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PATOLOGIA

PROFA. FRANCYELLE HUMANA


Profa. Francyelle

Alterações circulatórias: Trombose, Embolia, Infarto e Choque


TROMBOSE
Trombose é o processo patológico decorrente da formação de
coágulos em lugares que não houve sangramento.

Etiologia:
( 1) lesão endotelial;
(2) alteração do fluxo sanguíneo;
(3) hipercoagulabilidade do sangue
LESÃO ENDOTELIAL
Causas de disfunção endotelial
Ativação ou disfunção endotelial:
Toxinas absorvidas na fumaça
Hipertensão arterial 1) Alterações pró-coagulantes
(atuação no fator tecidual)
Hipercolesterolemia
Diabetes melito 2) Efeitos antibrinolíticos (alteração
no efeito do plasminogênio)
Infecções agudas
Pré-eclâmpsia
Alteração de fluxo sanguíneo
Alteração de fluxo sanguíneo
Fluxo lento:

1) Ativação de células endoteliais e aumento da atividade pró-coagulante

2) Permite com que plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio

3) Torna lenta a eliminação de fatores de coagulação ativados e impede o influxo


de inibidores de fatores de coagulação.
Hipercoagulação
Pode ser provocada por:

(1)aumento do número (trombocitose) ou modificações funcionais de


plaquetas, como variações dos receptores da superfície plaquetária;

(2) alterações de fatores pró- ou anticoagulantes, congênitas ou


adquiridas.
De que maneira a covid-19 pode ser uma
causa da trombose?

Ainda não há uma explicação completa para a


ocorrência da trombose venosa profunda e da
trombose pulmonar na covid-19, mas se
acredita que o coronavírus provoca uma
hiperinflamação do organismo o que levaria
a um distúrbio do sistema de coagulação
sanguíneo que, por sua vez, ficaria mais
predisposto a formar trombos. Este tipo de
reação já foi observada em infecções causadas
por outros tipos de vírus além do novo
coronavírus.
Características Clínicas
Depende do local da trombose
Trombos venosos profundos: apresentam maior potencial de embolizar para os
pulmões e levar ao óbito.
Trombos arteriais: podem obstruir vasos importantes (artérias coronárias ou
cerebrais) e apresentar consequências importantes.
Coagulação Intravascular Disseminada (CID): pode ser observada em distúrbios
que variam desde complicações obstétricas até neoplasias avançadas.
Trombose venosa: veias superficiais
DESTINO DO TROMBO
(1)Propagação
(2)Embolização
(3)Dissociação
(4)Organização e recanalização
EMBOLIA

❖ Um êmbolo é uma massa intravascular solta

❖ Natureza sólida, líquida ou gasosa

❖ É transportado pelo sangue para um local distante de seu ponto de origem

❖ Pode causar disfunção tecidual e infarto.


EMBOLIA
❖Tromboembolismo: proveniente de um trombo

Menos frequente:
Gotículas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, debris
ateroscleróticos, fragmentos tumorais, fragmentos de medula óssea
e líquido amniótico.
EMBOLIA
Tromboembolismo Pulmonar
SÓLIDO
Tromboembolismo Sistêmico

Embolia Gordurosa
LÍQUIDO
Embolia de Líquido Amniótico

GASOSO Embolia Gasosa


TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
❖ Êmbolos originados de trombos venosos
❖ 95% êmbolos venosos originados de trombos de veias
profundas da perna proximais à fossa poplítea

❖ 60-80% êmbolos pequenos e clinicamente silenciosos

❖ Morte súbita: êmbolo grande que bloqueia uma grande


artéria pulmonar

❖ Hemorragia pulmonar: obstrução de artérias de tamanho


médio e ruptura de capilares
TROMBOEMBOLISMO SISTÊMICO
80% derivados de trombos murais intracardíacos
Os êmbolos arteriais se deslocam praticamente para qualquer parte

Locais mais comuns de embolização arteriolar:


75% extremidades inferiores
10% Sistema Nervoso Central
Intestino, rim e baço
OBS: os êmbolos arteriais muitas vezes se alojam nas artérias terminais e
causam infarto.
EMBOLIA GORDUROSA
Esmagamento de tecidos moles ou rupturas de sinusóide medulares ou das vênulas
(ex: devido a uma fratura de ossos longos)

Libera na circulação glóbulos de gordura microscópicos

Graves lesões esqueléticas em 90% das vezes causam embolia gordurosa


Somente 10% exibem achados clínicos
Síndrome de embolia gordurosa sintomática: insuficiência pulmonar, sintomas
neurológicos, anemia, trombocitopenia, que é fatal em 10% dos casos.
Embolia de Líquido Amniótico
Complicação incomum do parto e pós-parto
Taxa de mortalidade: 80% EUA
Dispneia subida, cianose, choques hipotensivos, seguidos por convulsões e
coma.
Se sobreviver: Edema pulmonar
Causa: entrada de líquido amniótico na circulação materna via laceração
nas membranas placentárias e/ou ruptura da veia uterina.
EMBOLIA GASOSA
Bolhas de gás na circulação podem coalescer e obstruir o fluxo vascular causando lesão isquêmica
distal.
Revascularização do miocárdio, neurocirurgia, procedimento obstétricos ou laparoscópicos.
Êmbolos grandes podem parar no coração e levar a morte

Doença da descompressão: alterações súbitas na pressão atmosférica.


Mergulhador ascender de forma muito rápida, o nitrogênio se expande nos tecidos, causando
isquemia tecidual.
INFARTO
Área de necrose isquêmica causada por oclusão do suprimento vascular para o
tecido afetado.

Afeta principalmente o coração e cérebro


Geralmente é resultado de uma trombose ou embolia

INFARTO VERMELHO
INFARTO BRANCO
INFARTO
VERMELHO: causado por oclusão venosa ou que ocorrem em tecidos frouxos,
infarto hemorrágico

BRANCO: oclusão arterial em tecidos compactos, o infarto é pálido

Fatores que influenciam no desenvolvimento do infarto:


Anatomia do suprimento vascular
Velocidade da oclusão
Vulnerabilidade do tecido à hipóxia
CHOQUE
Estado em que a redução do débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante
efetivo prejudica a perfusão tecidual e leva à hipóxia celular.
CARDIOGÊNICO HIPOVOLÊMICO SÉPTICO
Infarto do miocárdio Hemorragia Infecções microbianas graves

Ruptura ventricular Perda de fluido (p. ex. vômito, Sepse por Gram- negativo
diarreia, queimaduras, trauma)
Arritmia Sepse por Gram-positivo

Tamponamento cardíaco Sepse fúngica

Embolia pulmonar Superantígenos ( p. ex. Síndrome


do choque tóxico)
CHOQUE 1) Choque cardiogênico
2) Choque hipovolêmico
3) Choque neurogênico
4) Choque séptico
5) Choque anafilático

Choque Obstrutivo: Resulta de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, causando


a hipoperfusão.

Choque Distributivo: É caracterizado pela presença de má distribuição do fluxo


sanguíneo relacionado a uma inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de
oxigênio
CHOQUE
CHOQUE CARDIOGÊNICO: resulta do baixo débito cardíaco decorrente
de falha da bomba miocárdica.

CHOQUE HIPOVOLÊMICO: resulta do baixo débito cardíaco devido à


perda de volume sanguíneo ou plasmático.
CHOQUE NEUROGÊNICO

O choque neurogênico ocorre quando há


lesão da medula que ocasiona perda da
inervação simpática.

Lesão na medula espinhal


Infecções agudas no SNC
Traumatismo
Sangramento
CHOQUE NEUROGÊNICO

Perda da inervação Perda de tônus vascular


Maior dilatação vascular

Dificuldade na
circulação do sangue

Redução na pressão arterial


CHOQUE ANAFILÁTICO
Resposta antígeno-anticorpo mediada por IgE
Na superfície de mastócitos e basófilos
CHOQUE ANAFILÁTICO

• HISTAMINA
• PROSTAGLANDINAS
• LEUCOTRIENOS

Dilatação de grande número de vasos


na microcirculação, o que resulta em
queda da pressão arterial e do retorno
venoso ao coração.
CHOQUE SÉPTICO

Resposta inflamatória exagerada e sistêmica

Infecção causada mais frequente por bactérias Gram-negativas produtoras de


endotoxinas (lipopolissacarídeos) e, menos frequentemente, por bactérias Gram-
positivas, fungos e outras toxinas bacterianas

Ativação generalizada de leucócitos, condição conhecida como síndrome de resposta


inflamatória sistêmica (SIRS, de systemic inflammatory response syndrome).

A SIRS consiste em uma reação exagerada do organismo a uma agressão intensa, como
infecções ou doença grave sem participação de microrganismos (p. ex., pancreatite
aguda, queimaduras, politraumatismos etc.).
MACRÓFAGOS e NEUTRÓFILOS→ citocinas,
metabólitos do ácido araquidônico, fator ativador
CHOQUE SÉPTICO de plaquetas e NO (óxido nítrico).

TLR: podem ser ativados por moléculas que estão


presentes em tecidos lesados, como fragmentos
de células necróticas, RNA e cristais de ácido úrico
(DAMP, de damaged-associated molecular
patterns).

(SIRS): com produção excessiva de fatores pró-


inflamatórios, em geral acompanhada de febre
e leucocitose.
Paciente 1
O meu nome é Joaquim/Joaquina. Tenho 50 anos. Sou fumante, tenho hipertensão e
aterosclerose. Após alguns exames de rotina, o meu médico me deu diagnóstico de aneurisma.
Achei estranho, pois não tive nenhum sintoma. Ele me disse que o aneurisma é a dilatação
anormal de uma artéria. Um aneurisma pode se romper e causar uma hemorragia ou permanecer
sem estourar durante toda a vida. Os locais mais afetados são a artéria aorta, que leva o sangue
arterial para fora do coração, e as artérias cerebrais, que levam o sangue para o cérebro.

a) Além do seu rompimento, devido às suas características o aneurisma pode resultar em outras
alterações circulatórias tais como vistas hoje em aula. Qual alteração circulatória vista durante a
aula pode ocorrer em decorrência do aneurisma?

b) Qual a característica do aneurisma poderia provocar esta alteração circulatória?


Paciente 2
O meu nome é Ana, tenho 30 anos. Sou fumante a faço o uso de pílula anticoncepcional. Estou
sentindo um intenso inchaço em minha perna esquerda, ela está vermelha e bastante dolorida.
Estou de férias e vim para a casa dos meus pais de ônibus, foram quase 20 horas de viagem.

a) Considerando o conteúdo visto em aula. Qual a possível causa da dor na perna de Ana?

b) O que ela/ele mencionou que poderia ter relação com o desenvolvimento desta patologia?
Paciente 3
Meu nome é Janaina/Marcos. Tenho 25 anos. Acabei de adquirir uma moto. Estava indo para o
trabalho quando sofri um acidente. Fui levado ao hospital pois acabei fraturando o fêmur, a tíbia e a
bacia. No dia seguinte comecei a apresentar alguns sintomas, a enfermeira me disse que estes
sintomas são decorrentes das fraturas que tive. Foi me dito que a condição inicial é assintomática e
que pode apresentar sintomas se evoluir para um caso mais grave chamado de “síndrome da
_______________ _________________.

A síndrome é mais grave e afeta principalmente os pulmões e o cérebro. O resultado desta síndrome,
condição tardia da ____________________, é a ruptura da rede capilar seguida de hemorragia e
edema nos órgãos afetados que pode apresenta um alto índice de mortalidade.

a) Qual o nome da alteração circulatória que pode evoluir para a síndrome?

b) Por que a enfermeira disse que estava associado às fraturas obtidas no acidente?

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