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Shirley Alves Alcântara

Enfª Educação Continuada

C ompartilhar par a cr escer


Boas Pr áticas em A tenção
Domiciliar
PRIMEIROS SOCORROS EM PEDIATRIA
Primeiros Socorros

Primeiros Socorros são os cuidados iniciais que devem ser


prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes
ou de mal súbito, com a finalidade de manter as funções
vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando
medidas e procedimentos até a chegada de assistência
qualificada.
Primeiros Socorros

A falta de conhecimento sobre o primeiro atendimento


pode gerar inúmeros problemas, como a omissão de
socorro e a manipulação incorreta da vítima, acarretando
agravo da situação ou solicitação desnecessária do serviço
de emergência.
Primeiros Socorros

Entre as situações que requerem primeiros socorros, as


causas acidentais são as mais comuns entre a população
infantil, sendo mais frequentes as quedas, traumatismo
craniano encefálico (TCE), intoxicação e obstrução de vias
aéreas por corpo estranho, entre outras.
O termo acidente é definido como “um acontecimento
independente da vontade humana, desencadeado pela
ação repentina e rápida de uma causa externa” os
acidentes domésticos são importantes causas de
internação hospitalar, incapacidades e óbitos em crianças.
Quedas, pancadas e sustos acompanham as crianças onde
quer que elas estejam.
Nas quedas, podem ou não bater a cabeça. Quando isso
acontece, o desespero dos pais aumenta bastante. Vamos
entender quais atitudes tomar e quando devemos levar as
crianças para uma avaliação no PS.
Traumas na cabeça

A principal causa de atendimento no serviço de


emergência em crianças são as quedas, e a procura do
atendimento é bastante associada à preocupação com a
batida na cabeça.
Essa situação ocorre principalmente em crianças menores
de dois anos de idade, quando a cabeça tem um tamanho
quase que proporcionalmente ao do corpo, sendo ela
projetada mais facilmente nas quedas.
Traumas na cabeça

O nome técnico que se dá quando a criança cai e bate a


cabeça é traumatismo crânio encefálico (TCE).
Pode ser classificado em leve, moderado e grave – de
acordo com o rebaixamento do nível de consciência.
Traumas na cabeça
• Verificar se a criança irá apresentar sinais de sonolência,
convulsão, ou irritabilidade excessiva
• Observar se haverá presença de vômito ou desmaio
• Verificar se haverá hematoma ao redor dos olhos ou orelhas
• Observar presença de secreção pelo nariz ou ouvido
• Dor no local é considerada normal devido ao choque do trauma
• Fez um galo na cabeça: coloque uma compressa fria e observe
os mesmo sinais acima descritos.
• Mantenha a observação destes sinais por um período ideal de
48 horas
Meu filho caiu e bateu a cabeça antes de dormir. Posso deixá-lo
dormir ou tenho que mantê-lo acordado?

Quando as crianças batem a cabeça, devemos observar o


estado de consciência delas para averiguar se houve ou
não um TCE. Se isso de fato aconteceu, os sintomas
clínicos são sonolência e vômitos.
De nada adianta deixá-la acordada. Só a tornará mais
irritada ainda e os pais não vão conseguir perceber se há
ou não comprometimento da consciência. Por isso, o mais
sensato é deixá-las dormir.
Meu filho caiu e bateu a cabeça antes de dormir. Posso deixá-lo
dormir ou tenho que mantê-lo acordado?

A cada 3 horas mais ou menos, é importante que os pais acordem


e vejam se está tudo bem. Se está dormindo tranquila, respirando
calmamente e sem vômitos:
• Chamar a criança
• Observar se ela demonstra que está respondendo ao chamado,
resmungando e deixando claro que sua consciência está
intacta.
• se a criança vomitar ou demonstrar que está excessivamente
sonolenta e difícil para acordar, é mais prudente levá-la ao PS
A febre é uma elevação normal da temperatura do
organismo que ocorre como fator de proteção contra uma
infecção. 
No Brasil e em muitos países, a febre é definida quando a
temperatura axilar ultrapassa 37,3ºC
A febre representa uma das queixas mais frequentes
entre todos os atendimentos pediátricos, tanto em
consultas ambulatoriais como em atendimentos de
emergência. São estimados que 20% a 30% das consultas
pediátricas têm a febre como sintoma principal.
O que devo fazer?

• Colocar a criança em local fresco e arejado. Evitar locais


fechados, abafados ou com aglomerações;
• Oferecer líquidos via oral, preferencialmente água não
gelada. Isso ajudará manter a criança hidratada já que a
febre favorece a perda de líquidos;
• Faça compressas frias no tronco e nos membros usando
toalha úmida ou bolsa térmica. Use água, jamais álcool,
pois ele pode ser absorvido pela pele e provocar
intoxicação
• Realizar banho morno (nunca gelado)
Algumas situações em que devo levar as crianças para
pronto atendimento por febre:
• A criança tem menos de três meses de idade e ainda não
recebeu as imunizações de dois meses;
• A criança tem boca seca, lábios rachados ou chora sem
lágrimas;
• A criança está urinando menos de três vezes em um
período de 24 horas;
• A criança está menos alerta, menos ativa ou está agindo de
forma diferente do que normalmente age;
Algumas situações em que devo levar as crianças para
pronto atendimento por febre:
• A criança tem convulsões ou movimentos anormais do
rosto, braços ou pernas;
• A criança tem um torcicolo, dor de cabeça severa, confusão
ou é difícil de acordá-la;
• A criança está chorando, irritada e não se consegue aliviar;
• A criança apresenta manchas pelo corpo.
• Febre sem cessar com uso de antitérmicos há mais de 72h
Convulsão febril

A convulsão febril é definida como uma convulsão


associada à temperatura acima de 38 °C, principalmente,
em crianças entre 6 meses e 5 anos, sem infecção do
sistema nervoso central (SNC).
Convulsão febril

Convulsões febris ocorrem em cerca de 2% a 5% das


crianças entre seis meses e cinco anos de idade, mas
ocorrem mais frequentemente em crianças entre doze e
dezoito meses de idade. Uma convulsão que ocorre em
uma criança com febre e que tenha mais de seis anos de
idade não é considerada uma convulsão febril
Convulsão febril

• A maioria das convulsões febris são inofensivas e


causadas por febre devido a uma infecção de menor
importância.
• As convulsões febris podem ser um problema de
família.
• A maioria das convulsões febris dura muito menos que
15 minutos e aproximadamente dois terços das
crianças que têm uma convulsão febril nunca têm
outra.
Primeiros Socorros para convulsão

1.Coloque a criança em um local seguro. Afaste objetos


que possam cair perto ou machucar a criança enquanto a
convulsão durar;
2.Cuidado especial com a cabeça. Proteja-a da
possibilidade de traumas;
3.Certifique-se de que a criança está respirando bem. Para
facilitar a respiração, limpe cuidadosamente a boca com
um pano limpo. Evite pessoas aglomeradas ao redor.
Primeiros Socorros para convulsão

4.NÃO coloque a mão dentro da boca da criança. Pode


atrapalhar a respiração e você pode se machucar com os
movimentos da boca durante a convulsão;
5.Solte as roupas apertadas. Deixe a criança o mais livre e
solta que conseguir;
6.NÃO tente impedir os movimentos involuntários
característicos da convulsão.
Primeiros Socorros para convulsão

7.NÃO dê água ou quaisquer alimentos para as crianças


durante ou imediatamente após a crise convulsiva. O risco
de engasgar é enorme;
08.Após a crise as crianças ficam muito sonolentas. Isso é
normal. Não há problema nenhum em deixar que elas
durmam. Não há a menor necessidade de mantê-las
acordadas.
As intoxicações em crianças podem ocorrer por ingestão,
inalação ou pelo contato da pele com substâncias tóxicas.
Dentre as principais fontes de substâncias causadoras de
intoxicações estão os medicamentos, os produtos
saneantes, as plantas tóxicas e os gases e vapores
O QUE NÃO DEVO FAZER?

1.NÃO provoque vômitos. Alguns produtos são tóxicos e


corrosivos e se não lesaram a mucosa digestiva quando
foram ingeridos, podem lesar na hora de vomitar. Além
disso, sempre há o risco de aspiração do vômito, o que
dificulta mais ainda a situação;

2.NÃO tome leite, água, chás ou quaisquer outros


produtos;
O QUE DEVO FAZER?

3.Vá o PS e sempre que possível leve junto a embalagem


do produto ingerido, a planta ou a caixa do medicamento,
para que o socorrista possa identificar a origem da
intoxicação e indicar o tratamento correto;

4.Se a criança entrou em contato com produtos tóxicos


que se disseminam no ambiente, retire todas as suas
roupas, que podem estar contaminadas.
O QUE DEVO FAZER?

Em caso de ingestão:
▪ Retirar cuidadosamente o resto da substância/planta da
boca da criança e enxaguar com água corrente;
▪ Se possível, levar o produto ingerido ao Pronto Socorro.
▪ Ligar para o CIT (Centro de Informações Toxicológicas)
para informações específicas e encaminhar para o pronto
atendimento de referência;
O engasgo, ou OVACE (Obstrução de Vias Aéreas por
Corpos Estranhos), se refere ao bloqueio da passagem de
ar pela via aérea em virtude da presença de um alimento
ou objeto estranho no local.
A epiglote funciona de forma semelhante a uma válvula:
na inspiração a válvula se abre permitindo que o ar
chegue aos pulmões e na deglutição a válvula se fecha
impedindo que algo se direcione às vias aéreas.
Epidemiologicamente, a obstrução de vias aéreas
superiores ocorre com maior frequência em crianças
menores de 5 anos, sendo 65% dos casos em crianças
menores de 1 ano de idade.
A obstrução da via aérea pode ser:

• parcial • completa
O que devo fazer?

Crianças com menos de 1 ano de idade:


O que devo fazer?

Crianças acima de 1 ano


Cansaço respiratório Infantil

As infecções respiratórias são o maior grupo de doenças


com prevalência em crianças, cujo quadro acontece
geralmente nos primeiros anos de vida, momento no qual
o organismo está se fortalecendo. Para cada criança, os
quadros de infecção podem se repetir de 9 a 10 vezes
por ano.
Cansaço respiratório Infantil

Dentre as causas, pode-se citar infecções virais, por


fungos ou bactérias como faringite, pneumonia,
bronquiolite, rinite, sinusite e até rinossinusite.
Os vírus são responsáveis por resfriados comuns, as
bactérias podem ocasionar infecções mais graves como
pneumonia e sinusite.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),


aproximadamente 90% das infecções respiratórias em
crianças é de origem viral. 
O que avaliar uma criança com falta de ar?

A “dificuldade para respirar” é qualquer forma pouco


comum de respirar.
Em casos de sintomas respiratórios moderados e graves é
importante saber reconhecer os sinais.
O que avaliar uma criança com falta de ar?

Observe:
• Uso de musculatura acessória: se para respirar a
criança usa os músculos da barriga ou do tórax;
• Respiração acelerada, esforço para inspirar ou expirar e
afundamento da região do pescoço;
• Tiragem intercostal;
• Batimento de aleta nasal;
O que avaliar uma criança com falta de ar?

Observe:
• Cianose de lábios, e/ou de extremidades;
• Gemidos/chiado ao respirar;
• Dificuldade para falar devido à falta de ar;
• Dificuldade para comer e ingerir líquidos ou mamar
devido à falta de ar;
• Febre alta.
Vômitos e diarreia
Diarreia e vômitos estão entre os problemas mais comuns
da infância e são responsáveis por boa parte das
internações neste período. A desidratação é a
consequência deles
Vômitos e diarreia
Vômito: se o vômito é persistente e ocorrer ainda com a
presença de febre é importante procurar atendimento
médico já que pode indicar desde uma gastroenterite ou
outro processo infeccioso.
Vômitos e diarreia
Diarreia: a diarreia persistente pode levar a um quadro de
desidratação. Importante observar se há presença de
muco ou sangue nas fezes.
Vômitos e diarreia
Vômito + diarreia: a associação destes sinais aumenta o
risco de desidratação. Fica mais difícil para a criança repor
o líquido necessário. Observe:
• olhos fundos,
• choro sem lágrimas,
• boca seca,
• depressão de fontanela,
• xixi diminuído e concentrado,
• turgor diminuído,
• indisposição e palidez.
O QUE É?
A parada cardiorrespiratória (PCR) consiste na cessação
súbita da circulação sistêmica e da respiração. Ela é
reconhecida pela ausência de atividade mecânica
cardíaca. Nas crianças, diferentemente dos adultos, ela
raramente é súbita.
A hipóxia é a causa mais comum de PCR em lactentes e
em crianças até a adolescência
RCP
A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) consiste em um
conjunto de manobras emergenciais para reverter a PCR e
manter a oxigenação e perfusão arterial ao cérebro e a
outros órgãos vitais até que ocorra o retorno da circulação
espontânea.
SINAIS E SINTOMAS
Criança inconsciente (não responde), que não respira ou
apresenta “gasping” (“fome de ar”) e com ausência de
pulso.
O que devo fazer?
Como realizar as manobras:
Como realizar as manobras:
• Compressões com força (depressão de 1/3 do diâmetro do
tórax anteroposterior ou em torno de 4 cm a 5 cm para
crianças
• Frequência (em torno de 100-120 compressões por minuto)
• Um socorrista: 30:2 (30 compressões para 2 ventilações)
• Dois socorristas: 15:2 (15 compressões para 2 ventilações)
Após cada compressão, deve-se permitir o retorno completo da caixa torácica.
Como realizar as manobras:
• Evitar ao máximo interrupções nas compressões.
• A cada 2 minutos alterna-se o socorrista.
• Reavaliar a vítima a cada 2 minutos.
• Nos bebês (crianças menores de um ano de idade), as
compressões devem ser realizadas preferencialmente com os
dois polegares lado a lado, ou com dois dedos em posição
ereta, imediatamente abaixo da linha intermamilar, no osso
esterno. Para crianças maiores utilizar apenas uma mão.
Como realizar as manobras:
Em caso de dúvidas, não exite, procure a equipe gestora da
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