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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO

DISCIPLINA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

RESUMO SOBRE CHOQUE HIPOVOLÊMICO.

DISCENTE: MARÍLIA FERREIRA E SILVA

CUIABÁ – MT

2023
O choque hipovolêmico é definido pela diminuição de volume sanguíneo
circulante e por consequência, hipóxia tecidual pela diminuição do aporte sanguíneo aos
tecidos. Os primeiros sintomas apresentados por um paciente em estado de choque,
advém com um mecanismo compensatório, mediado pelo sistema cardiocirculatório em
tentativa de manter a pressão nos vasos sanguíneos.
Tais mecanismos levam à palidez cutânea (devido ao desvio de sangue das
periferias do corpo para órgãos centrais como rim, fígado e cérebro), a taquicardia
(compensação da perda de volume sistêmico, aumentando a sístole e diástole para manter
o débito cardíaco.) e hipotensão postural (causada pelo retorno inadequado de sangue ao
coração.).
Conforme a evolução da hipovolemia, o débito cardíaco cai e a hipotensão
aumenta, entretanto os mecanismos compensatórios, tendem a minimizar os sinais de
hipovolemia. Logo, seu diagnóstico é de difícil identificação, principalmente durante a
fase aguda (primeiras horas do quadro clínico), a anamnese será essencial para a
elaboração de suspeitas diagnósticas.
O choque hipovolêmico apresenta um escalonamento extremamente rápida,
podendo matar o paciente em minutos e segue este nível de evolução:
1. Reversível
2. Irreversível
3. Disfunção múltipla de órgãos
4. Óbito
Fatores como traumas (a prevalência entre os traumatizados que se encontram em
choque hipovolêmico exigem intervenção cirúrgica urgente ou angioembolização para
reestabelecer a homeostasia), hemorragias, queimaduras de larga escala, ascite, peritonite,
perdas de sangue abundantes, vão ajudar a montar um raciocínio clínico.
Principais fatores de risco:
1. Traumas
2. Hemorragias TGI
3. Queimaduras
4. Gravidez (aumento do volume sanguíneo e demanda metabólica)
5. Ascite
6. Peritonite
7. Cirurgias recentes
8. Diarreias e vômitos muito intensos
Além disso, exames laboratoriais como dosagem de lactato sanguíneo,
gasometria, podem se mostrar uteis, entretanto, os níveis de hematócritos e concentração
de hemoglobinas não são fidedignos para diagnosticar um estado de choque, porém, são
utilizados para acompanhar a evolução do quadro do paciente.
O tratamento do choque hipovolêmico é demarcado por rápida recuperação do
volume intravascular. As regras básicas utilizadas com a intenção de reverter o estado de
choque, ofertando oxigênio ao paciente, assim como ventilação adequada, reposição de
fluídos, normalmente utilizado Ringer Lactato (cristalóides e colóides) em escala de 3:1
na proporção de perda sanguínea e em casos que o paciente necessitar de transfusão
sanguínea a proporção utilizada é de 1:1.
A identificação da hemorragia e o controle da perda volêmica é essencial, visto
que de nada adianta repor os fluídos do paciente se ele continuar perdendo volemia pelo
motivo o qual iniciou o tratamento. A classe medicamentosa de vasopressores não são
indicadas nesses casos pois podem danificar ainda mais a perfusão tecidual.

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