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AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS

E A ENFERMAGEM*

Isabel Cristina Pithon Lins1


Miriam Oliveira dos Anjos2
Noélia Silva Oliveira3
Ricardo Matos Santana4
Ângela Tamiko Sato Tahara5

LINS, I. C. P.; ANJOS, M. O. dos; OLIVEIRA, N. S.; MATOS-SANTANA, R.; TAHARA, Â. T. S. As Teorias
Administrativas e a Enfermagem. Ilhéus, Universidade Estadual de Santa Cruz, p. 1-22, 2000.
Mimeografado.

Este texto representa um levantamento bibliográfico das Teorias Administrativas, fazendo


uma correlação teórica das mesmas, com a prática de enfermagem. São abordadas as seguintes
teorias administrativas: Teoria Científica, Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas, Teoria
Comportamental ou Behaviorista, Teoria Burocrática, Teorias dos Sistemas e Teoria
Contingencial. Acreditamos que poderá ser útil para auxiliar os profissionais e estudantes de
enfermagem a terem um panorama do assunto, e, conseqüentemente, no desenvolvimento da
administração em enfermagem.

UNITERMOS: administração, gerenciamento, enfermagem

1. INTRODUÇÃO

*
Este texto é uma fusão adaptada de dois
trabalhos produzidos na Disciplina A sociedade do mundo atual está
Organização dos Serviços de Enfermagem do institucionalizada e é composta de organizações.
Curso de Mestrado em Enfermagem da Todas as organizações sejam elas de fins
UFBA/UESC e apresentados no 52º CBEn lucrativos (empresas) ou sem fins lucrativos
(Recife/PE, 2000). Intitulados: "A enfermagem e (Exército, Igreja, serviços públicos, etc.), todas
as teorias administrativas" e "Integração das são constituídas de pessoas e de recursos não-
teorias burocrática, dos sistemas e humanos (como recursos físicos e materiais,
contingencial na administração dos serviços de financeiros, tecnológicos, mercadológicos, etc.),
enfermagem". A adaptação foi feita pelos dessa forma tanto as pessoas necessitam do
próprios autores, visando adequar o texto à sua trabalho para melhor viver, como as empresas
utilização como material didático da Disciplina necessitam do trabalho de maneira eficiente e
Gerenciamento de Enfermagem nos Serviços eficaz destes, para sua sobrevivência e sucesso.
Hospitalares do Curso de Graduação em Segundo Chiavenato (2000), as
Enfermagem da UESC. organizações, por seu tamanho e pela sua
complexidade, precisam ser administradas e sua
administração requer pessoas estratificadas em

1
LINS, I. C. P. Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela UFBA. Docente do Curso de Enfermagem da UESC.
2
ANJOS, M. O. Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela UFBA. Docente do Curso de Enfermagem da UESC.
3
OLIVEIRA, N. S. Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela UFBA. Docente do Curso de Enfermagem da UESC.
4
MATOS-SANTANA, R. Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pela UFBA. Docente do Departamento de Ciências da
Saúde da UESC-BA, e-mail: ricmas@uol.com.br
5
TAHARA, Â. T. S. Enfermeira. Drª em Ciência da Saúde. Profª Adjunto da UFBA. Pesquisadora do GEPASE e CNPq.
As Teorias Administrativas e a Enfermagem 2

diversos níveis hierárquicos que tenham funções Nos dias de hoje, a sociedade é pluralista
diferentes. A administração trata do de organizações, na qual a maior parte das
planejamento, da organização, da direção e do obrigações sociais, como a produção de bens ou
controle de todas as atividades diferenciadas pela serviços, é confinada a organizações, como
divisão de trabalho que ocorram dentro de uma indústrias, universidades, dentre outras, que são
organização. administradas por dirigentes para se tornar cada
As mudanças que ocorreram no mundo vez mais eficientes e eficazes. No final do século
com a revolução industrial caracterizou-se pela XIX, contudo a sociedade era completamente
saída de um trabalho que era realizado diferente. As organizações eram poucas e
empiricamente, de forma artesanal, para uma pequenas, predominavam as pequenas oficinas,
aplicação sistematizada e generalizada do artesãos independentes, pequenas escolas
conhecimento científico no processo de produção profissionais autônomos, como médicos,
das indústrias, requerendo uma especialização do advogados, o lavrador, etc. Apesar do trabalho
trabalho, pelo avanço tecnológico e pelas sempre ter existido na história da humanidade, a
descobertas de novas formas de energia e a história das organizações e de sua administração,
ampliação de mercados. teve seu início a pouco tempo (Chiavenato 2000).
As unidades de saúde, principalmente os Além destes, outros influenciaram como
hospitais, são organizados e administrados como os filósofos, a organização da igreja católica, a
empresas, onde, dentro destas unidades, organização militar e a revolução industrial.
observa-se que a área de enfermagem está
avançando cada vez mais por perceber a
importância de trabalhar de forma sistematizada e INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS
embasada em conhecimentos científicos.
Este trabalho constitui-se de revisão A Administração recebeu influência da
bibliográfica a respeito das Teorias filosofia desde os tempos da Antigüidade, quando
Administrativas e do processo de trabalho em Sócrates (470 a. C.-399 a. C),expõe seu ponto de
enfermagem, tendo como objetivo fazer uma vista sobre administração como uma habilidade
correlação teórica destas teorias com a prática de pessoal separada do conhecimento técnico de da
enfermagem. Permitindo assim fazer uma experiência.
integração do referencial teórico destas teorias Platão (429 a.C.-347a.C.), analisou os
administrativas com a administração dos Serviços problemas políticos e sociais decorrentes do
de Enfermagem desenvolvimento social e cultural do povo grego.
Acreditamos que este estudo poderá ser Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), deu o
útil para auxiliar os profissionais e estudantes de impulso inicial a filosofia, Cosmologia, Nosologia,
enfermagem a terem um panorama do assunto, Metafísica, Lógicas e Ciências Naturais, abrindo
contribuindo, assim, na formação e na atuação as perspectivas do conhecimento humano. No
dos enfermeiros, e consequentemente no livro Política, sobre a organização do Estado,
desenvolvimento da administração em destinge as três formas de administração pública:
enfermagem. Monarquia ou governo de um só, aristocracia ou
governo de uma elite, democracia ou governo de
um povo.
Francis Bacon (1561-1626), fundador da
Lógica Moderna baseada no método experimental
e indutivo, mostra a preocupação prática de se
2.TEORIAS separar experimentalmente o que é essencial do
ADMINISTRATIVAS que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se
ao princípio conhecido em administração como
princípio da prevalência da principal sobre o
acessório.
A administração constitui o resultado René Descartes (1596-195), considerado
histórico e integrado de contribuição cumulativa o fundador da Filosofia Moderna, criou as
de numerosos precursores, filósofos, físicos, coordenadas cartesianas e deu impulso a
economistas, estadistas e empresários que, no matemática e à geometria da época. Celebrou-se
decorrer dos tempos, foram cada qual em seu na filosofia pelo livro o discurso do método, cujo
campo de atividades, desenvolvendo e princípios são: princípio as da dúvida sistemática
divulgando suas obras e teorias. No decorrer da ou da evidência, da análise ou de decomposição,
história da humanidade a administração se da síntese ou da verificação.
desenvolveu lentamente, somente a partir do Vários princípios da administração, como
século XX é que ela surgiu e apresentou um os da divisão do trabalho, da ordem e do controle,
desenvolvimento de notável pujança e inovação ( estão contidos nos princípios cartesianos.
Chiavenato 2000). Thomas Habbes (1588-1679) defende o
governo absoluto em função de uma visão

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perssimista da humanidade. No livro Leviatã, INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO


assinala que o povo renucia a seus direitos INDUSTRIAL
naturais em favor de um governo que, investido
de poder a ele conferido, impõe a ordem,, Com a inovação da máquina a vapor por
organiza a vida social e garante a paz. James Watt (1736-1819) e sua aplicação à
Jean-JaquesRousseau (1712-1778), produção, surgiu uma nova concepção de
desenvolve a teoria do contrato social, que é um trabalho que modificou a estrutura social e
acordo entre os membros de uma sociedade pelo comercial da época, provocando profundas e
qual reconhecem a autoridade igual sobre todos rápidas mudanças de ordem econômica, política
de um regime político, governante ou de um e social. Iniciou-se a Revolução Industrial na
conjunto de regras. Inglaterra, e que pode ser dividida em duas
Kal Marx (1818-1883) e Friedrich Engels épocas distintas:
(1820-1895) proporem uma teoria da origem 1780 a 1860: Primeira Revolução
econômica do Estado. O poder político e o Estado Industrial ou revolução do carvão e do ferro.
nada mais é do que o fruto da dominação 1860 a 1914: Segunda Revolução
econômica do homem pelo homem. Industrial ou do aço e da eletricidade.
De acordo com Chiavenato (2000), a Segundo Chiavenato (2000) a primeira
filosofia moderna, a administração deixa de Revolução Industrial passou por quatro fases:
receber contribuições e influências, pois o campo Primeira fase: A mecanização da indústria
de estudo filosófico passa a se afastar dos e da agricultura, em fins do século XVIII, com a
problemas organizacionais. máquina de fiar, criado por Hargreaves em 1767,
do tear hidráulico, criado por arkwright em 1769,
do tear mecânico criado por Cartwright em 1785,
INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DA e do descaroçador de algodão criado por Whitney
IGREJA CATÓLICA em 1792, que substituíram o trabalho do homem
e a força motriz muscular do homem, do animal,
Ao longo dos séculos, a igreja Católica ou da roda de água.
estruturou sua organização com uma hierarquia Segunda fase: A aplicação da força
de autoridade, um estado-maior (assessoria) e a motriz à indústria. Com a aplicação do vapor às
coordenação funcional para assegurar integração máquinas (Watt inventou a máquina a vapor),
(Chiavenato 2000). iniciaram-se grandes transformações nas oficinas,
A organização hierárquica da Igreja é tão nos transportes, nas comunicações e na
simples e eficiente que sua organização mundial agricultura.
pode operar sob o comando de uma só cabeça Terceira fase: Houve um aceleramento
executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora dos transportes e das comunicações. Surgiu a
lhe foi delegada de forma mediata por uma navegação a vapor com Robert Fulton(1807),
autoridade divina superior. A estrutura da logo depois as rodas foram substituídas por
organização eclesiástica serviu de modelo para hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por
as organizações que, ávidas de experiências Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro
bem-sucedidas, passaram a incorporar os na Inglaterra (1825). Apareceram outros meios de
princípios e as normas administrativas utilizados comunicação com a invenção do telégrafo elétrico
pela Igreja Católica. por Morse em 1876. Evidenciando os primeiros
sintomas de desenvolvimento econômico, social,
tecnológico e industrial e as profundas
INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO transformações e mudanças que ocorreriam com
MILITAR uma velocidade maior.
A partir de 1860, a revolução Industrial
A organização militar também influenciou entrou em uma segunda fase: a Segunda
o desenvolvimento das teorias da administração e Revolução Industrial, provocada pelo
as estruturas organizacionais. O princípio da aparecimento do processo do aço (1856); o
unidade de comando (um só chefe) e o da aperfeiçoamento do domínio (1873) e a invenção
hierarquia (níveis de comando) encontrado na do motor de combustão interna (1873) por
organização linear originou-se no exército da Daimler.
época medieval. A dicotomia entre o pensar e o A Revolução Industrial provocou profunda
fazer aparece na organização militar, no séc. modificação na estrutura empresarial e
XVIII, com a criação do estado maior para econômica da época.
assessorar o comando. A assessoria era Com o rápido e intenso fenômeno da
responsável pelo planejamento estratégico e o maquinização das oficinas provocou fusões de
comando pela execução do programa. A pequenas oficinas, que passaram a integrar
disciplina e a unidade de direção também são outras maiores, e se transformaram em fábricas.
princípios que tiveram suas origens na O operário foi substituído pelas máquinas nas
organização militar. tarefas, e com o aumento do mercado decorrente

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da redução de preços e popularização dos < tempo e movimento = > produtividade >
produtos, as fábricas passaram a exigir grandes venda.
contingentes humanos. A mecanização do
trabalho levou a divisão do trabalho e à
simplificação das operações, substituindo os 3.1. CARACTERÍSTICAS
ofícios tradicionais por tarefas semi-
automatizadas e repetitivas. A unidade doméstica Taylor buscou substituir métodos
de produção – oficina e o artesanato em família – empíricos e rudimentares pelos métodos
desapareceu com a competição, surgindo um científicos denominando de Organização Racional
grande contingente de operários nas fábricas, do Trabalho (ORT) como descrito por Chiavenato
cuja jornada de trabalho se estendia por 12 ou 13 (2000), em:
horas em condições insalubres, provocando
acidentes e doença em larga escala. O
crescimento industrial era improvisado e baseado a) ANÁLISE DO TRABALHO E ESTUDO
no empirismo. Ao mesmo tempo em que intensa DOS TEMPOS E MOVIMENTOS
migração de mão-de-obra se deslocava dos
campos agrícolas para os centros industriais, Taylor e seus seguidores visando
surgindo um surto acelerado de desorganização racionalizar o trabalho dos operários, realizaram
de urbanização e ao mesmo tempo em que o estudos sobre "tempo e movimento". Verificou-se
capitalismo se solidifica, cresce uma nova classe que, o trabalho pode ser executado melhor e mais
social: o proletariado. econômico por meio da análise do trabalho, isto
As leis trabalhistas são expressas aos é, da divisão e subdivisão de todos os
poucos, na medida em que os problemas vão se movimentos necessários à execução de cada
agravando. operação de uma tarefa. Além de permitir a
Com a nova tecnologia dos processos de racionalização dos métodos de trabalho do
produção, de construção e funcionamento das operário e a fixação dos tempos padrões para as
máquinas, com a crescente legislação destinada execuções das operações trouxe ainda outras
a defender e proteger a saúde e a integridade vantagens, como:
física do trabalhador, a administração e a • eliminar os movimentos inúteis e substituí-los
gerência das empresas industriais passaram a por outros mais eficazes;
ser a preocupação maior dos proprietários, • tornar racional a seleção e treinamento de
nascendo dessa forma com a Revolução pessoal;
Industrial a organização e a empresa moderna, • melhorar a eficiência do operário e,
que fizeram uma ruptura com as estruturas consequentemente, o rendimento da produção;
corporativas da Idade Média, fizeram aplicação • distribuir uniformemente o trabalho;
dos progressos científicos à produção, o avanço • ter uma base uniforme para salários eqüitativos
tecnológico e a descobertas de novas formas de e para prêmios por aumento de produção.
energia e a enorme aplicação de mercados, e a
substituição do tipo artesanal por um tipo
industrial de produção. b) FADIGA HUMANA

O estudo dos movimentos baseia-se na


anatomia e fisiologia humanas. Gilbreth apud
Chiavenato (2000), efetuou estudos, sobre os
efeitos da fadiga na produtividade do operário e
3.TEORIA CIENTÍFICA verificou que a fadiga predispõe o trabalhador
para a diminuição da produtividade e da
qualidade do trabalho; perda de tempo; aumento
No início do século XX, o engenheiro da rotatividade de pessoal; doenças e acidentes;
Frederick Winslow Taylon (1856-1917) e seus e diminuição da capacidade de esforço. Neste
Seguidores (Henry Lawrence Gantt, Frank B. sentido, a fadiga foi considerada um redutor da
Gilberth, Lilian Gilbreth), desenvolveram os eficiência.
primeiros trabalhos a respeito da teoria clássica
da gerência cientifica, que tinham como
necessidade básica o conhecimento do trabalho a c) INCENTIVOS SALARIAIS E
ser realizado, para que sua execução fosse PRÊMIOS DE PRODUÇÃO
realizada de maneira eficaz e eficiente. Eles
defendiam a divisão e especialização do trabalho Outra idéia importante valorizada pela
do operário e a padronização das atividades e administração cientifica foi o incentivo salarial e
tarefas por ele desenvolvida (Chiavenato, 2000). de prêmio compatível com à produção. A idéia
Taylor, visando o aumento da produção, fez a básica era de que a remuneração baseada no
seguinte relação: tempo não estimulava ninguém a trabalhar mais e

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deveria ser substituída por remuneração baseada


na produção de cada operário, desta forma surgiu 3.2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
o sistema de pagamento por peça. Entretanto,
fazia-se necessário um estimulo salarial que Chiavenato (2000), relata, que para
fizesse com que os operários trabalhassem de Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios
acordo com o tempo padrão, ou, se possível o básicos, a saber:
ultrapassassem.
Principio de planejamento:
Administradores devem desenvolver um método
d) HOMO ECONOMICUS cientifico para cada elemento do trabalho de um
homem afim de substituir as velhas regras, ou
Os seguidores da administração cientifica seja, planejar o trabalho do operário.
foram denominados de engenheiros da
administração, e de suas propostas surgiu o Principio de preparo: Administradores
conceito de "homem econômico", segundo o qual, devem selecionar cientificamente, treinando
toda a pessoa é motivada por recompensas posteriormente os trabalhadores, ou seja, formar
salariais, econômicas e materiais, ou seja o mão-de-obra;
homem procura o trabalho não porque gosta dele,
mas como meio de ganhar a vida, logo, quanto Principio do controle: Administradores
maior a produção maior a remuneração. devem cooperar com os trabalhadores para
garantir que as tarefas fossem executadas de
acordo com os métodos científicos desenvolvidos,
e) CONDIÇÕES DE TRABALHO ou seja, controlar o trabalho;
Taylor e seus seguidores identificaram Principio da execução: administradores
que a eficiência depende não somente do método devem distribuir distintamente atribuições e
de trabalho e do incentivo salarial, mas também responsabilidades para que a execução do
de um conjunto de condições de trabalho que trabalho seja disciplinada.
garantam o bem-estar físico do trabalhador e
diminuam a fadiga. Para isso procuraram adequar
instrumentos, ferramentas, equipamentos de
trabalho e de produção, melhoria do ambiente 3.3. TEORIA CIENTÍFICA E A
físico do local de trabalho (ruído, ventilação, ENFERMAGEM
iluminação), dentre outras.
A saúde no Brasil, na época do
surgimento desta teoria (até o final do século
f) PADRONIZAÇÃO XIX), era praticada por religiosos ou por leigos,
movidos por um ideal religioso. Nessa visão a
Padrão é uma unidade de medida enfermagem brasileira nasceu, a qual além de
adotada e aceita comumente como critério. A servir as pessoas necessitados, servia também à
finalidade da padronização é obter a uniformidade política colonizadora e era um paliativo para
e reduzir os custos. Coma administração dissolver possíveis tensões e legítima
cientifica, esta passa a ser uma preocupação desigualdade (Passos, 1996).
constante na obtenção da eficiência. Uma vez Nesse sentido a assistência de
que poderá conduzir à simplificação à medida em enfermagem, até o final do século XIX,
que uniformidade reduz a variabilidade a as continuava sendo desenvolvida empiricamente
exceções que complicam as situações do por irmãs de caridade, nas Casas de Misericórdia
processo de trabalho. e pelas mães, nos lares que, de acordo com
Passos (1996), tinha o corpo dos indivíduos como
objeto visando atingir o espírito.
g) SUPERVISAO FUNCIONAL O cuidado prestado ao paciente era dado
pelo próprio enfermeiro, tendo uma relação direta
A supervisão funcional foi outra com o enfermo e consequentemente com o ser
característica da administração científica. Com a humano.
especialização do operário, ocorreu também a Segundo Resende (1986), a prática de
especialização do supervisor caracterizando a enfermagem nesse período, não tinha o
chamada autoridade funcional. A administração conhecimento teórico que fundamentasse suas
funcional permite a máxima utilização do principio atividades, que eram puramente manuais e sem
da divisão do trabalho, reduzindo ao mínimo as autonomia. Assim a enfermagem, apresentava-se
funções que cada homem deve executar, para em bases anti-científicas como atividade e não
produzir alta eficiência funcional em cada homem como profissão.
e no conjunto destes.

LINS, I. C. P.; ANJOS, M. O. dos; OLIVEIRA, N. S.; MATOS-SANTANA, R.; TAHARA, Â. T.S.
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Hoje, como afirma Kurcgant (1991), na baixo salário foi substituído por operadores de
prática da administração do pessoal da máquina.
enfermagem, encontra-se freqüentemente A obra de Taylor e seus seguidores é
propostas semelhantes a esse período da susceptível a críticas, o que não diminuem o
administração. Assim, para a mesma autora, o Mérito destes precursores da Teoria da
como fazer tem sido uma preocupação constante Administração. Considerando que, na época, a
da enfermagem enquanto prática profissional, por falta de conhecimento sobre assuntos
desenvolver uma assistência fragmentada em administrativos e a precária experiência industrial
atividades, em que cada elemento executor é e empresarial, não apresentavam condições
determinado uma tarefa. Como: propícias de formulação de hipóteses e
elaboração de conceitos.
• divisão do trabalho aliada padronizações das Segundo Chiavenato (2000), a
tarefas; Administração Cientifica restringiu-se às tarefas e
• elaboração de manuais de técnicas e fatores diretamente relacionados com o cargo e
procedimentos. O excesso de rotinas pode função do operário. E concebeu-se a organização
bloquear a enfermeira em seu desenvolvimento como uma “máquina.”
profissional; Verificou-se também que os princípios
• escalas diárias por distribuição de atividades, que Taylor, adotou para conciliar os interesses
que estabelecem um método de trabalho entre patrões e empregados, acreditando que o
funcionalista que é típica da fase funcionalista empregado age motivado pelo interesse do ganho
da Administração Científica. financeiro, produzindo o máximo possível, sem
levar em consideração outros fatores
Dessa forma o elemento executor se motivacionais foi um fator mecanicista dessa
distancia do todo, para se fixar na parte que é a teoria, revelando assim, a desumanização do
tarefa. Deixando de planejar a assistência de trabalho.
enfermagem integral para a execução e avaliação No tocante a busca da eficiência, a teoria
das atividades da enfermagem a todos os de Taylor preconizava a especialização do
clientes, independente da sua gravidade, tendo operário por meio da divisão e subdivisão de
uma sistemática organização ineficaz (Kurcgant, tarefas, privam os operários da satisfação no
1991). trabalho.
Como ponto positivo, observamos, que a O taylorismo demonstrou que a maneira
enfermagem resgatou a idéia de sistema de espontânea com que os trabalhadores
gestão de qualidade da assistência, em vários de executavam suas tarefas era a mais fatigante, a
seus serviços, como também, a sua assistência menos econômica e a menos segura. Em lugar
de tem sido desenvolvida como ciência, saindo do dos erros do passado, o taylorismo propõe uma
empirismo. nova ordem, ou seja, diminuiu o número de
Muitos Serviços de Enfermagem tem atribuições de cada indivíduo e especializar as
utilizado a educação continuada do funcionário, atribuições de cada chefe e é um dos aspectos
no seu local de trabalho, a fim de proporcioná-los positivos.
a aquisição de conhecimentos, habilidades e A administração científica é criticada
atitudes, interpretando e utilizando a realidade também por omitir a organização informal e os
que o cerca, de forma cooperativa e não aspectos humanos da organização e pela sua
individualista. abordagem prescritiva e normativa comum no
sistema fechado. Entretanto, essas limitações não
ofuscam o fato de que a administração científica
3.4. CRÍTICA À TEORIA CIENTÍFICA foi o primeiro passo na busca de uma teoria
administrativa.
O termo Administração Científica poderia
ser substituído por estudo científico do trabalho.
Nesse sentido, podemos destacar Taylor, como
precursor da organização do trabalho. A
administração científica proporcionou uma notável
4.TEORIA CLÁSSICA
redução no custo dos bens manufaturados. Por
exemplo, coisas que fora um luxo acessível
apenas aos ricos como automóveis ou aparelhos Surgiu na França , em 1916 a Teoria
domésticos, logo tornou-se disponíveis para todas Clássica da Administração, tendo como precursor
as pessoas. Além de promover um aumento o engenheiro Henri Fayol. Essa teoria se
substancial dos salários, ao mesmo tempo em caracterizava pela ênfase na estrutura que a
que reduzia o custo total dos produtos e o organização deveria possuir para ser eficiente,
operário não especializado que trabalhava com envolvendo todas as partes, fossem elas órgãos
ou pessoas (Chiavenato, 2000).

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 7

De acordo com o referido autor, a Teoria ƒ ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa
Clássica foi influenciada pelas estruturas em seu lugar. É a ordem material e humana;
organizacionais militares e eclesiásticas, ƒ equidade: amabilidade e justiça para alcançar
concebeu a organização como uma estrutura lealdade do pessoal;
rigidamente hierarquizada, estática e limitada. ƒ estabilidade do pessoal: a rotatividade tem um
Para Fayol a empresa pode ser dividida impacto negativo sobre a eficiência da
em seis grupos: funções técnicas, comerciais, organização.
financeiras, de segurança, contábeis e ƒ Quanto mais tempo a pessoa permanecer no
administrativas. Essa visão a respeito das cargo tanto melhor;
funções básicas da empresa já está ultrapassada. ƒ iniciativa: a capacidade de visualizar um plano
Hoje, as funções recebem o nome de área de e assegurar o seu sucesso;
administração (Chiavenato, 2000). ƒ espírito de equipe: harmonia e união entre as
Chiavenato (2000) salienta que Fayol pessoas são grandes formas para a
define o ato de administrar como sendo: organização.
ƒ prever: visualizar o futuro e traçar o programa ƒ Assim, a Teoria Clássica caracterizou-se
de ação; principalmente pelo seu enfoque prescritivo e
ƒ organizar: constituir o duplo organismo normativo.
material e social da empresa;
ƒ comandar: comandar, dirigir e orientar o
pessoal; 4.2. PRINCIPAIS CRÍTICAS
ƒ coordenar: ligar, unir harmonizar todos os atos
e todos esforços coletivos; Maximiano (1997) afirma que a
ƒ controlar: verificar que tudo ocorra de acordo abordagem é bastante simplificada, quase em
com as regras estabelecidas e as ordens termos de "manual do administrador" - No
dadas. ponto de vista de organização bastante
simplificada, sem considerar as influências dos
grupos sociais que a compõem. Não considera o
4.1. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO homem como influenciado pelo processo -
menosprezo dos aspectos psico-organizacionais
que permeiam qualquer inter-relação entre
Segundo Chiavenato (2000), para Fayol pessoas ou pessoas e coisas, impedindo-o de ver
nada existe de rígido ou de absoluto em matéria aspectos de conflitos grupais, surgimento de
administrativa. Portanto tais princípios são grupos informais, a não aceitação da anulação de
maleáveis e adaptam-se a quaisquer objetivos pessoais organizacionais, a disputa
circunstâncias, tempo ou lugar. Surgindo, assim, natural do poder; Visão de empresa enquanto
os princípios gerais de administração: máquina - radicalismo na concepção de empresa
ƒ divisão do trabalho: consiste na especialização com uma abordagem mecanicista e
das tarefas e das pessoas para aumentar a determinística da organização; Falta de estudos
eficiência: aplicação, energia, comportamento, mais práticos sobre a confiabilidade das
e respeito aos acordos estabelecidos; idéias.
ƒ disciplina: depende da obediência, aplicação, Henri Fayol é considerado um dos
energia, comportamento e respeito aos fundadores da moderna administração, ele definiu
acordos estabelecidos; as funções básicas da empresa, o conceito de
ƒ unidade de comando: cada empregado deve administração, bem como os princípios gerais de
receber ordens de apenas um superior. É o administração. A teoria clássica formula uma
principio da autoridade única; teoria da organização que define a administração
ƒ unidade de direção: uma cabeça e um plano como uma ciência, essa teoria restringe-se
para cada grupo de atividades que tenham o apenas à organização formal e a sua abordagem
mesmo objetivo; normativa e prescritiva se fundamenta em
ƒ subordinação dos interesses individuais aos princípios gerais de administração.
interesses gerais: os interesses gerais deve Entretanto, várias críticas são atribuídas à
sobrepor-se aos interesses particulares; teoria clássica: a abordagem simplificada da
ƒ remuneração do pessoal: deve haver justa e organização formal, eliminando a organização
garantida satisfação para os empregados e informal; a ausência de trabalhos experimentais
para a organização em termos de retribuição; para dar base científica às suas afirmações e
ƒ centralização: refere-se a concentração da princípios, assim como abordagem incompleta da
autoridade do topo da hierarquia da organização, como um sistema fechado. Todavia,
organização; consideramos aquela de fundamental importância
ƒ cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai para as bases da moderna teoria administrativa.
do escalão mais alto ao mais baixo. É o
principio do comando;

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 8

4.3. TEORIA CLÁSSICA E A definidas e compatíveis com poder atribuído, pela


ENFERMAGEM organização, às pessoas que integram esse
serviço. As relações interpessoais não são
A história da profissionalização da devidamente consideradas, o trabalho resulta em
enfermagem brasileira, coincide com a história atividades rotineiras com predominância de
desta teoria, pode-se dizer que começou como a avaliação quantitativa. Comprometendo dessa
criação da escola de enfermagem da Cruz forma o desenvolvimento do pessoal de
Vermelha Brasileira em 1916, fruto de um enfermagem e a qualidade do serviço (Kurcgant,
movimento internacional para melhorar as 1991).
condições de assistência aos feridos da Primeira Um dos aspectos positivos da influência
Guerra Mundial e o início de um curso intensivo dessa teoria na enfermagem, é a evolução e
para enfermeiras visitadoras junto ao adoção de funções administrativas para
Departamento Nacional de Saúde desenvolvimento gerencial do seu serviço desde
Pública(Silva,1989). a década em que foi criado o ensino de terceiro
Entretanto, as escolas seguiram com uma grau de enfermagem que serve de base
tendência rígida, com ênfase na atividade prática gerenciais até o dia de hoje.
e desarticulada da teoria, dando ênfase, também,
à enfermagem hospitalar, quando o país
necessitava de enfermeiras para a saúde pública
(Passos, 1986).
As constantes transformações sócio- 5. TEORIA DAS
econômicas e tecnológicas que ocorrem no RELAÇÕES
mundo, de forma dinâmica e rápida, e
consequentemente no Brasil, a enfermagem HUMANAS
também se transforma. Porém (Silva, 1989) diz
que o desenvolvimento da enfermagem, não
significa uma ruptura total com o seu passado, De acordo com Chiavenato (2000), a
com a sua história, mas que as idéias, os modos Teoria das Relações Humanas é também
de atuar que constituem o conhecimento, o saber denominada Escola Humanista da Administração,
em que se baseia sua prestação de serviços à surgiu nos Estados Unidos. Foi desenvolvida por
sociedade vai se transformando e evoluindo com cientistas sociais, tendo como fundador George
o processo histórico. Elton Mayo e colaboradores como John Dewey e
Por muitos anos, a enfermagem teve uma Kurt Lewin (1880-1949).
orientação dirigida para enfrentar situações
imediatas de modo espontâneo, intuitivo e
tradicional. Sob a influência de vários fatores, o 5.1. ORIGEM
agir da enfermeira foi se constituindo de
procedimentos descritos como a arte de A Teoria das Relações Humanas surgiu
enfermagem, a qual, nas primeiras décadas do da necessidade de se humanizar e democratizar
século XX, se organiza de modo sistematizado a administração, libertando-a dos conceitos
em técnicas de enfermagem (Souza, 1988). rígidos e mecanicista da teoria clássica do
Atualmente, nas instituições de saúde, desenvolvimento das chamadas ciências
segundo Kurcgant (1991), a estruturação rígida humanas, principalmente psicologia a sociologia e
hierarquizada estabelece sua subordinação a conclusão da experiência em uma Fábrica
integral de um indivíduo a outro e de um serviço a Hawthorne em Chicago, da Electric Company,
outro. A enfermagem como um desses serviços, que estudou o efeito de várias variáveis, como:
reproduz na sua estruturação o modelo maior, iluminação, calor, fadiga, dentre outros sobre a
dando ênfase nas estruturas idealizadas e no produtividade (Chiavenato, 2000).
produto.
Dessa forma, para a mesma autora, os
modelos gerenciais de enfermagem são 5.2. CONCLUSÕES DA EXPERIÊNCIA
determinados pela estrutura formal, o processo DE HAWTHORNE
de trabalho do gerente é centrado na produção
com ênfase nos instrumentos e ferramentas de Para Chiavenato (2000), a Experiência de
trabalho. Dessa forma, o trabalho é fragmentado Hawthorne proporcionou o delineamento dos
e cada uma das partes é detalhadamente prevista princípios básicos da Escola das Relações
e normatizadas (manuais de normas e rotinas) Humanas. Tendo como conclusões:
com ênfase nos sistemas de controle.
Assim os organogramas encontrados na a) Nível de Produção é Resultante da
maioria das vezes nos serviços de enfermagem Integração Social
mostram linhas de subordinação integral,

LINS, I. C. P.; ANJOS, M. O. dos; OLIVEIRA, N. S.; MATOS-SANTANA, R.; TAHARA, Â. T.S.
As Teorias Administrativas e a Enfermagem 9

De acordo com o resultado do estudo grande número de grupos e as interações


verificou-se que o nível de produção não é necessariamente resultantes.
determinado pela capacidade física ou fisiológica
do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), f) A Importância do Conteúdo do Cargo
mas por normas sociais e expectativas que o O conceito e a natureza do trabalho têm
envolvem. É a capacidade social do trabalhador enorme influência sobre o moral do trabalhador.
que estabelece o seu nível de competência e de Trabalhos simples e repetitivos tendem a se
eficiência e não a sua capacidade de executar tornarem monótonos e maçantes afetando
corretamente os movimentos eficientes dentro de negativamente as atitudes do trabalhador e
um tempo, previamente estabelecido. Quanto reduzindo a sua eficiência e satisfação.
mais integrado socialmente no grupo de trabalho,
mais será a disposição de produzir. g) Ênfase nos Aspectos Emocionais
A ênfase é dada nos elementos
b) Comportamento Social dos emocionais de comportamento humano.
Empregados
0 comportamento do indivíduo se apóia
totalmente no grupo.
5.3. A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL E O
c) As Recompensas e Sanções Sociais HOMEM
Para a Teoria das Relações Humanas, as
pessoas são motivadas principalmente pela A Teoria das Relações Humanas, para
necessidade de "reconhecimento" de "aprovação Chiavenato (2000), mostra o esmagamento do
social” e de "participação nas atividades dos homem pelo impetuoso desenvolvimento da
grupos sociais onde convivem”. Dai o conceito de civilização industrializada. Onde Mayo defende os
homem social. seguintes pontos de vista:
As recompensas e sanções não-
econômicas influenciam significativamente no • Trabalho é uma atividade tipicamente
comportamento dos trabalhadores e limitam, em grupal. De acordo com a pesquisa o nível de
grande parte, o resultado dos planos de incentivo produção é mais influenciado pelas normas do
econômico. Essas recompensas sociais e morais grupo do que pelos incentivos salariais e
e não-materiais, influenciam na motivação e na materiais de produção. Para Mayo, a atividade
felicidade do trabalhador. do empregado diante do seu trabalho e a
natureza do grupo do qual ele participa são
d) Grupos Informais fatores decisivos da produtividade.
Com a Teoria das Relações Humanas • Operário não reage como indivíduo
delineou-se o conceito de organizarão informal - a isolado, mas como membro de um grupo
organização não só composta de pessoas, mas é social. As mudanças tecnológicas tendem a
o próprio conjunto das pessoas que se romper os lagos informais de camaradagem e
relacionam espontaneamente entre si. Desta amizade dentro do trabalho e priva o operário
forma a empresa passou a ser visualizada como do espírito gregário, enquanto é o responsável
uma organização social composta de diversos pela sua produção.
grupos sociais informais, cuja estrutura nem ƒ A tarefa básica da administração é formar
sempre coincide coma organização formal da uma elite capaz de compor e de comunicar,
empresa, ou seja com os propósitos e estrutura dotado de chefes democráticos persuasivos e
definidos pela empresa. Esses grupos informais simpáticos a todo o pessoal.
surgem pelas seguintes razões: ƒ A pessoa humana é motivada
ƒ convivência e proximidade física das pessoas; essencialmente pela necessidade de "estar
ƒ necessidade de relacionamento social junto "de" ser reconhecida”; de receber
ƒ as pessoas tem interesses comuns, adequada comunicação.
compartilham os mesmos valores ou tem ƒ A civilização industrial traz como
alguma característica que as identifica com conseqüência a desintegração dos grupos
outros primários da sociedade como a família, os
grupos informais e a religião, enquanto que a
e) Relações Humanas fábrica surgirá como uma nova unidade social
Relações Humanas são as ações e que proporcionará um novo lar, um local de
atitudes desenvolvidas pelos contatos entre compreensão para os indivíduos.
pessoas e grupos.
O comportamento do indivíduo é Mayo, ainda segundo o mesmo autor,
influenciado pelo meio ambiente e pelas varias critica a validade dos métodos democráticos para
atitudes e normas informais existentes nos vários solucionar os problemas da sociedade industrial,
grupos. E é nas empresas que surgem uma vez que esta cria a cooperação forçada por
oportunidades de relações humanas em face do meio da intervenção estatal.

LINS, I. C. P.; ANJOS, M. O. dos; OLIVEIRA, N. S.; MATOS-SANTANA, R.; TAHARA, Â. T.S.
As Teorias Administrativas e a Enfermagem 10

Já que todos os métodos convergem para restringindo-se apenas à organização informal,


a eficiência e não para a cooperação humana e sofrendo escassez de variáveis. Outro aspecto
muito menos para objetivos humanos, surge um visualizado na Teoria das Relações Humanas foi
conflito social nessa sociedade industrial imaginar que um trabalhador feliz era produtivo e
(Chiavenato, 2000). integrado no ambiente de trabalho. Contudo, essa
imagem nem sempre foi confirmada por
pesquisas, que identificaram trabalhadores felizes
Funções básicas da organização e improdutivos, bem como infelizes e produtivos,
industrial descaracterizando a correlação entre satisfação e
produtividade.
Chiavenato (2000) relata que, para
Roethlisberg e Dickson, a organização tem duas
funções principais: Função econômica - busca 5.5. RELAÇÕES HUMANAS E A
equilíbrio externo ( produz bens ou serviços).
função social - busca o equilíbrio interno da ENFERMAGEM
organização (distribui satisfação entre seus Na administração do pessoal de
participantes). A organização industrial deve enfermagem, segundo (Kurcgant, 1991), a
buscar constantemente essas duas formas de liderança surge como estratégia de condução de
equilíbrio. grupo. A comunicação entre os enfermeiros e os
demais membros da equipe de enfermagem ou
Para esses autores, a organização de outros grupos multi-profissional foi sendo
industrial é composta de uma organização técnica considerada fator relevante para a continuidade e
e de uma organização humana. A organização otimização da assistência de enfermagem.
humana da fábrica tem por base os indivíduos, Quanto a motivação do pessoal, a enfermeira tem
essa organização é mais do que a soma dos se preocupado em proporcionar condições que
indivíduos devido a interação social, diária e incentivem e estimulem o pessoal que são
constante. interesses trabalhados de forma isolados. De
acordo com a autora acima citada, a maioria das
instituições não há filosofias e políticas que
5.4. PRINCIPAIS CRÍTICAS valoriza esse tópico na administração do pessoal
de enfermagem.
De acordo com Maximiano (1997), as
principais críticas à Teoria das Relações
Humanas, são:
• Abordagem demagógica - burguesia via 5.6. A SAÚDE NO BRASIL
essa abordagem demagógica por envolver
sindicatos e suas reivindicações no estudo do No final do século XIX, as políticas de
problema do homem no trabalho. saúde pública do Brasil eram voltadas para
• Não reconhecimento das condições higiene à saúde com construção de fossas,
políticas, econômicas e sociais do meio - limpeza ao redor dos muros das vias, construção
Mayo preferiu uma sociedade não de fontes públicas e canalização de água.
estabelecida dentro desses valores, mas de Porém um outro aspecto importante
só1idas ligações sociais. dessa época era as políticas sanitárias dos portos
• Desconsideração da divisão de classe - (Souto-de-Moura, 1997).
dentro de uma sociedade capitalista, o que 0 Brasil estava sendo assolado por
não é aceito pela burguesia dominante. epidemias causadas por doenças infecto-
contagiosas. Como a malária, varíola, febre
• Não reconhecimento da organização
formal - a força dos grupos informais não é amarela, peste bubônica, cólera, tuberculose,
tão grande como define essa teoria hanseníase, parasitoses, dentre outras.
Porém no inicio do século XX, o que se
• Crença de que o clima organizacional é
exigia do sistema de saúde era uma política de
suficiente para o aumento da
saneamento dos espaços de circulação das
produtividade - A desconsideração pelos
mercadorias e a erradicação ou controle de
ganhos financeiros.
doenças que poderiam prejudicar a exportação,
Recentemente a Teoria das Relações
pois o modelo agro exportador dominava a
Humanas vem sendo encarada como uma
economia brasileira, baseado na exportação da
compensação ou complemento do que uma
cana-de-açúcar e o café.
contradição da administração científica, ambas
Do final do século XIX até metade dos
possui idéias úteis, mas que se aplicam em
anos 60 deste século, praticou-se como modelo
situações diferentes. A Teoria Clássica se
hegemônico de saúde o sanitarismo campanhista,
restringiu apenas à organização formal, a Teoria
de inspiração militar, que visava o combate das
das Relações também se mostra parcialista,
doenças através de estruturas verticalizadas e

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 11

estilo repressivo de intervenção e execução de utilizando-o como ponto de partida, reformulando-


suas atividades sobre a comunidade e as o.
cidades, com uma estrutura administrativa de Rejeita os princípios gerais da
saúde centralizadora, tecnoburocrática, administração ao conceito de autoridade formal e
corporativista caracterizando desta forma teoria à posição rígida e mecanicista dos autores
clássica pela estrutura rígida e hierarquizada, que clássicos (Chiavenato, 2000).
estabelece uma subordinação integral de um
indivíduo a outro e de um serviço a outro.
A partir da década de 40 até a década de 6.2. A MOTIVAÇÃO HUMANA
60, iniciou uma ideologia de que o
desenvolvimentista brasileiro se fazia com a Para compreender o comportamento
industrialização. Essa industrialização, era organizacional, a Teoria Comportamental
presidida por uma lógica mecanicista que enxerga fundamenta-se no comportamento individual das
o homem como máquina, instrumento de pessoas, onde torna-se necessário o estudo da
produção Nessa perspectiva mudou o conceito de motivação humana, a qual é um dos temas
saúde para uma concepção de políticas de saúde fundamentais desta teoria.
voltada pare o curativista. Os autores de Teorias behavioristas
Enfatizando tanto a teoria clássica como identificaram que o administrador precisa
a teoria científica no sistema de saúde brasileiro, conhecer as necessidades humanas para
tendo uma visão do homem como sistema compreender melhor o comportamento humano e
humano e como tal deve ser visto, sem utilizar a motivação humana como uma forma de
considerá-lo como ser humano tornando o melhorar a qualidade de vida dentro das
homem um ser mecânico tanto quanto máquina organizações.
que ele opera (Kwasnicka, 1995).
Dessa forma, despersonalizando-o no
trabalho, dando importância a alta especialização 6.3. HIERARQUIA DAS
caracterizando, assim, a autoridade funcional da
teoria científica. NECESSIDADES DE MASLOW
Maslow apud Chiavenato (2000),
considerou as necessidades humanas básicas de
forma hierárquica de importância e de
influenciação, podendo ser visualizada como uma
6.TEORIA pirâmide. A partir das necessidades fisiológicas
até as necessidades de auto-realização:
COMPORTAMENTAL
OU BEHAVIORISTA • Necessidades fisiológicas: estão
relacionadas com sobrevivência e a
preservação da espécie, consideradas
necessidades instintivas. São as
A escola Behaviorista surgiu dos esforços necessidades de alimentação, sono, repouso,
iniciais de Gautt e Hugo Munsterberg em abrigo, desejo sexual dentre outras, quando
reconhecer e enfrentar os problemas do indivíduo alguma dessas necessidades não está
numa organização. A cooperação é a doutrina satisfeita, ela pode dominar a direção do
central dessa escola. comportamento humano.
Estuda desde o comportamento individual • Necessidades de segurança: constituem o
de uma enfermeira até as complexidades de um segundo nível das necessidades humanas.
hospital, considerando como uma subcultura Tem grande importância no comportamento
antropológica. A abordagem é centrada nas humano, uma vez que todo empregado está
ciências do comportamento e abandona as em relação de dependência com a empresa,
posições normativas e prescritivas das teorias principalmente com relação à sua
anteriores. A Teoria Comportamental se destaca permanência no emprego. Se as ações ou
com Hebert Alexandre Simon em 1947. decisões refletem discriminação ou
favoritismo, podem promover inseguranças.
• Necessidades sociais: surgem no
6.1.ORIGENS DA TEORIA comportamento, quando as necessidades
COMPORTAMENTAL mais baixas (fisiológicas e de segurança)
encontram-se satisfeitas, são as
A teoria comportamental é um necessidades de associação, de participação,
desdobramento da Teoria das Relações de aceitação por parte dos companheiros, de
Humanas, na qual se mostra crítica e severa, amor e afeto. Estas quando não satisfeitas, o
indivíduo torna-se resistente, antagônico com

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 12

relação às pessoas que o cercam, assim leva empregados, porém, quando são precários eles
à falta de adaptação social e solidão. A evitam a satisfação.
necessidade de dar e receber afeto são
forças motivadoras do comportamento
humano. 6.5. ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO
• Necessidades de estima: São as
necessidades relacionadas com a maneira a) TEORIA X E TEORIA Y
pela qual o indivíduo se vê e se avalia. A administração das organizações em
Envolveu a auto-apreciação, a autoconfiança, termos gerais podem estar fortemente
a necessidade de aprovação social e de condicionada pelos estilos com que os
respeito, de status e prestígio. A satisfação administradores dirigem, o comportamento das
desta necessidade conduz a sentimentos de pessoas.
auto-confiança. A sua frustração pode Mc Gregor apud Chiavenato (2000), um
produzir sentimentos de inferioridade que, por dos mais famosos autores behavioristas da
sua vez, pode levar ao desânimo ou Administração, preocupou-se em comparar estilos
atividades compensatórias. opostos de administrar, baseados nas teorias:
• Necessidades de auto-realização: São as tradicional, mecanicista, a que denominou Teoria
necessidades humanas que estão no topo da X e outro, baseado nas concepções modernas a
pirâmide. São as necessidades da pessoa de respeito do comportamento humano que
realizar o seu próprio potencial e de denominou Teoria Y
autodesenvolver-se continuamente. A teoria A teoria X concebeu o homem como um
de hierarquização de necessidades de ser indolente, que evita ou trabalha o mínimo
Maslow afirma que; quando uma necessidade possível, é irresponsável, prefere ser dirigido,
de nível mais baixo é atendida, ela deixa de resistente a mudanças e seus objetivos pessoais
ser motivadora de comportamento, dando opõe-se em geral aos objetivos da organização.
oportunidade para que o nível mais elevado Essa teoria leva as pessoas a fazerem
possa desenvolver-se. Como também, nem exatamente aquilo que a organização pretende.
todas as pessoas conseguem chegar ao topo A teoria Y baseia-se em concepções e
da pirâmide de necessidades. premissas atuais e seus preconceitos a respeito
da natureza humana. Desenvolve um estilo de
Várias pesquisas não chegaram a administração muito aberta e dinâmica,
confirmar cientificamente a Teoria de Maslow e extremamente democrático, onde administrar é
algumas delas até mesmo a invalidaram. criar oportunidades, remover obstáculos,
Contudo, essa teoria forneceu subsídios para a encorajar o crescimento individual e proporcionar
fundamentação da Teoria Comportamentalista. orientações quanto aos objetivos.

6.4. TEORIA DOS DOIS FATORES DE 6.6. SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÀO


HERZBERG
Likert (1980) considera a administração
Herzberg apud Chiavenato (2000) como um processo relativo, na qual não existem
formulou a chamada teoria dos dois fatores para normas e princípios universais válidos para todas
melhor explicar o comportamento das pessoas circunstâncias e ocasiões e que esta difere-se de
em situações de trabalhos denominados de uma organização para outra, assim como,
fatores: “higiênico” afluentes que a própria pessoa depende das condições internas e externas da
não pode controlar (salários, os benefícios organização. Ele propõe quatro sistemas de
sociais, condições físicas e ambientais de administração onde apresentam as seguintes
trabalho, as políticas de empresa e regulamentos características:
internos). • Sistema 1- Autoritário Coercitivo: é um
Quando os fatores higiênicos são sistema administrativo autocrático e forte, que
precários, eles provocam insatisfação dos controla tudo que ocorre dentro da
empregados, eles apenas evitam a insatisfação, organização, as decisões são tomadas pela
mas, não provocam a satisfação. cúpula empresarial, as comunicações são
Fatores motivacionais estão relacionados verticalizadas, os relacionamentos informais
com o conteúdo do cargo e com a natureza das são vedados, com ênfase nas punições para
tarefas que o indivíduo executa. Assim, estão sob assegurar o cumprimento das obrigações. As
controle do indivíduo, envolvem os sentimentos recompensas são raras.
de crescimento individual, de reconhecimento • Sistema 2- Autoritário Benevolente: é um
profissional e as necessidades de auto- sistema autoritário, menos rígido que o citado
realização. Quando os fatores motivacionais são anteriormente, onde permite delegação de
bons, eles provocam a satisfação nos pequenas decisões, as comunicações são

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 13

verticais e descendentes, as pessoas se hierarquização. Os behavioristas preocupam-se


relacionam entre si, oferece algumas muito mais em explicar e descrever as
recompensas materiais e salariais, ainda há características do comportamento organizacional
ênfase nas punições e nas medidas do que em construir modelos, princípios e normas
disciplinares. de atuação, ou seja, predomina a análise
• Sistema 3- Consultivo: trata-se de um descritiva, embora nota-se uma posição
sistema que tende mais para participativo, prescritiva na teoria Y e o sistema quatro, quando
onde as decisões são delegadas aos diversos descrevem o que é melhor para as organizações
níveis hierárquicos. A empresa desenvolve e para as pessoas.
sistema interno de comunicação para facilitar Ocorre uma reformulação na filosofia
o seu fluxo, há ênfase nas recompensas administrativa, o conceito de organização
materiais, como incentivos salariais, baseado no esquema autocrático, coercitivo e de
promoções e novas oportunidades. diferenciação de poder é analisado e criticado. Os
• Sistema 4- Participativo: é um sistema behavioristas indicam um conceito democrático e
administrativo democrático por excelência, as humano, onde privilegia as organizações mais
decisões são totalmente delegadas aos níveis democráticas, menos estruturadas
hierárquicos . Embora o nível institucional dita hierarquicamente e menos autocráticas,
as políticas e diretrizes. As comunicações baseadas na equalização do poder.
fluem em todos os sentidos e a empresa faz Sejam quais forem as críticas, a Teoria
investimentos em sistema de informação. O Comportamental deu novos rumos à Teoria Geral
trabalho é realizado em equipe. A ênfase nas da Administração, enriquecendo o seu conteúdo
recompensas sociais, embora não sejam com uma abordagem mais humanística e
omitidas as recompensas materiais e democrática.
salariais.

6.7. A TEORIA COMPORTAMENTAL E


A ENFERMAGEM 7. TEORIA
BUROCRÁTICA
Identificamos contribuições importantes
das teorias de Maslow para a teoria das
necessidades humanas básicas de Wanda A,
Horta. Historicamente, a teoria de W. Horta tem 7.1. BASES HISTÓRICAS
sido um instrumento metodológico que vem
orientando e guiando as práticas da enfermagem Para Chiavenato (2000), a Teoria
. Nos dias atuais, percebemos um certo Burocrática desenvolveu-se dentro da
distanciamento na aplicação do processo de Administração ao redor dos anos 40,
enfermagem e da teoria das Necessidades principalmente em função dos seguintes
Humanas Básicas, principalmente em hospitais aspectos:
públicos e na rede básica de saúde onde os
autores tem atuado como docente das • A fragilidade e parcialidade tanto da T.
universidades. No tocante da administração de Clássica como da T. das Relações
pessoal, ainda encontramos a adoção de estilos Humanas, ambas oponentes e contraditórias
de chefias compatíveis com a Teoria X e o entre si, mas sem possibilitarem um a
Sistema Coercitivo, ou seja, centralização das abordagem global, integrada e envolvente
decisões, relacionamentos informais e dos problemas organizacionais.
comunicações verticalizadas , assim como a
Teoria Y e o Sistema Participativo, onde as • A necessidade de um modelo de
decisões são delegadas aos níveis Hierárquicos e organização racional capaz de caracterizar
o trabalho é realizado em equipe. Assim, se faz todas as variáveis envolvidas, bem como o
necessário os administradores conhecerem a comportamento dos membros dela
fundo todas as trajetórias históricas da evolução participantes, e aplicável não somente à
do pensamento administrativo. fábrica, mas a todas as formas de
organização humana e principalmente às
empresas.
6.8. CRÍTICA À TEORIA
• Crescente tamanho e complexidade das
COMPORTAMENTALISTA empresas passou a exigir modelos
organizacionais bem mais definidos. Onde
A crítica está no questionamento sobre
a industria em grande escala depende de sua
que todos indivíduos possuírem as mesmas
organização, da administração e do grande
necessidades, e estas serem passíveis de

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 14

número de pessoas com diferentes cargo inferior deve estar sob o controle e
habilidades. supervisão de um posto superior. Nenhum cargo
fica sem controle e supervisão.
• Ressurgimento da Sociologia da
Burocracia, a partir da descoberta dos 6. Rotinas e procedimentos
trabalhos de Max Weber, o seu criador. padronizados. A burocracia é uma organização
Segundo essa teoria, um homem pode ser que fixa as regras e normas técnicas para o
pago para agir e se comportar de certa desempenho de cada cargo, cujas atividades dos
maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser seus ocupantes devem ser executadas de acordo
explicada exatamente, muito minuciosamente com as rotinas e procedimentos fixados por elas.
e, em hipótese alguma, permitindo que suas
emoções interfiram no seu desempenho. A 7. Competência técnica e meritocracia.
Sociologia da Burocracia propôs um modelo A burocracia é uma organização na qual a
de organização e os administradores não escolha das pessoas é baseada no mérito e na
tardaram em tentar aplicá-lo na prática em competência técnica e não em preferências
suas empresas. A partir daí, surge a Teoria pessoais. A admissão, a transferência e a
Burocrática na Administração. promoção dos funcionários são baseadas em
critérios, de avaliação e de classificação e não em
critérios particulares e arbitrários. Esses critérios
7.2. CARACTERÍSTICAS DA universais são racionais e levam em conta a
BUROCRACIA competência, o mérito e a capacidade do
funcionário em relação ao cargo ou função
considerado.
Segundo Weber apud Chiavenato (2000),
a burocracia tem as seguintes características:
8. Especialização da administração. A
burocracia é uma organização que se baseia na
1. Caráter legal das normas e
separação entre a propriedade e a administração.
regulamentos. A burocracia é uma organização
Os membros do corpo administrativo devem estar
ligada por normas e regulamentos previamente
completamente separados da propriedade dos
estabelecidos por escrito. Em outros termos, é
meios de produção. Em outros termos, os
uma organização baseada em uma espécie de
administradores da burocracia não são os seus
legislação própria que define antecipadamente
donos ou proprietários. O dirigente não é
como a organização burocrática deverá funcionar.
necessariamente o dono do negócio ou um
grande acionista da organização, mas um
2. Caráter formal das comunicações.
profissional especializado na sua administração.
As regras, decisões e ações administrativas são
O funcionário não pode vender, comprar ou
formuladas e registradas por escrito. Todas as
herdar sua posição ou seu cargo, e sua posição e
ações e procedimentos são feitos por escrito para
seu cargo não pode ser apropriados e integrados
proporcionar comprovação e documentação
ao seu patrimônio privado.
adequadas.
9. Profissionalização dos participantes.
3. Caráter racional e divisão do
A burocracia é uma organização que se
trabalho. Há uma divisão sistemática do trabalho,
caracteriza pela profissionalização dos seus
do direito e do poder, estabelecendo as
participantes. Cada funcionário da burocracia é
atribuições de cada participante, os meios de
um profissional, pelas seguintes razões:
obrigatoriedade e as condições necessárias.
• É um especialista
4. Impessoalidade nas relações. Essa • É assalariado
distribuição de atividades é feita impessoalmente, • É ocupante de cargo
ou seja, é feita em termos de cargos e funções e • É nomeado por superior hierárquico
não de pessoas envolvidas. A administração da • Seu mandato é por tempo indeterminado
burocracia é realizada sem considerar as pessoas • Segue carreira dentro da organização
como pessoas, mas como ocupantes de cargos e • Não possui a propriedade dos meios de
funções. O poder, e/ou subordinação, de cada produção
pessoa é impessoal e deriva do cargo que ocupa. • É fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos
A burocracia precisa garantir a sua continuidade da empresa
ao longo do tempo: as pessoas vêm e vão, os • administrador profissional tende a controlar
cargos e funções permanecem. cada vez mais completamente as burocracias.

5. Hierarquia da autoridade. A 10. Completa previsibilidade do


burocracia é uma organização que estabelece funcionamento. A conseqüência desejada da
cargos segundo o princípio da hierarquia. Cada burocracia é a previsibilidade do comportamento

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 15

dos seus membros. O modelo burocrático de tornarem especialistas em seus campos


Weber parte da pressuposição de que o particulares, podendo fazer carreira na
comportamento dos membros da organização é organização em função de seu mérito pessoal e
perfeitamente previsível: todos os funcionários competência técnica.
deverão comportar-se de acordo com as normas
e regulamentos da organização, a fim de que esta
atinja a máxima eficiência possível. Tudo na 7.4. DESFUNÇÕES DA BUROCRACIA
burocracia é estabelecido no sentido de prever
antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar Merton apud Chiavenato (2000), ao
sua execução, para que a máxima eficiência do estudar as conseqüências previstas da
sistema seja plenamente alcançada. Como por burocracia, notou também as situações
exemplo o método de controle adotado imprevistas que levam a burocracia à ineficiência
atualmente por ISSO 9000 (Bases Internacionais e às imperfeições. Às quais deu o nome de
de Organização) disfunções da burocracia. São elas:

1. Internalização das regras e apego


7.3. VANTAGENS DA BUROCRACIA aos regulamentos. Quando as normas e os
regulamentos passam a se transformar de meios
Para Weber apud Chiavenato (2000), a em objetivos. Passando a ser absolutos e
burocracia é uma organização cujas prioritários: o funcionário adquire "viseiras" e
conseqüências desejadas se resumem na esquece que a flexibilidade é uma das principais
previsibilidade do seu funcionamento no sentido características de qualquer atividade racional;
de obter a maior eficiência da organização. Ele
ainda viu várias razões para explicar o avanço da 2. Excesso de formalismo e papelório.
burocracia sobre as outras formas de associação, A necessidade de documentar e de formalizar
são elas: todas as comunicações dentro da burocracia a
01. Racionalidade, em relação ao fim de que tudo possa ser devidamente
alcance dos objetivos da organização. testemunhado por escrito pode conduzir à
02. Precisão, na definição do cargo e na tendência ao excesso de formalismo, de
operação, pelo conhecimento exato dos deveres. documentação e, consequentemente, de
03. Rapidez nas decisões, pois cada um papelório, que constitui uma das mais gritantes
conhece o que deve ser feito e por quem e as disfunções da burocracia;
ordens e papéis tramitam através de canais
preestabelecidos. 3. Resistência a mudanças. Como tudo
04. Univocidade de interpretação da burocracia é rotinizado, padronizado, previsto
garantida pela regulamentação específica e com antecipação, o funcionário geralmente se
escrita, por outro lado, a informação é descrita, acostuma a uma completa estabilidade e
pois é fornecida apenas a quem deve recebê-la. repetição daquilo que faz, o que passa a lhe
05. Uniformidade de rotinas e proporcionar uma completa segurança a respeito
procedimentos que favorece a padronização, de seu futuro na burocracia;
redução de custos e de erros, pois os
procedimentos são definidos por escrito. 4. Despersonalização do
06. Continuidade da organização relacionamento. O caráter impessoal da
através da substituição do pessoal que é burocracia leva a uma diminuição das relações
afastado. personalizadas entre os membros da
07. Redução e fricção entre as organização. Os funcionários passam a conhecer
pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo os colegas não pelos seus nomes pessoais, mas
que é exigido dele e quais são os limites entre pelos títulos dos cargos que ocupam. Algumas
suas responsabilidades e as dos outros. vezes, o conhecimento é feito pelo número do
08. Constância, pois os mesmos tipos de registro do colega ou por qualquer outra forma de
decisão devem ser tomados nas mesmas identificação das pessoas imposta pela
circunstâncias. organização;
09. Confiabilidade, pois o negócio é
conduzido de acordo com regras conhecidas. As 5. Categorização como base do
decisões são previsíveis e o processo decisório, processo decisorial. Categorizar significa uma
por ser despersonalizado, elimina a discriminação maneira de classificar as coisas,
pessoal. estereotipadamente, a fim de lidar com elas com
10. Benefícios para as pessoas na mais facilidade. Quanto mais se lançar mão de
organização, pois a hierarquia é formalizada, o categorização no processo decisorial, menor será
trabalho é dividido entre as pessoas de maneira a procura de alternativas diferentes de solução;
ordenada, as pessoas são treinadas para se

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 16

6. Superconformidade às rotinas e aos agenda liberal era presidida por uma lógica
procedimentos. Na burocracia há devoção às mecanicista que enxergava o homem como
regras e regulamentos, onde, com o tempo, as máquina, instrumento de produção (Souto-de-
regras e as rotinas tornam-se sagradas para o Moura, 1997).
funcionário. O funcionário burocrata trabalha em Nesse contexto, como aponta Souto-de-
função dos regulamentos e rotinas e não em Moura (1997:97), "a questão saúde aparece com
função dos objetivos organizacionais que foram força, uma vez que, transformada em instrumento
estabelecidos, passando a fazer o estritamente de produção, também a 'máquina humana'
contido nas normas, regras, regulamentos, nas necessitava de 'manutenção' para manter sua
rotinas e procedimentos impostos pela capacidade produtiva.". Fazendo com que
organização. Esta perde toda a sua flexibilidade, emergisse uma nova corrente de concepções de
pois o funcionário restringe-se ao desempenho políticas de saúde, a corrente curativista.
mínimo. Perde a iniciativa, criatividade e Luz apud Souto-de-Moura (1997:97), diz:
inovação;
" Uma tecnoburocracia médica formada no
7. Exibição de sinais de autoridade. exterior em administração de serviços de saúde
Como a burocracia enfatiza a hierarquia de instalou-se na gestão dos Institutos de
Previdência, por oposição à tecnologia
autoridade, torna-se necessário um sistema sanitarista, também médica, de tendência
capaz de indicar, aos olhos de todos, aqueles que nacionalista e desenvolvimentista, predominante
detêm o poder. Daí surge a tendência à utilização nos órgãos de saúde pública.!"
intensiva de símbolos ou de sinais de status para
demonstrar a posição hierárquica dos Para Souto-de-Moura (1997), enquanto o
funcionários, como o uniforme, a localização da grupo curativista se instalava nos IAPs (Institutos
sala, do banheiro, do estacionamento, do de Aposentadoria e Pensão), apoiado pelo
refeitório, o tipo de mesa etc., como meios de empresariado industrial emergente, a tecnocracia
identificar quais são os principais chefes da sanitarista-campanhista seguia instalada no então
organização; Ministério da Educação e Saúde. Dando origem à
dicotomia entre atenção médica individual e
8. Dificuldade no atendimento a saúde pública.
clientes e conflitos com o público. Todos os
clientes são atendidos de forma padronizada, de
acordo com regulamentos e rotinas internas,
fazendo com que o público se irrite com a pouca 7.6. A TEORIA BUROCRÁTICA E A
atenção e descaso com os seus problemas
particulares e pessoais. As pressões do público, ENFERMAGEM
que pretende soluções personalizadas que a
burocracia padroniza, fazem com que o Na época de desenvolvimento dessa
funcionário perceba essas pressões como teoria, como aponta Silva (1989), registrou-se
ameaças à sua própria segurança. uma expansão na área de ensino de enfermagem
Com essas disfunções, segundo no Brasil, com o objetivo de atender ao aumento
Chiavenato (2000), a burocracia torna-se de demanda dessa nova categoria profissional.
esclerosada, fecha-se ao cliente, que é seu Tendo o então recente processo de
próprio objetivo, e impede a mudança, a inovação modernização dos hospitais e o ritmo de
e a criatividade. urbanização existente, como fatores
impulsionadores deste aumento. Nessa fase
organiza-se o I Congresso Brasileiro de
Enfermagem (em 1947) e é promulgada a Lei
7.5. A TEORIA BUROCRÁTICA E A 775/49 (que dispõe sobre o ensino de
SAÚDE NO BRASIL enfermagem no país).
Os profissionais de enfermagem
Na época de desenvolvimento da Teoria diplomados nessa época foram absorvidos, em
Burocrática, o Brasil entrava no denominado sua maioria, pela rede hospitalar em processo de
Período Desenvolvimentista (1945-1964), modernização e expansão, cujo aspecto
caracterizado pela crise do populismo marcante foi o surgimento de hospitais públicos
nacionalista e ascensão de uma ideologia que com fins educacionais (Silva,1989).
inspirava um projeto nacional capitalista, industrial Hoje, nas instituições de saúde, como
e "moderno". Onde a ideologia liberal, que é afirma Kurcgant (1991), encontramos
capitalista e industrialista, volta com força à cena freqüentemente formas organizacionais
política, preconizando que o Estado devia burocráticas. Onde os serviços de enfermagem,
interferir na economia de forma mínima e, quando em suas estruturas dinâmicas, por seguirem o
o fizesse, tinha que concentrar-se no seguimento modelo institucional, apresentam propostas
infra-estrutural: energia, estradas, ferrovias. Essa burocráticas. Onde o pessoal de enfermagem

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 17

passa a ter características profissionais, de não pelos seus nomes pessoais, mas pelos
técnicos especializados, com comportamentos e números dos leitos que ocupam ou pelos
posições estrategicamente definidos pelo grupo diagnósticos existentes.
que detém o poder na organização.
Dentro do serviço de enfermagem • Dificuldade no atendimento a clientes e
encontramos todas as características da conflitos com o público - onde os
burocracia, destacando-se: profissionais de enfermagem, por estarem
• Caráter Legal das normas e regulamentos voltados para suas normas e regulamentos
/ Rotinas e procedimentos padronizados - internos, para suas rotinas e procedimentos e
é uma profissão que valoriza normas, rotinas, para seu superior hierárquico, deixam, muitas
protocolos, definindo como os profissionais vezes, de atender às reais necessidades dos
devem trabalhar. Característica esta que mais clientes. Quando ocorre pressões destes
tem influenciado a enfermagem; clientes insatisfeitos, observa-se que os
• Caráter racional e divisão do trabalho e do profissionais de enfermagem se defendem
poder - cada profissional tem um cargo e utilizando clichês de argumentos como: "são
funções específicas, bem como uma esfera normas da casa", "este é um procedimento
de competência e responsabilidade; padrão", "são ordens da direção", etc.
• Hierarquia da Autoridade - onde todos os
cargos são controlados e supervisionados;

A respeito das disfunções da burocracia,


dentro da enfermagem, Kurcgant (1991:9), diz: 8. TEORIA DE
SISTEMAS
" ... A valorização das normas e regras parece
ser, entretanto, o enfoque da Teoria da
Burocracia que mais tem influenciado a prática Iniciaremos citando alguns conceitos de
da enfermagem, influência essa que, na
sistemas.
verdade, constitui um dos fatores que tem
contribuído para uma prática administrativa Para Bertalanffy “sistema é um conjunto
estanque, baseada em regras e normas de unidades reciprocamente relacionadas”.
obsoletas com poucas perspectivas de Chiavenato (2000) diz que sistema é idéia
mudanças. Percebe-se que a administração de um conjunto de elementos interligados para
na enfermagem sofre o mal de uma disfunção formar um todo e, que esse todo, apresenta
da Teoria Burocrática.". propriedades e características próprias que não
são encontradas em nenhum dos elementos
Dentro da administração em enfermagem, isolados.
além desta disfunção da burocracia, citada por A teoria geral de Sistema, nasceu com os
Kurcgant, observo outras, tais como: trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von
Bertalanffy, publicados entre 1950 a 1968,
• Resistência a mudanças - o profissional de desenvolvida na década de 1960. Esta teoria não
enfermagem, dentro de uma organização busca solucionar problemas ou tentar soluções
burocrática, torna-se simplesmente um práticas, mas sim, produzir teorias e formulações
executor de rotinas e procedimentos, os quais conceituais que possam criar condições de
passa a dominar com segurança e aplicações na realidade empírica. As
tranqüilidade com o passar do tempo. propriedades dos sistemas não podem ser
Quando surge alguma possibilidade de descritas separadamente. Sua compreensão
mudança dentro da organização, essa somente ocorre quando são estudados
mudança tende a ser interpretada pelo globalmente, envolvendo todas as
profissional de enfermagem como algo que interdependências dos seus subsistemas.
ele o desconhece, e, consequentemente, algo Principais precursores da teoria de sistemas:
que pode trazer perigo à sua segurança e Norbert Wiener, Ludwing Von Bertalanffy,
tranqüilidade, passando este, a resistir a Herbert Simon, James E. Rosenzweig, Richard A.
qualquer tipo de mudança; Johnson, Fremont Kast (Chiavenato, 2000).
Segundo Chiavenato (2000), a Teoria
• Despersonalização do relacionamento - Geral dos Sistemas está fundamentada em três
esta disfunção da burocracia parece ser uma premissas básicas:
influência para a impessoalidade no
relacionamento entre a equipe de • Os sistemas existem dentro de sistemas.
enfermagem e o cliente, encontrada em um Para melhor compreensão, podemos tomar
grande número de organizações do setor como exemplo, o fato de que as moléculas
saúde. Nas quais os profissionais de existem dentro das células, as células dentro
enfermagem, bem como toda a equipe multi- dos tecidos, os tecidos dentro dos órgãos, os
disciplinar, passam a conhecer os clientes

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 18

órgãos dentro dos organismos, os em qualquer unidade do sistema afetará as


organismos dentro de colônias, as colônias demais unidades, devido ao relacionamento
dentro de culturas nutrientes, as culturas existente entre elas. Há uma relação entre as
dentro de conjuntos maiores de culturas, e diferentes partes do sistema. Dessa forma, o
assim por diante. sistema sofre mudanças, e o ajuste
sistemático é contínuo.
• Os sistemas são abertos. Em decorrência
do que já citamos anteriormente. Cada Quanto a natureza podemos classificar os
sistema que se examine, recebe e sistemas em aberto e fechados. Os sistemas
descarrega algo nos outros sistemas. Os fechados, são aqueles que não apresentam
sistemas abertos são caracterizados por um intercâmbio com o meio ambiente, eles são
processo de intercâmbio infinito com seu herméticos a qualquer influência ambiental. Não
ambiente, que são os outros sistemas. recebem nenhum recurso externo e nada
Quando esse intercâmbio é interrompido, o produzem que seja enviado para fora
sistema se desintegra, isto é, perde suas (Chiavenato, 2000).
fontes de energia. O referido autor salienta que, os sistemas
abertos, ao contrário do referido anteriormente,
• As funções de um sistema dependem de são aqueles que apresentam relações de
sua estrutura. Por exemplo, os tecidos intercâmbio com o ambiente, através de entradas
musculares se contraem porque são e saídas. Eles trocam matéria e energia
constituídos de uma estrutura celular que regularmente com o meio ambiente. São
permite contrações. adaptativos, isto é, para sobreviverem devem
reajusta-se às condições do meio. A
Para o mesmo autor, os sistemas adaptabilidade é um processo contínuo de
passaram a dominar as ciências e, aprendizagem e de auto-organização.
principalmente, a administração. Por isso quando Os sistemas abertos não vivem em
falamos em Astronomia, imediatamente isolamento. Os sistemas que estão isolados de
pensamos em sistema solar, se o assunto é seu meio ambiente cumprem o segundo princípio
Fisiologia, pensamos no sistema nervoso, no da termodinâmica, e tendem à entropia, ou seja,
sistema circulatório, no sistema digestivo. Já a os sistemas caminham para o desgaste e para a
Sociologia fala em sistema social; a Economia, desintegração. Já um sistema aberto, mantém um
em sistema monetário; a Física, em sistema contínuo fluxo de entrada e saída, uma
atômico e assim por diante. A abordagem manutenção e sustentação dos componentes,
sistêmica em administração, é tão comum que às nunca estando ao longo de sua vida em um
vezes, nem percebemos que a estamos utilizando estado de equilíbrio químico e termodinâmico,
a todo momento. Essa teoria tem por objetivo, obtido através de um estado firme, chamado
representar, de forma compreensiva e objetiva, o hemoestasia, mantendo um equilíbrio dinâmico
meio em que tem lugar a tomada de decisões, entre suas partes (Kurcgant, 1991).
uma vez que a tarefa seria muito mais fácil se Para Kurcgant (1991), os sistemas se
contasse com uma descrição concreta e objetiva caracterizam por determinados parâmetros, a
do sistema dentro do qual ela deva ser tomada. A saber: a “entrada ou insumo”, o “processamento
teoria sistêmica permite reconceituar os ou transformação”, a “saída ou resultado”, a
fenômenos de uma abordagem global, permitindo “retroação ou retroalimentação ou ainda retro
a inter-relação e integração de assuntos que são, informação”, e o “ambiente”.
na maioria das vezes, de natureza
completamente diferente.
A perspectiva sistêmica mostra que a 8.1. TEORIA DE SISTEMAS E A
organização deve ser administrada como um ENFERMAGEM
todo.
Podemos considerar o serviço de
Principais características, descritas por enfermagem como um subsistema dos serviços
Chiavenato (2000), da Teoria dos Sistemas: de saúde, e esse, como um supra-sistema. A
organização de serviços de enfermagem e seu
• Propósito ou objetivo - Chiavenato afirma ambiente são interdependentes, pois a
que todo sistema tem um propósito ou organização depende do seu ambiente para
objetivo. As unidades ou elementos, definem adquirir recursos e oportunidades necessários à
um arranjo que visa alcançar um objetivo. sua existência. Além de determinar os limites de
atividades dessa organização. Dessa forma, as
• Globalismo ou totalidade do sistema - o atividades devem satisfazer às necessidades do
sistema reage globalmente, quando uma de ambiente. O ambiente estará sempre avaliando
suas partes é estimulada. Qualquer estímulo os serviços e determinando os futuros recursos

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 19

com que ele contribuirá para a organização. A Para Lawrence & Lorsch apud
Teoria de Sistema muito contribuiu para com a Chiavenato (2000) a Teoria da Contingência
organização do serviço de enfermagem, dentro apresenta os seguintes aspectos básicos:
de uma Instituição, uma vez que nos conscientiza A organização é de natureza sistêmica,
que para alcançar eficiência e eficácia dentro de ou seja, ela é um sistema aberto;
uma Organização, precisamos assumir a As variáveis organizacionais apresentam
responsabilidade pelos serviços prestados (Arndt um complexo inter-relacionamento entre si e com
& Huckbay, 1983). O intercâmbio idéias, o ambiente;
propostas e conhecimentos com o ambiente As variáveis ambientais funcionam como
externo, fará com que a organização dos Serviços variáveis independentes, enquanto as variáveis
de Enfermagem se torne cada vez mais eficiente, organizacionais são variáveis dependentes
através de entradas e saídas de informações, que daquelas.
a retroalimentação seja uma constante dentro do Em suma, segundo esses autores, a
sistema, trocando assim, matéria e energia com o Teoria da Contingência procura explicar que não
meio ambiente. há nada de absoluto nos princípios de
organização. Os aspectos universais e
normativos devem ser substituídos pelo critério de
ajuste entre organização e ambiente e tecnologia.
Chiavenato (2000), descreve
9. TEORIA detalhadamente e ambiente e a tecnologia.
Vejamos alguns aspectos destes, descritos por
CONTINGENCIAL este autor:

A palavra contingência significa incerteza


se uma coisa acontecerá ou não (Ferreira, 1988), 9.1. AMBIENTE
algo incerto ou eventual. A abordagem
contingencial salienta que não se atinge a eficácia Conceituando o ambiente, Chiavenato
organizacional seguindo um único e exclusivo (2000:596), diz que:
modelo organizacional, ou seja, não existe uma
forma única que seja melhor para organizar no "É o contexto que envolve externamente a
sentido de se alcançar os objetivos variados das organização (ou o sistema). É a situação dentro
da qual uma organização está inserida. Como a
organizações dentro de um ambiente também organização é um sistema aberto, ela mantém
variado (Chiavenato, 2000). transações e intercâmbio com seu ambiente. Isto
Para Chiavenato (2000:583), "a Teoria da faz com que tudo o que ocorre externamente no
Contingência é um passo além da Teoria dos ambiente passe a influenciar internamente o que
Sistemas em Administração.". Onde a visão ocorre na organização."
contingencial sugere que a organização é um
sistema composto de subsistemas, a qual procura O autor supra citado afirma que o
analisar as relações dentro e entre os ambiente é extremamente multivariado e
subsistemas, bem como entre a organização e complexo. Dividindo-o em dois extratos: o
seu ambiente. Ambiente geral e o Ambiente de tarefa. Descritos
O referido autor, afirma que houve a seguir:
contribuição das teorias administrativas científicas
à Teoria da Contingência. Vejamos essas AMBIENTE GERAL
contribuições: É o macro ambiente, ou seja, o ambiente
genérico e comum a todas as organizações. Todo
• Administração científica: tarefa e tecnologia; o que acontece no ambiente geral afeta direta ou
• Teoria Clássica: estrutura formal; indiretamente todas as organizações. O ambiente
• Teoria das Relações Humanas: estrutura geral é constituído de um conjunto de condições
informal; comuns para todas as organizações. As principais
• Teoria da Burocracia: sistema social; dessas condições são as seguintes:
• Teoria Estruturalista: demandas ambientais; • Condições tecnológicas;
• Teoria Neoclássica: objetivos organizacionais; • Condições legais
• Teoria Comportamental: forças • Condições políticas
comportamentais; • Condições econômicas
• Teoria Matemática: processo decisorial; • Condições demográficas
• Cibernética e Teoria Geral de Sistemas: • Condições ecológicas
equilíbrio organização-ambiente. • Condições culturais

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 20

Essas condições são fenômenos registram e visam assegurar sua conservação e


ambientais que formam um campo dinâmico de transmissão - como mapas, plantas, desenhos,
forças que interagem entre si. projetos, patentes, relatórios. Corresponde aqui
ao conceito de software.
AMBIENTE DE TAREFA Ele acrescenta, ainda, que embora exista
É o ambiente mais próximo e imediato de conhecimento que não possa ser considerado
cada organização. É o segmento do ambiente conhecimento tecnológico, a tecnologia é o tipo
geral do qual uma determinada organização extrai de conhecimento utilizado no sentido de
as suas entradas e deposita as suas saídas. É o transformar elementos materiais - matérias-
ambiente de operações de cada organização. O primas, componentes etc. - ou simbólicos - dados,
ambiente de tarefa é constituído por: informações etc. - em bens ou serviços,
• Fornecedores de entradas modificando sua natureza e características.
• Clientes ou usuários Thompson apud Chiavenato (2000),
• Concorrentes propõe uma tipologia de tecnologias, conforme o
• Entidades reguladoras seu arranjo dentro da organização:
Quando a organização escolhe o seu
produto ou serviço e quando escolhe o mercado Tecnologia de elos de seqüência-
onde pretende colocá-los, ela está definindo seu Baseada na interdependência serial das tarefas
ambiente de tarefa. necessária para completar um produto: o ato Z
poderá ser executado após o término do ato Y,
que depende do ato X e assim por diante, dentro
9.2. TECNOLOGIA de uma seqüência de elos interdependentes. É o
caso da linha de montagem da produção em
Quanto à tecnologia, Chiavenato massa. Nesse tipo é que a Administração
Científica prestou sua maior contribuição.
(2000:605), afirma:

"As organizações utilizam alguma forma de Tecnologia mediadora- Quando a


tecnologia para executar suas operações e organização tem por função básica a ligação de
realizar suas tarefas. A tecnologia adotada clientes que são ou desejam ser
poderá ser tosca e rudimentar (como a faxina e interdependentes. Exemplos: O banco comercial
limpeza através da vassoura ou do escovão) liga os depositantes com aqueles que toma
como poderá ser sofisticada (como o emprestado; A empresa de propaganda vende
processamento de dados pelo computador). tempo ou espaço, ligando o veículo às demais
Porém, é evidente que as organizações organizações; A companhia de seguros liga
dependem da tecnologia para poderem funcionar
aqueles que desejam associar-se em riscos
e alcançar seus objetivos.".
comuns; etc.;
Sob o ponto de vista administrativo, e
referido autor considera: Tecnologia intensiva- Representa a
convergência de várias habilidades e
"(....) a tecnologia como algo que se desenvolve especializações sobre um único cliente. A
nas organizações através de conhecimentos organização emprega uma variedade de técnicas
acumulados e desenvolvidos sobre o significado para modificar algum objeto específico e a
e execução de tarefas - know-how - e pelas suas seleção, combinação e ordem de aplicação são
manifestações físicas - máquinas, equipamentos, determinadas por realimentação pelo próprio
instalações - constituindo um complexo de objeto. O hospital e a indústria de construção civil,
técnicas usadas na transformação dos insumos por exemplo, utilizam este tipo de organização.
recebidos pela empresa em resultados, isto é, em
produtos ou serviços." (Chiavenato, 2000:605).

Segundo o mesmo autor, a tecnologia 9.3. AS ORGANIZAÇÕES E SEUS


pode estar ou não incorporada a bens físicos: NÍVEIS
A tecnologia incorporada está contida em
bens de capital, matérias-primas intermediárias Para se defrontar com os desafios
ou componentes etc. Nesse sentido, a tecnologia externos, impostos pelo ambiente, e os desafios
corresponde ao conceito hardware. internos, impostos pela tecnologia, as
A tecnologia não incorporada encontra-se organizações, segundo Parsons apud Chiavenato
nas pessoas - como técnicos, peritos, (2000), diferenciam-se em três níveis
especialistas, engenheiros, pesquisadores - sob organizacionais, a saber:
formas de conhecimentos intelectuais ou
operacionais, facilidade mental ou manual para Nível institucional ou estratégico-
executar as operações, ou em documentos que a Corresponde ao nível mais elevado da empresa,

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As Teorias Administrativas e a Enfermagem 21

composto dos diretores, proprietários ou 10.CONSIDERAÇÕES


acionistas e dos altos executivos. É o nível em
que as decisões são tomadas e são FINAIS
estabelecidos os objetivos da organização, bem
como as estratégia para alcançá-los. Por manter
uma interface com o ambiente, lida com a As teorias administrativas foram
incerteza. profundamente influenciadas pelos filósofos,
pelas organizações: militares, da Igreja Católica,
Nível intermediário- Também chamado dando cada uma a sua contribuição.
nível mediador ou nível gerencial, é o nível O efeito cumulativo e gradativo ao longo
colocado entre o nível institucional e o nível dos anos, de cada teoria administrativa, que
operacional, e que cuida da articulação interna surgiu, para responder aos problemas
entre estes dois níveis. Atua na escolha e empresariais da época, se transformou de
capacitação dos recursos necessários, bem como empirismo para ciências, e, são aplicáveis em
na distribuição e colocação do que foi produzido situações atuais. O administrador precisa
pela empresa nos diversos segmentos do conhecê-las, para tê-las como base, pois a
mercado. Lida com problemas de adequação das medida que a administração se defronta com
decisões tomadas ao nível institucional com as novas situações que surgem no decorrer do
operações realizadas no nível operacional. tempo, as doutrinas e as teorias administrativas
precisam adaptar suas abordagens ou modificá-
Nível operacional- Também denominado las para continuarem úteis e aplicáveis.
nível técnico ou núcleo técnico, é o nível Os Serviços de Enfermagem, tanto no
localizado nas áreas inferiores da organização. setor privado como no setor público, a cada novo
Nesse nível, as tarefas são executadas e as época, tem-se utilizado das teorias
operações realizadas. administrativas de forma adaptadas, observando
seus pontos positivos, como resgate, para sua
aplicabilidade.
9.4. A TEORIA CONTINGENCIAL E A Na Teoria Científica a enfermagem
ENFERMAGEM buscou a idéia de sistema de gestão da
qualidade, com uma visão de trabalho em equipe
(cooperação), para os serviços de enfermagem.
Da Teoria Clássica, buscou a
Nas instituições de saúde, a Teoria compreensão e adoção das funções
contingencial pode ser percebida como administrativas.
referencial de propostas administrativas de um ou Na teoria das Relações Humanas, muitos
mais administradores, mas não embasando enfermeiros tem utilizado a liderança participativa
políticas e diretrizes institucionais (Kurcgant, para melhor entrozamento e conhecimento da
1991). realidade do trabalho e da clientela, e assim,
Essa teoria, a cada dia cresce como prestar uma assistência de qualidade.
referencial teórico para desenvolvimento da Na Teoria Burocrática a enfermagem
administração em enfermagem. Observa-se a incorporou com afinco as características desta
integração deste referencial teórico em cursos de teoria, e consequentemente sofre as suas
formação de enfermeiros, onde essas escolas de disfunções.
enfermagem ensinam o emprego de um método Da Teoria dos Sistemas, buscou-se o
do Planejamento Estratégico Situacional como equilíbrio entre a organização e o ambiente.
um dos instrumentos administrativos dos Serviços Com a Teoria Contingencial, que é uma
de Enfermagem. evolução da teoria sistêmica, procurou-se explicar
O próprio desenvolvimento do Sistema que não há nada de absoluto nos princípios de
Único de Saúde (SUS), com a descentralização Organização. Onde os aspectos universais e
do poder decisorial em saúde, por ter inserido em normativos devem ser substituídos pelo critério de
sua estrutura elementos da teoria contingencial, ajuste entre organização e ambiente e tecnologia.
tem contribuído para que isso aconteça. Como A administração é uma das ferramentas
também, são desenvolvidos estes programas do Serviço de Enfermagem, para a organização
levando em consideração a(s) realidade(s) do seu trabalho, e assim, gerar resultados de uma
local(is), ou seja, a variável ambiental assistência sistematizada e produzir
determinando as ações de saúde, e determinando conhecimentos para o desenvolvimento da
o emprego das tecnologias disponíveis para a profissão e resgatar sua credibilidade junto à
realização destas ações. Tendo o enfermeiro, sociedade.
neste contexto, como agente planejador e Para os enfermeiros se defrontarem com
executor destas ações. novos desafios externos, impostos pelo ambiente,
e os desafios internos, imposto pela tecnologia

LINS, I. C. P.; ANJOS, M. O. dos; OLIVEIRA, N. S.; MATOS-SANTANA, R.; TAHARA, Â. T.S.
As Teorias Administrativas e a Enfermagem 22

nas organizações hospitalares e nos Serviços de KWASNICKA, E. L. Teoria Geral da


Enfermagem, faz-se necessário que o Administração: uma síntese. 2a ed. - São Paulo:
administrador de enfermagem conheça e aplique Atlas, 1989.
de forma adaptada as teorias administrativas
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da
como referencial de propostas administrativas
administração: da escola cientifica à
para o crescimento de gerência em enfermagem.
competitividade em organização globalizada.
Os administradores dos Serviços de
São Paulo :Atlas, 1997.
Enfermagem deverão ter, além de liderança e
credibilidade, sensibilidade para conseguir ter MORGAN, G. Imagens da organização.
sempre uma visão de futuro e senso de direção, Tradução Cecília Whitaker Bergamini, Roberto
ou seja, enxergar à frente. As suas funções Coda. São Paulo. Atlas, 1996.
devem transcender aos cargos e aos excessos de
normas rígidas, buscando determiná-las de forma MOTTA, F. C. P. Teoria Geral da
contingencial, situacional e sistêmica. Administração: uma introdução. 21 ed. São
Paulo, Pioneira. 1997.
PASSOS, E. S. De anjos a mulheres.
Ideologias e valores na formação de
enfermeiras. Salvador. EDUFBA/EGBA, 1996.
11. BIBLIOGRAFIA RESENDE, A. L. M. de. Saúde: Dialética do
pensar e do fazer. São Paulo. Cortez, 1986.
SILVA. G. B. de. A enfermagem profissional:
ARNDT, C. HUCKABAY, L. M. D. Administração
análise crítica. 2 ed. São Paulo, Cortez, 1989.
em enfermagem. Trad. De Maria Stella Teixeira
Cap. 3, p. 69-93. Medicina e enfermagem na
de oliveira e Clenir Bastos Marra Pereira. Rio de
sociedade brasileira.
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SOUTO-DE-MOURA, L. C; SOUTO-DE-MOURA,
CHIAVENATO, I. Introdução a teoria geral da
G. M. S. Notas de Aula Sobre a Evolução
administração. 6 ed. Rio de Janeiro. Campus,
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2000.
gaúcha Enfermagem. v. 18, n.2, p. 94-103, jul.
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básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro.
SOUZA, M. F. de. Teorias de enfermagem -
Nova Fronteira, 1988.
importância para a profissão. Acta Paulista de
KURCGANT, P. As teorias de administração e os Enfermagem. v.1, n. 3, p. 63-65, setembro de
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(org.). Administração em Enfermagem. São
Paulo, EPU, 1991. Cap. 1, p. 3-13.

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