Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CLASSIFICAÇÃO, EPIDEMIOLOGIA taquicardia de QRS estreito,1 desde que usados de uma forma
sistematizada conforme algoritmo da Figura 3.
E CARACTERÍSTICAS
Regularidade é definida como variação inferior a 10% entre
ELETROCARDIOGRÁFICAS os intervalos R-R. As principais taquicardias com intervalo RR
O eletrocardiograma é a principal ferramenta diagnóstica regular são a taquicardia por reentrada nodal atrioventricular
na avaliação das taquiarritmias na sala de emergência. Ini- (TRNAV), a taquicardia por reentrada atrioventricular (TRAV) na
cialmente, tal ferramenta permite classificar as taquicardias Síndrome de Wolff-Parkinson-White (SWPW) e a taquicardia
em QRS estreito (<120ms) e QRS largo (≥120ms). Todas atrial (TA).4 Essas taquicardias se caracterizam por apresentar
as taquicardias de QRS estreito são, por definição, supra- início e término súbitos e por isso recebem a denominação
ventriculares. As de QRS largo (≥ 120ms) podem ter origem genérica de taquicardia supraventricular paroxística (TSVP).4
supraventricular ou ventricular.1 (Figura 1) A taquicardia sinusal é um importante diagnóstico diferencial
Cerca de 10% dos pacientes com taquicardia supraven- das TSVP, principalmente em pacientes com condições clíni-
tricular (TSV) apresentam aberrância da condução intraventri- cas comumente associadas (febre, anemia ou hipertireoidis-
cular ou por bloqueio de ramo prévio ou por bloqueio de ramo mo, por exemplo) e quando não há um paroxismo claramente
frequência-dependente. Esses casos entram no diagnóstico definido. A presença de ondas P sinusais (positivas nas
diferencial das taquicardias de QRS largo (≥ 120ms) cujos derivações inferiores e negativas em aVR) antecedendo cada
diagnósticos diferenciais principais são taquicardia ventricular, complexo QRS define o diagnóstico. A principal arritmia que
TSV pré-excitada, taquicardia por reentrada atrioventricular evolui com irregularidade entre os intervalos R-R é a fibrilação
(TRAV) antidrômica da Síndrome de Wolff-Parkinson-White e ta- atrial. No entanto, o flutter atrial (FLA) e a taquicardia atrial
quicardias mediadas ou conduzidas por marcapasso cardíaco.1 (TA) com condução atrioventricular variável e a taquicardia
Outros critérios diagnósticos, como a regularidade do atrial multifocal também podem apresentar tal irregularidade.5
intervalo RR, a presença e a morfologia das ondas P, a rela- Porter et al. reportaram uma prevalência aproximada das
ção P:QRS, a relação entre os intervalos RP/PR (Figura 2), principais TSVP de 60% para TRNAV, 30% para TRAV e 10%
entre outros, podem permitir o diagnóstico específico da para TA em pacientes submetidos a estudo eletrofisiológico
(padrão ouro para o diagnóstico) entre 1991 e 2005.5 (Figura 4)
A TRNAV caracteriza-se por uma taquicardia de QRS
estreito, RR regular, ondas P não visíveis (por estarem enco-
bertas pelos complexos QRS) ou visíveis como P retrógrada
na porção final destes (pseudo-R’ em V1, pseudo-S em
derivações inferiores e entalhe final em aVL) determinando
um intervalo RP<PR e RP < 70 ms. Na forma típica (90%), a 277
Nó sinusal condução anterógrada atrioventricular ocorre através da via
lenta enquanto que a condução retrógrada ventrículo-atrial
Taquicardias supraventriculares ocorre através da via rápida. (Figuras 5 e 6) Na forma atípica
Feixe de His
(10%), a condução anterógrada ocorre através da via rápida
Nó Atrioventricular
e a condução retrógrada através da via lenta. Por isso, o que
observamos é uma taquicardia de RP longo (RP > PR) neste
Taquicardias ventriculares caso,1,2 como na Figura 7.
Em publicação de serviço brasileiro avaliando 256 pa-
Ramo E do cientes submetidos a estudo eletrofisiológico,6 Filgueiras
Ramo D do feixe feixe de His
de His Medeiros et al. corroboraram os principais preditores eletro-
cardiográficos do diagnóstico de TRNAV, a saber, presença
Figura 1. Classificação das taquicardias quanto a sua origem em de pseudo-S nas derivações inferiores e presença de pseu-
supraventriculares e ventriculares. do-R´ na derivação V1. Além disso, como preditores clínicos
da ocorrência de TRNAV, idade superior a 60 anos e sexo
feminino foram parâmetros estatisticamente significativos.
A TRAV ocorre nos pacientes com Síndrome de Wolff-
-Parkinson-White. Caracteriza-se pela presença de uma via
acessória conectando o miocárdio atrial ao ventricular. A
condução pela via acessória pode ser anterógrada (atrioven-
tricular) ou retrógrada (ventrículo-atrial). Nos pacientes que
apresentam via acessória com condução anterógrada, o ECG
em ritmo sinusal pode apresentar os achados clássicos de
pré-excitação ventricular: intervalo PR curto, complexo QRS
com empastamento inicial (onda delta) e alterações secun-
dárias no segmento ST e onda T. Esses achados isolados
R-P P-R
definem o padrão eletrocardiográfico de Wolff-Parkinson-White
Figura 2. Intervalos RP e PR. No diagnóstico diferencial das TSVP, a (Figura 8). Nos pacientes sintomáticos, define-se a Síndrome
relação entre eles permite dividi-las em taquicardias de RP curto (RP < PR) de Wolff-Parkinson-White (SWPW). Na forma ortodrômica
e taquicardias de RP longo (RP > PR). (90%), o estímulo é conduzido aos ventrículos pelo nó AV
Taquicardia regular?
Sim Não
Onda? FA
TA/FLA com condução AV variável
Não Sim TAM
Sim Não
Intervalo RP
TA
FLA
RP curto (RP < PR) RP longo (RP < PR)
Figura 3. Algoritmo para o diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS estreito. FA: Fibrilação Atrial. FLA: Flutter Atrial. TA: Taquicardia Atrial.
TAM: Taquicardia Atrial Multifocal. TRNAV: Taquicardia por Reentrada Nodal Atrioventricular. TRAV: Taquicardia por Reentrada Atrioventricular.
60
278 50
40
TRNAV
(% TSVP)
30 TRAV A B C
TA ATRIO
20
10 NAV
0
TRNAV TRAV TA HIS
*I *aVR *V *V4
0.8 0.6 -1.0 0.6
0.5 0.9 -2.1 0.9
I V V4
aVR
II aVL V3
V2
III aVF
V3 V6
Figura 6. Paciente de 67 anos do sexo feminino dá entrada no pronto-atendimento com palpitações. Eletrocardiograma é sugestivo de TRNAV
forma típica. Observe a presença de pseudo R em V1 e pseudo-S em derivações inferiores durante a taquicardia (setas). Após a reversão com
adenosina, nota-se ausência destas alterações em ritmo sinusal.
I 279
II
III
AVR
AVL
AVF
V1
V2
V3
V4
V5
V6
Figura 7. Paciente de 52 anos do sexo masculino dá entrada no pronto-atendimento com palpitações taquicárdicas há 02 horas. Eletrocardiograma
é sugestivo de TRNAV forma atípica. Observe a onda P retrógrada negativa nas derivações inferiores (setas) e um intervalo RP > PR.
e pode ocorrer, por exemplo, em cicatrizes cirúrgicas no de linha isoelétrica (Figura 11). Já no FLA típico reverso ou
pós-operatório tardio de correção de cardiopatias congênitas horário, o ECG evidencia ondas F com formato “sinusoidal”
e adquiridas. No ECG do FLA típico anti-horário observa-se e com ondas F positivas em derivações inferiores e negativas
uma linha de base com ondas P em formato de “dentes de em V1 e frequência entre 250 a 350 ciclos por minuto. A fre-
serra”, negativas em derivações inferiores e positivas em V1, quência cardíaca do FLA vai depender do grau de bloqueio AV
com frequência de 250 a 350 ciclos por minuto e ausência (mais comum a condução 2:1, resultando em frequência
I aVR V1 V4 I aVR V1 V4
II aVL V2 V5 II aVL V2 V5
III aVF V3 V6
III aVF V3 V6
II
II
Equip: Veloc: 25 m/s Membro: 10 mm/mv Tórax: 10 mm/mv 60- 0.05 - 100 Hz
Um exame físico dirigido à condição clínica apresentada hipotensão arterial, angina pectoris, choque cardiogênico,
deve ser realizado, incluindo sinais vitais e avaliação cardio- alteração aguda do estado mental e sinais de insuficiência
pulmonar, do nível de consciência, e da perfusão periférica, cardíaca.2,3 Pacientes com taquicardias de QRS estreito e
pesquisando-se ativamente sinais de instabilidade hemodi- que apresentem qualquer um dos critérios acima devem
nâmica, descritos adiante.1,2 ser submetidos a cardioversão elétrica (CVE) sincroniza-
As taquiarritmias potencialmente causadoras de insta- da em caráter de emergência.3 Tais pacientes podem ser
bilidade hemodinâmica são aquelas nas quais a frequência monitorizados apenas pelo monitor cardíaco, com registro
cardíaca encontra-se superior a 150 bpm. No entanto, em realizado pelo eletrocardiógrafo em fita do cardioversor/
pacientes que apresentam cardiopatia estrutural, especial- desfibrilador externo, dispensando a realização do eletro-
mente naqueles com valvulopatia (estenose aórtica e mi- cardiograma de 12 derivações.
tral importantes) ou com disfunção ventricular importante Entretanto, aqueles pacientes que apresentam estabilida-
(FE≤ 35%), frequências cardíacas mais baixas podem ser de hemodinâmica devem ter um eletrocardiograma realizado
mal toleradas e evoluir com sinais de instabilidade.1,2 na emergência em até 10 minutos, uma vez que apresenta
As principais diretrizes, incluindo a última revisão do papel fundamental no diagnóstico e manejo do quadro neste
Advanced Cardiac Life Support (ACLS) de 2015, destacam cenário. O algoritmo para a abordagem inicial e condução
os seguintes marcadores de instabilidade hemodinâmica: do quadro de TSV na emergência encontra-se na Figura 12.
281
Identificar e tratar a causa de base
- Manter via aérea patente; avaliar ventilação se necessário
- Oxigênio (se hipoxemia)
- Monitorização cardíaca para identificar ritmo; monitorizar PA e oximetria
Não Sim
CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. FS, THV e
LCP foram os principais contribuintes na redação do manuscrito. GF e MJOFCI realizaram a revisão crítica do manuscrito e desenvolveram o
conceito intelectual do trabalho.
REFERÊNCIAS
1. Link S. Evaluation and Initial Treatment of Supraventricular Ta- 4. Gonzales-Torrecilla E, Arenal A, Atienza F, Datino T, Atea LF, Calvo
chycardia. N Engl J Med. 2012;367(15):1438-48. D, et al. ECG Diagnosis of Paroxysmal Supraventricular Tachy-
cardias in Patients without Preexcitation. Ann noninvasive Elec-
2. Page RL, Joglar JA, Caldwell MA, Calkins H, Conti JB, Deal BJ, trocadiol. 2011;16(1):85-95.
et al. 2015 ACC/AHA/HRS Guideline for the Management of Adult
5. Porter MJ, Morton JB, Denman R, Lin AC, Tierney S, Santucci
Patients With Supraventricular Tachycardia: Executive Summary.
PA, et al. Influence of age and gender on the mecanism of supra-
Circulation. 2016;133(14):e471-e505.
ventricular tachycardia. Heart Rhythm. 2004;1:397-8.
3. Link MS, Berkow RC, Kudenchuk PJ, Halperin HR, Hess EP, Moi- 6. Filgueiras Medeiros J, Nardo-Botelho FM, Felix-Bernardes
tra VK, et al. 2015 American Heart Association Guidelines Update LC, Hollanda-Oliveira L, Bassolli de Oliveira-Alves L, Lúcia-Cou-
for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular tinho Ê, et al. Diagnostic Accuracy of Several Electrocardiographic
Care : Adult Advanced Cardiovascular Life Support. Circulation. Criteria for the Prediction of Atrioventricular Nodal Reentrant
2015;132[18 suppl 2]:S444–S464. Tachycardia. Arch Med Res. 2016;47(5):394-400.
7. Wann LS, Curtis AB, Ellenbogen KA, Estes NA, Ezekow- 19. Amsterdam EA, Kulcyski J, Ridgeway MG. Efficacy of cardiose-
itz MD, Jackman WM, et al. Management of patients with lective beta-adrenergic blockade with intravenously administered
atrial fibrillation (compilation of 2006 ACC/AHA/ESC and metoprolol in the treatment of supraventricular tachyarrhythmias.
2011 ACCF/AHA/HRS recommendations): a report of the J Clin Pharmacol. 1991;31(8):714–8.
American College of Cardiology/ American Heart Association 20. Vietti-Ramus G, Veglio F, Marchisio U, Burzio P, Latini R. Efficacy
Task Force on practice guidelines. Circulation. 2013;127 and safety of short intravenous amiodarone in supraventricular
(18):1916-26. tachyarrhythmias. Int J Cardiol. 1992;35(1):77–85.
8. Camm AJ, Kirchhof P, Lip GYH, Schotten U, Savelieva I, Ernst S, 21. Roth A, Elkayam I, Shapira I, Sander J, Malov N, Kehati M, et al.
et al. Guidelines for the management of atrial fibrillation: the Task Effectiveness of pre-hospital synchronous direct-current cardio-
Force for the Management of Atrial Fibrillation of the European version for supraventricular tachyarrhythmias causing unstable
Society of Cardiology. Eur Heart J. 2010;31(19):2369-429. hemodynamic states. Am J Cardiol. 2003;91:489–91.
9. Kirchhof P, Benussi S, Kotecha D, Ahlsson A, Atar D, Casa- 22. Scuotto F, Cirenza C. Taquiarritmias atriais : diagnóstico e trata-
dei B, et al. 2016 ESC Guidelines for the management of atrial mento. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2015;25(4):187-93.
fibrillation developed in collaboration with EACTS. Eur Heart 23. Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga
J. 2016;37(38):2893–962. Filho A, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes Brasi-
10. Gursoy S, Steurer G, Brugada J, Andries E, Brugada P. Di- leiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl.1):1-39.
agnostic hemodynamic mechanism of pounding in the neck 24. Dankner R, Shahar A, Novikov I, Agmon U, Ziv A, Hod H. Treat-
in assessment of recurrent unexplained syncope with a new ment of stable atrial fibrillation in the emergency department: a
atrioventricular nodal reentrant tachycardia. N Engl J Med. population-based comparison of electrical direct-current versus
1992;327(11):772-4. pharmacological cardioversion or conservative management.
11. Epifânio HB, Katz M, Borges MA, Corrêa Ada G, Cintra FD, Grin- Cardiology. 2009;112(4):270-8.
berg RL, et al. The Use of External Event monitoring (web loop) in 25. Gitt AK, Smolka W, Michailov G, Bernhardt A, Pittrow D, Lewalter
the Elucidation of Symptoms Associated with Arrhythmias in the T. Types and outcomes of cardioversion in patients admitted to
General Population. Einstein (Sao Paulo). 2014 Sep;12(3):295-9. hospital for atrial fibrillation results of the German RHYTHM-AF
12. Lim SH, Anantharaman V, Teo WS, Goh PP, Tan AT. Comparison of Study. Clin Res Cardiol. 2013;102(10):713–23.
treatment of supraventricular tachycardia by Valsalva maneuver 26. Mittal S, Ayati S, Stein KM, Schwartzman D, Cavlovich D, Tchou PJ,
land carotid sinus massage. Ann Emerg Med. 1998;31(1):30–5. et al. Transthoracic cardioversion of atrial fibrillation: comparison
of rectilinear biphasic versus damped sine wave monophasic
13. Smith GD, Fry MM, Taylor D, Morgans A, Cantwell K. Effective-
shocks. Circulation. 2000;101(11):1282-7.
ness of the Valsalva maneuver for reversion of supraventricular
tachycardia. Cochrane Database Syst Rev. 2015;2:CD009502. 27. Alboni P, Botto GL, Baldi N, Luzi M, Russo V, Gianfranchi L, et al.
Outpatient Treatment of Recent-Onset Atrial Fibrillation with the “Pill-
14. Wen ZC, Chen SA, Tai CT, Chiang CE, Chiou CW, Chang MS.
in-the-Pocket” Approach. N Engl J Med. 2004;351(23):2384-91.
Electrophysiological mechanisms and determinants of vagal
maneuvers for termination of paroxysmal supraventricular tachy- 28. Cappato R, Ezekowitz MD, Klein AL, Camm AJ, Ma CS, Le Heu-
zey JY, et al. Rivaroxaban vs. Vitamin K antagonists for cardio-
cardia. Circulation. 1998;98(24):2716–23.
version in atrial fibrillation : the XVERT Trial. Eur Heart J. 2014
285
15. Apelboam A, Reuben A, Mann C, Gagg J, Ewings P, Barton A, 14;35(47):3346-55.
et al. Postural modification to the standard Valsalva maneuver for
emergency treatment of supraventricular tachycardias (REVERT): 29. Ezekowitz MD, Pollack Jr CV, Halperin JL, England RD, VanPelt
a randomised controlled trial. Lancet. 2015; 386(10005):1747–53. Nguyen S6, Spahr J, et al. Apixaban compared with heparina/
vitamin K antagonista in patients with atrial fibrillation sched-
16. Page RL, Joglar JA, Caldwell MA et al. 2015 ACC/AHA/HRS Guide- uled for cardioversion: the EMANATE Trial. Eur Heart J. 2018
lines for the Management of adult patients with supraventricular 21;39(32):2959-71.
tachycardia. Circulation. 2016;133:e506-e574.
30. Goette A, Merino JL, Ezekowitz MD, Zamoryakhin D, Melino
17. Brady WJ Jr., DeBehnke DJ, Wickman LL, Lindbeck G. Treatment M, Jin J, et al. Edoxaban versus enoxaparin-warfarin in patients
of out-of-hospital supraventricular tachycardia: adenosine vs undergoing cardioversion in atrial fibrillation : the ENSURE-AF
verapamil. Acad Emerg Med. 1996;3(6):574–85. Trial. Lancet. 2016;388:1995-2003.
18. Hood MA, Smith WM. Adenosine versus verapamil in the treatment 31. Benamer S, Lusty D, Everington T. Dabigatran Versus Warfarin
of supraventricular tachycardia: a randomized double-crossover for Direct Current Cardioversion in Atrial Fibrillation. Cardiol Ther.
trial. Am Heart J. 1992;123:1543–9. 2016;5:215–21.