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Bradicardia é definida por FC < 60 bpm. Deve-se estar atento para situações com
bradicardias relativas, quando a FC for inferior à esperada para situação clínica
presente (p.ex., FC de 60 bpm em paciente com choque hipovolêmico).
As bradicardias sintomáticas requerem atendimento médico imediato, com fármacos
EV ou marca-passo provisório (transcutâneo/transvenoso). O quadro clínico indicativo
de instabilidade inclui hipotensão arterial, alteração do nível de consciência, angina
e/ou dispneia.
Os sinais e sintomas, geralmente presentes em situações de baixa perfusão, indicam
maior gravidade e deve ser o alerta para a pronta atuação tanto nas salas de urgências
e terapias intensivas
Nestas situações, a monitoração, a garantia do acesso venoso, além de ter fácil
disponibilidade à medicamentos, marca-passo transtorácico e transvenoso é
imprescindível.
Quando a frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto, as condições
clínicas e o sintomas devem ser questionados Identificar e tratar as causas subjacentes:
1. Manter vias aéreas patentes (suporte respiratório se necessário);
2. Administrar O2 se a saturação for menor que 94% ou aprensentar dispneia;
3. Monitorar ritmo, frequência cardíaca e pressão arterial;
4. Estabelecer acesso venoso;
5. Obter ECG de 12 derivações (se o equipamento estiver acessível). Nunca
atrasar a terapia
Se a bradicardia é persiste, observe se está causando sinais de baixa perfusão:
Hipotensão;
Alteração do nível de consciência;
Sinais de choque (congestão pulmonar, tonturas, baixa perfusão periférica,
pele fria, sudorese);
Sintomas de isquemia miocárdica (precordialgia);
Insuficiência cardíaca aguda (dispneia, congestão fraqueza, fadiga).
TRATAMENTO NA EMERGENCIA
Sintomática:
Atropina: 0,5 mg, EV; repetir a cada 3 a 5 min até a dose máxima de 3 mg;
Se for ineficaz:
Dopamina: 5 a 20 mcg/kg/min; iniciar com 5 mcg/kg/min e aumentar
progressivamente se houver hipotensão associada;
Epinefrina: 2 a 10 mcg/min; alternativa se houver grave instabilidade
hemodinâmica; nessa situação, não usar dopamina;
Porém, se a perfusão estiver baixa, as seguintes condutas devem ser tomadas:
Estimulação por marca-passo transcutâneo (não atrasar a estimulação) e iniciar
com a administração de atropina 0,5 mg EV, podendo ser repetida a cada 3 a 5
minutos até 3 mg ou seis doses.
Marca-passo transcutâneo: sempre que houver sintomatologia severa, com
falta de resposta ao tratamento farmacológico, principalmente na presença de
BAV de 2o ou 3o graus;
Considerar implante de marca-passo transvenoso provisório: preparar o
material e solicitar consulta breve com especialista.
Geralmente bradiarritmia maligna não reverte com atropina, logo deve-se ir
preparando o tratamento de Adrenalina, Dopamina e marca passo
Assintomática:
Avaliação clínica completa, com atenção às medicações em uso, antecedentes
pessoais e familiares e sintomas associados no momento.
Por meio do ECG de 12 derivações é possível obter-se a identificação e instituir-
se a terapêutica adequada, conforme orientações a seguir
BRADICARDIA SINUSAL:
Características clínicas e eletrocardiográficas:
FC < 60 bpm;
onda P com morfologia e intervalo normal;
Para cada onda P há um complexo QRS;
Principais causas:
a) aumento do tônus vagais ou redução do tônus simpático; efeito de
drogas; alterações anatômicas do nó sinusal;
b) situações clínicas mais frequentemente associadas: cirurgia ocular,
cinecoronariografia, aumento da pressão intracraniana, estados de
hipóxia, doença de Chagas, mixedema, hipotermia, síncope vasovagal,
IAM (10 a 15%);
c) drogas associadas: agentes parassimpaticomiméticos, lítio,
amiodarona, betabloqueadores, clonidina, antagonistas de canais de
cálcio.
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR (BAV) DE 1o GRAU
Intervalo PR > 0,20 s com ondas P seguidas por QRS
Não causa bradicardia obrigatoriamente;
Em geral, assintomático.
TRATAMENTO:
Não requer tratamento específico;
sempre que possível, devem-se suspender os agentes que possam ter ação
sobre a condução atrioventricular
Alguns pacientes selecionados, com BAV de Io grau e bloqueio de ramo
esquerdo, podem necessitar de implante de marca-passo definitivo.