o modo
de administração: uso interno, uso externo, uso local ou tópico, via intramuscular, via subcutânea, via
intravenosa etc.
a) A expressão uso interno é usada para indicar a administração pela boca pode-se preferir-se a expressão
uso oral.
b) A expressão via externa é sinônima de uso local ou tópico.
4. Inscrição: Indica a medicação prescrita que pode assumir quatro modalidades: especialidade
farmacêutica, fármaco genérico, fármaco oficinal ou magistral, já definidos anteriormente.
5. Subscrição ou instruções para o farmacêutico: Esta parte da prescrição consiste em instruções para o
farmacêutico sobre a manipulação da medicação e é mais utilizada nas fórmulas magistrais. O
farmacêutico deve estar atento para detectar doses excessivas e outros erros.
6. Instruções para o paciente: Estas instruções devem conter informações sobre a dose do fármaco, horário
e frequência da dose, além de outros fatores, tais como diluição e via de administração. Esta parte da
prescrição assume grande importância a fim de evitar a desobediência do paciente ao regime terapêutico.
Expressões como “usar como indicado”, “tomar quando necessário” e abreviaturas nunca são satisfatórias
e não devem ser usadas. Paciente idoso requer cuidados especiais quanto a maneira de utilizar seus
medicamentos.
7. Assinatura ou firma profissional: É a parte da prescrição em que se colocam local, data e assinatura do
profissional. Quando o cabeçalho não identifica o autor, como nos talonários com vários profissionais ou
de hospitais, deve-se juntar à assinatura o carimbo com identificação e número do CRM do profissional.

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Drª FERNANDA RODRIGUES DE LUNA


Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica CRM 1992

Para: Débora Pontes

R
Uso interno

1. Amoxil 250mg Suspensão............................2 vidros


Uso: 5 ml de 8/8 horas durante 10 dias
2. Nebulização com soro fisiológico 3 vezes ao dia
3. Reavaliação com uma semana

Fernanda Rodrigues Em 21/12/2007

Centro Médico Cabo Branco


Rua Miguel Duarte, 50 apto 301, João Pessoa – PB Tel: 3235-3321

Fórmulas magistrais
Embora atualmente, sejam prescritos principalmente os medicamentos fabricados pela indústria farmacêutica,
chamados especialidades farmacêuticas, ainda se observa a prescrição de fórmulas magistrais. Nessas fórmulas
confeccionadas pelo próprio médico, são indicadas as quantidades dos seus constituintes e a forma
farmacêutica apropriada. Elas são aviadas ou manipuladas no momento, para aquele paciente em particular.
Na prescrição de especialidades farmacêuticas ou fármacos genéricos, basta a indicação do nome comercial
ou do nome genérico, seguida naturalmente das instruções sobre posologia.
Como a manipulação de fórmulas magistrais está sendo revitalizada no nosso país, faremos alguns comentários
sobre elas. Uma fórmula é completa e tecnicamente bem equacionada quando nelas são observados somação,
potenciação ou sinergismo medicamentoso, a par de adequada apresentação e boa estabilidade.
Em geral, uma fórmula deve constituir-se de: (a) princípio ativo ou base medicamentosa, (b) coadjuvante
terapêutico, (c) coadjuvante técnico, (d) corretivo, (e) veículo ou excipiente.

Exemplo de prescrição magistral:

Dr. GABRIEL NÓBREGA LIMA

Cirurgião dentista CRO 1988

Para: Henrique Soares Preparar

Diclofenaco sódico.....................50 mg
Excipiente qsp.............................1 cápsula Mande 20 cápsulas

Posologia: 1 cápsula 2 vezes ao dia

Gabriel Nóbrega Em 01/09/2007

Centro Odontológico Cabo Branco


Rua Miguel Duarte, 50 apto 301, João Pessoa- PB Tel: 3222-1158

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FORMAS FARMACÊUTICAS

São consideradas o estado final que as substâncias ativas apresentam depois de serem submetidas as
operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico
desejado. A sujeição das substâncias ativas às operações farmacêuticas deve-se ao fato da maioria das
substâncias ativas não poderem ser diretamente administradas ao doente.

USO INTERNO:

Formas Líquidas
1. Soluções: São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias. As soluções farmacêuticas são sempre
líquidas e obtidas a partir da dissolução de um sólido ou líquido em outro líquido. São exemplos de
soluções: xaropes, elixires e tinturas.
2. Xaropes: São soluções aquosas contendo cerca de 2/3 de seu peso em sacarose (açúcar comum) ou outros
açúcares. Ex: xarope de hidroxizine (antialérgico)
2.1) Vantagens dos xaropes:
-Dissimular o sabor desagradável
-Aumentar o tempo de conservação (impede o crescimento de fungos e bactérias)
3. Elixires:
3.a) Preparações de fármaco num solvente alcoólico.
3.b) Utilizados para fármacos não solúveis em água.
4. Tinturas: São extratos alcoólicos (por exemplo, de uma erva ou solução de uma substância não-volátil,
como iodo e mercurocromo). Soluções de substâncias voláteis são denominadas espíritos, embora tal
nome seja dado também a vários outros materiais obtidos através da destilação, mesmo que não incluam
álcool.
5. Emulsões: São sistemas constituídos de 2 fases líquidas imiscíveis (que não se misturam), uma oleosa e
outra aquosa. Existem emulsões do tipo óleo em água (O/A: fase externa aquosa) e água em óleo (A/O:
fase externa oleosa). A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes. As
emulsões podem ser pastosas(creme) ou líquidas(loções), destinadas ao uso interno ou externo.
6. Suspensões: São misturas heterogêneas de partículas sólidas em meio líquido. As partículas precipitam
quando a solução fica em repouso. Devem ser agitadas antes da administração para uma distribuição
uniforme das partículas.
7. Injeções: São preparações estéreis de soluções, emulsões ou suspensões destinadas à administração
parenteral.

Formas Sólidas
1. Pós (simples e compostos): São medicamentos formados por partículas sólidas obtidas por divisão que
são misturados com líquidos (água ou sumos) antes da sua administração.
1.a) Vantagens:
- Efeitos rápidos e regulares, pois as partículas são pequenas e uniformes;
- Pequeno tamanhomenor limitação gástrica;
- Facilidade de dissolução;
- Atividade maior quanto maior o grau de divisão;
- Facilidade de administração.
1.b) Desvantagens:
- Susceptibilidade às condições atmosféricas;
- Impossibilidade de mascarar odor e sabor desagradável.

2. Grânulos: São formas farmacêuticas compostas de um pó ou uma mistura de pós umedecidos e sub-
metidos à secagem, para produzir grânulos de tamanho desejado.
2.a) Vantagem:
- Maior estabilidade química e física que os pós.

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3. Comprimidos: São formas farmacêuticas sólidas de forma variável, cilíndrica ou discoide, obtidas por
compressão de medicamentos mais o excipiente. Os comprimidos com massa entre 60mg e 600mg e são
a forma farmacêutica mais utilizada, por ser a via mais apropriada. Os comprimidos são dissolvidos no
estômago pelos sucos digestivos.
3.a) Vantagens em relação aos pós e formas líquidas:
o Precisão na dosagem;
o Boa conservação;
o Rapidez na preparação;
o Economia, devido ao rendimento;
o Boa apresentação;
o Volume reduzido.
4. Tipos de comprimidos:
4.a) Comprimidos com ranhura permitem uma divisão equilibrada da dose;
4.b) Comprimidos com revestimento entérico- resistem à dissolução no ph ácido do estômago, mas dissolve-
se no ph alcalino do intestino. Utilizados para fármacos que são destruídos ou inativados pelo ph ácido.
Não devem ser mastigados ou triturados;
4.c) Comprimidos de ação prolongada (retard) ou de libertação controlada. Preparados para serem
absorvidos de forma gradual.

5. Drágeas: São formas farmacêuticas sólidas, revestidas, destinadas ao uso oral. Chama-se drágea aos
comprimidos revestidos por qualquer espécie de envolvimento o que está de acordo com a Farmacopeia
Portuguesa IV 2ª edição. Para este fim utiliza diversas substâncias, como: queratina, ácido esteárico,
gelatina endurecida com formaldeído.
5.a) Vantagens:
• Proteção de aroma e sabor desagradável;
• Resistência ao suco gástrico;
• Facilita a deglutição,
• Proteção e conservação dos princípios ativos.
5.b) Desvantagem: Custo elevado

6. Cápsulas: São formas farmacêuticas sólidas as quais uma ou mais substâncias medicinais (líquido ou pó)
são acondicionadas em um invólucro à base de gelatina, que se dissolve no tubo gastrointestinal e liberta
o medicamento para ser absorvido. Forma adequada para administração de fármacos com sabor
desagradável e irritantes a mucosa gástrica. Devem ser deglutidas inteiras.
6.a) Duras: São usadas para drogas sólidas. Os invólucros vazios são feitos de uma mistura de gelatina, açúcar
e água e podem ser transparentes ou coloridas. São formadas por duas peças que se unem após o enchimento
com a droga pulverizada. São utilizadas para substâncias secas e granulosas. Ex: Adalat: nifedipina.
6.b) Moles: São cápsulas preparadas com película de gelatina com adição de glicerina ou sorbitol para tornar
a gelatina elástica. Podem ser de várias formas e são usadas para conter líquidos, suspensões, materiais pastosos
ou pós. Exemplo: óleos minerais (que oxidam facilmente).

7. Pastilhas: São preparações farmacêuticas de consistência sólida, destinadas a dissolverem-se lentamente


na boca. São preparadas por moldagem de uma massa elástica, constituída na maioria das vezes por
mucilagem e/ou açúcar associados a princípios medicamentosos.

8. Extratos sólidos: São formas farmacêuticas sólidas obtidas por separação dos princípios ativos de drogas
vegetais em dissolventes adequados, sendo submetidas a um processo de concentração destas drogas por
evaporação da parte líquida. O dissolvente pode ser: água destilada, álcool, éter, ácido acético, pelo que
os extratos se denominam aquosos, alcoólicos, etéricos ou acéticos respectivamente. Exemplo: extrato
seco de Ginkgo biloba.

USO EXTERNO (TÓPICO) FORMULAS SEMISSÓLIDAS


1. Loções: São soluções que se impregnam na pele. O veículo é aquoso e usado sem fricção. Sua fluidez
permite aplicação rápida e uniforme sobre uma ampla superfície.

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2. Cremes: São formas farmacêuticas de aspecto cremoso feitas com a mistura de um líquido em óleo, de
modo a formar um líquido espesso ou um sólido mole. No seu preparo são utilizados agentes
emulsionantes como a goma arábica e gelatina.
3. Pomadas: São preparações farmacêuticas semissólidas preparadas numa base gorda como a lanolina ou
a vaselina.
Características:
3.a) Completa ou moderadamente absorvidas pela pele.
3.b) Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco- são o veículo mais eficaz para a
absorção de fármacos pela pele.
4. Emplastros: São formas farmacêuticas que se dissolvem à temperatura do corpo, aderindo-se a pele. É
usado como esparadrapo.

Medicamentos Administrados Através das Mucosas

1) Retal:
1.a) Supositórios: São formas farmacêuticas sólidas, de forma cônica destinadas a ser introduzidas num
orifício corporal(ânus) onde devem desintegrar-se à temperatura do organismo(37ºC), liberando o
fármaco e exercendo efeito local ou sistêmico. Devem ser armazenados em local fresco. O excipiente
mais usado é a manteiga de cacau.
1.b) Solução para edema de pequeno volume, previamente embalada.
2) Vaginal:
2.a) Óvulos: São formas farmacêuticas sólidas obtidas por compressão ou moldagem para aplicação vaginal,
onde devem se dissolver para exercerem uma ação local. O excipiente em geral é a glicerina.
2.b) Cremes vaginais (fornecidos com aplicador)
3) Nasal:
3.a) Gotas nasais: São formas farmacêuticas líquidas destinadas aos orifícios nasais.
4) Olhos:
4.a) Gotas oftálmicas: As soluções oftálmicas são estéreis, facilmente administráveis e habitualmente não
interferem com a visão.
4.b) Pomadas oftálmicas: provocam alterações da acuidade visual. Tem maior duração de ação que as gotas.
5) Ouvidos:
5.a) Gotas otológicas: São formas farmacêuticas líquidas destinadas aos orifícios auditivos.
6) Inalação:
6.a) Condução de medicamentos para os pulmões através das vias nasal ou oral. 6.b) Vaporização:
medicamento é transportado através de um fluxo de vapor.
7) Atomização e nebulização: separação da solução em pequenas gotículas para ser inalada.

FATORES QUE MODIFICAM O EFEITO FARMACOLÓGICO


Existem muitos fatores que podem modificar as respostas biológicas produzidas pela interação de drogas com
os organismos vivos.
O efeito terapêutico de uma droga geralmente se manifesta quando sua concentração no plasma atinge um
dado valor, denominado “nível plasmático efetivo”. O nível plasmático de compostos depende da quantidade
de substância administrada, mas é regulado principalmente pela absorção, distribuição, fixação nos tecidos,
biotransformação e excreção. Assim quaisquer fenômenos que alterem estes fenômenos podem aumentar ou
diminuir os efeitos terapêuticos das drogas.

Fatores dependentes do meio ambiente


1- Luz e temperatura: Existem substâncias que expostas a esses dois fatores sofrem alterações que com-
prometem sua atividade terapêutica. Ex: soluções de NaF.
2- Ruído: Pode provocar convulsões no paciente intoxicado pela estricnina, bem como retardar ou impedir
que pacientes medicados com hipnóticos adormeçam.

Fatores dependentes da droga


1- Dose: Quanto maior for a dose, maior será a intensidade do efeito (relação quantitativa)

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2- Propriedades: Físico-químicas: as propriedades físico químicas das drogas, tais como solubilidade,
estado físico, difusibilidade são determinantes para o seu uso e a sua atividade farmacológica
3- Forma farmacêutica: As propriedades de uma forma farmacêutica podem influenciar a velocidade de
absorção de uma substância e consequentemente o efeito farmacológico da droga. O fator mais importante
neste caso é a velocidade de dissolução, tendo sido verificadas, ainda, variações na eficácia clínica entre
marcas diferentes da mesma droga, na mesma dosagem e forma, simplesmente por haver variação nas
velocidades de desintegração do sólido. Ordenando-se as diferentes formas em ordem decrescente de
velocidade de desintegração tem-se: solução aquosa> suspensão> pó> cápsula> comprimido> drágea.
4- Vias de administração: Influenciam na velocidade de absorção das drogas.

Fatores dependentes do organismo


1- Espécie animal: As variadas espécies respondem de maneiras diversas às drogas. Isso se deve à diferente
capacidade de o organismo desses animais de biotransformar substâncias nele introduzidas.
2- Sexo: geralmente as fêmeas são mais susceptíveis que os machos a numerosas drogas. Em caso de
mulheres grávidas recomenda-se reduções de dose para evitar efeitos indesejáveis sobre o embrião ou
feto.
3- Idade: Em animais recém-nascidos, a atividade metabolizadora do fígado está totalmente ausente ou
existe apenas em nível muito reduzido. A capacidade excretora também é consideravelmente menor no
recém-nascido devido ao desenvolvimento incompleto da função renal. Os idosos também apresentam
redução nas funções hepáticas e renais.
4- Peso corpóreo: quanto maior o peso do indivíduo maior será a dose para produzir o efeito farmacológico.
5- Estado nutricional e patológico: O estado de subnutrição ou a presença de doença principalmente
hepática reduzem a atividade metabolizadora do fígado. Isso diminui a biotransformação da droga o que
promove a permanência prolongada da droga nos sítios de ação.
6- Fatores genéticos: Ocorre quando membros de uma população homogênea, respondem a drogas de
maneira inesperada. A idiossincrasia é o fenômeno que ocorre quando uma resposta anormal do indivíduo
é determinada por alterações genéticas.

EFEITOS INDESEJÁVEIS DAS DROGAS


1- Efeitos tóxicos: São efeitos que dependem da quantidade excessiva de um fármaco, caracterizando o
fenômeno da superdosagem. A superdosagem pode ser absoluta (quando o fármaco é administrado em
grandes quantidades) ou relativa (quando ocorrem variações farmacocinéticas e o fármaco é acumulado
no organismo).
2- Efeitos colaterais: São efeitos que ocorrem mesmo quando o fármaco é administrado em doses
terapêuticas. Estes efeitos ocorrem em órgãos ou sistemas diferentes do alvo terapêutico.
3- Efeitos adversos: Constituem todo e qualquer efeito indesejável ao organismo.
4- Efeitos teratogênicos: São manifestações anormais do desenvolvimento fetal, geradas por fármacos
administrados à gestantes.
5- Efeitos de hipersensibilidade: São ocasionados por respostas anormais do sistema imune. São
independentes de doses, podendo ser desencadeadas por pequeniníssimas quantidades de alérgenos caso
o paciente seja sensível e tenha tido uma prévia sensibilização.
6- Efeitos idiossincrásicos: São reações diferentes da das reações geralmente esperadas associadas a
variações individuais geneticamente induzidas.
7- Efeito rebote: Ocorre quando a interrupção do uso da droga leva ao agravamento dos sintomas iniciais
da doença. Nesses casos, a retirada da droga deve ser lenta e gradual.
8- Síndrome da retirada: caracteriza-se pelo aparecimento de manifestações clínicas em decorrência da
suspensão brusca de um fármaco usado em doses terapêuticas por tempo prolongado.

EFEITOS INDESEJÁVEIS DAS DROGAS DE ABUSO

1- Tolerância: É uma condição que se caracteriza pela resposta diminuída de uma droga quando a mesma
está sendo usada continuadamente. Quando isso acontece, há a necessidade de aumentar
progressivamente as doses destas drogas para manter a intensidade dos efeitos iniciais, muitas drogas que
induzem à tolerância também induzem à dependência.

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2- Dependência: É a condição que se caracteriza pelo uso repetitivo de substâncias que produzem um estado
de bem-estar no organismo. Podendo ser de dois tipos:
2.a) dependência física: É a condição caracterizada por distúrbios físicos quando se interrompe
abruptamente a administração de uma droga.
2.b) dependência psíquica: É a condição caracterizada pelo desejo emocional ou mental de tomar a droga
para se sentir bem.
2.c) Síndrome de abstinência: Conjunto de sinais característicos que aparecem após a suspensão brusca de
uma droga utilizada em altas doses por tempo prolongado.

POSOLOGIA
1- Conceito: É a indicação da dose(quantidade) recomendada para o medicamento.
2- Dose: É a quantidade de medicamentos que se prescreve a um paciente para obtenção de determinados
efeitos.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS


É o caminho pelo qual uma droga é colocada em contato com o organismo. Sem dúvida, a substância tem que
ser transportada do ponto de entrada até a parte do corpo onde se deseja que ocorra sua ação (a menos que esse
local seja na superfície do corpo). As propriedades farmacocinéticas de uma droga (isto é, as propriedades
relacionadas a absorção, distribuição e eliminação) são bastante influenciadas pelas vias de administração.

Tipos de vias de administração


Administração Enteral: É o tipo de administração que ocorre no decorrer do tubo digestivo desde a boca até o
ânus, São elas:

1- Via Oral: É a via que permite a entrada do medicamento através da cavidade oral seguida de deglutição.
1.a) Vantagens:
- Via segura;
- Prática;
- Auto-administração (comodidade de aplicação)
- Mais econômica;
- Grande extensão de absorção.
1.b) Desvantagens:
- Ação moderada e lenta;
- Inativação pelos sucos digestivos;
- Formação de complexos insolúveis com alimentos;
- Fármacos que sofrem metabolismo de primeira passagem.
- Fármacos que são muito irritantes a mucosa digestiva;
- Não deve ser usado quando há êmese ou dificuldade de deglutição;
- Sabor e odor desagradável dificultam a deglutição.
1.c) Formas farmacêuticas: Comprimidos, cápsulas, drágeas, suspensões, emulsões, elixires, xaropes e
soluções.
2- Via Bucal: É a via que permite a introdução do medicamento na cavidade oral sem que haja deglutição.
Os fármacos administrados através dessa via apresentam um efeito local atuando sobre bochechas e
gengivas.
2.a) Desvantagem: Ação diluidora da saliva que dificulta o contato do fármaco com a mucosa oral.
2.b) Métodos de administração: Aplicação, fricção, instilação, irrigação, aerossol e bochecho.
2.c) Formas farmacêuticas: Dentríficios, colutórios (antissépticos bucais) e soluções para bochecho.
3- Via Sublingual: É a via que consiste na colocação do medicamento debaixo da língua para serem ab-
sorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos ali situados.
3.a) Vantagens:
-Absorção rápida de pequenas doses devido a rico suprimento sanguíneo e a pouca espessura da mucosa
absortiva;
-Não sofre metabolismo de 1ª passagem;
-Evita a inativação pelo suco gástrico;
-Retenção do fármaco por tempo maior;

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-O fármaco absorvido passa diretamente a corrente circulatória. 3.b)Desvantagem: Pouca disponibilidade


farmacêutica
3.c) Formas farmacêuticas: Comprimidos que devem ser totalmente dissolvidos ela saliva, não podem ser
deglutidos. Ex: Isordil (vasodilatador).
4- Via Retal: Consiste na colocação do medicamento através do reto. A via retal é utilizada quando a
ingestão não é possível por causa de vômitos ou porque o paciente se encontra inconsciente. É usada
também em crianças pequenas que não sabem deglutir.
4.a) Vantagens:
- Evitar metabolismo de 1ª passagem;
- Absorção rápida.
4.b) Desvantagens:
- Incomodidade de administração;
- Possibilidade de irritação na mucosa e absorção errática.
4.c) Métodos de administração: Aplicações e enemas.
4.d) Formas farmacêuticas: Soluções, suspensões e supositórios.
5- Administração Parenteral: É o tipo de administração que ocorre fora do tubo digestivo e apresenta
efeitos sistêmicos. Podendo ser diretas ou indiretas.

Vias Diretas
1- Via Intravenosa: Consiste na via em que o medicamento é colocado diretamente na corrente sanguí- nea
através de uma veia.
1.a) Vantagens:
- Efeito imediato;
- 100% de biodisponibilidade;
- Indicação em emergências médicas e em presença de baixo fluxo sanguíneo periférico (choque);
- Infusão de substâncias irritantes;
- Infusão de grandes volumes;
- Permite o controle da dose (níveis plasmáticos previsíveis)
1.b) Desvantagens:
- Necessidade de assepsia e pessoa treinada;
- Incomodidade para o paciente;
- Menor segurança, efeitos agudos e intensos podem ser adversos;
- Maior custo de preparação;
- Efeitos locais indesejáveis(flebite, infecção, trombose);
- Risco de embolia;
- Reação anafilática;
- Choque pirogênico
- Impróprio para substâncias insolúveis e oleosas.
1.c) Métodos de administração: Injeções e infusão contínua.
1.d) Formas farmacêuticas: Soluções aquosas puras.
2- Via Intradérmica: É a via pela qual o medicamento é injetado na derme. Esta via permite a administração
de pequenas quantidades, por isso é utilizada somente para testes diagnósticos, alérgicos(tuberculina) e
para vacinação. Esta via proporciona efeito local.
2.a)Desvantagens:
- Propicia início de efeito mais lento que por via cutânea;
- Emprego de pequenas quantidades do fármaco.
2.b) Métodos de administração: Injeção ou raspado da epiderme. 2.c) Formas farmacêuticas: Soluções.
3- Vias Subcutânea e Submucosa: Estas vias abrangem, respectivamente, as áreas abaixo da pele(derme)
e mucosas. Emprega-se pouca quantidade de fármaco e esta via proporciona efeito sistêmico do fármaco.
3.a) Vantagem:
- A absorção lenta propicia um efeito persistente que pode durar até semanas. 3.b) Desvantagens:
- Inadequada para grandes volumes ou substâncias irritantes;
- Propicia início de efeito mais lento;
- Efeitos adversos: dor local, abscessos estéreis, infecções e fibroses.

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3.c) Métodos de administração: Injeção com agulha de bisel curto e implante de substâncias sob a pele (sob
a forma sólida pellet).
3.d) Formas farmacêuticas: Soluções, suspensões e pellets.
4- Via Intramuscular: consiste na via que permite a introdução do fármaco diretamente no músculo
ultrapassando a pele e o tecido subcutâneo.
4.a) Vantagens:
- É mais segura do que a intravenosa;
- Adequada para volumes moderados, veículos aquosos, não-aquosos(oleosos) e suspensões;
- Permite a infusão de substâncias irritantes;
- A absorção depende do fluxo sanguíneo local e o grupo muscular utilizado;
- Alguns fármacos fazem depósito no músculo promovendo concentrações plasmáticas terapêuticas
prolongadas como, por exemplo, a Penicilina G benzatina (3 a 4 semanas).
4.b) Desvantagens:
- Efeitos adversos locais: dor, desconforto, dano celular, hematoma, abcessos estéreis ou sépticos e
reações alérgicas.
4.c) Métodos de administração: Injeção profunda, para que ultrapasse a pele e o tecido subcutâneo. Usar
agulha de bisel longo.
4.d) Formas farmacêuticas: Soluções aquosas, oleosas e suspensões.
5- Via Intra-arterial: É a via que consiste na aplicação do medicamento diretamente na veia, É raramente
empregada, quer seja pelas dificuldades técnicas em aplicá-la, quer seja pelos riscos que oferece. A
justificativa de uso tem sido obter altas concentrações locais de fármacos, antes de ocorrer sua diluição
por toda circulação. É usada em cateterismo, arteriografias e angioplastias.

Vias Indiretas
1- Via Cutânea: Esta via consiste na aplicação do medicamento para efeitos tópicos(locais) e sistêmicos. A
absorção depende de área de exposição, difusão do fármaco na derme (alta lipossolubilidade), temperatura
e estado de hidratação da pele.
1.a) Métodos de administração: Aplicação, fricção e banhos
1.b) Formas farmacêuticas: Soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, unguentos, geleias e adesivos sólidos
(absorção transcutânea e efeitos sistêmicos).
2- Via respiratória: Consiste na via que compreende a administração do fármaco desde a mucosa nasal até
os alvéolos.
2.a) Vantagens:
- Pode ser usada para efeitos locais ou sistêmicos (anestésicos inalatórios);
- Administração de pequenas doses com rápida ação e poucos efeitos adversos sistêmicos.
2.b) Desvantagens:
- Pode levar a irritação da mucosa;
- Pode ocorrer perda de efeito por decomposição de partículas inaladas na via aérea superior ou
impedimento da progressão ao trato respiratório inferior devido às secreções.
2.b) Métodos de administração: Inalação por nebulização ou aerossóis.

USOS TERAPÊUTICOS DOS MEDICAMENTOS

Analgesia e Anestesia
1- Analgésicos: São medicamentos usados para aliviar a dor. O efeito analgésico é devido à inibição da
produção local de prostaglandinas, mediadores da inflamação. Estas prostaglandinas, se forem
produzidas, vão sensibilizar as terminações nervosas locais da dor, que será iniciada por outros
mediadores inflamatórios como a bradicinina. Ex: AAS, paracetamol, dipirona, etc.
2- Antitérmicos: São medicamentos de agem abaixando a temperatura corpórea. Elas agem inibindo a
síntese de prostaglandinas que em excesso provoca o aumento da temperatura corporal. Ex: AAS,
paracetamol, dipirona, etc.
3- Antiespasmódicos: são medicamentos que combatem os espasmos. Espasmos são concentrações
dolorosas de alguns músculos de nossos órgãos abdominais (estômago, intestino, rins, vesícula biliar e
útero). Ex: Buscopan.

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4- Anestésicos Gerais: São fármacos que produzem analgesia, perda de consciência, relaxamento muscular
mediante a ação depressora do SNC. Ex:Halotano, Éter, Óxido Nitroso (anestésicos por inalação) e
Tiopental, Fentanila. Alfentanila, Remifentanila (anestésicos intravenosos).
5- Antiinflamatórios Não-esteroidais (AINES): São fármacos que inibem a inflamação através da inibição
de síntese de prostaglandinas, já que estes mediadores são importantes em quase todos os fenômenos
associados à inflamação, como vasodilatação, dor e atração de mais leucócitos ao local atingido pelo
processo inflamatório. Ex: Diclofenaco, Ibuprofeno, Nimesulida, AAS, Piroxicam, Ácido Mefenâmico,
etc.
6- Antiinflamatórios Esteroidais ou Corticóides: São medicamentos dotados de efeitos anti-inflamatórios
e imunossupressores mais potentes que os AINES, mas que apresentam também maior incidência de
efeitos colaterais. São muito utilizados para fenômenos alérgicos. Ex: Dexametasona.
7- Analgésicos Opioides: São fármacos narcóticos que produzem profundos efeitos de analgesia, sonolência
e mudanças de disposição de ânimo. Como as mudanças de humor podem ser agradáveis, criam um
potencial para o abuso desses agentes (tolerância e dependência). Ex: Morfina, Codeína, Heroína e
Metadona.

Cardiovascular
1- Cardiotônicos: São fármacos que tem efeito tônico sobre o coração, ou seja, aumentam a força contrátil.
Podem ser esteroides glicosídicos digitálicos, simpatomiméticos (adrenérgicas), ou ainda outras drogas,
sendo usados após infarto do miocárdio, cirurgia cardíaca, no choque, ou na insuficiência cardíaca
congestiva. Ex: Digoxina (digitálicos cardiotônicos).
2- Diuréticos: São fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles
depletam os níveis de água e cloreto de sódio sanguíneos, sendo usados no tratamento da hipertensão
arterial, insuficiência renal, insuficiência cardíaca ou cirrose do fígado. Ex: Furosemida,
Hidroclorotiazida e Espironolactona.
3- Anti-hipertensivos: São os fármacos usados no tratamento da hipertensão arterial. Ex: Captropil.

Digestivo
1- Antiácidos e antiúlcera: São fármacos que removem ou neutralizam ácido do conteúdo gástrico a assim
aliviam a dor. Ex: Cimetidina, Omeprazol e Hidróxico de alumínio.
2- Antidiarréicos (Constipantes): São medicamentos que diminuem a freqüência das evacuações e que
aumentam a consistência das fezes. Ex: Difenoxilato, Loperamida e Racecadotrila.
3- Digestivos: São fármacos que auxiliam o processo de digestão no trato gastrintestinal. Ex: Alcachofra e
Boldo.
4- Antieméticos: São fármacos que impedem ou aliviam a náusea e o vômito. Ex: Bromoprida,
Domperidona e Metoclopramida.
5- Laxantes (catárticos ou purgantes): São fármacos que facilitam a eliminação de fezes. Ex: Agar, Sene,
Fenolftaleína, Óleo mineral, Óleo de rícino, etc.

Psiquiatria
1- Antidepressivos: São medicamentos utilizados no tratamento de pessoas com sintomas de transtorno
depressivo. Ex: Fluoxetina.
2- Psicoestimulantes: São drogas que agem estimulando as funções do SNC. Ex: Cafeína, Cocaína e
Anfetaminas.
3- Sedativos e Ansiolíticos: São drogas sintéticas usadas para diminuir a ansiedade e a tensão. Ex:
Diazepam.

Antibióticos
São medicamentos utilizados na Medicina para a luta contra infecções bacterianas (causados por bactérias).
Seu uso indiscriminado e sem controle médico faz com que surjam cepas de bactérias resistentes a estas drogas,
sendo necessária a descoberta constante de novas drogas mais eficazes. O tratamento de infecções virais
(provocadas por vírus) é ineficaz por antibióticos.
Os principais grupos de antibióticos são:
1- Penicilinas: Foi o primeiro grupo a ser descoberto.Ex: Penicilina, Ampicilina, Amoxicilina, etc.

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2- Cefalosporinas: São antibióticos resistentes à enzima betalactamase(prouzidas por bactérias para des-
truir o antibiótico).Ex: Cefalotina, Cefalexina, Cefaclor e etc.
3- Aminoglicosídeos: São antibióticos naturais que contém em sua molécula dois ou mais açúcares. São
potencialmente tóxicos e são todos de uso injetável. Ex: Amicacina, Gentamicina, Tobramicina, etc.
4- Macrolídeos: Podem ser usados como bacteriostáticos e bactericidas de acordo com sua concentração,
densidade bacteriana e fase de crescimento. Ex: Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina, etc.

VITAMINAS
São nutrientes muito importantes para o funcionamento do corpo e para a proteção contra numerosas doenças.
Não podem ser sintetizadas pelo homem, pelo menos em quantidades apreciáveis. A falta de vitaminas facilita
o aparecimento de doenças e o mau funcionamento do organismo (provocando as avitaminoses). O excesso
também traz problemas e é chamado de hipervitaminose; os humanos precisam de 13 vitaminas diferentes. As
vitaminas podem ser classificadas em dois grupos de acordo com sua solubilidade:

1- Vitaminas Lipossolúveis: São vitaminas solúveis em gorduras e sua absorção é feita junto à da gordura,
podendo acumular-se no organismo alcançando níveis tóxicos. São as vitaminas A, D, E e K.
2- Vitaminas Hidrossolúveis: São vitaminas solúveis em água e consistem nas vitaminas presentes no
complexo B e a vitamina C. Essas não são acumuladas em altas doses no organismo, sendo eliminada
pela urina. Por isso se necessita de uma ingestão quase diária para a reposição dessas vitaminas. Algumas
vitaminas do Complexo B podem ser encontradas como cofatores de enzimas, desempenhando a função
de coenzimas. São elas:
2.a) Tiamina (vitamina B1)
2.b) Riboflavina (vitamina B2)
2.c) Ácido pantotênico (vitamina B5)
2.d) Vitamina B6 (piridoxina, piridoxamina e piridoxal)
2.e) 2.e) Ácido fólico
2.f) Cobalamina (vitamina B12)
2.g) Ácido ascórbico (vitamina C)
2.h) Biotina (vitamina BH)
2.i) Niacina (vitamina PP)
Apesar de precisarem ser consumidas em pequenas quantidades, se houver deficiência de algumas vitaminas,
estas podem provocar doenças específicas, como beribéri, escorbuto, raquitismo e xeroftalmia.

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COMO ORGANIZAR UMA FARMÁCIA

Critérios básicos de organização


Para organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que tornam mais eficiente e prático o trabalho
do balconista. Toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que envolvem diferentes fabricantes e
diversas apresentações, o que torna fundamental a organização de prateleiras e gavetas para facilitar a procura
de cada remédio.
Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia. Ela começa pela separarão dos
medicamentos e outros produtos de acordo com o laboratório, a ordem alfabética do medicamento e o grupo
ou seção em que ele se enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento. A farmácia,
portanto, possui vários grupos e seções que podem ser divididos em:
1- Seção ou grupo de comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilhas e pílulas.
2-Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais.
3- Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as geleias, os elixires, sprays, gotas, xaropes.
4- Seção de cremes, pomadas, unguentos, supositórios, óvulos, bastões, inaladores, pós, granulados e
caliciadas.
5- Seção ou grupo de envelopes de comprimidos ou pós que vêm em embalagens múltiplas e que podem ser
comercializados de forma avulsa. Estes produtos são usualmente guardados em gavetas e na parte externa
delas coloca-se uma etiqueta que identifica o produto.
6- Seção ou grupo de medicamentos que têm venda controlada, como psicotrópicos e entorpecentes. Estes
remédios normalmente estão agrupados no fundo da farmácia, próximo à gerência, para maior controle
de suas vendas.
Existem farmácias ou drogarias que separam os produtos de alta rotatividade, como vitaminas, analgésicos,
antigripais, que são mais conhecidos pela população e tem maior saída.
Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos também possuem
prateleiras próprias.

Outros métodos de organização


Outra forma de organização da prateleira é manter por ordem alfabética e por seções, porém agrupando os
medicamentos de acordo com os laboratórios fabricantes, que normalmente têm uma padronização na
embalagem e cor.
Neste caso, se o balconista conhece o laboratório que produz o medicamento é mais fácil identificar o remédio
na prateleira. Há farmácias ou drogarias que agrupam os medicamentos somente em ordem alfabética.
Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correia organização das farmácias e drogarias. Nas
drogarias os medicamentos comercializados estão sempre nas suas embalagens originais. Já nas farmácias
existem fórmulas que são manipuladas em seus próprios laboratórios e são organizadas de acordo com o tipo
de fórmula e encomenda dos clientes.
As farmácias de hospitais adotam critério diferenciado na sua forma de organização. Os medicamentos são
agrupados segundo a sua apresentação e especialidade. No caso dos analgésicos, por exemplo, os comprimidos
ficam de um lado e os analgésicos em gotas de outro.

Quem é o Farmacêutico, o Balconista e a sua Equipe de Trabalho?

Muitas vezes as pessoas confundem os nossos colegas de trabalho (Atendentes de Balcão ou


Balconistas) com o Farmacêutico. Estes profissionais são a nossa equipe de trabalho, porque é humanamente
impossível, em uma drogaria o farmacêutico dar conta de atender a todos os clientes que compram na empresa
e realizar todas as atividades necessárias para o bom funcionamento da empresa.
A equipe de trabalho em uma drogaria deve trabalhar em consonância com a legislação vigente e
principalmente com a consciência de que trabalham em um Estabelecimento de Saúde. Sendo assim, o
Farmacêutico tem o importante papel de transmitir seu conhecimento por meio de treinamentos e orientações,
conscientizando sua equipe da importância do seu trabalho ao dispensar os medicamentos para a
população em geral.
O Atendente ou Balconista é um membro muito importante da equipe de trabalho, pois é o colaborador que
aborda o cliente a cada compra de medicamento, ajudando o farmacêutico na hora da dispensação e que o

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acompanha na assistência farmacêutica; que cuida da conservação da loja e de seus produtos; e é responsável
pelo controle de estoque e das datas de validade, entre outras atribuições.

Sob a supervisão do farmacêutico, o balconista está apto a…


• Dispensar medicamentos e produtos para a saúde;
• Participar da assistência farmacêutica, orientando os clientes sobre o uso de medicamento e atitudes
para a manutenção da sua saúde;
• Participar das ações relacionadas ao uso racional de medicamentos e automedicação;
• Interpretar prescrições e receitas, identificando as necessidades do cliente;
• Orientar os clientes sobre cosméticos e outros produtos para a saúde, auxiliando na sua escolha;
• Mediar a relação entre o cliente e o farmacêutico de acordo com as necessidades individuais para a
prestação do serviço de atenção farmacêutica;
• Garantir as boas práticas de recebimento, conferência, armazenamento, estocagem, exposição, entrega
e descarte de medicamentos e outros produtos;
• Manter as condições de limpeza e armazenamento de cada produto;
• Organizar os medicamentos e outros produtos de acordo com os procedimentos da empresa, exigências
da legislação e ações de marketing;
• Observar o prazo de validade dos produtos e seguir os procedimentos corretos para sua retirada;
• Participar do controle de estoque observando a saída dos produtos, identificando alterações da
movimentação e aumento da demanda;
• Participar da fidelização de clientes por meio da comunicação adequada, identificação de suas
necessidades, expectativas e colaboração em ações promocionais. (3)

Em uma Farmácia Comunitária seja ela pública ou privada temos como Equipe de Trabalho as pessoas que
trabalham no setor financeiro, na limpeza, no estoque, na gerência, setor de compras, entregas, segurança além
do atendimento ao cliente e dispensação efetuados pelos Balconistas e Farmacêutico.
A harmonia entre esta Equipe proporciona o melhor atendimento ao cliente e estabelece as Farmácias
Comunitárias como Estabelecimentos de Saúde que agregam dimensões comerciais, sanitárias, técnicas e
sociais no Brasil.

ATENDENTE E BALCONISTA: O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE

O balconista de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso
pode e deve sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de produtos
que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não são comercializados.
A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do balconista. É importante observar se os
preços etiquetados estão correios e legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do produto,
e principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda observar sempre as
necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo atendidas prontamente.
Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar mercadorias, ter conhecimento dos
medicamentos que estão sendo vendidos e os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita
e atualizar-se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do balconista e
ajudam, em muito, a organização de uma farmácia.

O elo entre a farmácia e o consumidor


Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade. No caso do
balconista de farmácia este aspecto é muito importante, já que este profissional tem que atuar como “relações
públicas” da farmácia onde trabalha, representar a própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor.
Toda empresa comercial tem como objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a
gentileza no atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o balconista.
O balconista é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com quem ele entra em
contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar sempre
um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.

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Outro aspecto importante e que deve observado é das mãos e unhas, não só pela questão estética, mas
principalmente pela higiene que se deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do
balconista estão permanentemente no foco de atenção dos clientes.

Paciência e dedicação
Existe um antigo ditado popular que diz que “o cliente sempre tem razão” e mesmo que isso não seja totalmente
verdade é importante que o balconista não esqueça que este ditado resume uma regra básica na relação de
compra e venda.
Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo.
Neste caso o balconista deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até
mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará desarmado e até mesmo sem ação.
Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra situação deve ser um dos lemas do balconista até mesmo
para se desvencilhar de um cliente que gosta de “esticar a conversa” no balcão. Como ele pode estar
atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes
sejam atendidos.
É fundamental nunca perder a paciência e sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o seu trabalho
gira em torno dele e para ele.

A arte de atender
Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o balconista deve ser amável no contato com o consumidor
para que ele se sinta bem atendido e volte outras vezes.
Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua necessidade imediata,
mas estar sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível. O balconista
de f armada exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à disposição para venda são na
verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde
do consumidor.

Recursos promocionais
Além da habilidade do balconista no atendimento ao consumidor, as farmácias ou drogarias se utilizam muito
de recursos promocionais par a chamar a atenção do cliente.
As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente, são usadas para colocar produtos da
linha de perfumaria e cosméticos, os produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal
para destacar e promover as vendas. Em displays, sobre os balcões, ficam os produtos homeopáticos.
Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no preço de algumas mercadorias,
cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal -para atrair os clientes e aumentar a comercialização de
produtos em geral. existem ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

A ética no atendimento
O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de produto que está vendendo. É
importante, na hora do atendimento, vender ao cliente remédios que têm credibilidade no mercado.
Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que
comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão
dentro do controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto
que está comercializando são muito importantes para efetivar uma venda.
O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade Através de uma receita médica apresentada
pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e
até mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela
sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que a pessoa que está sendo
atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais transmissíveis são um exemplo típico de
constrangimento.
Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir sigilo, que vão desde a venda de
absorventes e preservativos até remédios que implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar
situações deste gênero é respeitar antes de tudo sua profissão.

A importância da informação

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O balconista já sabe a importância da ética profissional no atendimento ao cliente. Para seguir a ética
profissional e comercial e vender corretamente os produtos, o balconista precisa se informar constantemente
sobre fórmulas, bulas, indicações e contraindicações dos medicamentos. Leras bulas dos remédios, prestar
atenção nos tipos de medicamentos e nos nomes dos laboratórios fabricantes destes produtos irá facilitar e
valorizar ainda mais o seu trabalho junto ao cliente. Quanto mais você conhecer sobre os produtos que está
vendendo, mais consciência terá da importância do seu trabalho.

O TRABALHO DO BALCONISTA

O balconista de uma farmácia é um profissional a quem compete, com a supervisão de um farmacêutico


ou do auxiliar de farmácia, executar as tarefas de organização do ambiente de trabalho e atendimento dos
fregueses.
Em casos especiais, o balconista pode se encarregar da mistura e preparo dos produtos não medicinais com a
supervisão do farmacêutico.
A agilidade do balconista é a grande aliada para o atendimento mais eficiente. Se a farmácia em que você
trabalha não aplica injeções e não faz curativos, é importante que o cliente que solicita este tipo de serviço seja
informado do motivo da impossibilidade de atendê-lo. Indique neste caso um local mais próximo que possa
atender a necessidade imediata da pessoa. Ela ficará grata pela orientação e vai lembrar que pode contar com
você quando precisar de ajuda.
Se o cliente quer um remédio e a farmácia não o tem no momento, você deve anotar o nome do medicamento
e se comprometer a atender o pedido o mais breve possível.
Existem outras situações em que o balconista precisará de muita habilidade para vender. Independentemente
do tamanho da loja, da publicidade que foi feita e de outros investimentos, com certeza as vendas só irão
crescer se você desempenhar corretamente suas funções.

COMPRAS POR IMPULSO


Todos nós já presenciamos situações, em nosso dia-a-dia, quando um consumidor entra em nosso
estabelecimento e, após ser abordado por um atendente, disse que só deu uma passadinha por ali ou que só
estava olhando, por fim encontrou certo produto que, por estar bem destacado e ser atraente, conseguiu “seduzi-
lo”.
Interessante é que aquele cliente com ares de quem não ia levar nada acabou comprando. Isso aconteceu por
acaso? É claro que não. Ele foi induzido à compra, pelo destaque e apresentação do produto, e, especialmente,
pela capacidade de conquista e sedução empreendida por todos os funcionários que planejaram essa condição
e usaram estratégias para provocar aquela necessidade de compra.
Diariamente, muitas pessoas saem de casa com uma vontade enorme de comprar e até sabem o que é. Já
visualizaram o produto, têm a perfeita ideia e a maior parte das características estão registradas na sua mente.
Apenas não se depararam com aquele sonho. A vontade já está latente há certo tempo. A intenção é mais forte
que a razão e esta não tem força suficiente para convencer o pretendente a economizar ou direcionar o dinheiro
para alguma prioridade. O mais gratificante é que ele já se encontra diante de você. Nesse momento, e com
certeza, você já deve estar preparado para assisti-lo e... conquistá-lo.
Antevendo essa possibilidade e já sabendo que a cada dia aumenta o número de compradores por impulso, que
todos os funcionários de farmácia ou drogaria devem estar treinados e preparados para atingi-los e bem. Deixe
bem expostos produtos abertamente comercializáveis. Atente, permanentemente, para a disposição deles nas
prateleiras e gôndolas, observe se suas embalagens estão bem apresentáveis, se por formatos, tamanhos e cores
estão bem convidativos, além de outras condições que cada empresa considerar relevantes.
Aproxime produtos afins, por exemplo:
• fraldas/mamadeiras/chupetas/produtos de higiene infantil, etc;
• absorventes/demais produtos de higiene íntima, dentre outros;
• desodorantes/produtos para barbear/preservativos, e assim sucessivamente.
Use e abuse de sua criatividade. Observe o trabalho e técnicas de vitrinistas e dos promotores de supermercados
e ative sua inventividade.
Não é a vitrine que vende? Se determinada roupa estivesse isolada, sem nada mais associado a ela, estaria
atraindo tanto quanto as que se encontram nesses espaços chamando consumidores para aquele “namoro” de
comprador?

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Há pessoas que ficam horas e, ainda, voltam nos dias posteriores para namorar vitrines e, finalmente, compram.
Essa tendência vai preparando o vendedor para conquistar e encantar o cliente. Se ele entrar, então, perceba o
comportamento dele pela fala: “eu quero ver...” e basta apresentar algumas qualidades desse pedido e aquele
“o senhor ou a senhora escolheu muito bem” e pronto, a compra está certa. Aproveite o momento para sugerir
algo e informar as novidades. Deixe o cliente estimulado a comprar ou preparado para futuras compras.
É necessário agir rápido e deixar o estabelecimento pronto para essa permanente situação. Antes de
simplesmente espalhar os produtos pela drogaria ou farmácia, perguntem-se:
• Que produtos poderão e estarão disponíveis?
• Como torná-los mais sugestivos aos clientes?
• Onde colocá-los e de que forma para melhor atrair clientes?
• Em que quantidade e quantas vezes ao dia será feita a reposição?
• Quem fará as reposições e que registros fazer para melhor controlar e mesmo para identificar os maiores e
melhores “giros”?
Para que se atinja o objetivo pretendido é fundamental CRITÉRIOS E CUIDADOS
1. Identificar os locais mais atraentes. Muitas empresas instalam as gôndolas junto aos caixas ou o mais
próximo deles.
2. Sugere-se colocar pequenas quantidades de produtos nas gôndolas.
3. Organizar nas gôndolas os produtos para estarem na altura do olhar do cliente adulto e do consumidor
infantil.
4. Treinar um funcionário para reposição. Pelo giro e lucro será que não compensa? Ele deverá, ainda,
receber ou solicitar sugestões e anotá-las.
5. Colocar em evidência, também, certos produtos mais caros, porém separados e protegidos.
6. Cuidado com os caminhos estreitos, apertados e avolumados que, em vez de atrair clientes para com-
pras, incomodam-nos.
7. Distanciar as gôndolas, a pelo menos um metro entre si, para possibilitar a visualização dos clientes e
atraí-los ao interesse de compra.
8. Avaliar, constantemente, todos os procedimentos e em equipe decidir o que é melhor para solucionar
situações inadequadas e aproveitar as sugestões dos clientes.
Os resultados serão muito positivos se todos estiverem preparados, entusiasmados, decididos e interessados
em realizar um trabalho para melhor atender e entender os clientes na solução de suas necessidades e criar
formas diferenciadas de tratamento.

BULA: APRENDA A CONHECÊ-LA

Todos nós já olhamos uma bula de um medicamento. Mas sabemos o que ela contém? vamos tentar
traduzi-la. A palavra bula vem do latim e quer dizer selo, oval ou circular, com o nome ou imagem de seu
dono, usado em documentos oficiais. Com o tempo bula passou a significar o próprio documento em que era
posto o selo. A bula de um medicamento é um documento com informações diversas sobre este medicamento.
É composta de vários tópicos. Vejamos os principais:

Nome do Medicamento:
Aqui encontramos o nome genérico, que é o nome comum, pelo qual o medicamento é conhecido como
substância isolada, sem levar em conta o fabricante.
Esse nome é dado de acordo com a DCB (Denominação Comum Brasileira). Também encontramos aqui o
nome comercial, que é o nome dado pelo fabricante, de acordo com critérios próprios.

Formas e Fórmulas:
Forma farmacêutica é a forma que o medicamento apresenta, por exemplo: cápsula, drágea, xarope, suspensão
etc. Fórmula farmacêutica, também chamada de composição, diz o que contém cada medicamento, ou seja,
cada um dos componentes e em que quantidade.
Por exemplo:
-Diclofenaco potássico
-Drágeas de 50 mg - embalagem com 10 unidades.

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-Drágea é a forma farmacêutica e 50 mg é a dosagem que a drágea apresenta. Podemos dizer que a drágea
contém 50 mg de princípio ativo.
-Gotas
-Diclofenaco potássico - 15 mg/ml
A forma farmacêutica é solução (no caso em gotas) e a fórmula é o nome do princípio ativo e sua respectiva
dosagem.

Informações ao paciente:
São orientações a serem dadas ao usuário do medicamento, como: prazo de validade; onde guardar o
medicamento (geladeira, ao abrigo da luz etc); manter o medicamento longe do alcance de crianças etc.

Informações Técnicas ou Ações ou Propriedades:


Indicam a ação que o medicamento causará no organismo, grupo farmacológico etc.
Por exemplo: o diclofenaco potássico é um anti-inflamatório não esteroide. Esta colocação indica o grupo
farmacológico. Possui ação analgésica, antipirética e anti-inflamatória; age inibindo a biossíntese de
prostaglandinas. Indica a ação do medicamento no organismo.

Indicações:
Para quê, em que casos deve-se usar este medicamento. Esse medicamento deverá ser utilizado em casos de
febre, mal-estar e cansaço.

Contraindicações:
Indicam problemas, sintomas, doenças que, se o paciente apresenta antes do uso do medicamento, não deverá
fazer uso dele.
Por exemplo: contraindicação em pacientes que apresentam úlcera péptica e em pacientes com
hipersensibilidade ao medicamento. Ou seja, pacientes que tenham estes problemas, não deverão utilizar-se
deste medicamento.

Precauções:
São cuidados que se deve tomar durante o uso do medicamento
Por exemplo: recomenda-se ingerir com água; evitar bebidas alcoólicas, suspender o tratamento, se houver
hemorragia.

Reações Adversas:
São efeitos que podem ocorrer após o uso do medicamento
Por exemplo: distúrbios gastrointestinais; cefaleia, erupção cutânea.

Interações Medicamentosas:
São problemas que pode ocorrer, quando se administram dois medicamentos ao mesmo tempo ou, por algum
motivo, eles se encontram dentro do organismo.
Por exemplo: o uso de diclofenaco sódico com digoxina aumenta a concentração de digoxina no sangue. O
diclofenaco associado aos antidiabéticos orais e insulina, diminui a atividade antidiabética.

Posologia:
Indica qual a dose do medicamento a ser administrada. Alguns citam a dose máxima diária, que nunca deve
ser ultrapassada.
Por exemplo:
Adultos: a dose inicial é de 100 mg. As doses subsequentes devem ser de 50 mg, de 8/8 horas. Dose máxima:
200 mg/dia
Crianças: a dose é de 0,6 a 1,8 mg/kg/dia a ser administrada de 8/8 horas. Significa que a criança, por exemplo,
com 10 kg deverá tomar de 6 a 18 mg do medicamento por dia. Como irá tomar de 8/8 horas, deverá tomar em
cada horário de 2 a 6 mg.

Superdosagem:
Indica o que fazer no caso de uma intoxicação.

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Por exemplo: não provocar vômito; procure um médico; os sinais de superdosagem são náuseas e vômitos.

Nome do Fabricante:
Consta o nome, endereço, CGC, registro no Ministério da Saúde e o nome do farmacêutico com seu registro
no Conselho Regional de Farmácia.
Todo medicamento deve ter o registro no Ministério da Saúde. Este número indica que este medicamento está
de acordo com os preceitos do ministério e sujeito à fiscalização da Vigilância Sanitária. Produtos sem este
registro, existem de forma irregular, não devendo ser utilizados.

Conclusão:
Todos leem a bula. O que a maioria não sabe é que existem erros nelas. Alguns produtos não trazem todas as
informações ou as trazem incompletas. Podemos dizer que não existem medicamentos sem efeitos colaterais.
Porém, algumas bulas não os trazem.
Por exemplo: é impossível que dois medicamentos, de laboratórios diferentes, mas com o mesmo princípio
ativo: um apresente uma bula com muitas informações e o outro não.

ORIENTAÇÃO AO PACIENTE

Quando atendemos um paciente no balcão da farmácia, devemos orientá-lo quanto ao uso e guarda dos
medicamentos. Essas orientações devem ser transmitidas mesmo que o paciente não solicite, pois às vezes ele
desconhece a existência de tais orientações. Assim sendo, ao vendermos um medicamento devemos:

Orientações no balcão da farmácia:


1- Conferir com o paciente todo medicamento solicitado, com a respectiva receita;
2- - Orientar o paciente quanto à utilização do medicamento, informando qual a dose a ser administrada,
em que horário etc;
3- - Orientar quanto à guarda dos medicamentos em casa.

Orientações quanto à guarda e utilização de medicamentos em casa:


1- Ao chegar em casa, guarde os medicamentos em local apropriado. Na maioria das vezes deve ser
guardado em local fresco e arejado. Isso quer dizer: local com temperaturas amenas, sem umidade e
com circulação de ar, sem abafamento. sendo assim, não devemos guardar medicamento no banheiro,
que é um local que recebe umidade do banho e, muitas vezes, abafado. Também não devemos guardar
medicamentos em cima da geladeira, pois, esta recebe o calor do motor (tem gente que até seca tênis
atrás da geladeira). E na janela da cozinha? Nem pensar! O sol também altera os medicamentos, sem
falar no calor. Alguns medicamentos devem ser guardados em geladeira. Isso significa que os
medicamentos devem ser guardados dentro da geladeira, nas prateleiras superiores (não os guardar na
porta da geladeira, nem no congelador).
2- Se existem crianças em casa ou se o paciente recebe visitas de crianças, eles devem guardar dos
medicamentos em local trancado ou, pelo menos, inacessível a elas. As crianças são curiosas e não
têm sendo de período para medicamentos. O maior número de intoxicação ocorre em crianças.
Devemos estar atentos.
3- Se o paciente comprar vários frascos do mesmo medicamento, deverá abrir uma embalagem de cada
vez, não retirando o medicamento da embalagem original, assim preservando o número do lote e
validade do medicamento.
4- No caso do medicamento líquido, tomar cuidado para que a boca do frasco não fique suja. Se por acaso
o líquido escorrer, deve-se limpar o frasco, impedindo que o rótulo se estrague, ficando ilegível.
5- No caso de pomadas e cremes, deve-se limpar o bico da bisnaga, antes de fechá-lo.
6- Ter sempre atenção ao prazo de validade do medicamento, nunca tomando medicamento vencido,
mesmo que tenha vencido há pouco tempo. O medicamento vencido pode não ter ação e se já estiver
alterado irá fazer mal à saúde.
7- Não ingerir medicamentos com bebidas alcoólicas.
8- Não misturar medicamentos, por exemplo, dois xaropes no mesmo recipiente ou colher, ou dois
medicamentos na mesma seringa, a não ser que tenha sido solicitado pelo médico.

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9- Respeitar o horário de administração do medicamento. Se é para ser dado de 6/6 horas, não se deve
pular o horário da noite ou readaptá-lo à conveniência do paciente. Essa atitude atrapalha o tratamento.
Se o medicamento é para ser dado após as refeições, não o tomar em jejum.
10- Se o paciente perceber alguma alteração de cor, sabor ou precipitação no medicamento, procure
orientação e não administre o medicamento.
11- Se o medicamento for uma suspenção, agitar durante, pelo menos, um minuto e administrar ao paciente
em seguida.
12- Não recolocar o medicamento no frasco. Se o paciente retirar uma quantidade de medicamento maior
que a quantidade a ser utilizada (no caso de líquidos e pomadas), o restante deverá ser descartado.
13- usar sempre medidas-padrão, ou seja, as colheres e copos-medida que acompanham os frascos. As
colheres e copos caseiros não apresentam exatidão na medida.
14- Não quebre drágeas nem abra as cápsulas.
15- Não encostar o frasco de colírio no olho, nem bisnaga de pomada oftálmica. Contamina o
medicamento.
16- Não encostar a bisnaga de pomada ou creme em lesões. Retirar parte do medicamento e, então, aplicar
no local indicado.
17- Nunca alterar a dose prescrita. Por exemplo, se a prescrição é de 4 vezes ao dia, não administrar 2 ou
6 vezes. Se a prescrição é de 2 comprimidos, não tomar somente um.
18- Em caso de dúvida, não administrar o medicamento. procure o farmacêutico ou médico.

O paciente bem orientado é um paciente satisfeito. Assim, estaremos cumprindo a nossa função, que não é
somente de vender medicamentos e com certeza esse paciente voltará outras vezes para novas compras.

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LEGISLAÇÃO

Conhecer a legislação não deve ser para o profissional de farmácia, uma atividade cansativa e
desinteressante. Ao contrário, estar por dentro da legislação específica da nossa atividade trará, no dia-a-dia,
confiança e certeza de estar realizando um trabalho de qualidade.
Aspectos importantes a saber, tratam da regulamentação dos genéricos, regulamentação técnica para
assistência farmacêutica na farmácia e drogaria, aquisição, armazenamento, conservação e dispensação
(fornecimento) de produtos industrializados, entre outros. A lei trata também das condições gerais e específicas
para a estrutura física (instalações) e equipamentos, determina que a admissão dos funcionários deve ser
precedida de exames médicos, citando também a questão da higiene pessoal, uniformes para o trabalho, etc.
Quando discorre sobre a aplicação de injetáveis, serviço que o estabelecimento poderá (ou não) manter é dito
que a drogaria deve dispor de profissional legalmente habilitado para a realização dos procedimentos; daí a
importância da formação profissional por meio de cursos e treinamentos. A legislação também trata do tema
documentos, fixa responsabilidades (de empregados e empregador) e trata das questões de fiscalização. A lei
estabelece as boas práticas de atendimento em farmácias e drogarias, além de proteger o trabalhador. Por isso
mantenha-se sempre atualizado.

BOAS PRÁTICAS DE DISPENSAÇÃO EM FARMÁCIAS E DROGARIAS

Toda ação profissional está sempre


resguardada pela lei. A legislação tem a finalidade
de criar normas para que o trabalho seja feito de
forma uniforme por todos, visando sempre o bem
da coletividade. A farmácia também possui uma
vasta legislação, chamada de legislação
farmacêutica, que regulamenta a profissão.
Uma das leis que regem as ações nas farmácias e
drogarias é a Resolução nr.328 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, que regulamenta
e implementa as Boas Práticas de Dispensação em
Farmácias e Drogarias. Esta resolução tem a
finalidade de garantir que a aquisição,
armazenamento, conservação e dispensação de
produtos industrializados em drogarias sejam executados dentro das normas sanitárias. Assim, considera os
seguintes aspectos: condições gerais, pessoal, aplicação de injeção e documentação.

Condições Gerais
Neste tópico, a Resolução nos mostra quais são as condições para que as farmácias e drogarias possam
funcionar com relação ao estoque de produtos farmacêuticos e às condições das instalações físicas.
Com relação ao estoque e dispensação, o primeiro item a ser considerado é: o estabelecimento é responsável
por somente dispensar produtos registrados ou declarados isentos de registros pelo órgão competente do
Ministério da Saúde e adquiri-los de fornecedores legalmente licenciados no país. Ele quer dizer que só é
permitida a venda de produtos (medicamentos ou não) que tenham licença obtida pelo Ministério da Saúde,
produtos caseiros (como xampus, perfumes etc.) ou fabricados em laboratórios ainda não totalmente
legalizados, não podem ser vendidos na farmácia.
Os produtos farmacêuticos devem ficar estocados em um local que permita uma estocagem de forma
organizada, observando a necessidade ou não de estocagem em geladeira, a necessidade de espaço especial
para produtos inflamáveis, entre outros.
Os produtos sujeitos à regime especial de controle devem ser armazenados em espaço próprio ou em um
armário com chave ou sala própria para este fim e o sistema de escrituração fiscal destes produtos deve ser
autorizado pela Vigilância Sanitária local.
A farmácia ou drogaria deve ainda ter um espaço próprio, bem identificado, separado do restante da área de
estoque, para que sejam colocados produtos sem condições de serem utilizados ou vencidos.

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Por fim, a dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial deverá seguir a legislação vigente, sendo
conferida e escriturada pelo profissional farmacêutico.
Com relação à estrutura física, para que as farmácias e drogarias estejam de acordo com as normas, elas devem
ter infraestrutura adequada, ou seja, ter um espaço físico adaptado para a instalação da farmácia, com paredes,
teto e pisos lisos, que possam ser lavados e sanitizados, conter ventilação apropriada, além de instalações
elétricas em boas condições, equipamentos específicos de combate a incêndio adequados e condições tais que
não permitam a entrada de insetos e roedores.
Deve ainda ter acesso independente dos demais estabelecimentos e residências, possuir sanitário sempre limpo
e de fácil acesso e dispor de um local para que os funcionários possam guardar seus objetos pessoais.

Funcionários
Com relação aos funcionários das farmácias e drogarias, a Resolução determina que eles devem fazer exame
médico admissional e que, caso no dia-a-dia, apresentem doenças, ou mesmo suspeita das mesmas, o
funcionário deverá ser afastado das suas atividades, de acordo com a legislação específica.
Os funcionários devem apresentar os uniformes limpos e em bom estado e receber informações quanto à
higiene pessoal.

Aplicação de Injetáveis
Para a aplicação de injetáveis, a drogaria precisa ter um local próprio para este procedimento, separado dos
demais ambientes do estabelecimento, com situação higiênico-sanitária satisfatória e bem conservado,
inclusive com formas específicas de descarte de material perfurocortante e demais resíduos da aplicação de
injetáveis, porque não podem, de forma nenhuma, ser descartados sem o devido cuidado para evitar acidentes.
Por fim, deve haver na drogaria um profissional legalmente habilitado para aplicação de injetáveis.

Documentação
As farmácias e drogarias devem (ao contrário do que normalmente acontece) ter todos os seus procedimentos
descritos com relação a:
1- aquisição, armazenamento, conservação e dispensação de produtos;
2- aplicação de injetáveis, inclusive com relação a utilização de material descartável; 3-descarte de
produtos vencidos ou sem condições de uso.

Regulamento Técnico que institui as Boas Práticas de Dispensação para Farmácias e Drogarias
Com a finalidade de definir quais os requisitos básicos para o funcionamento das farmácias e drogarias, de
forma a atender à resolução, criou-se este regulamento que determina os aspectos que deverão ser observados
e serão passíveis de fiscalização.
Inicialmente, ele traz várias definições importantes, que facilitam o entendimento do regulamento, como o que
significa drogaria, farmácia, dispensação, especialidade farmacêutica etc.
Posteriormente, este regulamento determina as condições gerais de funcionamento das farmácias e drogarias,
responsabilidades e atribuições.

Condições Gerais de Funcionamento das Farmácias e Drogarias


Para que os estabelecimentos farmacêuticos possam funcionar é necessário que:
1-Tenham licença de funcionamento, atualizada, expedida pela autoridade sanitária local;
2-Atendam às boas práticas de dispensação em drogarias;
3-Mantenham placa de identificação do estabelecimento conforme legislação vigente;
4-Possuam licença de funcionamento devidamente afixada em local visível ao público.

É proibido em farmácias e drogarias


1 - Oferecer para venda produtos que não sejam medicamentos, cosméticos, produtos para saúde e acessórios,
alimento para fins especiais, alimentos com alegação de propriedade funcional e alimento com alegação de
propriedades de saúde (desde que apresentem Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) estabelecidos em
legislação específica);
2 - Oferecer serviços de coleta de material biológico e outros alheios à atividade de dispensação de
medicamentos e produtos;
No caso de drogarias ainda é proibido:

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3-O recebimento de receitas com fórmulas magistrais.


4-O fracionamento de medicamentos pode ser realizado, desde que com a devida autorização da Anvisa
(RDC135/05).

Responsabilidades e Atribuições
1) O Regulamento deixa claro que o farmacêutico é o responsável pela dispensação de produtos
farmacêuticos, com as seguintes funções:
1.a) conhecer, interpretar e estabelecer condições para o cumprimento da legislação pertinente;
1.b) estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição de medicamentos e demais produtos;
1.c) avaliar a prescrição médica;
1.d) assegurar condições adequadas de conservação e dispensação dos produtos;
1.e) manter arquivos, que podem ser informatizados, com a documentação correspondente aos produtos
sujeitos a controle especial;
1.f) participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações adversas e interações
medicamentosas, informando a autoridade sanitária local;
1.g) organizar e operacionalizar as áreas e atividades da drogaria;
1.h) manter atualizada a escrituração;
1.i) manter a guarda dos produtos sujeitos a controle especial de acordo com a legislação específica;
1.j) prestar assistência farmacêutica necessária ao consumidor;
1.k) promover treinamento inicial e contínuo dos funcionários para a adequação da execução de suas
atividades.

2) Este regulamento também estabelece as atribuições do proprietário do estabelecimento:


2.a) prever e prover os recursos financeiros, humanos e materiais necessários ao funcionamento do
estabelecimento;
2.b) estar comprometido com as Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e Drogarias;
2.c) favorecer e incentivar programas de educação continuada para todos os profissionais envolvidos nas
atividades do estabelecimento.

Concluindo, esta Resolução deve ser obedecida na íntegra e as farmácias e drogarias estão sujeitas à
fiscalização para garantir que ela esteja sendo seguida. Para conhecer mais sobre este assunto, busque no site
da Anvisa a Resolução e o Regulamento completos. Você vai encontrar também o Roteiro de Inspeção para
Dispensação em Farmácias e Drogarias.

MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que


pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração
ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade,
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou,
na sua ausência, pela DCI.

Dispensação
Segundo a Resolução 10/01, será permitido ao profissional Farmacêutico
substituir o medicamento prescrito pelo medicamento genérico
correspondente, ou seja, somente é permitido trocar o medicamento de marca
por um genérico aprovado pela ANVISA; desde que o médico prescritor não
desautorize, por escrito na receita, esta troca. Caso esta intercambialidade seja feita, o profissional
farmacêutico deverá carimbar a receita (com seu carimbo contendo nome e número de inscrição no Conselho
Regional de Farmácia), indicar a troca realizada, datar e assinar.
Em prescrições contendo apenas o nome genérico, o farmacêutico somente poderá dispensar o medicamento
de referência ou o genérico correspondente, não podendo dispensar um similar
Somente o profissional farmacêutico poderá realizar esta troca (quando possível), na sua ausência ninguém o
poderá fazer.

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ATENDENTE ECONCEITOS GERAIS

Caso o médico tenha preferência por não permitir a troca do medicamento de marca por genérico, este deve
escrever de próprio punho expressão do tipo “NÃO AUTORIZO A TROCA” ou frase similar. Não é aceito
carimbos, etiquetas, impressão ou qualquer forma automática de desautorizar a troca.

MEDICAMENTOS DE USO CONTROLADO

O governo, através do Ministério as Saúde, em 1º de fevereiro de 1999,


publicou a nova portaria 344, aprovando o regulamento sobre substâncias e
medicamentos sujeitos a controle especial. Tem como objetivo estabelecer um
sistema único para controle do comércio e uso de substâncias e medicamentos
controlados. A Portaria 344 estabelece uma PROIBIÇÃO sobre a venda destes
produtos especiais na internet.

Lista de Substâncias
1- Entorpecentes: analgésicos, opioides e não opioides, analgésicos gerais.
1.a) Sujeitas a Notificação de Receita
1.b) Etiqueta de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Atenção
– Pode causar dependência física ou psíquica”.Ex: Morfina.
2- Entorpecentes: analgésicos, opióides e não opióides 2.a) Sujeitas a Notificação de Receita “A”
2.b) Etiquetas de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Atenção – Pode causar dependência
física ou psíquica”. Ex: Codeína.
3- Psicotrópicos: estimulantes do sistema nervoso central 3.a) Sujeitas a Notificação de Receita “A”
3.b) Etiqueta de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Atenção – Pode causar dependência
física ou psíquica”. Ex: Anfetamina.
4- Psicotrópicos: antiepiléticos, indutores do sono, ansiolíticos, antidepressivos, tranqüilizantes 4.a)
Sujeitas a Notificação de Receita “B”
4.b) Etiqueta de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica –O abuso deste medicamento pode
causar dependência”. Ex: Diazepam.
5- Psicotrópicos: anorexígenos
5.a) Sujeitas a Notificação de Receita “B”
5.b) Etiqueta de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica –O abuso deste medicamento pode
causar dependência”. Ex: Aminorex.
6- Controle Especial: antidepressivos, antiparksonianos, anticonvulsivantes, antiepiléticos, neurolípticos
e anestésicos
6.a) Sujeita a Receita de Controle Especial em duas vias
6.b) Etiqueta de cor vermelha com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com
Retenção de Receita”. Ex: Levodopa.
7- Retinóides: tratamento de acne cística severa
7.a) Sujeitas a Notificação de Receita Especial. Ex: Tretinoína
8- Talidomida: reação leprótica
8.a) Sujeitas a Notificação de Receita Especial.
9- Antiretrovirais: infecções originadas do HIV
9.a) Sujeitas a Receituário do Programa da DST/AIDS ou Sujeitas a Receita de Controle Especial em duas
vias. 9.b) Etiqueta de cor vermelha com dizeres “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com
Retenção de Receita”. Ex: Idovudina (AZT).
10-Anabolizantes
10.a) Sujeitas a Receita de Controle Especial em duas vias.
10.b) Etiqueta de cor vermelha com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com
Retenção de Receita”. Ex: Fluoximesterona.
11- Precursores de Entorpecentes/ Psicotrópicos
11.a) Sujeitas a Receita Médica em retenção. Ex: Ácido Lisérgico.
12- Lista de insumos químico utilizados precursores de síntese de entorpecentes e/ou psicotrópicos
12.a) Sujeitos a Controle do Ministério da Justiça. Ex: Éter etílico e Clorofórmico.
12.b) Plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicos

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ATENDENTE DE FARMÁCIAS
ATENDENTE ECONCEITOS GERAIS

- Cannabis sativum
- Produtos de Uso Proscrito no País
- (Substâncias Entorpecentes) - Ex: Cocaína e Heroína.
- (Substâncias Psicotrópicas) Ex: THC (Tetraidrocanabisol)
- (Outras substâncias) Ex: Estricnina.

RECEITAS ESPECÍFICAS PARA O COMÉRCIO DE FARMÁCIA

Todo medicamento só poderá ser comercializado mediante a retenção da receita no ato da transação. É
necessário que balconistas e farmacêuticos estejam atentos às apresentações das receitas para evitarem
problemas com Vigilância Sanitária.

1- Receita tipo “A” – Cor Amarela


1.a) Para medicamentos relacionados nas listas A1 e
A2 e A3 (Entorpecentes);
1.b) Válida em todo território nacional;
1.c) Validade 30 dias;
1.d) Limitado a 5 ampolas por medicamento
injetável;
1.e) A quantidade dos demais medicamentos foi
limitada a no máximo 30 dias de tratamento.

2- Receita tipo “B” – Cor Azul


2.a) Para medicamentos relacionados nas listas B1 e
B2 (Psicotrópicos);
2.b) Válida por 30 dias e somente dentro da Unidade
Federativa que concedeu a numeração do registro
(Rio de Janeiro);
2.c) Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável;
2.d) A quantidade dos demais medicamentos foi
limitada a no máximo 60 dias de tratamento.

3- Receita Especial tipo “C2” – Cor Branca


3.a) Para medicamentos relacionados na lista C2
(Retinóides de Uso Sistêmico);
3.b) Válida por 30 dias e somente dentro da Unidade
Federativa que concedeu a numeração do registro
(Rio de Janeiro);
3.c) Deve vir acompanhada do Termo de
Conhecimento de Risco e Consentimento Pós-
Informação; 3.d) A quantidade dos
medicamentos foi limitada a no máximo 30 dias de tratamento.

4- Receita Comum do Profissional – Cor Branca ou Carbonada


4.a) Para os medicamentos relacionados nas listas C1, C4 e C5;
4.b) Validade de 30 dias;
4.c) Emitida em 2 vias, a primeira para a farmácia, a segunda para o paciente;
4.d) A receita que fica com o paciente, deve ser carimbada no verso, ressaltando a entrega da mesma;
4.e) Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável;
4.f) A quantidade dos demais medicamentos foi limitada a no máximo 60 dias de tratamento, a exceção
para antiparksonianos e anticonvulsivantes que podem ser prescritos para até 6 meses.

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o Anticonvulsivantes: Ácido valpróico; carbamazepina; divalproato de sódio; fenitoina;


gabapentina, lamotrigina, oxcarbazepina; primidona, topiramato; valproato sódico; vigabatrina.
o Antiparkisonianos: Amantadina; biperideno; entacapona; lisurida; pergolida; pramipexol;
ropinirol; selegilina; tolcapona.

Casos de Emergência
Receber receitas em papel inadequado, não oficial. A drogaria ou farmácia que comercializar a receita deve
anotar a identificação do comprador e apresentá-las as Inspetoria de Saúde em no máximo 72 horas.

Escrituração – Livro de Registro Específico


Os estabelecimentos dependendo da substância ou dos medicamentos devem ser manualmente ou em sistema
informatizado (auditado pela Vigilância Sanitária):
1- Livro de Entorpecentes – A1 e A2;
2- Livro de Psicotrópicos – A3, B1 e B2;
3- Livro de Controle Especial – C1, C2, C4 e C5.
Não deve ser rasurado e deve ser atualizado semanalmente. Livros ou Balanços devem ser guardados por 2
anos, e todos os documentos fiscais (NF), devem ser guardados por 5 anos.

NOÇÕES DE MANIPULAÇÃO

História
A farmácia de manipulação está capacitada, como o próprio
nome diz, a manipular fórmulas de medicamentos e
cosméticos. A partir de insumos e matérias primas, combina
os diversos elementos de uma fórmula e fabrica o produto de
acordo com a receita médica.
Até o começo do século XX no Brasil, praticamente todos os
remédios ao alcance da população eram manipulados. As
farmácias de manipulação confundiam-se com a própria
farmácia, sendo comum a “consulta” a um farmacêutico para
resolver problemas de saúde. As fórmulas manipuladas
costumavam trazer a inscrição FSA, “faça-se segundo a arte”.
A partir da II Guerra Mundial, acelerou-se a oferta de medicamentos industrializados, com a entrada maciça
dos grandes laboratórios farmacêuticos no país. A farmácia de manipulação foi perdendo seu prestígio até que
por volta dos anos 1970, começou um resgate dessa importante forma de atendimento da saúde.
A farmácia de manipulação é hoje uma realidade presente no dia-a-dia dos brasileiros. Existem atualmente
mais de 5000 farmácias de manipulação no país. Elas são uma alternativa importante para a população em
geral e para a classe médica. Por um lado, as farmácias de manipulação facilitam o acesso da população ao
medicamento, barateando custos. Por outro, fórmulas específicas ou dosagens não encontradas no mercado
podem ser solicitadas pelo médico.
A atividade da farmácia de manipulação é regulada pela ANVISA através da RDC nº. 214. Nela, a Agência de
Vigilância Sanitária divide as farmácias de manipulação em vários grupos, dependendo do tipo de produto que
manipula. Também estabelece padrões mínimos a serem observados quanto a instalações, equipamentos,
pessoal, controle de qualidade de matéria-prima, armazenamento e outras importantes etapas do processo de
manipulação.

Por que usar um Medicamento Manipulado?


1. segurança: o número de intoxicações infantis com medicamentos é muito elevado no Brasil, segundo dados
do SINITOX. Um dos motivos é a sobra de comprimidos ou cápsulas, após o tratamento. Quando se solicita
a manipulação temos a opção de mandar fazer a quantidade exata, evitando sobras e economizando no
orçamento.
2. rótulo personalizado: é muito comum que as pessoas numa mesma casa estejam tomando medicamentos,
quando se trata de pessoas idosas quase sempre ocorre confusão – qual remédio é de quem? Os rótulos do
remédio manipulado são personalizados – não há trocas nem confusão!

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3. associações benéficas: há certos estados patológicos que precisam de uma terapêutica múltipla, com vários
medicamentos ao mesmo tempo. Exemplo, cardiopatas que tomam bloqueadores de cálcio, antiarrítmicos
e inotrópicos. São vários frascos e vários comprimidos. Na manipulação o médico pode prescrever uma
única fórmula com tudo que é necessário ao tratamento. O farmacêutico reserva-se apenas ao direito de
informar quando há incompatibilidades farmacológicas.
4. medicamentos fora de mercado: sempre se preocupou em colocar à disposição da classe médica, produtos
que foram retirados do mercado, mas que são úteis e necessários.
5. a dose certa para a pessoa certa: na fórmula manipulada o médico pode prescrever doses que não estão
disponíveis no medicamento industrializado, atendendo a certas peculiaridades de cada paciente.

O que é a Manipulação de remédios


É um processo artesanal, onde, em nossos laboratórios especializados, transformamos materiais e
substâncias em um remédio que você possa tomar, de acordo com a necessidade identificada pelo seu médico
traduzida por ele na forma de uma receita. Portanto, ao manipularmos um medicamento para você, estamos
prestando um serviço e não apenas “vendendo” uma mercadoria.

Por que o médico mandou “Manipular” os seus remédios?


O seu médico decidiu que a melhor forma de você fazer o seu tratamento será
através de um remédio feito especialmente para você (personalizado), com as
dosagens compatíveis com a sua idade, peso e outras condições que você
apresenta.

Quais as vantagens do medicamento manipulado?


1. Economia: O produto é prescrito na quantidade e na dosagem exatas para o
seu tratamento. Por isso você paga somente pelo o que vai utilizar.
2. Segurança: A farmácia de manipulação segue normas de Boas Práticas de
Manipulação determinadas pelo Ministério da Saúde.
3. Associação de medicamentos: Para facilitar o tratamento, o médico ou
dentista pode prescrever uma fórmula que associe várias substâncias.
4. Medicamentos não-disponíveis: Alguns tratamentos requerem
medicamentos que não existem no mercado, mas que podem ser
manipulados.
5. A dose certa para a pessoa certa: Somente na farmácia de manipulação, sob prescrição, é possível preparar
doses diferenciadas que atendam às necessidades de cada paciente.
6. Rótulo personalizado: Os seus dados constam no rótulo do medicamento, evitando riscos, como o de troca.

E quanto à qualidade? Podemos confiar nos medicamentos manipulados?


Atualmente, os medicamentos manipulados são tão ou mais seguros do que os medicamentos industrializados,
pois em janeiro deste ano, entrou em vigor uma nova legislação federal, estabelecendo normas rigorosas para
todas as farmácias de manipulação.

Informações sobre os Medicamentos Manipulados

O medicamento é manipulado de acordo com a formulação prescrita pelo médico, de acordo com as
Boas Práticas de Manipulação Farmacêutica, seguindo a legislação sanitária em vigor. Caso haja necessidade
de alguma modificação por motivos técnicos, os Farmacêuticos entrarão em contato com o seu médico, e, com
sua anuência farão as modificações, descrevendo-as no verso da receita, devidamente carimbado e assinado.
Se for um produto de uso interno, o medicamento deve sempre ser manuseado com as mãos limpas, deixando
o pote aberto o menor tempo possível. Se for um produto de uso externo em pote, deve-se utilizar a espátula
anexa para manuseá-lo, evitando-se o contato direto com as mãos. Em caso de medicamentos líquidos, não se
deve utilizar o mesmo conta-gotas para medicamentos diferentes. O prazo de validade dos medicamentos
manipulados é determinado de acordo com as normas técnicas federais vigentes (editadas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Alguns medicamentos podem apresentar um prazo de validade bem curto,

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suficiente apenas para o período de tratamento indicado na receita. Deve-se verificar sempre o prazo de
validade constante do rótulo do medicamento, evitando guardar a embalagem após o seu uso. Qualquer
medicamento pode, aleatoriamente, apresentar reações adversas inesperadas. Caso ocorra alguma reação
desagradável após o início de um tratamento, o mesmo deve ser interrompido e o Médico ou o Farmacêutico
deve ser comunicado imediatamente para que as providências necessárias sejam tomadas. O medicamento
manipulado é preparado exclusivamente para uma só pessoa, atendendo à uma condição particular detectada
pelo médico, por isso o rótulo leva o nome do paciente, e sob ele, nossa Farmácia mantém um registro em que
constam todos os dados. Não se deve indicar ou permitir que outra pessoa, mesmo apresentando sintomas
semelhantes, utilize o medicamento, nem se deve indicar estes produtos. Sintomas semelhantes podem ser
gerados por doenças diferentes, e somente o Médico pode diagnosticar doenças e determinar o tratamento.

Informações sobre Medicamentos Controlados

É muito comum a utilização da manipulação para produtos controlados, justamente pela facilidade de
se ajustar as doses que este método oferece, no entanto, deve-se tomar muito cuidado com os medicamentos
de controle especial, principalmente quanto aos seguintes quesitos: Observar os avisos de que o uso prolongado
ou abuso dos mesmos poderá causar dependência física ou psíquica Redobrar o cuidado ao dirigir veículos,
operar máquinas ou ao executar qualquer trabalho cuja segurança dependa de extremo cuidado, atenção e
coordenação motora. Estes medicamentos somente poderão se manipulados se o médico emitir uma notificação
especial, que ficará retida na Farmácia. O paciente deverá manter uma via da receita para poder seguir o
tratamento corretamente

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