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TANATOLOGIA FORENSE

• A Tanatologia Forense é parte das Ciências Forense


(Medicina Legal) que abrange outros ramos, tais
como:

– TRAUMATOLOGIA FORENSE;

– SEXOLOGIA FORENSE;

– TOXICOLOGIA FORENSE.

ENTRE OUTRAS CIÊNCIAS FORENSES...


CONCEITUAÇÃO

- TANATOLOGIA - do grego tanathos (morte) + logia (estudo)

- MORTE: do latim "mors, mortis" , de "mori" (morrer)

- CADÁVER: do latim "caro data vermis" (carne dada aos


vermes)

A Tanatologia Forense é o ramo das ciências forenses onde se


trata da Morte, suas consequências, meios de produção,
seus sinais, sua natureza e suas implicações naquilo que
possa interessar ao Direito Penal.
CONCEITO DE MORTE

Morte:
É a cessação total e permanente das funções vitais;
- Cerebral
- Respiratória
- Circulatória

As modalidades da Morte:
- Morte Anatômica – parada das funções vitais;
- Morte Histológica - morte paulatina do corpo;
- Morte Aparente – baixos batimentos cardíacos;
- Morte Relativa - sem batimento cardíaco;
- Morte Intermediária - morte religiosa.
FENÔMENOS CADAVÉRICOS
Durante a putrefação do cadáver, alguns fenômenos
ocorrem e, didaticamente, denominam-se:

 FENÔMENOS ABIÓTICOS:
1. IMEDIATOS;
2. CONSECUTIVOS;

 FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS:
1. DESTRUTIVOS;
2. CONSERVADORES.
ABIÓTICOS IMEDIATOS
São os sinais que isoladamente não tem valor absoluto no
diagnóstico da morte:
•Perda da consciência;
•Insensibilidade geral e dos sentidos;
•Imobilidade e abolição total do tônus muscular;

1. Máscara da morte (fácies hipocrática = moribundo)


2. Inércia
3. Relaxamento esfinctérico
4. Midríase (dilatação pupilar)
• Cessação da respiração;
• Cessação da circulação.
ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
São os sinais que indicam a realidade da morte e ocorrem – à
exceção dos cadáveres insepultos – durante a fase de cemitação,
ou seja, o lapso de tempo entre a inumação e a exumação.
Dividem-se em 4 fases distintas:

1. Desidratação Cadavérica;

2. Algor Mortis;

3. Livor Mortis;

4. Rigor Mortis.
DESIDRATAÇÃO CADAVÉRICA

• Perda de peso;
1. Fetos e recém-nascidos - até 8g/Kg/dia
2. Nas primeiras horas até 18 g/Kg/dia

• Pergaminhamento da pele;
1. Dessecação cutânea
2. Endurecimento cutâneo
3. Tonalidade pardacenta ou parda-avermelhada

•Dessecamento labial e mucoso


1. Mais intenso em recém-nascidos e crianças
2. Lábios se tornam duros e pardacentos
DESIDRATAÇÃO CADAVÉRICA

• Modificação dos globos oculares:

1. Tela viscosa - Sinal de Stenon-Louis

2. Diminuição ou perda da tensão do globo ocular - Sinal de


Louis

3. Turvação da córnea transparente

4. Mancha negra da esclerótica - livor sclerotinae


nigricencens - Sinal de Sommer e Larcher; mancha de
cor enegrecida circular ou oval, raramente triangular. no
quadrante externo do olho após 8 horas da morte.
MODIFICAÇÕES NO GLOBO
OCULAR

Fig. 1 - Opacificação da córnea.

Fig. 2 - Sinal de Sommer e Larcher.


ALGOR MORTIS

• Tendência ao equilíbrio térmico com o meio ambiente,


progressivo e não uniforme:
1. Esfriamento médio de 1,5ºC/h
2. Alterações na velocidade do resfriamento:
 mais lento:
• obesos
• envoltos em roupas ou cobertores
• ambientes fechados ou sem circulação de ar
• vítimas de insolacão, envenenamento e doenças infecciosas
agudas
 mais rápido:
• crianças e velhos
• doenças crônicas e grandes hemorragias
LIVOR MORTIS

O Livor Mortis representam os livores cadavéricos após a morte.

• Mecanismo:
• Parada da circulação
• Ação da gravidade
• Acúmulo sanguíneo intravascular nas partes mais baixas do
corpo - exceção: regiões de pressão
• Início em algumas regiões que se coalecem

• Cronologia:
• Aparecimento: 2 a 3 horas após a morte
• Fixação 8 a 12 horas
• permanece na mesma posição caso se vire o cadáver
• permite diagnóstico de alteração da cena do crime
LIVORES CADAVÉRICOS

Fig. 3 – Mancha de Hipóstase

Fig. 4 – Livor Cadavérico


RIGOR MORTIS
No Rigor Mortis acontece o enrijecimento do cadáver.
• Mecanismo:
• Após a morte: um relaxamento muscular generalizado
• Acúmulo de ácido láctico faz enrijecer.
• Ordem de aparecimento - Lei de Nysten – Sommer
• Face, mandíbula e pescoço
• Membros superiores e tronco
• Membros inferiores
• Desaparecimento na mesma ordem
• Cronologia
• Aparecimento - 1 a 2 horas após a morte
• Grau máximo - 8 horas
• Desfazimento - 24 h, anuncia o início da putrefação
ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS
DESTRUIDORES
Dividem-se em:

• Autólise: Fenômenos putrefativos anaeróbicos


intracelulares.

• Putrefação: Fenômenos provocados por germes


aeróbios, anaeróbios e facultativos.

• Maceração: Ocorre em fetos mortos retidos, a partir


do 5º mês de gestação.
PUTREFAÇÃO

A putrefação segue as seguinte etapas.


•Mancha verde abdominal
• Fossa ilíaca direita
• Cronologia do aparecimento: verão - 18 a 24hs / inverno -
36 a 48
• Mecanismo e evolução
• Formação de metano, gás carbônico, amônia, gás
sulfídrico, gás sulfídrico + hemoglobina
• Progressão por todo o corpo
• Escurecimento progressivo - verde enegrecido a negro
• A cabeça fica muito negra
• Enegrecimento de parte das vísceras maciças em contato com
o intestino grosso
MANCHA VERDE
ABDOMINAL

Fig. 5 – Mancha Verde Abdominal


FASE GASOSA
Também conhecido como enfisematoso ou deformante.
• Cronologia
• Perceptibilidade - 48 a 72 horas / grau máximo - 5 a 7 dias
• Mecanismo
• Formação de gases da putrefação – inflamáveis
• Liberação de compostos nitrogenados (odor
desagradabilíssimo)
• Aumento da pressão abdominal
• Prolapso do útero - eventual parto post-mortem
• Prolapso do reto
• Elevação do diafragma
• Compressão pulmonar - saída de líquido avermelhado pela
boca e narinas
FASE GASOSA
• Superfície
• Destacamento total da epiderme
• Bolhas epidérmicas de conteúdo líquido
• Circulação póstuma de Brouardel: 36 e 48 horas após a
morte
• Aspecto gigantesco
• Protusão ocular
• Protusão lingual
• Distensão dos órgãos genitais masculinos
• Posição de lutador
• Cérebro
• Perda da estrutura - "derretimento"
• Massa pegajosa cinza escura
FASE GASOSA

Fig. 6 – Bolhas Epidérmicas

Fig. 7 – Circulação Póstuma de Brouardel


FASE GASOSA

Fig. 8 – Protusão Lingual

Fig. 9 – Protusão Lingual


FASE COLIQUATIVA

Dissolução pútrida do cadáver - deliqüescência cadavérica

• Desintegração de partes moles


• redução do volume
• deformação
• liberação dos gases

• Inúmeras larvas – Fauna Cadavérica, ocorre em 8 legiões

• Cronologia
• Extremamente variável
• início - 3 semanas após o óbito
• término - vários meses
FASE COLIQUATIVA

Fig. 10 – Dissolução Pútrida

Fig. 11 – Presença de Fauna Cadavérica


FASE DE ESQUELETIZAÇÃO
Fase que se mescla à coliquativa:
• Final do processo destrutivo cadavérico
• Resultado final é o esqueleto livre de partes moles
• Cronologia muito variável
• início - terceira a quarta semana
• término - seis meses
• fatores
• clima
• ambiente (+ fauna cadavérica)
• ar livre
• inumação
• submersão
FASE DE ESQUELETIZAÇÃO

Fig. 12 – Estado de Esqueletização


Fig. 13 – Esqueletização Completa
ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES

Adipocera – Saponificação:
• Aspecto de cera
• Consistência untuosa, mole e quebradiça
• Cheiro rançoso adocicado
• Coloração amarelado, róseo ou acinzentado
• Aparece após estágio relativamente avançado de
putrefação
• Predisponentes:
• Obesos
• Água estagnada e pouco corrente
• Solo argiloso e úmido
• Difícil acesso ao ar atmosférico
• Comum em valas comuns
ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES
Mumificação:
• Meio quente, arejado e seco
• Inviabilidade bacteriana
• Desidratação
• rápida
• intensa
• Mais comum
• Magros e crianças
• Peso e volume reduzidos
• Pele
• ondulada
• endurecida
• aspecto de couro
• coloração parda
ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES

Courificação:
• Extremamente raro;

• cadáveres recolhidos em ataúdes metálicos herméticos,


principalmente de zinco
• pele de cor e aspecto do couro curtido recentemente
• abdome achatado e deprimido
• musculatura e tecido subcutâneo preservado
• líquido viscoso e turvo castanho-amarelado na urna
• órgãos amolecidos e conservado
• possibilidade de exames histopatológico
• possibilidade de exames toxicológicos
ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES

Fig. 14 - Mumificação

Fig. 16 - Courificação
Fig. 15 – Saponificação
REFERÊNCIAS

• http://www.malthus.com.br/mg_total.asp?id=434#set

• Trabalho Final de Graduação em Arquitetura Pela Universidade


Federal Fluminense: Aluno Marcos Paulo Cordeiro

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