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Disciplina: Atendimento Pré-Hospitalar-APH

Docente: Enfª Darlene Lôbo

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Definição:
É o atendimento prestado por equipe de saúde especializada em situações de
urgência e emergência, em eventos ocorridos fora do hospital (extra-hospitalares)
realizado nas vítimas de trauma, mal súbito (emergências cardiológicas, neurológicas,
respiratórias) e distúrbios psiquiátricos, visando a sua estabilização clínica até chegada
do paciente em uma Unidade de Referência.

PRIMEIROS SOCORROS
São todos os procedimentos e técnicas de caráter imediato que são
dispensados às pessoas que tenham sido acometidas de mal súbito ou vítimas de um
acidente. Esta assistência antecede ao socorro especializado.

Dentro de todas essas definições, não se pode deixar de falar sobre a


diferença entre as emergências e urgências no atendimento.
Emergência – Casos em que há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso
ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato;
Urgência – Situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível,
a fim de evitar complicações e sofrimento;

ASPECTOS LEGAIS
➢ OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL)
Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo
três formas para fazê-lo:

Atender, Auxiliar quem esteja atendendo ou Solicitar auxílio.


Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos,
maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês, deficientes visuais, mentais e
físicos.

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
PRINCIPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO
➢ Segurança do Local;
➢ Chamar por ajuda;
➢ Manter a calma;
➢ Avaliação da vítima;
➢ Não agravar o quadro da vítima.

URGÊNCIAS CLÍNICAS
É um processo agudo clínico sem risco iminente de MORTE. Porém, se não
houver um atendimento adequado ou esse processo evoluir para complicações graves
essas “Urgências” podem tornar-se fatais.
➢ Dispnéia (falta de ar)
É um sintoma no qual a pessoa tem desconforto para respirar, normalmente com
a sensação de respiração incompleta.
Sinais e Sintomas
• Aumento da frequência respiratória;
• Aumento da profundidade da Respiração;
• Esforço da Musculatura do Pescoço, Tórax e Abdome;
• Pode apresentar ou não cianose de extremidades.

Causas

A falta de ar pode acontecer por vários mecanismos, como por exemplo:

• Quando a concentração de oxigênio no ar está baixa, como nas grandes


altitudes;
• Quando algo obstrui as vias aéreas;
• Quando o coração está fraco ou há alguma obstrução ao fluxo sanguíneo e não
é possível levar sangue oxigenado para os tecidos;
• Quando há algum problema no pulmão que impede a troca dos gases (gás
carbônico e oxigênio);
• Quando o sangue não consegue transportar oxigênio adequadamente, como
nos casos de anemia grave ou hemácias malformadas.
• Problemas Psicológicos transtorno de ansiedade e ataques de pânico.

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
O que fazer
• Mantenha a calma;
• Manter a Abertura das Vias Aéreas;
• Manter o local arejado;
• Manter o paciente deitado e com a cabeça elevada e;
• Serviço Especializado.

➢ Crise Convulsiva
A convulsão é uma desordem cerebral. Durante breve período de tempo, o
cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados ao
resto do corpo, iniciando as crises convulsivas, também conhecidas por ataques.
Sinais e Sintomas
• Mudar de humor repentinamente;
• Tontura;
• Alterações na visão;
• Perder a consciência, seguida por confusão;
• Ter espasmos musculares incontroláveis;
• Sialorreia (secreção oral excessiva);
• Cerrar os dentes;
• Morder a língua, que pode sangrar;
• Ter movimentos oculares rápidos e súbitos;
• Fazer ruídos estranhos, como grunhidos;
• Relaxamento de esfíncteres.

Causas

Entre as causas mais frequentes estão:

• Problemas Cerebrais Congênitos;

• Infecções Cerebrais;

• Tumores;

• Hipertermia (febre alta);

• Traumas.

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Durante a Convulsão

• Remover da área objetos que possam causar-lhe ferimento;

• Proteger a cabeça da pessoa com a mão, roupa, travesseiro;

• Afrouxar roupas se estiverem muito apertadas;

• Girar-lhe a cabeça para o lado;

• Não introduzir nada pela boca;

• Ficar ao seu lado até que a respiração volte ao normal

• Se a pessoa vomitar, vire a pessoa para o lado.

Pós convulsão

• Verifique se a pessoa sofreu lesões;

• Se a pessoa está tendo dificuldade para respirar;

• Afrouxe roupas apertadas da pessoa;

• Forneça uma área segura;

• Não dê nada para ela comer ou beber até que a pessoa esteja totalmente
acordada e alerta;

• Fique com a pessoa até que ela esteja acordada e familiarizada com o
ambiente. A maioria das pessoas vai ficar sonolenta ou confusa após uma
convulsão.

Descrição para o Socorro Especializado

• Quanto tempo durou a convulsão?

• Como a pessoa agiu imediatamente após o ataque?

• Existem lesões?

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social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
➢ Síncope (desmaio)
É a perda abrupta e transitória da consciência e do tônus postural (da
capacidade de ficar em pé).
Na maior parte dos casos, os desmaios ocorrem por causa da diminuição do
fluxo sanguíneo no cérebro. De modo geral, costumam ser de curta duração.
Causas
• Trauma emocional;
• Estresse;
• Dor severa;
• Hipotensão Arterial;
• Hipoglicemia;
• Esforço físico em altas temperaturas
• Convulsão;
• Abuso de drogas ou álcool
• Doenças Cardiovasculares;
• Doenças Pulmonares;
• Doenças Neurológias;
• Entre outras.
Sinais e Sintomas
Existem alguns sintomas que prenunciam a perda da consciência e do tônus
postural. Os mais indicativos são:
• Palidez;
• Fraqueza;
• Náuseas;
• Pulso fraco;
• Tontura;
• Visão turva;
• Pressão arterial baixa;
• Respiração lenta.
O que fazer
• Afastar a vítima de local que proporcione perigo;
• Coloque a vítima deitada e eleve as pernas em 30 cm;
MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
• Manter o local arejado;
• Afrouxe roupas, gravatas, etc;
• Verifique as vias aéreas.
O que não se deve fazer
• Não dê nada à vítima, líquido ou sólido, até que recupere TOTALMENTE a
consciência;
• Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar;
• Não jogue água no rosto da vítima;
• Não bata no rosto da vítima;

➢ Hipoglicemia

A hipoglicemia é considerada por muitos como um efeito colateral do


tratamento de diabetes, mas diversos outros fatores também podem levar uma pessoa
a desenvolver um quadro hipoglicêmico. Isso porque a hipoglicemia não é uma doença
em si, mas um indicador de que pode haver algum problema de saúde mais grave.

Causas
• Ficar muito tempo sem comer nada (3 horas ou mais);
• Excesso de exercício físico (principalmente associado a uma alimentação fraca
ou com poucos carboidratos);
• Consumo de bebidas alcoólicas;
• Não tomar a insulina na dose ou no horário correto (no caso de diabéticos).
Sinais e Sintomas
• Tontura;
• Sudorese (suor excessivo)
• Extremidades Frias.
• Tremores.
• Agitação ou sonolência.
• Distúrbios visuais.
• Fraqueza motora;
• Taquicardia;
• Palidez;
• Câimbras;
MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
• Cefaléia (dor de cabeça);
• Confusão mental e podendo evoluir para convulsão e coma.
O que fazer
• Se a pessoa não for diabética: Oferecer um copo de água com 2 colheres de
açúcar, ou um copo de suco de frutas natural, ou bala. O importante é que a
vítima ingira alimento com glicose.
• Se a pessoa for diabética: Perguntar se usa algum tipo de medicamento, se tem
controle para diabetes e se está na hora de tomar o remédio. Em caso positivo,
dê o remédio, mas mesmo medicando a vítima, o ideal é encaminhá-la ao
controle médico.
• Se o indivíduo desmaiar: realizar protocolo de atendimento de desmaio.
• Se a pessoa que estiver desmaiada for diabética e tomar insulina, jamais aplique
a medicação, pois, com ela inconsciente, não se tem controle do quadro. Nestes
casos, a procura pelo hospital deve ser imediata.
➢ Parada Cardiorrespiratória
Cessação abrupta das funções cardíaca, respiratória e cerebral.
São sinais clínicos da PCR:
• Inconsciência;

• Ausência de pulso;
• Ausência de movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica (gasping).

É determinada por quatro ritmos cardíacos: assistolia, atividade elétrica sem


pulso (AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulso.
No entanto somente a fibrilação e a taquicardia ventricular sem pulso são
ritmos chocáveis, ou seja, será necessário o uso do desfibrilador.
O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP), que compreende uma sequência de manobras e
procedimentos destinados a manter a circulação cerebral e cardíaca, e garantir a
sobrevida do paciente
As Diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015, propõe novas
recomendações sobre a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento
Cardiovascular de Emergência (ACE). Uma das alterações, foi a utilização de “Cadeias
de Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma PCR no ambiente intra ou

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
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extra-hospitalar. Essa alteração aconteceu devido as diferenças existentes nos
processos até que os pacientes sejam encaminhados à unidade de cuidados
intensivos, onde serão fornecidos os cuidados pós-PCR

1º ELO: Reconhecimento da PCR

• Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome!


• Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos.

Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e


pulso, solicite ajuda e peça:

• desfibrilador
• Equipe especializada

2º ELO: RCP imediata e de alta qualidade

Compressões eficazes

frequência de 100 a 120 compressões

profundidade de 5 a 6 centímetros com retorno total do tórax.

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
3º ELO: Desfibrilação Rápida

Se o ritmo necessitar de choque o uso do DEA é imprescindível

4º ELO: Suporte Avançado de Vida Pré-Hospitalar

O Suporte Avançado de Vida (SAV) faz ponte entre o SBV e um atendimento


mais avançado.
Pois conta com cuidados adicionais como: eletrocardiograma, respirador,
medicamentos, etc.

5º ELO: Suporte Avançado de Vida Intra-hospitalar

Oferecer cuidados pós PCR ao paciente.


Equipe multiprofissional que tem como objetivo evitar outro quadro de PCR
Tudo isso dentro de uma UTI fixa.

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
Fluxograma Adulto

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
Fluxograma Pediátrico

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social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).
REFERÊNCIAS

Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado: Pré Hospital Trauma Life Support PHTLS. São
Paulo: ELSEVIER, 2007. p. 4-10, 6 ed.

Ladeira JP. Ressuscitação cardiopulmonar. In: Martins HS, Brandão Neto RA, Scalabrini Neto A, Velasco
IT. Emergências clínicas: abordagem prática. 3 ed. São Paulo: Manole; 2007. P. 3-17.

American Heart Association. Destaques da American Heart Association 2015. Atualização da Diretrizes
de RCP a ACE. [on line]. Edição em português: Hélio Penna Guimarães, FAHA, Equipe do Projeto de
Destaques das Diretrizes da AHA. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-
content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf

MISSÃO: “Promover qualificação e habilitação profissional na área da saúde, de forma humanizada e ética, com inclusão e responsabilidade
social, contribuindo para o progresso do Estado do Amapá.” (Centro de Ensino Flórence).

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