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Aula 11 - Perturbações orgânicas (demência e delirium)

CC1

Queixas que vêm de 1 ano para cá.

Queixas de memória são frequentes na consulta e podem ter várias causas.


1ª coisa é pensar nas causas e estruturar hipóteses diagnósticas:
- cansaço, falta de descanso
- questionar se é uma coisa recente, se associa a algum fator
- ansiedade, preocupação
- depressão (sintomas depressivos interferem com a rapidez do pensamento).
- psicogénicas
- É importante perceber a natureza da queixa de memória. Exemplos de
psicogénicas: pôr os sapatos no frigorífico; perdas de memórias muito
específicas (lembra-se da festa mas esquece-se de uma pessoa específica).
- neurodegenerativa
- tem que existir uma tradução da degeneração e declínio constante
- perguntar se tem vindo a piorar, se tem sido oscilante (não é muito indicativo
de neurodegenerativo).
- Se estivermos a pensar numa doença neurodegenerativa,
- perceber se pode estar associado à idade e envelhecimento normal
ou não (diagnóstico diferencial).
- perceber se é minor ou major - avaliação do impacto funcional. É
importante questionar estes pontos.
- ALERTA: as alterações destas patologias são progressivas e não se
consegue estipular um dia de início de doença.

Este doente então, aparenta estar numa doença


neurocognitiva minor, uma vez que, à partida, o
impacto funcional é mínimo.

O que fazemos a seguir? Objetivar o defeito através


do mini mental, cujo score deste doente é 29/30.
Depois pensar nas causas possíveis através de
análises e exames de imagem:
- 1ª: excluir causas tratáveis
- Excluídas as causas tratáveis, avançar para as restantes.
- A existir um clínica sugestiva para causa não tratável, avançar logo para essas.
Conseguimos ver um alargamento da fissura coroidéia e atrofia bilateral do hipocampo
(órgão relacionado com a memória) - muito prevalente na doença de Alzehiemer, quando há
ausência de outras alterações vasculares na ressonância.

Perante estes resultados, fez-se uma avaliação neuropsicológica:

CVLT - alterações ligeiras da memória episódica


Digit span - se normal, indica que o lobo frontal está normal

Perante isto podem-se pedir outros marcadores como PET com FDG (fluorodeoxyglucose),
PET PIB (composto pittsburgh) ou ainda ponderar punção lombar - refere que foi falado na
aula teórica.

Tratamento: reabilitação cognitiva, fármacos (controverso - na base do Alz temos uma


degeneração dos neurónios colinérgicos, por isso podemos utilizar inib da
acetilcolinesterase - o que pode ser útil para o controlo sintomático).
Aqui já temos impacto funcional.

Não farma: reabilitação e estilo de vida mais saudável.

ALERTA:
Num doente com depressão e defeito cognitivo o que temos é mesmo um doente com
depressão e afeção cognitiva e não um doente com demência devido à depressão

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