Você está na página 1de 4

Marcella Hani - TXXI

Cardiologia – BRADICARDIA ATRIAL MULTIFOCAL= ‘’MARCA PASSO


MIGRATÓRIO BRADICÁRDICO

Bradiarritmias
Bradicardia - FC < 60bpm , e possibilidades de sintomas < 50bpm.

RITMO DE ESCAPE

- O nodo sinusal é quem comando o ritmo cardíaco normal, através


do automatismo de suas células e sua capacidade de despolarização e
transmissão de impulsos elétricos, com “frequência intrínseca” de
disparos maior (entre 60-100 bpm).
- Quando ocorre a inibição desse nodo sinusal, outras partes do
coração passam a assumir o controle do ritmo cardíaco- estes são
chamados ritmo de escape, porém estes tem frequência menor entre 40- Bradiarritmias sinusais
60bpm.
- Podemos nomear os ritmos de escape utilizando o prefixo “idio”: BRADIARRITMIA SINUSAL ‘’BENIGNA’’
1. Ritmo idiojuncional, quem assume o ritmo é a junção AV (ritmo de Causas:
escape juncional) (1) vagotonia ou situações de aumento da resposta vasovagal=> ex:
2. Ritmo idioatrial: quem assume o ritmo é uma área do miocárdio do sono
átrio esquerdo ou direito; (2) medicamentos cronotrópicos negativos – digitálico, BB
3. Ritmo idioventricular: quem assume o ritmo é uma área do verapamil e dialtazem, , antiarritimicos do grupo III (amiodarona ,
ventrículo. solatol), e do grupo IC (propafenona).
(3) crise vagotônica: bradicardia, hipotensão, pré sincope e sincope.
RITMO IDIOJUNCIONAL – ESCAPE DA JUNÇÃO AV Principalmente quando tem fator desencadeantes como: posição
ortostática, sensação de mal estar dor ou medo, compressão do seio
carotídeo ou do globo ocular, agua gelada no rosto, aspiração de VA =>
reflexos de vomito, defecção e micção, tosse ou deglutição.
(4) Patologias: IAM de parede inferior- reflexo de Bezold- Jarisj e
HIC- reflexo de Cushing.

BRADICARDIA SINUSAL

INTERVALO PR – SEMPRE <120ms.

Escape juncional com onda P ‘’colada’’ no QRS.

ARRITMIA SINUSAL

Escape juncional com onda P ‘’dentro’’ no QRS.

RITMO IDIOATRIAL- ESCAPE ATRIAL

BLOQUEIO SINOATRIAL
RITMO IDIOVENTRICULAR
- Diversas pausas sinusais: períodos sem onda p e sem QRS.
- BSA 2º grau pode ser:
Tipo 1: o intervalo P-P vai reduzindo progressivamente até a pausa sinusal
(fenômeno de Wenckebach).
Tipo 2: não há redução progressiva do P-P antes da pausa que, por sua vez,
deve ser múltipla do intervalo P-P normal.
Marcella Hani - TXXI

TRATAMENTO DAS BRADIARRITMIAS BENIGNAS -


TIPOS DE BAV
A. ASSINTOMÁTICOS- nada
B. SINTOMÁTICOS- suspensão de medicamento desencadeador + A. BAV BENIGNO – suprahissiano ou intrahissiano QRS estreito –
atropina 0,5 -1,0 mg IV(pode repetir a dose de 5/5 minutos até dose max responde a atropina.
de 3mg). - BAV 1º GRAU
- BAV 2º GRAU MOBITZ I
SÍNCOPE VASOVAGAL (NEUROCARDIOGÊNICA)
B. BAV MALIGNO: infrahissiano- QRS alargado – não responde
- Uma contração ventricular vigorosa em uma cavidade de baixo a atropina, melhor tto é o marca passo.
volume=> reflexo ao nervo vago=> bradicardia sinusal, pausa sinusal e - BAV 2º GRAU MOBITZ I
vasodilatação=> baixo débito=> síncope. - BAV AVANÇADO
- Fator desencadeante – posição ortostática. - BAVT
- DX: teste de inclinação tilt test.
- TTO: cuidados com os fatores precipitantes + fármacos: BAV 1º GRAU:
o Primeira escolha: Betabloqueadores cardiosseletivo=> Atenolol ou - Toda onda P é seguida por um complexo QRS.
Metoprolol - Pode ser supra, intrahissiano => QRS estreito; ou ou infrahissiano-
o 2ª opção: Disopiramida, Fludrocortisona QRS alargado.
o Casos refratários de síncope bradicárdica: Marca-passo definitivo
de dupla câmara (DDDR).

SÍNDROME DA HIPERSSENSIBILIDADE DO SEIO


CAROTIDEO

- Episódio de sincope ou morte súbita desencadeadas pela


compressão do seio carotídeo, após virar a cabeça ou quando utilizam
camisas de colarinho apertado.
- DX: compressão do seio carotídeo 5-10segundos=> pausa sinusal
>3s; ou quando houver ↓ 50 mmgh ou de 30mmhg na PA + sintomas de
baixo débito
- TTo: Marca-passo definitivo de dupla câmara (DDDR) e suspensão
de drogas com potencial de reflexo.

BRADIARRITMIAS SINUSAIS MALIGNAS


BAV 2º GRAU (MOBITZ I)
DOENÇA DO NÓDULO SINUSAL

- É uma doença fibro-degenerativa que acomete o nódulo sinusal ou a


região perinodal.
- Acomete indivíduos idosos (> 65 anos).
- Associação: taquiarritmias atriais em até 50% dos casos e a doença
degenerativa AV ou ventricular
- Clínica: pré síncope e síncope, pode ter também cansaço e dispneia.
- DX: ECG- holter, teste ergométrico e estudo eletrofisiológico.
- TTO: marca passo definitivo DDDR e suspensão de drogas
cronotrópicas negativas.

Critérios=>
1- Bradicardia sinusal crônica “inapropriada”;
2- Pausas sinusais longas (> 3s), geralmente sem escape apropriado
3- Bloqueio sinoatrial (critérios já mostrados);
4- Síndrome bradicardia-taquicardia=> também afeta o átrio - Bloqueio eventual de uma onda P isolada= bloqueada, não há duas
predispondo a arritmias como FA e flutter e taqui atrial, nesta ondas P bloqueadas em sequência);
episódios paroxísticos dessas taquicardias são seguidos de pausa - QRS: geralmente estreitos (bloqueio supra-hissiano)
sinusais, levando á sincope; e depois retorno para escape juncional e
ventricular.

Bloqueios atrioventriculares TTO:


Como geralmente é supra hissiano=> se sintomático e transitório:
CAUSAS DE BAV atropina 0,5 -1,0 mg IV(pode repetir a dose de 5/5 minutos até dose max
de 3mg)
a) INTRÍNSECAS: Degeneração: doença de Lenègere, Doença de Se refratário ou teste ergométrico ou EEF mostrar infra ou intra-
LEV; Doença coronariana; Miocardiopatia Dilatada, Cardiopatia hissiano => marca passo.
Hipertensiva, Miocardite; Doenças infiltrativas: amiloides, sarcoidose,
hemocromatose; Colagenoses; Trauma cirúrgico direto. OBS: BAV MOBITZ I quando associado ao IAM de parede inferior =>
b) EXTRÍNSECAS: pode evoluiu para maligno BAVT, piorando o prognóstico do IAM.
- Medicamentos: ẞ-bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio,
digoxina, adenosina, clonidina, antiarrítmicos IA, IC e III.
- Estimulação Parassimpática: sono, intubação, hipertensão BAV 2º GRAU (MOBITZ II)
intracraniana, micção, evacuação, vômito, sono hipersensibilidade
carotídea.
- Hipercalemia, hipotireoidismo, hipotermia.
Marcella Hani - TXXI

- sim => BAV 1º grau (onda P precedindo QRS) ou BAV de 3º grau


(BAVT)
- não, é irregular => BAV de 2º grau Mobitz I e II

- QRS: geralmente alargados (bloqueio infra-hissiano);

BAVT OU BAV DE 3º GRAU


TRATAMENTO DE BAV

a) ESTÁVEL: hidratação, monitorização, verificar doenças


associadas, retirar medicamentos, 12-24 horas melhora => alta
b) INSTABILIDADE (PAS < 90mmHg, congestão pulmonar=
estertores, dispneia – sinal de insuficiência ventricular esquerda), dor
precordial e confusão mental.
- BAV BENIGNO ( BAV 1º GRAU e BAV 2º GRAU MOBITZ I) :
suprahissiano ou intrahissiano QRS estreito=> responde a atropina 0,5 -
1,0 mg IV(pode repetir a dose de 5/5 minutos até dose max de 3mg).
- BAV MALIGNO: (BAV 2º GRAU MOBITZ I, BAV AVANÇADO,
BAVT) => infrahissiano- QRS alargado – não responde a atropina,
melhor tto é o marca passo.

DROGA DE PRIMEIRA LINHA

o Atropina 0,5 mg IV (duas apresentações: ampola com 0,25mg e


- Frequência atrial (60 a 100bpm) > Frequência ventricular (20 a ampola com 0,5mg). Pode-se repetir a cada 3 a 5 minutos, até 6 vezes,
40bpm); a dose máxima é 3 mg.
- BAVT pode ser :
a) SUPRA-HISSIANO (PROXIMAL)=> QRS estreito, FC > 40bpm, 1) SE O PACIENTE NÃO ESTIVER RESPONDENDO À
melhor prognóstico. ATROPINA → trocar por estimulação transcutânea (marca-passo
transcutâneo) OU dopamina OU adrenalina.

o DOPAMINA: Apresentação: ampola de 50mg/10 ml. Pegamos 5


ampolas (250 mg) e misturamos com 250 ml de soro. Assim vamos ter 1
ml para 1mg. Se temos um paciente com 70 kg, e vamos usar a dose de
2 mcg/kg/min, ele vai receber 140 mcg por minuto. 140x60= 8400
mcg/h ou 8,4 mg/h
Como nossa medicação está na proporção de 1 ml-1 mg, então esse 8,4
b) INTRA OU INFRA-HISSIANO (DISTAL)=> QRS alargado, mg/h, é o mesmo que 8,4 ml/h=> bomba de infusão .
Escapes ventriculares FC <40 bpm pior prognóstico.
o ADRENALINA Apresentação: 1 ampola com 1 ml = 1mg/ml
Prescrição: 16 ml ampolas de adrenalina + 234 ml de soro fisiológico
16 mg ------- 250 ml (total)
X ------------- 1 ml X = 0,064 mg/ml = 64mcg/ml
Infusão de 2 a 10mcg/minuto: escolho 2mcg/minuto, transformando em
hora: 120mcg/hora.
64 cg------- 1ml
120mcg------ x X=1,8 ml/h

BAV AVANÇADO o ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA: indicado


Mais de uma onda P bloqueada consecutiva, relação P:QRS 3:1 4:1, sedar o paciente, porém cuidado com sedação excessiva - usar cânula
costumam ser infra ou intra hissiano – indicam mal prognóstico. orofaríngea Guedel com hiperextensão da cabeça. Geralmente é
utilizado propofol (efeito rápido).
Pás de desfibrilação => D em cima e E embaixo
Amperagem começar com amperagens baixas 5-10,-15-20 até a espicula
do marcapasso gerar uma contração => Botão demanda.
Se arritmia instável=> eletroestimulação transvenosa=> eletrodo no
átrio, no só sinusal.

COMO AVALIAR OS BAV MARCA PASSO DEFINITIVO

1. É bradicardia? FC <60bpm. Passo a passo da utilização do Marcapasso Transcutâneo.


2. É regular?
Marcella Hani - TXXI

Passo 1
- Informe ao paciente e aos familiares que aquele procedimento vai ser
realizado, o porquê de ser realizado e que o paciente não vai sentir dor! -
Além disse, deve-se seguir com analgesia e sedação leve do paciente.
Exemplo: morfina e etomidato.
- Coloque as placas adesivas (eletrodos) nas região anterior – eletrodo
negativo e posterior eletrodo positivo.
- Apare os pelos se necessário, nunca raspe.
- FC programa de 60bpm
-Output desejada 70-120 mA (corrente elétrica do marca passo)
- Observar as espículas do MP – tdas devem gerar um QRS

Passo 2
- Conecte as pás do marcapasso (veja imagem abaixo). Pode ser na
posição anteroposterior, na região precordial, ou no mesmo local de
colocação das pás do desfibrilador. Se necessário, realize tricotomia ou
seque a superfície antes.

Passo 3
- Selecione uma frequência cardíaca entre 70 e 80 bpm.
- Após isso inicie com 20-30 mA de voltagem e observe o traçado.
- Cada espícula deve gerar um complexo QRS.
- Aumente de 5-10 mA até que isso aconteça. Quando estiver com
condução completa, cheque se o pulso femoral está palpável.
- Por fim, aumente a voltagem em 10-20% acima do menor nível de
energia que conduziu todos os pulsos e QRS

Você também pode gostar