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A Avaliação Neuropsicológica É um exame que tem como objetivo mensurar e descrever o

perfil de desempenho cognitivo, avaliando suspeitas de alterações cognitivas que podem ser
decorrentes de desordens neurológicas e outros transtornos e diagnóstico diferencial

Como ocorre a avaliação?

A mecânica do exame acontece ao longo de 5 a 7 sessões no total. Em regra


geral a avaliação neuropsicológica contempla as seguintes etapas:

Entrevista Inicial – visa, entre outros aspectos, colher a história clínica da


pessoa e ouvir os relatos da família relativa às mudanças que têm observado
no seu familiar recentemente. A ideia é colher informações que permitam
contextualizar o desempenho do indivíduo nas suas atividades diárias. É
importante obter o histórico familiar do paciente relacionado a queixa
apresentada.

Aplicação de testes – os psicólogos dispõem de um conjunto de instrumentos


para estudar as “funções cognitivas superiores” (como memória, atenção,
raciocínio lógico, fluência verbal, velocidade do fluxo de pensamento, entre
outras) que podem ir desde o uso de testes neuropsicológicos, baterias de
inteligência a diferentes escalas de avaliação de sintomas cognitivos e
comportamentais. Comparam-se as respostas dadas pela pessoa avaliada com
as do grupo normativo (conjunto de pessoas saudáveis com escolaridade e
idade semelhantes) para averiguar se estamos perante um quadro patológico,
normativo ou superior ao padrão (em casos de altas habilidades).

Devolução do laudo – 15 dias após a última aplicação dos testes


selecionados (a antecipação da entrega do laudo pode ser solicitada
diretamente ao profissional e será avaliada a viabilidade pelo mesmo), gera-se
um laudo da avaliação neuropsicológica. Essa consulta final destina-se a
explicar à pessoa e à sua família o significado dos resultados da avaliação e a
sua implicação no dia-a-dia. O objetivo não é comunicar um diagnóstico (essa
é uma competência do médico responsável) mas sim descrever o perfil
cognitivo e emocional da pessoa e fornecer-lhe estratégias para ultrapassar
quaisquer limitações que possam existir.

Implica algum tipo de preparação?

A avaliação neuropsicológica não exige nenhuma preparação especial, apenas


é necessário que a pessoa a ser avaliada ou o seu familiar consiga
comunicar seu histórico clínico e pessoal e responder às perguntas do
psicólogo. Nas sessões de testagem é importante informar previamente ao
profissional se houver qualquer intercorrência (como insônia na noite anterior,
nervosismo associado a fatores externos, entre outros) que possa influenciar
no padrão de resposta testado.

Informações clínica relevante (ex: relatórios e encaminhamento médicos ou


escolares, exames de imagem, medicação atual) para que possam ser
integradas no relatório de avaliação neuropsicológica devem ser entregues na
primeira entrevista.

É importante dormir bem na noite anterior e não estar em jejum ou com fome
no momento da avaliação, pois estes fatores podem limitar a capacidade de
pensamento.

Recomenda-se que leve óculos ou aparelho auditivo, caso faça uso desses
instrumentos.

Finalmente, é aconselhável que a pessoa a ser avaliada se faça acompanhar


na entrevista inicial de alguém com quem conviva frequentemente, pois o
testemunho dela poderá ser importante.

Algumas indicações da Avaliação Neuropsicológica:

O exame neuropsicológico é indicado em diferentes situações clínicas, em


todas as faixas etárias: crianças (na clínica dispomos da bateria de inteligencia
WISC-IV validada para crianças a partir de 6 anos), adolescentes, adultos e
idosos. Geralmente a avaliação neuropsicológica é requisitada pelo médico,
mas também pode ser solicitada pela escola ou por profissionais de
saúde/educação envolvidos no atendimento quando se trata de um exame
infantil para nortear o trabalho desenvolvido pelo corpo profissional. Através da
avaliação neuropsicológica podemos contribuir na investigação e
estabelecimento de um diagnóstico clínico e traçar o perfil cognitivo nos casos
em que já exista um diagnóstico clínico.

Avaliação e diagnóstico de Doença de Alzheimer;

Avaliação e diagnóstico diferencial das Demências;

Avaliação de déficit cognitivo associado a idade (Comprometimento Cognitivo


Leve);

Avaliação de alterações cognitivas nos quadros de AVC, TCE, neuro-infecções


e tumores cerebrais;

Distúrbios cognitivos associados ao uso e abuso de álcool e/ou outras drogas;

Alterações de cognição nos Transtornos de Humor (ex: Depressão) e nos


Transtornos de Ansiedade (ex: Transtorno Obsessivo-Compulsivo);

Distúrbios cognitivos associados a doenças da tireóide;

TDAH (transtorno de déficit de atenção/hiperatividade);

Transtornos de Aprendizado e Leitura;


Discalculia;

Transtorno de Oposição Desafiador;

Atraso ou Deficiência Intelectual;

Altas Habilidades;

Outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, avaliação neuropsicológica é a melhor forma de avaliar a cognição
e um exame obrigatório na diagnóstico das demências segundo o National
Institute of Neurological Disordes and Stroke - EUA.

Alguns déficits que não são evidentes ao exame clínico, mas que
comprometem o funcionamento diário do indivíduo, podem ser identificados no
exame neuropsicológico.

Vale ressaltar que todas as informações e achados só podem ser entendidos


dentro de um contexto individual de cada paciente, no qual considera-se a
idade do paciente, tempo de estudou e sua história de vida.

Além de se constituir em instrumento importante de diagnóstico, a avaliação


neuropsicológica é útil no estudo dos transtornos e patologias progressivas e
na avaliação de resposta à terapêuticas medicamentosas, psicossociais e
cirúrgicas. A avaliação infantil funciona também como recurso para orientar
profissionais e pais envolvidos na educação de crianças que apresentam
padrões de funcionamento não normativo, uma vez que evidencia aspectos
relacionados a aprendizagem.

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