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SAÚDE ESCOLAR

CENTRO DE SAÚDE DE VENDAS NOVAS


ELABORADO POR: Enfª Carla Carmo
Enfª Sara Amador
(Centro de Saúde de Vendas Novas)
1.

Actuação na Escola

Desinfectar o termómetro e passar por água fria;


Fazer baixar sempre o mercúrio abaixo dos 36ºc antes de
utilizar;
Pegar no termómetro pela ponta oposta à que tem o mercúrio e
sacudi-lo vigorosamente para baixo;
Esperar de 3 a 5 minutos;
Para fazer a leitura é necessário segurar no termómetro pela
parte oposta à do mercúrio, ficando o ecrã branco virado para
baixo;
Fazer rodar ligeiramente o termómetro entre os dedos para
visualizar o local onde termina a coluna de mercúrio; esse
ponto indica a temperatura da criança;

Local

Pode ser avaliada a temperatura na boca, no recto ou na


axila;
Resultados
(valores normais)

Via bocal-------37ºc
Via rectal-------37,5ºc
Na axila---------36.5ºc

NOTA: Se a temperatura baixar sem que tenha sacudido o


termómetro é porque este se encontra avariado, pode deitá-lo fora.
2.

A febre é uma subida anormal da temperatura do corpo.


É um sinal de alarme que indica uma perturbação no organismo.
As suas causas são múltiplas, sendo a mais frequente a infecção.

Actuação na Escola

Vestir o menos possível de roupa, em ambiente resguardado


de correntes de ar;
Evitar aquecer demais o ambiente (20ºc);
Pode também usar toalhas ou toalhetes humedecidos para
refrescar;
Hidratar abundantemente (beber líquidos) para compensar as
perdas de líquidos do corpo devido à evaporação provocada
pela febre;
Descansar: reduzir as actividades da criança;
Administrar um medicamento antipirético (medicamentos
para baixar a temperatura corporal), a partir dos 38ºc;
Avaliar a temperatura corporal de 4 horas em 4 horas de
modo a observar a eficácia do antipirético e a gravidade da
subida da temperatura. Poder-se-á administrar um
antipirético, no máximo de 4 em 4 horas , caso a temperatura
teimar em não baixar, concomitantemente deve-se proceder
ás técnicas descritas anteriormente;
NOTA: Consultar um médico se a febre ultrapassar os 38.9ºc ou se
persistir por três dias consecutivos.
3.

As convulsões são uma série de contracções musculares


involuntárias e bruscas de uma parte ou de todo o corpo.
Geralmente acompanham-se sempre de perda de consciência e
podem durar alguns minutos.
Durante as convulsões, a pessoa pode morder a língua, ferir-se e
mesmo não controlar as fezes e a urina.

A epilepsia é uma perturbação a nível cerebral que desencadeia


ataques periódicos.
Existem dois tipos de crises epilépticas, as chamados não
convulsivas (ou pequeno mal epiléptico) e as convulsivas (ou o
grande mal epiléptico), sendo este ultimo o que requer cuidados mais
específicos, por provocar convulsões.
As crises epilépticas não convulsivas caracterizam-se por
alterações do comportamento, como uma simples dor de cabeça ou
estado de ausência de curta duração, não havendo perda de
consciência nem actividade motora.
As crises epilépticas convulsivas caracterizam-se por uma série de
violentas agitações musculares com uma duração variável de um a três
minutos, e verifica-se inconsciência.
Causas das convulsões

Epilepsia;
Infecções, tumores e traumatismos cerebrais;
Alterações metabólicas, febres muito altas (sobretudo em
crianças entre 1 e 4 anos de idade);

Actuação na Escola

Proteger a criança que tem as convulsões de eventuais


ferimentos e vigiar a sua respiração e estado geral.

Se a criança com epilepsia sente que vai ter uma crise,


deve ser deitada no chão, retirando todos os objectos em
seu redor com que se possa ferir;
Se a criança cai bruscamente e perde os sentidos, retirar
todos os objectos em seu redor com que se possa ferir ou
magoar, como por exemplo, cadeiras, mesas, candeeiros,
etc.
Tentar proteger a cabeça da criança, colocando almofadas
ou toalhas ou mesmo roupa que impeçam de se ferir
violentamente na cabeça ao cair no chão;
Não tentar reprimir os movimentos convulsivos ou abrir a
sua boca à força,
Não atirar água à cara para a acordar;
Não colocar nem os dedos nem quaisquer objectos na
boca da criança;
Providenciar ambiente calmo;
Depois de pararem por completo as convulsões,
desapertar a roupa da criança;
Deitá-la de lado e agasalhar com um cobertor ou casaco;
Providenciar o transporte da criança ao centro de saúde,
vigiando-a e impedindo-a de se levantar ou andar;
Não dar nada pela boca (água, outros líquidos, alimentos
ou qualquer medicamento) a seguir à crise convulsiva,
seja qual for a causa;
4.

As reacções químicas e metabólicas do organismo produzem calor


suficiente para manter o corpo a uma temperatura ambiente de 37ºc.
Quando se produz uma quantidade demasiado grande de calor, o
organismo pode eliminar o excedente através de mecanismos como a
transpiração. Se esta ultima é abundante e prolongada, o organismo
pode ter deficiência em água ou em sal (sódio).
Estas perdas devem ser substituídas adequadamente senão o
organismo corre o risco de apresentar determinados sinais de
enfraquecimento: cãibras, fadiga e perda de consciência. Tal pode
acontecer no recreio ou actividades de educação física nos dias
quentes de Verão.

a) Cãibras

Podem aparecer cãibras musculares dolorosas nas pernas e na


parede abdominal. Estas cãibras aparecem devido a:
Uma actividade física intensa em que as perdas de sódio
não são compensadas adequadamente;
Transpiração abundante;
Qualquer outra situação que provoque desidratação;
Actuação na Escola

Repousar em local fresco;


Distender os músculos afectados, forçando o seu
relaxamento;
Massajar suavemente o local;
Aplicar, localmente e de forma indirecta, calor;
Beber lentamente (100 ml de 15 em 15 minuto) uma solução
de água ou de sumo de fruta compondo-se de 2 colheres de
chá de sal por cada litro de líquido;

b) Enfraquecimento provocado pelo calor

O enfraquecimento provocado pelo calor afecta normalmente


as pessoas que fazem exercício físico em ambientes quentes e
húmidos, habitualmente a seguir a uma perda exagerada de água ou
de sal através da transpiração.

Sente-se fadiga exagerada, dificuldade de concentração,


náuseas e outras pequenas perturbações. O pulso é rápido e a
respiração rápida e profunda. Sente-se fraqueza, tonturas, e dores
de cabeça. Pode até haver náuseas, vómitos e desmaio.

Actuação na Escola

Instalar a criança em local fresco e arejado para repousar;


Despir o mais possível;
Refrescar a criança com a ajuda de toalhas húmidas e frias;
Hidratar lentamente (100 ml de 15 em 15 minutos), com
uma solução salgada de água ou de sumo de frutas (2
colheres de chá de sal por litro);

NOTA: Consultar um médico se a criança não se sentir


melhor ao fim de alguns minutos e após hidratação conforme
descrito.

5.
Numa criança diabética é necessário estar alerta sobre a relação
medicação/alimentação.
Um excesso de insulina ou uma deficiência de açúcar pode
rapidamente fazer baixar a taxa de açúcar no sangue. Isto pode
conduzir a um estado comatoso perigoso: a hipoglicémia grave.
Pode ser causado pela administração excessiva de insulina, por
défice alimentar ou actividade física excessiva na criança diabética.

Antes da perda de consciência a criança apresenta fome,


dificuldade de concentração, tremores, dor de cabeça, atordoamento,
tonturas. Pode haver também fraqueza, aceleração do pulso,
irritabilidade, agressividade ou comportamento bizarro.

Pode chegar à perda da consciência (Coma Hipoglicémico), em que


a pele fica húmida e pálida, a respiração e o hálito são normais, o
pulso é rápido e podem haver convulsões.

Actuação na Escola

Antes da criança perder a consciência, dar sumo de fruta,


açúcar, mel, chocolate ou qualquer outra fonte de glicose
(açúcar) que a criança possa tomar pela boca;
Deve ficar sob vigilância e dar-se mais glicose, se
necessário;
A criança inconsciente deve ser deitada de lado, ficar
acompanhada e ser vigiada;
Deve ser chamada uma ambulância para a encaminhar ao
centro de saúde;
6.

O soluço é uma contracção involuntária do diafragma. Estas


contracções involuntárias provocam um início da inspiração. Esta é
interrompida bruscamente pelo fecho das cordas vocais, o que provoca
a emissão de um barulho característico: o soluço.

Causas

Beber bebidas gasosas;


Não mastigar bem os alimentos;
Comer depressa demais;
Engolir ar, nervosismo;
Exercícios cansativos empreendidos depois de uma
refeição;

Actuação na Escola

Inspirar muito bem e ficar sem respirar o máximo de


tempo possível;
Beber um copo de água e em seguida suster a respiração;
Respirar alguns minutos para dentro de um saco de
papel;
Tomar 1 ou 2 colheres de chá de açúcar;
7.

Seja qual for o animal, uma mordedura nunca deve ser encarada de
ânimo leve.
As presas de um animal podem transmitir todo o tipo de micróbios
e toda a mordedura deve ser encarada como estando infectada.
Animais como o cão e o gato ou morcegos podem aparecer no
recreio da escola, e estes animais podem ser portadores de uma
doença chamada raiva. Outros animais são mais raramente portadores
desta doença mas devem ser valorizadas também as suas mordeduras,
como sendo os ratos, coelhos, hamsters ou outros roedores.

Actuação na Escola

Lavar a ferida com água e sabão durante 5 a 10 minutos;


Desinfectar com anti séptico (Betadine);
Estancar toda a hemorragia, se a houver;
Cobrir a ferida com uma compressa e uma ligadura, caso
se aplique no local em questão;
Encaminhar para o centro de saúde, de modo a ser
avaliada a gravidade da situação (proceder a pensos em
ambulatório e administrar vacinação antitetânica, se
necessário);

As moscas e os mosquitos gostam de se alimentar do nosso sangue


quente.
As abelhas e vespas picam para se defender.
É principalmente no Verão que é mais frequente a picada de
insectos.
As picadas de insectos apresentam geralmente alguns sinais
característicos:
Vermelhidão;
Inchaço;
Comichão local.

Estes ferimentos não devem ser coçados, pois acentuam os sintomas e


aumentam o risco de infecção.

Actuação na Escola

Retirar cuidadosamente o ferrão, se for uma picada de


abelha ou vespa;
Desinfectar com um anti séptico (Betadine);

NOTA: Em caso de alergia, mal-estar, inchaço excessivo ou


dificuldade respiratória ou se se souber antecipadamente que a
criança é alérgica, encaminhar rapidamente para o centro de
saúde.
8.

Cerca de 90% das hemorragias no nariz são provocadas pelo


rebentamento de um pequeno vaso sanguíneo situado na parte anterior
do nariz.

Actuação na Escola

A criança assoa-se, inclina a cabeça e o tronco para a


frente e respira pela boca;
A seguir exerce-se uma pressão ininterrupta nas duas
narinas durante 15 minutos. A pressão é exercida de
modo a comprimir a parede nasal;
Depois de o sangue parar, aplicar compressas frias
durante 15 minutos no nariz;
Deve evitar assoar-se, fazer pressão nasal e mexer no
nariz durante algumas horas;

NOTA:

Não aplicar compressas húmidas por trás da nuca;


Não inclinar a cabeça para trás;
Não comer nem beber enquanto a hemorragia não parar;
Deve dirigir-se ao centro de saúde se:
-a hemorragia não pára;
-a hemorragia é provocada por um corpo estranho ou a
seguir a uma pancada forte no nariz;
-o nariz apresenta-se inchado, deformado ou há equimose em
redor do nariz;
-há problemas de coagulação inerentes à própria criança;
9.

Protegendo externamente o corpo humano existe um órgão


denominado pele.
Além da protecção, outras funções lhe são atribuídas.

Os ferimentos simples nos mais variados locais do corpo são


comuns nas crianças. È necessário saber avaliar a sua gravidade,
tendo em conta a profundidade, extensão, a existência de corpos
estranhos superficiais ou profundos, hemorragias de paragem rápida
ou contínuas, e ter discernimento na adequada actuação.

Um corte ou laceração cutânea é um rasgão ou ferimento da pele


habitualmente causado por um objecto contundente.
Uma escoriação ou arranhão é uma corrosão ou raspagem das
camadas superficiais da pele, com uma superfície dura.

Actuação na Escola

Lavar primeiro as mãos, antes de qualquer manipulação para


não contaminar a ferida;
Colocar a ferida debaixo de água corrente ou lavar com soro
fisiológico, durante alguns minutos;
Se houver, pode ser lavada com um desinfectante de lavagem,
como o Betadine. Caso este não exista na escola, poderá ser
lavada a ferida com água limpa e sabão e depois água limpa,
antes da aplicação do desinfectante;
Desinfectar com um anti séptico; NÃO USAR ALCOOL;
Caso seja um corte com hemorragia deverá fazer-se compressão
contínua durante 10 minutos, para parar de sangrar;
Cobrir o ferimento com compressas esterilizadas, utilizando
ligadura se se adequar, de modo a comprimir um pouco o local
do ferimento, ajudando a ferida a parar de sangrar;
Se for um ferimento de pequenas dimensões, pouca
profundidade e extensão poderá ser feito penso em casa;
Caso se trate de um ferimento com moderada ou grande
gravidade, deverá haver encaminhamento para o centro de
saúde afim de este ser avaliado pelo médico ou enfermeira
(realização de penso em ambulatório e eventual administração
da vacinação antitetânica);
Se se verificar a existência de um objecto estranho encravado,
NUNCA SE RETIRAR! Fazer uma protecção de modo a que o
objecto não alargue os contornos da ferida ou se afunde mais, e
encaminhar para o centro de saúde;

NOTA: Encaminhar para o centro de saúde se:

Ferida se apresentar muito suja e de difícil limpeza;


Hemorragia é contínua e difícil de parar;
Corte ou escoriação se localizar na cara ou na cabeça;
Aumentar a dor, surgir vermelhidão ou inchaço;
Verificar saída de líquido purulento;
Aparecer febre ou calafrios;
10.

Nunca se deve subestimar uma ferida na cabeça.


A ausência de ferida externa não significa que uma pancada ou
uma queda não tenham causado danos no interior do crânio: no
cérebro, vasos sanguíneos, etc.
É o conjunto dos acontecimentos e do estado geral da criança que
mais esclarecem sobre a real gravidade da situação.

Sinais e sintomas

Perda de consciência ou memória;


Sonolência ou apatia, delírio, confusão ou desorientação;
Náuseas ou vómitos;
Dimensão diferente das pupilas;
Visão desfocada ou dupla;
Dificuldade ou incapacidade de falar;
Fraqueza ou paralisia parcial ou total;
Tonturas, vertigens e sangramento do ouvido;
Perda da sensibilidade, convulsões;
Dor de cabeça forte ou persistente;
Respiração irregular ou difícil;
Sangramento pelo nariz, ouvidos ou boca;

Actuação na Escola
a) Ferimento com gravidade

Se a criança apresentar qualquer dos sintomas anteriormente


descritos, a ferida na cabeça deverá ser considerada grave e
deverá ser transportada para o centro de saúde;
Se a criança, após traumatismo da cabeça, permanecer
inconsciente, não levantar a criança do local;
Se esta apresentar vómitos, deverá ser virada em bloco para o
lado e assim permanecer até chegar a ambulância, que deverá
ser chamada de imediato;
Tapar a criança e desapertar a sua roupa sem a mobilizar
demasiado;
Se a criança despertar, não permitir que se levante ou ande até
chegarem os bombeiros, que após descrição do sucedido,
agirão em conformidade;
Vigiar a respiração e pulso;
Cobrir os golpes com compressas;

b)Ferimento sem muita gravidade

Se há cortes, fazer penso, desinfectando e cobrindo com


compressas e ligadura;
Favorecer o repouso da criança;
Pode-se administrar analgésico como o Ben-u-ron;
Vigiar se há o aparecimento de qualquer um dos sinais e
sintomas anteriormente descrito, sobretudo nas 24 horas
seguintes, e caso isso suceda, encaminhar para o centro de
saúde;
NOTA: Nunca dar alimentos, líquidos, sólidos ou
medicamentos, se a ferida for considerada grave.
11.

Uma contusão é uma ferida dos tecidos superficiais, que não


produz nenhum rasgão da pele e que é causado por uma pancada
directa ou um esmagamento.
Está associada à ruptura de pequenos vasos sanguíneos,
provocando uma efusão de sangue por baixo da pele denominada
equimose.
Apresenta inchaço, sensibilidade, vermelhidão subcutânea
(equimose) que vai mudando de cor (negro, amarelo, verde) à medida
que o sangue é reabsorvido.

Actuação na Escola

Aplicação tópica de pomada: trombocid ou hirudoid;


Consultar o médico na possibilidade de:
-fractura subjacente (se apresentar deformação, dor
forte);
-contusão no abdómen, nos órgãos genitais, na cabeça
ou na face;
-agravamento do inchaço ou da dor;
-aparecimento de sensação de calor ao nível da ferida;
-tremores e febre;
12.

Uma fractura é uma quebra ou ruptura de um osso.


Uma entorse é uma distensão, uma torção ou ruptura de um
ligamento situado ao nível de uma articulação.
À primeira vista, é por vezes difícil diferenciar uma entorse de
uma fractura que se produza ao nível de uma articulação. Só um
exame permite um diagnóstico seguro.

Sinais e sintomas

Inchaço e dor localizada;


Incapacidade de mexer correctamente a articulação ou o
membro ferido;
Equimose ou hemorragia subcutânea frequente;
Deformação (em caso de fractura);

Actuação na Escola

Imobilizar e evitar movimentar a parte ferida;


Não tentar endireitar um membro deslocado;
Se a ferida se localizar num pé, evitar descalçar os sapatos;
Se a lesão for num braço, fazer imobilização e suspensão do
membro;
Manter a criança deitada, evitando que apoie o seu corpo sobre
o membro lesado;
Se for visível algum osso, cobri-lo com compressas para
protecção;
Chamar a ambulância para encaminhamento ao centro de saúde;
13.

a) Obstrução das vias respiratórias

A obstrução das vias respiratórias é caracterizada pela presença de


um corpo estranho na faringe, por detrás das amígdalas e que impede a
livre passagem do ar.
Os alimentos são frequentemente a causa. Daí a expressão: “a
comida foi-me para o goto”.
Os pequenos objectos que as crianças metem na boca podem
também fazer sufocar.

Temos um excelente mecanismo de defesa contra a obstrução: a


tosse. A contracção dos músculos que se dá quando se tosse, permite
expelir rapidamente e com força, um volume de ar suficiente para fazer
sair o objecto encravado.

Se tal não se solucionar, o que fazer?


Há duas técnicas que se devem saber.
Se se tratar de uma criança pequena :
Virar a criança de cabeça para baixo, com a cara voltada
para o chão;
Um braço segura a criança passando desde o ombro até à
coxa oposta; o tórax da criança é então suportado por este
braço;
A coxa e o joelho podem também servir de apoio;
Com a palma da outra mão, dar 4 golpes secos entre as duas
omoplatas (ATENÇÂO: a força utilizada é proporcional ao
tamanho da criança);
Se se tratar de uma criança maior :
Colocar-se atrás e um pouco de lado;
Uma mão suporta o tórax;
Dá-se 4 golpes secos entre as duas omoplatas, com a
palma da mão;

Se a criança continuar sem conseguir respirar, aplica-se a segunda


técnica (técnica de Heimlich ):
Colocar-se atrás da criança;
O punho da mão direita fica no centro do estômago da criança;
A mão esquerda agarra na mão direita;
Fazer 4 pressões energéticas e rápidas para dentro e de baixo
para cima;

Encaminhar rapidamente a criança ao centro de saúde, se a situação


não for resolvida!

NOTA: Não tentar remover corpo estranho manualmente pois pode


correr-se o risco de ser empurrado, ficando colocado numa posição
mais profunda!
Por vezes acontece que um objecto levado à boca seja engolido por
inadvertência. Isto acontece sobretudo com as crianças mais pequenas
que metem todo o tipo de pequenos objectos na boca.

Actuação na Escola:

Os pequenos objectos redondos, tais como berlindes, botões,


moedas, passam nas fezes sem provocar problemas.
Não fazer a criança vomitar !
Vigiar sobretudo a presença de dificuldade respiratória, dor
abdominal, presença de sangue no vómito ou nas fezes e febre;
Ao primeiro destes sinais dirigir-se de imediato ao centro de
saúde;

b) Corpos estranhos nos olhos

Diversos corpos estranhos podem alojar-se acidentalmente à


superfície do olho ou debaixo das pálpebras.

Sintomas

Comichão, ardor e dor no olho;


Vermelhidão;
Lacrimejar;

Actuação na Escola
Fazer lavagem da vista com água ou soro fisiológico, tendo
sempre atenção em manter as pálpebras separadas;
Puxar as pálpebras, uma de cada vez, para ver se o corpo
estranho se encontra à superfície;
Retirá-lo com um cotonete ou com a ponta de uma gaze
húmida;
Fazer um penso ocular;
Encaminhar ao centro de saúde, no caso de o corpo estanho não
se tratar de uma pestana ou poeira, ou se este se apresentar
alojado profundamente no olho;

NOTA: Evitar esfregar a vista afectada para que o corpo estranho


não se aloje ainda mais profundamente;
Não utilizar objectos duros pontiagudos para retirar o corpo
estranho;

c) Corpos estranhos nos ouvidos

Causas possíveis

Insectos;
Pequenos objectos inseridos por brincadeira;

Sinais e Sintomas
Sensação de irritação do ouvido;
Diminuição da audição;
Sangramento;

Actuação na Escola

Pode tentar-se retirar um corpo estranho do ouvido se se trata


de um objecto não irritante (algodão, papel, lã);
Não deitar água e azeite ou meter um cotonete no ouvido para
tentar retirar o objecto;
Recorrer ao centro de saúde sempre que não consiga retirar o
corpo estranho, ou em caso de dor, sangramento ou diminuição
da audição;

d) Corpos estranhos na pele

Os pregos, pedaços de vidro e as lascas de madeira são os corpos


estranhos que ferem a pele com mais frequência.
As mãos e os pés são os locais mais expostos.
Não tentar retirar um corpo estranho alojado na pele, a não ser que
se trate de uma farpa ou um pico à superfície.
Actuação na Escola

Não retirar um corpo estranho profundamente alojado;


Recorrer ao centro de saúde sempre que:
-o corpo estranho trespasse a pele, mesmo que tenha saído
quase no mesmo instante (ex: prego);
-a pele fica vermelha, inchada e sensível;
-apresentar febre e arrepios;
14.

As dificuldades respiratórias na criança são em geral causadas pela


asma e por diversas infecções das vias respiratórias (laringite,
bronquiolite, bronquite, pneumonia).

Actuação na Escola

Assegurar-se que a dificuldade respiratória não é provocada


por nenhum objecto encravado nas vias respiratórias;
Humidificar o ar ambiente:
-abrir a torneira de água quente;
-fechar a porta da casa-de-banho;
-instalar-se confortavelmente numa cadeira e sentar a criança
ao seu colo;
-deixar correr a água da torneira durante alguns minutos para
produzir humidade;
-a seguir ao banho de vapor, vestir roupas secas à criança;
Não fumar em ambientes onde esteja a criança;
Eliminar factores que possam agravar alergias (no caso de
asma);
Vigiar de perto a criança;
Recorrer ao centro de saúde se a criança apresentar:

Edema da língua;
Produção excessiva de saliva;
Dificuldade em engolir;
Coloração azulada das unhas e pele;
Febre alta associada à dificuldade respiratória;
Agitação e ansiedade ou apatia e sonolência;
Respiração ruidosa;
Náuseas e vómitos associados à dificuldade respiratória;
Corpo estranho nas vias respiratórias;
15.

Uma pessoa pode queimar-se de várias maneiras: ao tocar num


objecto quente, ao entornar água a ferver, ao estar em contacto directo
com chamas, ou por electrocussão.
Determinados produtos químicos ao entrarem em contacto com a
pele e uma exposição prolongada ao sol, podem também provocar
queimaduras.
A importância ou a gravidade de uma queimadura avalia-se a partir
de alguns critérios (profundidade-1º, 2º e 3º grau, extensão e local).

Características de uma queimadura

Vermelhidão;
Dor;
Presença de bolhas;

Actuação na Escola

Se as roupas ainda estiverem em contacto com o fogo, apagar


com a ajuda de um cobertor, toalha ou água;
Colocar a pele queimada debaixo de água fria durante 10
minutos;
Nunca rebentar as bolhas provocadas pela queimadura;
Aplicar compressas húmidas, frias e limpas sobre a
queimadura;
Não retirar as roupas coladas à queimadura;
Vigiar o estado da criança (respiração);
Não dar nada à criança (líquidos, alimentos, medicamentos);
Não colocar manteiga nem outra substância gorda na
queimadura;

Recorrer ao centro de saúde em caso de:

Queimadura por electrocussão;


Queimadura que se acompanha de dificuldade respiratória ou de
inalação de fumo;
Queimadura na cara, pescoço, mãos, pés e órgãos genitais;
Queimaduras extensas;

16.
Toda e qualquer instituição deve possuir equipamento contendo
material necessário ao procedimento de primeiros socorros e abordagem
à “vítima”, até encaminhamento desta para uma unidade mais específica,
caso seja necessário.
Assim, esta deve conter:

Termómetro;
Soro fisiológico;
Betadine;
Compressas;
Ligaduras;
Adesivo;
Tesoura;

NOTA : verificar prazos de validade !


1-Avaliar a temperatura ……………………………………………. 3

2-Baixar a febre ……………………………………………………...5

3-Convulsões e crise de epilepsia. ……………….………………. 6

4-Calor: cãibras e enfraquecimento ………………………………. 9

5-Diabetes e hipoglicémia …….…………………………………. 12

6-Soluços……………………………………………………………. 14

7-Mordeduras de animais e insectos ……………………………. 15

8-Sangrar do nariz ………………………………………………… 17

9-Cortes e escoriações ………. ……………………………………19

10-Ferimentos na cabeça …………………………………………. 21

11- Contusões e equimoses ………………………………………. 24

12- Fracturas e entorses (generalidades) ………………….……. 25

13- Corpos estranhos


(pele, ouvidos, olhos e vias respiratórias). …….………………. 27

14- Dificuldade respiratória na criança ……………………….... 33

15- Queimaduras …………………...……………………………… 35

16- Organização do material de primeiros socorros ………...… 37

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