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PATOLOGIA

Aula 8 – Distúrbios do Sistema Circulatório I

Prof. Marcos Eduardo


• Distúrbios do Sistema Circulatório II: Choque e infarto.
Choque:
Deficiência circulatória aguda da perfusão tecidual, grave e generalizada que
resulta na incapacidade do sistema circulatório em fornecer oxigênio e
nutrientes aos tecidos causando colapso multissitêmico. 
• 1- Estado de Choque: situação clinica de hipoperfusão tecidual: incapacidade do sistema
circulatório de manter uma irrigação sanguínea adequada da microcirculação.

• Caracteriza-se por apresentar:


• redução do sangue circulante (oligoemia).
• queda acentuada da pressão (hipotensão)
• diminuição da perfusão de oxigênio pra os tecidos (hipóxia e anóxia).

Débito cardíaco Necessidade de O2


• Classificação do Choque em função da causa da hipotensão:

• 1) Hipovolêmico: falta de volume de sangue que diminui a pré carga.

• 2) Distributivo: diminuição da resistência vascular periférica do pós carga

• 3) Cardiogênico: falha na bomba cardíaca.

• 4) Obstrutivo: Obstrução mecânica do fluxo sanguíneo como no tamponamento cardíaco


(edema do pericárdio) ou pneumotórax hipertensivo que comprime o coração ou embolia
pulmonar.
• Patogenia do Choque:
• A oligoemia e hipotensão tem como reflexos compensatórios:
• vasocontrição de arteríolas e vênulas.
• retenção de água e sais (sódio) pelos rins.
• aumento dos batimentos cardíacos.
• Patogenia do Choque: Caso o mecanismo compensatório não seja eficiente ocorre
insuficiência de sangue nos tecidos pode causar hipóxia, anóxia ou isquemia, cujas
conseqüências são:

• A célula realiza glicólise anaeróbia, que é menos eficiente, gerando menos energia,
produzindo substâncias ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos) e exaurindo os depósitos
celulares de glicogênio. Com isto há queda do pH intracelular. (acidez metabólica)
• Patogenia do Choque
• A falta de energia(ATP) produz falha nas bombas de sódio e potássio, da membrana celular.
Com isto há paralisação dos nervos vasoconstritores, que leva a dilatação da arteríolas e
vênulas, a hipovolemia se agrava devido a estase e o choque torna-se irreversível.
• Fases do Choque:
• 1- Compensatório:
• O corpo tenta superar os problemas utilizando seus mecanismos de defesa
habitual procurando manter as funções.
• Sintomas:
• Pressão arterial normal,
• taquicardia,
• pele fria e úmida,
• pele opaca (acinzentada),
• astenia (fadiga)
• 2- Progressivo:
• O sangue dos membros e região abdominal é desviado para órgãos vitais
(coração, cérebro, pulmões).

• Sintomas:
• Cianose,
• queda da pressão arterial,
• sudorese aumentada,
• sede,
• náuseas e vômitos,
• tonturas,
• alteração da consciência.
• 3- Irreversível:
• Desvio de sangue do fígado e rins para coração, cérebro, gerando falência de
órgãos, seguido de óbito.
• Sintomas:
• olhos opacos,
• pupilas dilatadas,
• respiração superficial e irregular,
• perda da consciência.
Tipos de choque e suas causas
• a) Choque hipovolêmico: diminuição do débito cardíaco por fasta de sangue (redução da
pré carga).
• hemorragia grave, interna ou externa.(hemorrágico)
• Diarréia, vômito excessivo, grandes queimaduras (não hemorrágicos)
• Tratamento: transfusão sanguínea e /ou administração de soro na veia (equilíbrio
hemodinâmico).
• A morte ocorre se a quantidade de sangue e líquido perdida corresponder a 1/5 do volume
total (1 litro ).
• O correm respostas compensatórias fisiológicas. (taquicardia, liberação de ACTH e ADH para
retenção de água e sais)
• Sintomas:
• Pulso rápido (taquicardia), porém fraco (110 por minuto ou mais);
• respiração rápida e curta (30 ou mais respirações por minuto);
• Pressão arterial baixa (sistólica  igual ou menor do que 80 mm Hg);
• Palidez (mucosa das pálpebras, palmas das mãos ou à volta da boca)
• Cianose de extremidades, orelhas, lábios e pontas dos dedos.
Choque Hipovolêmico: Classificação
• b) Choque Cardiogênico:
• situação de hipoperfusão tecidual sistêmica devido à incapacidade do músculo cardíaco
fornecer débito adequado às necessidades do organismo.
• Caracteriza-se por apresentar:
• Hipotensão arterial (menor que 90mmHg)
• Respiração rápida por falta de ar (mais de 18 por minuto)
• Batimento cardíaco acelerado (mais de 100 por minuto)
• Consciência diminuída
• Pulso fraco
• Suor
• Pele pálida
• Mãos ou pés frios e azulados
• (cianose)
• Causas do choque Cardiogênico:

• Ataque cardíaco ou infarto agudo do miocárdio;


• Doenças das válvulas cardíacas;
• Insuficiência ventricular direita;
• Miocardite aguda: inflamação do músculo cardíaco;
• Doença arterial coronariana;
• Arritmias cardíacas;
• Trauma direto no coração (tamponamento cardíaco);
• Intoxicação do coração por medicamentos e toxinas;
• Estágios terminais de infecção generalizada.
• Tamponamento cardíaco.
• Tratamento para choque cardiogênico

• Introdução de cateter em uma artéria para avaliar a pressão arterial e sonda na bexiga;
• Administração de oxigênio nasal ou ventilação mecânica;
• Remédios: vasodilatadores, diuréticos injetáveis, hidratação;
• Angioplastia coronariana: desobstrução de uma artéria coronária por meio de um balão;
• Colocação de stent;
• Cirurgia para troca da valva cardíaca insuficiente ou estenosada.

• Fatores de Risco: Histórico familiar ; idade acima dos 60 anos, diabetes, hipertensão
angina do peito eInsuficiência Cardíaca Coronariana (ICO)
• c) Choque Séptico ou Septicemia:  
• quando uma infecção generalizada por bactérias, fungos ou vírus chegam à corrente
sanguínea, espalhando-se por todo o corpo.
• E mais perigoso em imunodeprimidos, neoplásicos, cirróticos, diabéticos ou com outros
doenças crônicas.
• O choque séptico é causado principalmente pelas toxinas produzidas por certas bactérias
tipo LPS (lipolissacarídeo de bactérias Gran-negativas) e também pelas citocinas, como o
TNF-α que provoca uma reação inflamtória descontrolada do organismo.
• Síndrome da resposta imunológica sistêmica (SRIS):

• Dilatação dos vasos sanguíneos faz com que a tensão arterial baixe apesar do aumento do
ritmo cardíaco e do volume de sangue bombeado.

• Perdas de líquido saindo do vaso para os tecidos e edema.

• O sangue que flui para os órgãos vitais, como rins e cérebro, é reduzida.

• Posteriormente os vasos sanguíneos contraem-se numa tentativa de elevar a pressão


arterial, mas a quantidade de sangue bombeada pelo coração diminui e, por isso, a tensão
continua a estar muito baixa.
• Sintomas do choque séptico
• Febre alta (pode ocorre hipotemia associada ao processos)
• Frequência cardíaca maior que 90 bpm
• Frequência respiratória maior que 20 ipm (respiração rápida)
• Leucócitos acima de 12 000 ou abaixo de 4 000 cel/mm3
• Pressão muito baixa, inchaço, pouca urina e diminuição das plaquetas sanguíneas.
• 1) sepse – a resposta inflamatória provocada pela infecção está associada a pelo menos
mais dois sinais. Por exemplo, febre, calafrios e falta de ar, etc;
• 2) sepse grave – quando há comprometimento funcional de um ou mais órgãos;
• 3) choque séptico – queda drástica de pressão arterial que não responde à administração
de líquidos por via intravenosa.
• Síndrome da disfunção ou falência de múltiplos órgãos (SDMO)

• Presença de microtrombos e depósitos de fibrina nos órgãos sugere que a redução da


atividade fibrinolítica induz ao estado de hipercoagulabilidade, fator determinante para
falência do órgão

• A sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil e é a principal causa
de morte nas UTI’s e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando
o infarto do miocárdio e o câncer.

• Tem taxa de 65% de mortalidade no Brasil, enquanto a média mundial está em torno de 30-
40%.
• Diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são medidas fundamentais para o
controle da sepse e suas complicações.

• Mesmo antes de identificar o agente infeccioso, são introduzidos antibióticos de largo


espectro por via endovenosa, uma vez que esses medicamentos têm demonstrado eficácia
contra uma variedade maior de bactérias.

• Medicamentos vasopressores, que ajudam a contrair os vasos e a estabilizar os níveis da


pressão arterial, são indicados quando, mesmo depois da reposição de líquidos por via
intravenosa, o paciente continua com um quadro grave de hipotensão.

• Há casos, ainda, que exigem medidas de suporte, como a hemodiálise por causa da
insuficiência renal, a fim de eliminar as toxinas e o excesso de líquidos, ou a ventilação
mecânica para controlar a insuficiência respiratória.
• d) Choque anafilático ou anafilaxia : é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade,
desencadeada por diversos agentes.
• Os sinais e sintomas podem ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma hora
depois. O quadro típico é o de colapso cardiorrespiratório em poucos minutos.
• Principais alergênicos:
• Derivados de leite, ovos, peixes e frutos do mar, soja, amêndoas e amendoim são os mais
comuns
• Picadas de insetos
• Antibióticos: Derivados da penicilina são os mais comuns
• Anti-inflamatórios: aspirina e dipirona (metamizol) que não são propriamente do mesmo
grupo
• Anti-hipertensivos: captopril e enalapril
• Iodo: Incluindo contrastes para exames radiológicos e anti-sépticos.
• Idiopáticas.
• Látex
• Choque anafilático ou anafilaxia :
• é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada por diversos agentes.
• Os sinais e sintomas podem ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma
hora depois. O quadro típico é o de colapso cardiorrespiratório em poucos minutos.
• Principais alergênicos:
• Derivados de leite, ovos, peixes e frutos do mar, soja, amêndoas e amendoim são os mais
comuns
• Picadas de insetos
• Antibióticos: Derivados da penicilina são os mais comuns
• Anti-inflamatórios: aspirina e dipirona (metamizol) que não são propriamente do mesmo
grupo
• Anti-hipertensivos: captopril e enalapril
• Iodo: Incluindo contrastes para exames radiológicos e anti-sépticos.
• Idiopáticas.
• Látex
• Sintomas:
• - sensação de desmaio; pulso rápido;
- dificuldade de respiração, incluindo chiados no peito, tosse;
- náusea e vômito;
- dor no estômago;
- inchaço nos lábios, língua ou garganta (edema de glote);
- placas altas e com coceira na pele (urticária);
- pele pálida, fria e úmida;
- tontura, confusão mental, perda da consciência;
- parada cardíaca.
• Causas da hipotensão:
• anticorpos IgE, sendo atuam em mastócitos e basófilos, com liberação de substâncias
vasodilatadoras . A principal é a histamina.

• A reação afeta os sistemas cutâneo, respiratório, cardiovascular, gastrointestinal e


hematológico. Podem ter início em segundos, ou levarem até 1 hora para ocorrer.

• O resultados é o colapso cardiovascular com isquemia miocárdica e arritmias ventriculares,


ambas podendo causar ou serem causadas por hipotensão.
• Tratamento: uso de corticoides, adrenalina, anti-histamínicos e broncodilatadores.
• Pacientes que já tem história de anafilaxia normalmente carregam consigo o antialérgico
necessário para pôr um fim à reação.
• Importante também andar com algum tipo de aviso ou pulseira informando da condição,
para que a pessoa que ache possa encaminhar o indivíduo para um hospital.
• e) Choque neurogênico:
• Ocorre quando existe uma perda repentina dos sinais nervosos do sistema nervoso,
deixando de enervar os músculos do corpo e os vasos sanguíneos.
• Causas
• Lesão raquimedular
• Ação depressora de medicamentos.
• sanguínea.
• Anestesia espinhal.
• Lesão do tecido nervoso.
• Reação ou choque insulínico
provocado pela ausência de glicose
• O choque neurogênico ocorre quando o organismo perde a o autocontrole do sistema
nervoso autônomo simpático e parassimpático.
• Quando a pressão cai, não há uma estimulação simpática para elevar a pressão sanguínea.
• Ocorre hipotensão, baixo débito cardíaco e baixa perfusão tissular causando a falência dos
tecidos corporais como rins, pulmões, sistema nervoso central, fígado e principalmente o
próprio tecido cardíaco.

• Sintomas: dificuldade para respirar, diminuição do batimento cardíaco, tonturas, sensação


de desmaio, dor no peito e diminuição da temperatura corporal.

• Como tratar: o tratamento deve ser iniciado rapidamente no hospital com administração de
remédios diretamente na veia para controlar os sintomas e cirurgia para corrigir lesões na
medula ou cérebro, se necessário.
• Infarto: é uma área localizada de necrose isquêmica.
• Geralmente é conseqüência de obstrução arterial, raramente venosa. As causas mais
comuns são a trombose e a embolia associadas a aterosclerose.
• Infarto Branco ou Anêmico ou Isquêmico: necrose de coagulação (isquêmica) ocasionada
por hipóxia local. A causa é sempre arterial. Os órgãos mais comumente lesados são os rins,
o baço, o coração e o cérebro.
• Infarto Vermelho ou Hemorrágico: caracterizado por intensa hemorragia, que deixa a
área avermelhada. Pode ser arterial ou venoso.
• Infarto Vermelho ou Hemorrágico: caracterizado por intensa hemorragia, que deixa a área
avermelhada. Pode ser arterial mas ou venosa.
• Arterial : O deslocamento de embolo com restituição do fluxo sangüíneo após o
aparecimento de necrose (infarto branco ). Determina hemorragias na área necrosada
("infarto vermelho secundário“) - comuns no cérebro (amolecimento do tecidos) .
• Infarto do Miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células músculo do coração,
geralmente em decorrência da formação de um coágulo (trombo) que interrompe o fluxo
de sangue no interior da artéria coronária.
• A principal causa do infarto é a aterosclerose, processo no qual placas de gordura se
desenvolvem, ao longo dos anos, no interior das artérias coronárias, criando dificuldade à
passagem do sangue.
• Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser “silencioso”, sem sintomas específicos. Por
isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito que apresentado por esses
pacientes.
• Infarto do Miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células músculo do coração,
geralmente em decorrência da formação de um coágulo (trombo) que interrompe o fluxo
de sangue no interior da artéria coronária.
• A principal causa do infarto é a aterosclerose, processo no qual placas de gordura se
desenvolvem, ao longo dos anos, no interior das artérias coronárias, criando dificuldade à
passagem do sangue.
• Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser “silencioso”, sem sintomas específicos. Por
isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito que apresentado por esses
pacientes.
• Sintomas
• Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no
peito que geralmente dura cerca de trinta minutos

• Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à
ingestão de alimentos

• Dor no peito que se irradia pela mandíbula e/ou pelos ombros ou braços (mais
freqüentemente do lado esquerdo do corpo)

• Ocorrência de suor, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento

• Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente.

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