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DOENÇAS

NEUROLÓGICAS
SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ENFª JÉSSICA TELOKEN


DOENÇAS NEUROLÓGICAS
● Doenças que atingem não somente o cérebro, mas também a medula
espinhal e o sistema nervoso, com alterações funcionais e/ou
estruturais.

● Podem ser divididas em centrais (cerebral, cerebelo e tronco


encefálico) e periféricas (médula e nervos periféricos).
NEURODESENVOLVIMENTO
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Podem ser:

● Genéticas

● Hereditárias

● Congênitas (desenvolvimento embrionário ou fetal)

● Adquiridas
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
PARALISIA CEREBRAL
• Também conhecida como Encefalopatia Crônica.

• Deficiência mais comum na infância.

• Complexa e irreversível, não progressiva.

• Alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento


motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo.

• Uma das principais causas de PC é a hipóxia.


PARALISIA CEREBRAL
• Outras causas podem ser:

- Anormalidades da placenta ou do cordão umbilical


- Infecções
- Diabetes
- Hipertensão (eclampsia)
- Desnutrição
- Uso de drogas e álcool durante a gestação
- Traumas no momento do parto
- Hemorragia
- Hipoglicemia do feto
- Problemas genéticos
- Prematuridade
PARALISIA CEREBRAL
TIPOS DE PARALISIA CEREBRAL

Paralisia cerebral espástica: atinge o córtex motor do cérebro,


responsável pelos movimentos.

Paralisia cerebral extrapiramidal: atinge regiões interiores do


cérebro. As crianças possuem movimentos involuntários chamados
de espasmos.

Paralisia cerebral atáxica: mais rara, acomete o cerebelo. Bebês


apresentam incoordenação das mãos, não caminham em linha
reta, atraso e comprometimento da fala.
PARALISIA CEREBRAL
PARALISIA CEREBRAL
SINAIS E SINTOMAS:

● Sabe-se que a principal alteração presente nas crianças com


paralisia cerebral (PC) é o comprometimento motor.

● Pode apresentar também distúrbios cognitivos, sensitivos,


visuais e auditivos.
PARALISIA CEREBRAL
SINAIS E SINTOMAS:

● Retardo ou atraso no desenvolvimento motor


● Persistência de reflexos primitivos
● Presença de reflexos anormais
● Fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores
● Resposta de pára-quedas
PARALISIA CEREBRAL
ALÉM DO DISTÚRBIO MOTOR, PODE APRESENTAR:

● Retardo mental
● Epilepsia
● Distúrbio de linguagem
● Distúrbio visual
● Distúrbio de comportamento
● Distúrbio ortopédico
PARALISIA CEREBRAL
PARALISIA CEREBRAL
PARALISIA CEREBRAL
TRATAMENTO:

● O tratamento é paliativo, visto que não se pode agir sobre uma


lesão já superada e cicatricial.

● Pode haver necessidade de tratamento:


- Medicamentoso
- Fisioterápico
- Cirúrgico
PARALISIA CEREBRAL
● As pessoas com paralisia cerebral, assim como qualquer outra
condição de saúde, necessitam de uma rede de cuidados
devidamente articulada, na perspectiva do compartilhamento do
cuidado entre as equipes de Saúde e a família.

EQUIPE MULTIPROFISSIONAL É ESSENCIAL NO CUIDADO!


EPILEPSIA
● Doença neurológica que pode ser prevenida e controlada em até
70% dos pacientes.

● Se caracteriza por uma predisposição permanente do cérebro em


originar crises epilépticas.

● Uma crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais ou sintomas


clínicos secundários a uma atividade neuronal anormal excessiva
ou sincrônica.
EPILEPSIA
● As causas da epilepsia podem ser genéticas ou adquiridas.

● As causas adquiridas constituem a grande maioria e incluem:


traumatismo craniano, lesões perinatais e infecções encefálicas,
AVCs, entre outros.

● Em alguns casos, a causa não é identificada.


EPILEPSIA
SINAIS E SINTOMAS:

● A forma mais comum é a convulsão.

Outras alterações são:


● Alteração sensorial (sentir cheiros, ver luzes)
● Alteração de percepção (sentir medo, ser visto)
● Alterações comportamentais (ausente, mexer as mãos)
EPILEPSIA
● Principal manifestação da convulsão é descrita como enrijecimento do corpo
(contrações musculares súbitas), causando perda de equilíbrio e queda ao solo,
seguida de relaxamento e contração de grupos musculares, podendo ter ou não
relaxamento dos esfíncteres vesical e intestinal.
EPILEPSIA
● Convulsão é uma mudança repentina no comportamento causada pela
hipersincronização elétrica de redes neuronais no córtex cerebral.

● São descargas elétricas desreguladas de células nervosas do cérebro ou de


parte do cérebro.
EPILEPSIA
EPILEPSIA

● A epilepsia é definida quando ocorrem pelo menos duas convulsões não


provocadas com mais de 24 horas de intervalo.

● O termo “não provocada” indica que não foi causada por febre, traumatismo
crânio-encefálico, alteração hidroeletrolítica ou doença concomitante.
EPILEPSIA
● O diagnóstico de epilepsia muitas vezes não é simples e erros de diagnóstico
não são raros.

● Um relato detalhado e confiável do evento por uma testemunha ocular é a parte


mais importante da avaliação diagnóstica, mas pode não estar disponível.
EPILEPSIA

O manejo de pacientes com epilepsia está focado em três


objetivos principais:

● Controlar as convulsões
● Evitar ou minimizar os efeitos colaterais do tratamento
● Manter ou restaurar a qualidade de vida.
EPILEPSIA
DIAGNÓSTICO:

● Anamnese detalhada
● Exame físico
● Eletroencefalograma (EEG)
● Tomografia de Crânio ou Ressonância Magnética - quando suspeitar
de causas estruturais
EPILEPSIA
TRATAMENTO

● O tratamento das epilepsias é feito através de medicamentos que evitam as


descargas elétricas cerebrais anormais (anticonvulsivantes).

● Os medicamentos normalmente necessitam ser ingeridos a cada 8, 12 ou 24


horas, dependendo da medicação prescrita.

● A criança precisa realizar acompanhamento e consultas frequentes com


neurologista pediátrico a fim de ajustar a dose da medicação de acordo com o
peso.
EPILEPSIA

USO DE CANABIDIOL NO TRATAMENTO

https://www.youtube.com/watch?v=STSUgkfX--E&ab_channel=Sa%C3%BAde
daInf%C3%A2ncia
HIDROCEFALIA
● O termo hidrocefalia vem do grego e significa “água na cabeça”.

● Caracteriza-se por um aumento da quantidade e da pressão do


líquor ou líquido cefalorraquidiano, levando a uma dilatação dos
ventrículos e à compressão do tecido nervoso.
HIDROCEFALIA
HIDROCEFALIA
● O líquor tem como função proteger mecanicamente o cérebro,
amortecendo choques contra a superfície interna do crânio.

● Também desempenha importante papel na proteção biológica do


sistema nervoso central, distribuindo nutrientes e agentes de defesa
contra infecções.
HIDROCEFALIA
● O líquor é produzido por estruturas glandulares chamadas de plexo
coroide, na quantidade de 20 ml aproximadamente por hora, ou
quase 500 ml por dia.

● Após circular pelo interior do cérebro, ele é absorvido pela


circulação sanguínea em sua maior parte por corpúsculos
localizados ao longo de uma grande veia situada na parte interna do
crânio.
HIDROCEFALIA
● O líquor circula pelos ventrículos cerebrais.

● Se por algum fator ocorrer a obstrução total do sistema ventricular,


os ventrículos rapidamente se expandem, fazendo com que o líquor
não tenha mais como circular pelo sistema nervoso central e ser
absorvido.

● Em até seis horas, a hidrocefalia se acentua.


HIDROCEFALIA
HIDROCEFALIA
HIDROCEFALIA
CAUSAS

● Tumores cerebrais
● Cistos cerebrais
● Malformações congênitas
● Uso de drogas na gestação
● Doenças infecciosas na gestação (toxoplasmose, CMV)
● Doenças infecciosas adquiridas (Meningites)
● Hemorragias intracranianas (AVC, traumas)
HIDROCEFALIA
SINAIS E SINTOMAS:
● Fontanelas abauladas e tensas
● Aumento de circunferência cefálica
● Olhar para baixo (sinal de sol poente)
● Vômitos persistentes
● Convulsões
● Irritabilidade
HIDROCEFALIA

Se não for tratada, a hidrocefalia pode causar grave retardo mental por
que o volume crescente de líquido nos ventrículos irá comprimir o
tecido cerebral contra a cavidade dura do cérebro, provocando lesões
irreparáveis.
HIDROCEFALIA
DIAGNÓSTICO
● Anamnese
● Exame físico
● Ultrassonografia fetal
● Tomografia de crânio
● Ressonância magnética de crânio
HIDROCEFALIA
● TRATAMENTO
Implantação cirúrgica de uma válvula.
HIDROCEFALIA
● DVE: derivação ventricular externa – implante de um sistema de dreno
que retira o conteúdo de líquor para uma bolsa coletora externa. Muito
utilizado para o tratamento das meningites e sangramentos intracranianos.

● DVP: derivação ventrículo-peritoneal – implante de um sistema interno


de drenagem de líquor, com o intuito de retirar excesso de líquor de uma
estrutura chamada ventrículo cerebral para o intestino na cavidade
chamada peritônio.

● DVA: derivação ventrículo-atrial – implante de um sistema interno de


drenagem de líquor com o intuito de retirar excesso de líquor de uma
estrutura chamada ventrículo cerebral, para o coração na cavidade
cardíaca chamada de átrio.
HIDROCEFALIA

https://www.youtube.com/watch?v=_Bc5P8evMz8&t=14s&ab_channel=
Pr%C3%A1ticasAssistenciais-HospitalVeraCruz
HIDROCEFALIA

COMPLICAÇÕES DVP

● Obstrução
● Infecções
● Deslocamento
HIDROCEFALIA

● A hidrocefalia é uma patologia grave que resulta em grandes


desafios tanto para a equipe de saúde, como para a família.

● É uma condição permanente o que irá requerer constante cuidado,


avaliação e adaptação da família.
MICROCEFALIA

● É uma má-formação cerebral, que faz com que o crânio não se


desenvolva normalmente.

● Crianças afetadas nascem com circunferência da cabeça menor do


que 33 cm.

● Pode afetar o desenvolvimento, causando dificuldades cognitivas,


motoras e de aprendizado
MICROCEFALIA
MICROCEFALIA

● Segundo a OMS, a microcefalia é caracterizada pela medida do


crânio realizada, pelo menos, 24 horas após o nascimento e dentro
da primeira semana de vida (até 6 dias e 23 horas), por meio de
técnica e equipamentos padronizados, em que o Perímetro Cefálico
(PC) apresente medida menor que menos dois (-2) desvios-padrão
abaixo da média específica para o sexo e idade gestacional.
MICROCEFALIA
CAUSAS

● Defeitos de neurogênese
● Sinaptogênese
● Malformações macroscópicas do sistema nervoso central
● Cranioestenose
● Fechamento prematuro das suturas cranianas
MICROCEFALIA
● Esses defeitos ocorrem principalmente nos primeiros quatro meses
de gestação, quando defeitos genéticos ou a ação de agentes
ambientais (infecciosos, químicos e nutricionais) podem interferir no
desenvolvimento do encéfalo.

● A relação entre ocorrência de microcefalia, associada ou não a


alterações do Sistema Nervoso Central (SNC), e a infecção pelo
vírus Zika na gestação foi descrita pela primeira vez na história em
2015.
MICROCEFALIA
Dependendo da sua gravidade, a microcefalia pode ser associada a uma variedade
de outros problemas em recém-nascidos.

● Convulsões
● Atraso no desenvolvimento, como problemas de fala, ou de outras
fases de desenvolvimento (tais como sentar, permanecer em pé e andar)
● Deficiência intelectual (habilidade reduzida de aprender e exercer atividades do
dia a dia)
● Problemas motores e de equilíbrio
● Dificuldades de se alimentar, como dificuldade para engolir
● Perda auditiva
● Problemas de visão
MICROCEFALIA
TRATAMENTO

● A microcefalia é uma condição permanente. Não há cura conhecida ou um


tratamento padrão.
● O fato de a microcefalia variar de moderada a grave faz com que os tipos de
tratamento também variem.
● A assistência ao desenvolvimento de bebês com microcefalia desde os
primeiros anos de vida ajuda a melhorar e maximizar suas capacidades
intelectuais e físicas.
MICROCEFALIA
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

Barbara Giovanna Peruzzo Louísse Tainá Tormem Patrícia Alves de Souza. Epidemiologia das Doenças
Neurológicas não Infectocontagiosas na infância em um Hospital na Serra Catarinense em 2014. Research,
Society and Development, v. 9, n. 7, e876975012, 2020

Amanda Santana Lima Denise Cipriano Elaine de Fátima da Silva. Paralisia Cerebral. SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPOS GURUJÁ

Carvalho, F. C., Camargo, C. C., Barbosa, T. P., Silva, M. do N., dos Reis, M. B., Ferreira, L. de C. E., Castro,
L. K. C., & Sabatini, P. M. de O. (2022). Epilepsia, do diagnóstico ao tratamento: revisão de literatura /
Epilepsy, from diagnosis to treatment: a literature review. Brazilian Journal of Development, 8(2), 8988–8997.

SOUZA, N.G et al. HIDROCEFALIA: REVISÃO DE LITERATURA. Revista de Trabalhos Acadêmicos. 2012,
Volume 4, Número 6 ] Brasil. Ministério da Saúde. Avaliação e conduta da epilepsia na atenção básica e na
urgência e emergência [recurso eletrônico]. Departamento de Atenção Especializada e Temática; tradução de
Li Li Min. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.

PIRES, L.S et al. Microcefalia: semiologia e abordagem diagnóstica. Residência Pediátrica; 2019: Ahead of
Print.

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