Você está na página 1de 2

HARDTOPICS bradiarritmias

O QUE CAI?

Diagnóstico e tratamento.

TÉCNICA
classificação. Arritmias com FC menor que 50 bpm, podendo cursar ou não com instabilidade
hemodinâmica, e sendo classificadas anatomicamente como suprahissianas (ex: bradicardia sinusal, BAV
de 1° grau, BAV 2° grau mobitz I) ou infrahissianas (ex: BAVT, BAV de 2° grau mobitz II).
causas. Podem ocorrer num contexto fisiológico, em períodos de efeito vagotônico excessivo, como
observado durante o sono, ou em atletas; ou possuir causas patológicas, como hipotireoidismo, isquemia
miocárdica, insuficiência cardíaca e doença do nó sinusal.
instabilidade. A presença de sintomas indicativos de instabilidade hemodinâmica, como síncope,
hipotensão, rebaixamento do nível de consciência e dispneia, é determinante na abordagem terapêutica
imediata. Embora alguns subtipos de arritmias infra-hissianas necessitem de tratamento mais intensivo e
monitorização contínua, mesmo na ausência de sintomas (ex: BAVT).

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

bradicardia sinusal. Observaremos no ECG a presença de ondas P precedendo cada complexo QRS,
mesmo que haja associação de bradicardia sinusal com alterações do intervalo PR, como BAV de 1° grau.
Pode decorrer de condições sistêmicas como hipotireoidismo e hipotermia, ou estar associada ao uso de
drogas cronotrópicas negativas (ex: betabloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio). Seu tratamento
inclui basicamente a identificação e remoção/correção destes fatores desencadeantes.
BAV de 1° grau. Apesar do termo “bloqueio atrioventricular”, cada complexo QRS (contração ventricular)
é gerado por uma onda P (contração atrial). Ocorre na verdade, é um atraso na condução do estímulo
elétrico, superando 200 ms (“05 quadradinhos”). Pode ocorrer de maneira fisiológica em atletas, ou
associada ao uso de medicamentos cronotrópicos negativos. Raramente gera sintomas, mas tontura e
lipotimia podem ocorrer na presença de intervalo PR maior que 300 ms, devido a falta de sincronia entre
as contrações átrio-ventriculares. Nestes casos, na refratariedade frente a correção/remoção dos fatores
desencadeantes (ex: medicamentos), pode ser necessário o implante de marca-passo.
BAV de 2° grau Mobitz I. Os complexos QRS são gerados após intervalos PR progressivamente maiores,
devido a um aumento do período refratário relativo no nodo atrioventricular, até que uma P encontra o
nodo AV num período refratário absoluto, não sendo conduzida. O batimento seguinte já encontra esta via
recuperada, gerando um intervalo PR menor que o anterior ao bloqueio. Esta bradiarritmia também pode
ocorrer por aumento do tônus vagal, não necessitando de qualquer tratamento específico, na maioria das
vezes.
BAV de 2° grau Mobitz II. Os complexos QRS são precedidos de ondas P, até que uma contração atrial é
bloqueada, com o batimento subsequente mantendo o mesmo intervalo PR que o anterior. Trata-se de uma
bradiarritmia infra-hissiana, carregando risco de degeneração para BAVT, sendo necessário o implante de
marca-passo. Pode estar relacionada a coronariopatias, miocardiopatia dilatada, entre outras doenças.

01
HARDTOPICS bradiarritmias

O QUE CAI?
BAV de 3° grau. Geralmente os complexos QRS apresentam-se alargados (origem ventricular), e
dissociados das ondas P, com uma relação P:QRS>1 (“observamos mais ondas P, que complexos QRS, no
traçado”). Seu tratamento inclui implante de MP, mesmo que o paciente aparente estar
hemodinamicamente estável.
instabilidade hemodinâmica. Grande parte dos casos de bradiarritmias infrahissianas necessitará do
suporte com marca-passo (transcutâneo ou transvenoso), já que não respondem bem a drogas
cronotrópicas positivas, como atropina. No entanto, nas bradicardias supra-hissianas, o uso desta droga
na dosagem de 0,5 mg EV (até 3 mg), pode ser eficaz, na melhora transitória dos sintomas, já que a
mesma possui efeito fugaz, com ação durando poucos minutos. Na necessidade de uso de drogas
vasoativas, a melhor escolha tende a recair sobre a dopamina, pelo seu efeito cronotrópico positivo.
Embora seu uso não afaste a necessidade do marca-passo, caso não ocorra reversão da arritmia.

02

Você também pode gostar