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ISSN 1646-6977
Documento publicado em 18.05.2020
E-mail de contato:
erik.hf.12@hotmail.com
RESUMO
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compreensão mais detalhada dos fatores que podem estar possibilitando ou influenciando em
bloqueios de aprendizagem. Segundo Denckla (1979) o modelo neuropsicológico aplicado aos
transtornos de aprendizagem assume que estes constituem a expressão de uma disfunção cerebral
específica, causada por fatores genéticos ou ambientais que alteram o neurodesenvolvimento.
RELATOS DO CASO
PROCEDIMENTOS
anamnese infantil, a qual foi aplicada com a mãe, buscando explorar o histórico de vida da cliente,
desde a gestação até o momento presente, isto é, investigação da história clínica do sujeito;
entrevista lúdica com a cliente, na busca de determinar vínculos de confiança entre cliente e
profissional, além de explorar e investigar a partir da ludicidade, as queixas trazidas pela mãe ou
por outrem. Foram utilizados na entrevista: baralho das emoções com frases, salientando a análise
das imagens e interpretação das frases. E a escrita de nomes de pessoas que se fazem presentes na
sua convivência, investigando, possíveis dificuldades com relação à leitura e escrita. Nos demais
encontros, foram aplicados os seguintes instrumentos: leitura e interpretação de texto, desenvolver
e analisar as possíveis causas que atribuem às dificuldades na leitura e interpretação. Cálculos
matemáticos, buscando identificar possíveis problemas na realização de operações. E o teste
NEUPSILIN-Infantil (SALLESET, 2011), avaliando o processamento da linguagem oral e escrita,
veiculando o exame a outras funções cognitivas por meio de estímulos verbais ou de visuais
nomináveis.
DISCUSSÃO DO CASO
Nos relatos a serem descritos a seguir, o processo de avaliação neuropsicológica tinha como
foco as dificuldades de aprendizagem da cliente referente à escrita e leitura. De início, foi realizada
uma entrevista de triagem com Joana, mãe de Brena, 11 anos de idade, sexo feminino, estudante
do 5° ano do ensino fundamental, filha única, pais divorciados, mora com a mãe. Joana decidiu
procurar o serviço de Psicologia da universidade devido algumas dificuldades de aprendizagem
que sua filha vem apresentando há algum tempo.
Na entrevista lúdica com Brena, a mesma compareceu ao encontro de forma não colaborativa,
demonstrando medo e preocupação pelo atendimento. Com a aplicação do baralho das emoções
com frases, a participação e colaboração da criança foram se desenvolvendo, a qual começa
relatando sobre o motivo de estar participando dos encontros, dizendo que apresenta dificuldades
na leitura, e que vivencia momentos considerados angustiantes na escola, como a leitura em voz
alta para classe, a qual não consegue e sente-se triste. Relata sobre as reprovações durante os anos
letivos, e que foram ocasionadas por não saber ler e escrever de forma adequada. Ao ser solicitada
a escrever nomes de pessoas de sua convivência, Brena escreve de forma adequada. Diz que não
gosta de participar de eventos escolares, e que prefere ficar em casa assistindo ou brincando. Na
dinâmica das emoções, as dificuldades em ler as frases do baralho foram identificadas. Diz que
gosta de matemática, e que não demonstra interesse por matérias que demandem leituras. Contudo,
foi percebido que a dificuldade na escrita determina-se pelo comprometimento que a mesma possui
na leitura.
Diante das questões analisadas, podemos citar que a aprendizagem é uma possibilidade de
uma pessoa conhecer, compreender, decodificar e armazenar informações provenientes do meio
que vive ou frequenta, desde que, conceba a integração social entre pessoas, reforçando no
desenvolvimento dos indivíduos em determinadas tarefas. De acordo com Vygostky, Luria e
Leontiev (1988) o aprendizado é um aspecto necessário e universal para o desenvolvimento das
funções psicológicas culturalmente organizadas e particularmente humanas.
Realizados exercícios matemáticos com 17 operações, a cliente acertou 16, verificando assim
que a mesma não apresenta dificuldades em realizar cálculos, mas que, sua dificuldade está
presente na leitura e compreensão dos enunciados. Foi notificado que as funções de linguagem e
raciocínio estão bem preservadas.
Na avaliação da leitura, de acordo com o recurso utilizado como o livro “A bela e a Fera”, a
cliente leu por completo, apresentou pouco desempenho em prosseguir de forma colaborativa a
leitura de obras literárias, apresentando declínio na evolução dos trechos ou parágrafos.
Demonstrou interpretação de forma adequada, descrevendo sobre o seu entendimento acerca da
leitura, mas com certo comprometimento na leitura oral. Foi analisado a partir da observação e
das falas trazidas por Brena que a adaptação afetiva da mesma a outros ambientes é tímida, e
apresenta, em sua estrutura psíquica, tensão e episódios de agressividade por não conseguir lidar
com as tarefas escolares.
Foi visto que alguns aspectos como o entendimento e a realização das tarefas, assim como o
posicionamento para relatar dúvidas sobre os atendimentos, estão relacionados com o ambiente
familiar que a cliente se encontra. Ambiente este que foi foco das interpretações ao longo das
avaliações, além de ter sido percebido no discurso clínico de todos os envolvidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENCKLA MB. Childhood learning disabilities. In: Clinical neuropsychology. New York:
Oxford University Press, 1979.