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Sumário

Introdução
Tipos de convulsões
Origem
Como identificar uma pessoa em crise convulsiva?
O quer fazer e não fazer quando alguém estiver com crise convulsiva?
Diagnóstico
Tratamento

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Introdução

Procurando o significado da palavra em dicionários, lemos que "a crise convulsiva é a


contração violenta e involuntária dos músculos ou dos membros".

Na verdade, a crise convulsiva é a manifestação motora de um grupo de neurônios —


que está alterado por algum motivo — responsável pela realização de algum
movimento. Ela se caracteriza por tremor, movimentos rápidos, fortes e repetitivos.
Existem dezenas de problemas e doenças que podem levar à crise convulsiva, indo dos
mais benignos, passando pela convulsão febril, até problemas mais graves, como
tumores, infecções, derrames, cistos, falta de açúcar no sangue, má oxigenação e,
finalmente, a epilepsia.

A epilepsia é uma doença mais ampla e manifesta-se através de crises epilépticas que se
repetem sem uma causa externa evidente. Lembre-se: a crise convulsiva pode ser
conseqüência de vários problemas, como tumores, baixa de açúcar e, inclusive, de
epilepsia.

Para entender melhor do assunto, nada como fazer uma analogia: compare seu cérebro a
uma grande central telefônica e os membros do seu corpo, a telefones residenciais. Os
cabos de transmissão das ruas são os nossos nervos, que levam informações de nossa
central (cérebro) a um determinado local (membro do corpo). Para melhor
entendimento, suponha que nosso braço direito seja um bairro, e outros membros e
locais do corpo, outros bairros. Dentro dos bairros existem residências que são nossos
grupos musculares. Temos locais específicos em nossa central para controlar cada bairro
e tipo de informação que vai até eles. Nossos membros não servem apenas para um tipo
de movimento e executar movimentos complexos, mas também sentem dor, frio, calor,
formigamento, compressão e cócegas, que são tipos diferentes de informação
interpretadas por locais diferentes de nosso cérebro.

Curto-circuito
Se ocorrer um curto-circuito na central telefônica por qualquer motivo, os membros do
nosso corpo podem fazer conexões não-programadas, paralisando tudo, errando
números discados corretamente e até ocasionar um toque desordenado dos telefones nas
residências. Isto seria a crise convulsiva, independente do que a causou ou do motivo
que ocasionou o curto-circuito.

Assim, as epilepsias constituem causa das crises convulsivas, como as infecções


(meningites), tumores, febre, falta de oxigênio, hipoglicemia, cistos cerebrais, mal-
formações cerebrais etc. Elas podem afetar em maior ou em menor grau o
desenvolvimento da criança, de acordo com a extensão do cérebro que está acometida e
das funções prejudicadas.

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Ao presenciar uma crise convulsiva que esteja ocorrendo com sua criança, apenas
segure a pessoa para que ela não se machuque. Segure principalmente a cabeça dela
para evitar batidas repetidas no chão ou contra a parede. A orientação de proteger a
língua é válida, pois a criança acaba mordendo e ferindo demais a língua. Ao segurar a
boca da pessoa, enrole os dedos em um pano para evitar que seus dedos sejam mordidos
e lesados. A crise convulsiva não costuma durar mais que 15 minutos.

Após a crise, o dano neurológico da criança pode ser comprometedor. Portanto, leve-a
imediatamente ao pronto-socorro mais próximo para que seja assistida corretamente,
mesmo que a crise cesse. A crise convulsiva pode repetir-se em poucos minutos.

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Tipos de convulsões

Os sinais e sintomas presentes numa crise convulsiva caracterizam o tipo de convulsão.

Crise convulsiva generalizada quando há movimentos dos braços e pernas, rigidez,


desvio dos olhos para um dos lados, descontrole dos esfíncteres e perda da consciência.
A cara pode ficar acinzentada porque a pessoa não consegue respirar durante a crise.
Consoante as características da crise, esta pode pertencer às crises de grande mal ou de
pequeno mal.

Durante a crise generalizada de grande mal o doente passa pela fase tônica e fase
clônica (movimentos tônico-clônicos) várias vezes e há perda da consciência.

Na fase tônica os movimentos são violentos, rítmicos e involuntários. Pode sair espuma
pela boca e apresentar incontinência urinária. Estes movimentos ficam mais suaves e
espaçados no final da crise.

Na fase clônica os olhos ficam virados para a zona superior, como se estivesse a olhar
para a testa, os músculos ficam todos contraídos, os braços dobrados e o resto do corpo
esticado. Pode haver emissão de um som característico pela boca (grito) e dura pouco
tempo. A pele pode ficar acinzentada se a pessoa não respirar durante a crise (apneia).

É normal o doente ficar cansado e sonolento no final da crise, pelo que se deve deixar
dormir.

Crise parcial simples. As convulsões são limitadas a uma área do corpo, mas podem
estender-se a outras áreas, sem haver perda do conhecimento. Se houver extensão pode
provocar uma crise de grande mal. As pessoas apresentam formigueiros ou picada
percorrendo uma ou mais áreas do corpo, vêm ou ouvem coisas ou sons que não estão
existem.

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Crise parcial complexa. Durante a crise os movimentos da boca são contínuos, como se
a pessoa estivesse a mastigar. Os movimentos do corpo não têm coordenação ao pegar
em objetos, mexer na roupa, despir-se e andar.

Crise mioclonia. Há contrações musculares súbitas e fortes em todo ou parte do corpo.

No pequeno mal há uma perda breve de consciência que pode passar despercebida. É
frequente em crianças entre os 5 e os 9 anos de idade. Pode haver alteração do tónus

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muscular, e a criança deixa cair pequenos objetos que esteja a segurar, no entanto
raramente cai. Não há incontinência.

Crise focal simples ou acinética quando não há perda da consciência e há alteração


temporária no movimento, sensibilidade e função num dos membros. Se houver perda
da consciência chama-se focal complexa.

Crise atónica quando o corpo fica mole, como se fosse feito de borracha. A pessoa sofre
uma queda se estiver em pé.

Crise de ausência quando há perda da consciência, a pessoa fica geralmente na posição


em que estava antes da crise, mas com um olhar como se estivesse ausente.

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Origem

São variadas as situações que podem desencadear uma crise convulsiva. Em alguns
casos não se consegue determinar a origem da convulsão.

 Epilepsia.
 Hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue).
 Privação de oxigénio em partos prolongados (hipóxia).
 Hipocaliémia (nível de potássio baixo no sangue) ou hipomagnesémia
(magnésio baixo)
 Desidratação (grande falta de líquidos no organismo).
 Algumas doenças infecciosas como a meningite, encefalite, tumores, acidente
vascular cerebral.
 Efeito secundário a um medicamento.
 Intoxicação por medicamentos.
 Traumatismo da cabeça.
 Febre, convulsão que surge geralmente em crianças até cerca dos 5 anos,
desencadeada pela subida da temperatura. Este tipo de convulsão não está
associada a doenças do cérebro e nem deixa sequelas.
 Estímulo visual e/ou auditivo.

Uma pessoa que tenha apresentado uma crise convulsiva, não implica que sofra de
epilepsia. É necessário realizar vários exames para se afirmar que uma pessoa tem
epilepsia.

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Como identificar uma pessoa em crise convulsiva?

 Perda dos sentidos (perda da consciência)


 Queda ao chão inconsciente
 Salivação
 Contrações de alguns músculos ou o corpo todo
 Perda do controle da urina
 Respiração ruidosa

Passada a crise o paciente estará confuso e desnorteado, portanto, acompanhe-o o tempo


todo até que ele volte à consciência.

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O quer fazer e não fazer quando alguém estiver com crise convulsiva?

O que fazer?

 Deite o paciente no chão


 Peça ajuda
 Proteja a cabeça com as mãos, roupa ou travesseiro
 Retire objetos próximos, que possam machucar o paciente
 Mova o paciente apenas se ele estiver próximo a lugares perigosos (por
exemplo, escadas, máquinas, etc)
 Terminadas as contrações, coloque o paciente em posição de recuperação
 Deixe-o descansar

O que não fazer?

 Não tente desenrolar a língua com a mão


 Não tente imobilizá-lo
 Não dê nenhum tipo de líquido ou sólido até que a pessoa recupere
TOTALMENTE a consciência
 Não jogue água no rosto

IMPORTANTE
As convulsões por epilepsia tendem a durar alguns minutos, portanto, não se desespere!

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Diagnóstico

O diagnóstico tem como objetivo identificar a causa e tipo de crise. O médico faz o
diagnóstico com base nos sinais e sintomas descritos pela pessoa ou por quem
presenciou, exame físico e neurológico e análises ao sangue. Para confirmar ou
descartar o diagnóstico, o médico recorre a outros exames como a tomografia axial
computadorizada (TAC), eletroencefalograma (EEG), cintilografia cerebral, ressonância
magnética, etc.

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Tratamento

Na convulsão por febre, hipoglicemia, hipocaliemia, hipomagnesémia e hipóxia o


tratamento é essencialmente dirigido à correção da causa, e secundariamente na
administração de medicamentos anticonvulsivantes e anti-inflamatórios. Após a
primeira semana de vida as infecções e problemas genéticos são as principais causas de
convulsão.

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