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ITCPN- Instituto de Tecnologia Comunicação Politécnico de Negocio

Tema: Coque Hemorrágico


Cedeira de Modelo 10

Discentes:
Lucília Júlio Nhimbe
Rosa Custodio Mouzinho

Docente: Maria Luísa

Quelimane, Maio de 2023


Índice
2. Introdução ....................................................................................................................................... 3

1. Choque hemorrágico/ hipovolêmico. .............................................................................................. 4

1.1. Definição ................................................................................................................................. 4

1.2. Complicações hemorrágico na gravidez.................................................................................. 4

1.3. Fisioterapia .............................................................................................................................. 4

1.4. Quadro clinico ......................................................................................................................... 5

1.5. Diagnostico ............................................................................................................................. 5

1.6. Manejo do choque hemorrágico .............................................................................................. 6

1.7. Reanimação cardíaca pulmonar .............................................................................................. 7

2. Conclusão ........................................................................................................................................ 8

3. Referências bibliográficas ............................................................................................................... 9


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1. Introdução

As primeiras definições de choque destacavam a hipotensão arterial sistêmica ou a queda brusca


da pressão arterial. Atualmente, associa-se esta síndrome à redução no fluxo sanguíneo efetivo
e falência no transporte e liberação de substratos essenciais à manutenção dos sistemas
orgânicos vitais. Assim, perfusão tissular inadequada proporciona disfunção progressiva,
seguida de lesão orgânica irreversível e morte se esta condição não for rapidamente revertida1.
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2. Choque hemorrágico/ hipovolêmico.


2.1.Definição

É uma condição clínica com risco de morte que resulta da eventual perda de mais de 20% do
sangue do corpo. Esta grave perda de volume torna impossível para o coração bombear uma
quantidade suficiente de sangue para o corpo e pode, assim, levar à falência de órgãos e à morte.

O choque hemorrágico deve-se a sangramentos agudos e graves de cortes, feridas, lesões


traumáticas decorrentes de acidentes, sangramento de órgãos internos ou sangramento vaginal
significativo. A perda de sangue de grande magnitude pode ocorrer por condições clínicas
como, por exemplo, ferimentos por tiros ou armas brancas que atinjam artérias ou veias
importantes, acidentes de várias naturezas, gravidez ectópica, descolamento da placenta,
sangramentos do trato digestivo, endometriose e outras mais.

O sangue transporta oxigênio e outras substâncias essenciais para os órgãos e tecidos do corpo.
Quando ocorre sangramento intenso, não há sangue suficiente na circulação para que o coração
continue a ser uma bomba propulsora eficaz. No choque hemorrágico há uma perfusão tecidual
diminuída e lesão celular irreversível, o que pode levar à falência do sistema circulatório. O
próprio sistema cardiovascular começa a se deteriorar, de modo que o choque, uma vez iniciado,
é propenso a tornar-se cada vez pior.

Para que os tecidos recebam nutrientes e oxigênio de maneira adequada é necessário que a
bomba cardíaca esteja reforçada, que o sistema vascular esteja íntegro e que o volume
sanguíneo seja adequado. Qualquer insuficiência de um desses itens ocasiona a síndrome de má
perfusão tissular. A pressão sanguínea cai, o coração acelera seus batimentos e isso pode ser
fatal.

2.2.Complicações hemorrágico na gravidez

As complicações maternas mais comuns são: hemorragia, choque, infecção, traumas


operatórios e óbito materno; as fetais são: prematuridade, apresentações anômalas e rotura
prematura das membranas.

2.3.Fisioterapia

O corpo humano responde a hemorragia aguda ativando quatro sistemas fisiológicos principais:
sistema hematológico, sistema cardiovascular, sistema rena l e sistema neuro endócrino. O
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sistema hematológico responde a uma perda de sangue severa, ativando a cascata de coagulação
contraindo os vasos da hemorragia e ativando as plaquetas. O sistema cardiovascular devido a
diminuição do volume sanguíneo e consequente diminuição do oxigênio, estimulará o SNC,
liberando as catecolaminas que provocam o aumento da frequência cardíaca e vasoconstrição
periférica. Os rins respondem a hemorragia estimulando um aumento da secreção de renina,
que converte o angiotensinogênio em angiotensina I que é convertida subsequentemente em
angiotensina II pelos pulmões e fígado. A angioten sina II promove secreção de aldosterona e
é esta responsável pela reabsorção de sódio e conservação de água. O sistema neuroendócrino
aumenta o hormônio antidiurético circulante (ADH), que promoverá um aumento d e
reabsorção d e água e sal (NaCl). Todos estes sistemas agem na tentativa de evitar uma maior
perda de líquidos, tentando reverter o processo hipovolêmico.

2.4.Quadro clinico

Os sintomas do choque hipovolêmico são decorrentes da perda excessiva de líquidos e podem


incluir:

 Náuseas e vômitos;
 Cansaço excessivo e tontura;
 Dor de cabeça progressiva e constante;
 Confusão;
 Dedos e lábios azulados e;
 Sensação de desmaio.
2.5.Diagnostico

Como vimos anteriormente, o choque é o desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio.


Portanto, veremos que o choque hipovolêmico deve ser suspeitado em pacientes com sinais de
hipoperfusão tecidual, como:

 Diminuição da pressão arterial média


 Diminuição do débito urinário
 Alteração do nível de consciência
 Diminuição do tempo de enchimento capilar
 Presença de livedo reticular
 Cianose de extremidades
 Extremidades frias e sudorese
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 Pulso filiforme
 Taquicardia
 Taquipneia
2.6.Manejo do choque hemorrágico

A Mortalidade é diretamente proporcional à duração da hipoperfusão tecidual, nesse sentido, é


de extrema importância que o paciente com suspeita de choque hipovolêmico seja direcionado
para sala de emergência e monitorizado.

No choque, temos oferta inadequada de oxigênio e/ou demanda tecidual aumentada de


oxigênio, então, a ressuscitação com fluidos é a base da terapia em pacientes com choque
hemorrágico.

Além disso, os suportes hemodinâmicos e ventilatórios são primordiais para o início do


atendimento, porque os efeitos do choque são inicialmente reversíveis, no entanto, essa
condição é alterada rapidamente. Em decorrência disso, tem-se como resultado a falha de
múltiplos órgãos e a morte. Deve-se efetuar, desse modo, um acesso venoso periférico
calibroso, em prol da realização da expansão volêmica com cristalóide, inicialmente com 1 litro
ou 20ml/Kg. Isso irá melhorar a pré-carga. Porém, em pacientes com choque hemorrágico III e
IV (tabela 1), devemos solicitar e iniciar precocemente hemocomponentes. Caso o paciente não
apresente melhoria da pressão arterial sistólica (>80 mmHg), é preciso iniciar droga vasoativa,
sendo a norepinefrina a primeira opção.

Norepinefrina:

Dose: 0,1-2 mcg/kg/min ou 2-100 mcg/min

Diluição (1 amp = 4 mg/4 mL) realizar 4amp + 234 mL SG5% (60 mcg/mL)

Não se deve realizar uma ressuscitação volêmica agressiva, pois ela levará a uma coagulopatia
por diluição de fatores de coagulação e destruição de coágulos já formados no foco de
sangramento. Portanto, pode se manter uma “hipotensão permissiva”, a partir da qual mantém-
se uma pressão arterial sistêmica > 80-90 mmHg.

Mas vale lembrar algo muito importante: devemos cessar qualquer foco de sangramento em
casos de trauma, como também realizar 1g de ácido tranexâmico. Nos casos de choque
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hemorrágico grau IV, acionar o protocolo de transfusão maciça (concentrado de hemácias,


plaquetas e plasma fresco congelado na proporção de 1:1:1).

2.7. Reanimação cardíaca pulmonar

A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) consiste em uma série de manobras realizadas por


profissionais de saúde, ou por leigos, para reverter a parada cardiorrespiratória (PCR) e manter
a oxigenação e perfusão tecidual adequadas.

Uma respiração é administrada a cada 6 segundos (10 respirações/minuto) sem interromper a


compressão torácica em adultos; bebês e crianças recebem respirações a cada 2 a 3 segundos
(20 a 30 respirações/minuto). Todavia, a compressão torácica e a desfibrilação têm precedência
sobre a entubação endotraqueal.

A reanimação cardiopulmonar padrão pode ser feita de duas formas, tanto por uma única
pessoa, que realiza insuflações de resgate e compressões do tórax de forma alternada, quanto
por duas pessoas, uma realizando as insuflações de resgate e a outra responsável pelas
compressões do tórax.

Há cinco medidas básicas de RCP de alta qualidade: taxa de compressão torácica; profundidade
da compressão torácica; recuo torácico entre compressões; interrupções às compressões
torácicas; volume de ar nas respirações de resgate.
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3. Conclusão

Durante a realização do trabalho percebeu-se que choque hemorrágico deve-se a sangramentos


agudos e graves de cortes, feridas, lesões traumáticas decorrentes de acidentes, sangramento de
órgãos internos ou sangramento vaginal significativo.

As principais alterações hemodinâmicas que podem levar ao estado do choque são a redução
do volume intravascular, a falência da bomba cardíaca, o aumento da resistência arterial
periférica, problemas na troca ao nível da microcirculação, o aumento da resistência ao nível
das pequenas veias e vênulas pós-capilares, o curto-circuito arteriovenoso e a obstrução ao fluxo
sanguíneo.
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4. Referências bibliográficas

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-
obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-
do-parto/hemorragia-p%C3%B3s-parto acesso em 15 de maio de 2023

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/medicina-de-cuidados-
cr%C3%ADticos/parada-card%C3%ADaca-e-rcp/reanima%C3%A7%C3%A3o-
cardiopulmonar-rcp-em-adultos acesso em 15 de maio de 2023

Bernard SA, Gray TW, Buist MD, et al: Treatment of comatose survivors of out-of-hospital
cardiac arrest with induced hypothermia. N Engl J Med 346:557–563, 2002. doi:
10.1056/NEJMoa003289

Nielsen N, Wetterslev J, Cronberg T, et al: Targeted temperature management at 33°C versus


36°C after cardiac arrest. N Engl J Med 369:2197–2206, 2013. doi: 10.1056/NEJMoa1310519

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